sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

 

  

TEXTO: SL 15

TEMA: MANTENHAMOS COMUNHÃO PERMANENTE COM DEUS!

Comunhão significa ter coisas em comum, partilhar experiências e viver em união. Todos nós somos seres sociais e precisamos de comunhão para sermos completos. Ninguém consegue viver completamente sozinho neste mundo. Ao analisarmos o Salmo 15, do começo ao fim, o foco do salmista está na comunhão permanente com Deus. Este era o desejo de Davi. Em todo o seu caminhar, Davi sempre manteve comunhão com Deus, sempre manifestava o seu desejo de caminhar com o Senhor.

Diante desta comunhão de Davi com Deus, devemos nos questionar: Será que estamos vivendo nossa vida em comunhão com Deus? Como podemos saber se estamos, de fato, em comunhão com o Pai? O salmista nos ensina. Ele nos questiona e apresenta alguns requisitos que precisamos ter para manter esta comunhão com o Senhor: viver com integridade, não difamar com línguas as pessoas, não viver na perversidade e nem emprestar o dinheiro com usura (ganância). Portanto, a vontade de Deus é que vivamos em comunhão com Ele e uns com os outros, pois estar em comunhão com Deus é a maior dádiva que alguém pode possuir. Que o Espírito Santo possa nos despertar para a urgência de mudarmos nossas atitudes, passando a viver em dependência do Senhor, escolhendo viver uma vida de comunhão com Deus.

Jerusalém era o lugar onde estava o tabernáculo que Davi erigiu para trazer a arca da aliança de seu exílio, desde os dias do sumo sacerdote Eli (1Sm 4). Esta cidade também era chamada de Sião. Era o lugar do santuário da presença especial de Deus onde o povo expressava seu louvor e adoração. Era justamente sobre este lugar que o salmista questiona:Quem Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte?” (v.1). Vamos analisar primeiro os termos das duas perguntas. O termo (habitar) גּוּר no hebraico significa residir temporariamente, permanecer, ficar. O habitar sugere permanência, fazer morada, ficar de forma definitiva. Já o   termo (morar) שָׁכַן significa instalar, habitar, residir, morar em tenda. Acrescenta a ideia de estar em casa, ser um membro do lar, tendo status permanente na família. Portanto, “habitar/morar" é como ser hóspede de alguém. Naquela época quem entrava nos palácios de um rei estava seguro. Era considerado um hóspede. Tendo estas certezas o salmista desejava com muita ansiedade, o prazer de habitar no santuário do Senhor. Não só nos dias desta vida, mas para sempre.

A pergunta é: Quem seria digno de entrar, ou quem seria merecedor de habitar na presença de Deus? Davi dá-nos uma dimensão da grandeza e santidade do nosso Deus, e apresenta as características daquele que habitará no tabernáculo do Senhor, e que irá morar no santo lugar. Lembrando que não é de qualquer forma, sem critério nenhum, que será admitida na casa de Deus, como hóspede, sob seu teto e desfrutando da comunhão com Ele. Davi nos ensina. Ele dá uma resposta ao descrever as qualidades que Deus deseja das pessoas, que querem andar no Seu caminho. Ele apresenta o tipo de caráter que devemos cultivar, uma vez que fomos integrados à família da fé, chamados para viver uma vida santificada diante de Deus. Enfim, ele oferece quatro características daquele que é verdadeiro servo do Senhor.

Quem segue estes passos, vive em comunhão com Deus. Esta é a Sua vontade. No entanto, muitas pessoas querem habitar no santuário do Senhor, apresentando suas virtudes, vida exemplar, autojustiças, aparência. Outras cantam, pregam, oram, se reúnem, mas não possuem comunhão permanente com Deus. E tem aquelas que querem permanecer na Casa do Senhor por obrigação, por tradição vazia. Mas não é o orgulho, posição, mérito ou ações próprias vida exemplar e autojustiças, requisitos para mantermos comunhão com o Senhor. Isto nada contribui para a edificação, nem para a glória de Deus. Sendo assim, o salmista nos ensina, questiona e apresenta alguns requisitos que precisamos ter para manter esta comunhão com o Senhor, pois a vontade de Deus é que vivamos em comunhão com Ele e uns com os outros.

A primeira característica é a integridade. (v.2a). No Antigo Testamento, a palavra hebraica תָּמִים traduzida como integridade significa “a condição de ser sem defeito, perfeição, sinceridade, solidez, retidão, inteireza”. Uma outra designação para o próprio termo, que traz um sentido mais amplo do que Davi quer transmitir, é “aquele que anda irrepreensivelmente”, que diz respeito a sua solidez, sua integridade e sua lealdade total a Deus. Em resumo, significa   caminhando com perfeição, isto é, aquele que anda ou vive "perfeitamente"; aquilo que é completo em todas as suas partes; onde nenhuma parte está faltando ou está com defeito.

Como viver com integridade em um mundo de corrupção? Onde há tantos corruptos? Onde há uma inversão de valores e falta de honestidade? A verdade é que a corrupção é algo presente e latente em nossa sociedade. Ela é carente de pessoas íntegras na política e nos negócios. Mas isso não é novidade, a própria história nos revela inúmeras situações de falta de seriedade, honestidade, honradez e ética das pessoas. Entendo que o princípio de tudo isso é a pura falta da educação básica familiar, ou seja, a falta dos valores de base, como o respeito aos pais, à família, aos idosos, à igreja e à sociedade como um todo. Por isso, precisamos entender que a integridade define o nosso caráter, ela está relacionada com o conjunto de valores e o modo de ser de uma pessoa no contexto de suas vivências e experiências interpessoais.

Todos nós devemos buscar e viver uma vida de integridade a cada dia. Ela precisa fazer parte da vida do cristão. Portanto, integridade, retidão e perfeição é o que Deus espera e exige do seu povo. Somos desafiados a seguir o exemplo de tantos heróis da fé, mantendo-nos íntegros em todo o tempo. Aprendemos com Josué. Ele ensinou o seu povo a viver com firmeza, sinceridade, integridade e fidelidade: “Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor”. (24.14). Se aquele povo pretendia seguir adiante e habitar na terra prometida, tinha que continuar mantendo a aliança com integridade e fidelidade ao Senhor. Deveria temer ao Senhor que o salvou da terra do Egito.  Deveria adorar com todas as forças o Deus que derrotou os seus inimigos da terra de Canaã.

A vida de Jó também é um grande exemplo de integridade: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este homem era sincero (íntegro), reto e temente a Deus; e desviava-se do mal”. (Jó 1.1). Por mais que seus amigos tentassem achar algum erro em sua vida, que justificassem aquele momento de luta pelo qual passava, não acharam nada! Não havia acusação contra ele. A vida de Jó refletia a sua retidão. Ele nos ensina que, mesmo nas adversidades, por maior que elas sejam, não podemos abandonar o caminho da retidão. A doença, a perda dos filhos, da riqueza e de tudo o que possuía, não foram capazes de apagar o amor que Jó tinha por Deus.

O exemplo de Davi nos inspira sobre a integridade. É inegável o quanto nós aprendemos com sua integridade, seu coração puro e seu espírito submisso totalmente ao Senhor. O que importava para Davi era estar com o coração em pleno acordo com Deus. Ele não professa nada além do que sente e pretende. Sua boca não fala nada além do que expressa seu coração. Hipocrisia, astúcia e engano não têm lugar em sua alma. Sendo assim, ele andava na integridade, praticava a justiça e falava a verdade no seu coração (v.2b). Viver na integridade, andar na justiça, sem astúcia sem falsidade, tanto nas palavras como nos atos; falar sempre a verdade – especialmente com relação a si mesmo, deve ser a nossa atitude. Nosso coração deve ser o santuário e refúgio da verdade. Por isso, devemos ter cuidado para que o coração seja realmente estabelecido em princípio.

Vejamos, a segunda característica para habitar na casa do Senhor: não difamar com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injuria contra o seu vizinho”. (v.3a). Literalmente significa ele “não pisa em sua língua". Difamar significa “tirar a boa fama ou o crédito”. É falar mal de alguém. É fazer com que alguém deixe de possuir uma boa reputação, usando para este expediente a mentira. Na verdade, a fofoca, a intriga, a difamação, são males que crescem em qualquer lugar e se multiplicam com facilidade entre as pessoas. Hoje, existe uma verdadeira indústria milionária de fofoqueiros. Pessoas que vivem em função de nutrir diariamente esse comércio inescrupuloso, atingindo, prejudicando as pessoas. Tiago nos adverte do perigo de fazermos uso da língua de forma errada. É um inimigo perigoso que causa tragédia, que ataca à honra e resultam contendas; que traz desgraças, destrói e traz choro, sofrimento entre as pessoas. Disse alguém que “A língua das pessoas morde mais que os dentes. A língua não é de aço, mas corta e suas feridas são muito difíceis de curar.”

Portanto, aquele que quer manter comunhão com Deus, não deve usar a sua língua para caluniar, ou diminuir a reputação de qualquer um. Não deve “fazer mal ao próximo, nem lançar injuria contra o seu vizinho.” Falar mal é uma realidade deste mundo de conflito e contenda, onde as pessoas não hesitam em desejar o mal para seu próximo. Já a expressão "não lança injuria contra o seu vizinho”, significa não espalhar boatos a respeito dos seus vizinhos, ofensa, desonra, vergonha, vexame; aquilo que humilha. A ideia é que o homem que será admitido a morar no santuário do Senhor dever ser aquele que ama o próximo. E quem ama não pode fazer o mal contra o próximo. Amar ao próximo é se importar com a vida do outro e tratá-lo com respeito. Quem ama sempre, se torna exemplo.

A terceira característica: aquele que a seus, tem por desprezível ao réprobo. (v.4a). Réprobo é sinônimo de reprovado, perverso, mal; alguém totalmente desinteressado pelas coisas espirituais. Agora, aquele que deseja manter comunhão com Deus não pode aprovar o comportamento dessas pessoas, porque essas são pessoas ímpias, más, infiéis e agem mal. São na verdade inimigo de Deus e do homem. Em resumo, o justo está do lado dos que seguem a Deus e não dos pecadores, bajuladores e hipócritas. Ele honra aos que temem ao Senhor (4b) Para o justo onde há verdadeira piedade, ele honra as pessoas, os estima e os ama muito cordialmente, e mostra-lhes grande respeito e bondade. Promete e se compromete a fazer algo que possa ser benéfico para o próximo. Tal o justo também jura com dano próprio e se retrata. (v.4c), ou seja, ele cumpre o que promete, mesmo com prejuízo próprio. (Mt 5.37, Tg 5.12). Sua palavra é confiável e não depende das circunstâncias.

Finalmente, aquele que deseja manter comunhão com Deus “não deve emprestar seu dinheiro com usura(ganância). (v.5a). O que é usura? É um delito cometido por quem empresta dinheiro, cobrando taxa excessiva de juros; agiotagem. Juro excessivo, muito além da taxa usual ou legal. Esta é a realidade do mundo capitalista: as pessoas emprestam dinheiro e cobram juros excessivos. É a ganância! Aquele que deseja manter comunhão com Deus, não deve emprestar seu dinheiro com ganância. Se tivermos condições de ajudar alguém, concedendo-lhe um empréstimo, devemos fazê-lo de modo cristão e compassivo (Sl 37.25). O justo jamais aceita a prática do suborno, seja contra o culpado e muito menos contra o inocente. (v.5b). Suborno quer dizer corrupção. Subornar é dar dinheiro para conseguir alguma coisa que vá de encontro à moral e aos princípios cristãos. Devemos condenar esta prática.

Por fim, o salmista conclui o Salmo 15 afirmando que “quem deste modo procede não será abalado” (v.5). As pessoas que são caracterizadas por essas qualidades estarão sempre seguras. Elas temem a Deus, cumpre os seus preceitos e por isso habitam constantemente na presença do Senhor. Esta é a promessa para aqueles que mantem a comunhão com Deus. Isto está em harmonia com o que escreve o apóstolo João“Aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1 João 2.17).Portanto, saibamos avaliar a nossa conduta e  nossa vida espiritual e perceber se de fato estamos mantendo  comunhão  permanente com Deus. Amém.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

 

TEXTO: SL 27

TEMA: COLOQUEMOS A NOSSA CONFIANÇA NO SENHOR!

 Quando falamos de confiança, precisamos nos questionar: Onde estamos colocando nossa confiança? Nas ideologias? Nas riquezas? Nas nossas forças? Na verdade, o que se observa neste mundo moderno é que a maioria das pessoas tem depositado a sua confiança em qualquer outra coisa, menos em Deus. Nos dias do salmista, as pessoas confiavam nas suas próprias forças, na grandeza dos seus exércitos, na quantidade de suas armas, nos seus cavalos. Davi poderia ter depositado toda a sua confiança nestas coisas, mas, escolheu confiar somente no Senhor. Ele expressa esta confiança no Senhor quando tinha que enfrentar as batalhas durante a sua vida. Nestas circunstâncias, ele sempre recorria à segurança, poder e vitória vindas do Senhor. Era um homem de fé genuína, confiante nas promessas do Senhor.

E você, tem confiado somente em Deus? Tem dado exemplo de fé e confiança em Deus? Lembrando que a nossa confiança não está em qualquer coisa ou em qualquer pessoa, mas sim em Deus. Deus é a nossa fortaleza. Somente Ele, com sua infinita sabedoria e misericórdia, poderá nos garantir a paz, mesmo em meio às provações e correria da vida moderna. Somente Ele poderá iluminar as trevas de nossos pecados e apontar saídas para todos os desafios.  Quando tivermos aprendido a confiar em Deus, não mais teremos medo das coisas que enfrentamos neste mundo.

                                                              I

Davi estava sofrendo por causa da fúria e das tramas dos seus inimigos. Seu filho Absalão se tornou o grande inimigo de Davi. Situação que deixou Davi tão apático diante daquela circunstância, e se mostrou temeroso e inseguro. Não havia pretensão de domínio e força para lutar. Amedrontado com a situação que tinha à sua frente, ele demonstrou medo. Na verdade, Davi teve muitos medos ao longo de sua vida. Mas diante de seu medo, a sua confiança não estava na força do seu braço nem no poderio de seus guerreiros. Sua confiança estava depositada em Deus, que sempre foi a sua rocha, o seu escudo e a sua fortaleza. Sendo assim, ele afirma: O Senhor é minha luz e minha salvação. O Senhor é a fortaleza de minha de minha vida.” (vv.1-3). Deus é luz, salvação e fortaleza para Davi. Essa realidade é tão poderosa que ele exclama: “por que ter medo?”  (v.1).

O medo faz parte da vida do ser humano.  Ele remonta-nos a Adão e Eva. Depois de desobedecerem a Deus, e de Deus os ter chamado, Adão respondeu: "Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi”. (Gn 3.10). São tantas fobias que estão presentes na vida do ser humano que tem levado ao desespero e sofrimento. Mas, afinal, o que é o medo? Medo é um sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário. Ele é um sentimento que está presente na vida das pessoas. Você tem medo de alguma coisa? O que pode lhe deixar com medo? Seria o futuro? A área financeira? Seria medo da morte? Da violência e injustiças que vemos todos os dias na TV? De atravessar uma rua movimentada? De uma tempestade? De ser assaltado? O que lhe deixa com medo?

É justamente nesta situação de medo que Davi busca Deus. Demonstra a sua confiança e ânimo, quando diz que o Senhor é a sua luz, salvação e fortaleza. Ele apresenta as características de Deus e se apropria de seus benefícios para a sua vida. Confiava no Senhor que é a sua luz. A luz que resplandeceu em sua vida. Confiava no Senhor que é a sua salvação. Naquele que livra de situações de perigo, opressão e sofrimento. Confiava no Senhor que é a sua fortaleza. Naquele é forte refúgio para os que estão sendo perseguidos pelos inimigos: “Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança”, declara o salmista no verso 3. Como se observa, o medo deu lugar ao sentimento de segurança na vida do salmista.

Diante da dimensão de nossos medos, problemas e tribulações, que são densos, quando não conseguimos enxergar absolutamente nada diante de nossos olhos, ou até mesmo, discernir onde estamos, e o que está acontecendo em nossa vida, eu pergunto: temos confiado no Senhor? Onde está a nossa esperança? Nas ideologias? Nas riquezas? Em si mesmo? Verdade é que muitas pessoas tem colocado a confiança em si mesmo, nas riquezas, em coisas que são perecíveis, ou em qualquer outra coisa, menos no Senhor. Mas não esqueçam:  nossa confiança deve estar depositada no Senhor, pois ele nos garante firmeza inigualável, força, paz, persistência e certeza necessárias para seguirmos em frente. Com a confiança no Senhor permaneceremos firmes diante dos problemas e dificuldades, pois temos a certeza de que Ele sempre responderá às nossas súplicas, às vezes, de um modo diferente o que esperávamos, mas sempre responderá.

Confiando no Senhor, o salmista demonstra o seu maior desejo. Ele pede ao Senhor uma coisa que tinha muita necessidade. O que Davi queria?  Morar na Casa do Senhor: “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo”. (v.4). Davi não queria apenas um livramento do problema. Não almejava se esconder debaixo das cortinas da tenda. (tabernáculo). Também não desejava entrar na Casa do Senhor para realizar um dever social, religioso, ou para rever amigos. Mas a Casa do Senhor era o melhor lugar onde ele poderia estar.  Sentia-se feliz, alegre, seguro, protegido, e podia descansar tranquilamente. E os motivos de se assentar diariamente na Casa do Senhor são expostos: “contemplar a beleza do Senhor”. A palavra “contemplar” implica a ideia da busca de um relacionamento íntimo com Deus; transmite a ideia de fixar o olhar. E para onde se concentrava seu olhar? Na beleza de Deus, ou literalmente, no seu encanto. Portanto, Davi queria meditar no templo do Senhor. Meditar sobre quem é o Senhor e manter comunhão com Ele. Davi tinha tanto carinho pela Casa do Senhor que certa vez exclamou: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos!” (Sl 84.1).

O que você tem pedido ao Senhor em suas orações? Se você tivesse que pedir apenas uma única coisa para Deus, o que você pediria? Talvez esteja pedindo muitas coisas, mas esquecendo da principal. “só uma coisa é necessária...”. E o que é necessário? Estar na Casa do Senhor contemplar a Sua beleza e meditar no templo do Senhor. Este deve ser o nosso maior desejo, mais do que qualquer outra coisa nesta vida. Você não gostaria de usufruir das bênçãos maravilhosas oferecidas por Deus? De contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo? De manter seu encontro com toda a congregação perante o Senhor, onde se evidência e se fortalece a comunhão entre irmãos na fé? Lembre-se: você é parte integrante da Casa do Senhor. Sem a sua presença e participação, com os demais irmãos na fé, que se reúnem regularmente para ouvir o Evangelho, não existe comunhão e trabalho.

Davi não almejava se esconder na Casa do Senhor como se fosse uma fortaleza, que consistia de muralhas e portas resistentes. O que ele almejava era a proteção divina, de estar debaixo do cuidado do Senhor. Ele afirma que é na Casa do Senhor, no meio de Sua presença, que encontraria paz de espirito que tanto almejava: “Pois, no dia da adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo, me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha”. (v.5). O termo pavilhão refere-se a um refúgio, um lugar de proteção. Já o termo recôndito é um lugar mais profundo, íntimo, reservado, baseia-se num relacionamento ligado por afeição e confiança ao Senhor. Sendo assim, o tabernáculo de Deus seria o refúgio, o lugar seguro, que permitiria tranquilidade na vida de Davi, lugar de adoração, pois era onde o Senhor se manifestava.

Infelizmente, vivemos numa época em que muitos cristãos têm perdido a vontade de buscar a presença do Senhor. Quão difícil em nosso tempo de tanta correria é encontrar pessoas na busca pela Casa do Senhor.  Muitos abandonam a Casa do Senhor, deixando de frequentá-la, de se interessar por ela e de zelar pelo seu sustento. Têm perdido a vontade de orar, ler a Bíblia, cantar louvores, glorificar a Jesus Cristo na Casa do Senhor. Na verdade, há um esfriamento espiritual na vida de muitos cristãos.  Como prova disto, encontramos igrejas vazias pessoas “frias” espiritualmente, materialistas, dando mais valor aos negócios do que ir à Casa do Senhor. Precisamos buscar a presença do Senhor constantemente e nunca dispensar a comunhão com Deus e a santificação. Ele é o nosso abrigo e proteção! Se vivemos na Casa do Senhor todos os dias, contemplando a Sua beleza, vamos desfrutar de muitas bênçãos que Ele nos oferece: felicidade, alegria, paz, consolo, comunhão e tantas outras que recebemos, quando dispomos a buscar a face de Deus, unidos em adoração com outros membros do corpo de Cristo.

Essa visão, exposta por Davi, é tão reconfortante que ele faz questão de demostrar sua gratidão, diante da atuação de Deus em seu favor. Ele afirma: “Que eu ofereça, no seu tabernáculo, sacrifícios de alegria; que eu cante e faça músicas ao Senhor”. (v.6b). Aqui está um aspecto importante da vida de Davi. Ele oferece a Deus sacrifício de júbilo – ele canta louvores a Deus, ele se sente alegre por estar na Casa do Senhor. Esta é uma forma de agradecimento ao Senhor, diante das vitórias sobre seus inimigos. Por isso, ele declara seu propósito de oferecer sacrifícios de gratidão ao Senhor.

                                                                     II

Há uma mudança drástica a partir do versículo 7. Toda aquela confiança desaparece. Encontramos um Davi fraco na fé.  As exuberantes expressões de segurança subitamente dão lugar aos lamentos e humildes súplicas do salmista diretamente a Deus. Ele clama para ser ouvido, deseja misericórdia e resposta: “Ouve, SENHOR, a minha voz; eu clamo; compadece-te de mim e responde-me.” (v.7). Ouve, Senhor, a minha voz. Este é o clamor do salmista, um clamor confiante em Deus em que ele suplica misericórdia, compaixão, piedade. No Salmo 51, ele também clama desesperado de alguém que precisa de ajuda. Alguém que é defrontado com seu próprio pecado e não consegue se livrar dele sozinho: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.” A primeira coisa que ele faz é se voltar como miserável para a misericórdia e o amor de Deus, pois Deus nunca o desamparou.

Todos nós, em algum momento da vida, podemos nos identificar com o sofrimento do salmista. Constantemente também passamos por grandes tribulações, profundezas espirituais, sofrimentos e adversidades, dos quais ficamos muito abalados. São sofrimentos oriundos das crises financeiras e conjugais, enfermidades, frustrações, ameaças, solidão e a nossa negligência espiritual. Talvez seja o momento em que precisamos clamar, insistir, perseverar em nossas orações ao Senhor. Quando nos encontramos nessa situação devemos olhar para o Senhor, o único que pode nos salvar, e clamar por socorro, pois temos um Deus em quem nós podemos sempre confiar. Ele sempre está conosco. Por isso, clame pelo socorro do Senhor e Ele te ouvirá e virá ao seu encontro ministrando conforto, paz e alegria interior em sua vida.

Davi conta que do seu íntimo surgia um convite divino que lhe apontava o caminho da presença do Senhor. Ele afirma que, agora, a porta foi aberta para ele buscar a Deus. Ele afirma: “Buscai a minha presença; buscarei, pois, Senhor, a tua presença. (v.8) A palavra hebraica פָּנִים (face) no Antigo Testamento é frequentemente traduzida como "presença". Buscar a face do Senhor significa procurar estar na Sua presença, conhecer a Sua força, o Seu auxilio e ser aceito por Ele. Quando nos aproximamos de Deus em oração, estamos buscando a Sua presença. A caminhada cristã é uma vida dedicada a buscar a presença e o favor de Deus. Sendo assim, o Senhor quer que de forma humilde e com confiança busquemos a Sua presença em nossas orações.

Em obediência à ordem de buscar a face do Senhor, o poeta ora: “Não escondas, Senhor, a tua face, não rejeites com ira o teu servo...” (v.9). Neste momento o salmista suplica para que Senhor não afaste a sua face, como uma rejeição à sua súplica. Não o deixe desemparado. Meu pai e minha mãe me desampararam [mas] o Senhor me acolherá ( v.10). Embora ele seja como uma criança abandonada, o Senhor o adotará e cuidará dele. Agora, Davi pede orientação e proteção ao Senhor: "Ensina-me... guia-me... não me deixes". (v.11). Davi gostaria de encontrar o caminho que conduz à presença do Senhor. Às vezes. temos uma série de caminhos possíveis diante de nós e ficamos incertos sobre qual é o melhor; outras vezes temos a impressão de que não temos nenhuma saída. É o momento de pedir orientação ao Senhor para que Ele nos mostre o verdadeiro caminho. Se quisermos confiar-nos a um guia seguro no nosso caminho, lembremo-nos de que Jesus disse de si mesmo: “Eu sou o Caminho…” (Jo 1.6). 

A convicção e a esperança renascem da fé confiante do salmista. Em vez de entregar-se ao desespero, ele manteve sua confiança na bondade do Senhor na terra dos viventes. O versículo 13 apresenta a convicção: "Eu creio": “Eu creio que verei a bondade do Senhor na terra dos viventes.” Eu sei que verei no futuro a bondade de Deus. Esta confiança se manifesta na expressão טוּב יְהוָה (bondade do Senhor), que significa o sustento, a preservação do Senhor e em várias bênçãos sobre toda a humanidade. E a expressão אֶרֶץ חַי (terra dos viventes) significa simplesmente esta vida. Davi estava passando por uma prova, mas tinha a confiança de que nesta vida presente Deus o ajudaria a sair do apuro através da sua bondade. Ele mesmo foi quem disse no salmo 23: ''Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre.''

Outra convicção que o salmista possuía, encontra-se nas palavras: קָוָה יְהוָה (espera pelo Senhor). (v.14a). Esta é uma advertência ao próprio salmista. Ele é encorajado a não se desesperar, mas “esperar no Senhor”. Ele sabia por experiência o que significava “esperar ao Senhor”. Ele passou muitos anos esperando ser coroado rei e fugindo da ira de Saul. E, em outro salmo, ele nos encoraja com estas palavras: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim quando clamei por socorro, colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos” (40.1-2). Sendo assim, o alvo de sua resignação pessoal e de absoluta confiança é o Senhor. Ele deposita todas as suas inquietações, a sua confiança, independentemente de qualquer coisa que aconteça, no Senhor.

Precisamos aprender a esperar pelo Senhor. No entanto, nesse mundo pós-moderno, onde o instantâneo cada vez mais faz parte da vida das pessoas, ninguém gosta de esperar na fila do supermercado, do banco, hospital, trânsito. A impaciência e o hábito do imediatismo nos fazem sempre ansiar por uma solução rápida por tudo que almejamos. Mas a questão é que somos exortados a “esperar pelo Senhor”. Esperar tem grande importância na vida com Deus. Esperar no Senhor é decidir caminhar na direção que Deus tem para nós. Na verdade, a nossa capacidade de esperar está em grande parte relacionada com o quanto confiamos no Senhor. Quando confiamos no Senhor com todo o nosso coração, Ele nos dará direção certa. Por isso, devemos esperar no Senhor em meio ao sofrimento sem desistir, aguardando o tempo da resposta de Deus.

O salmista também é convidado ater “bom ânimo, e fortificar o seu coração”. (v.14b). Mas que é bom ânimo? Sempre haverá momentos em nossas vidas em que deveremos encarar nossos maiores medos. Para muitos de nós, isso acontece todos os dias, quando nos levantamos de manhã para enfrentar as muitas provações e dificuldades da vida. Você é capaz de esperar sem reclamar e murmurar? Quando as coisas não caminham do jeito que você espera?  Quer aprender a esperar em Deus e a manter o ânimo, enquanto espera? Então vamos pedir a Deus que nos de sabedoria e nos ajude a praticar estes princípios a cada dia de nossas vidas. Aprenda a esperar no Senhor e manter o ânimo enquanto esperamos as bênçãos do Senhor.

Ao após a nossa reflexão sobre este salmo, conclui-se que a circunstância em que se encontrava o salmista, também tem sido a nossa situação. A vida do cristão é comparada a uma jornada. Somo peregrinos neste mundo, e estamos a caminho da nova Jerusalém. Muitos são os perigos nesta jornada. São tantas as dificuldades que temos que enfrentar, mas Deus é o nosso socorro. É justamente do próprio Deus que vem o socorro, aquele que pode nos socorrer que tem poder para mudar a situação das nossas vidas, pois a nossa proteção vem do Senhor. É maravilhoso ser protegido pelo Senhor! Esta proteção ocorre na vida daqueles que confiam no Senhor. No dia a dia da vida, em meio às lutas e problemas, nos momentos mais duros e cruéis, somos protegidos pela mão do Senhor. Ele nos protege das armadilhas de Satanás, de doenças, enfermidades e epidemias, de violência, acidentes. De fato, quem confia no Senhor pode passar por momentos de segurança.

Precisamos aprender a confiar em Deus. Confiar em Deus é uma atitude que temos de tomar todos os dias, ou melhor, ela deve estar impregnada em nossa mente, ainda que não enxerguemos propósitos nas circunstâncias que enfrentamos, nem nos desafios que somos obrigados a passar. Confiar significa ter fé, esperar, ter esperança em algo ou alguém, ter confiança.  Deus é digno de nossa confiança. Ao contrário dos homens, Ele nunca deixa de cumprir as Suas promessas. Você já parou pra pensar o quanto Deus age, mostrando seu amor e sua bondade em sua vida? Amém.

                                                            

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

 

TEXTO:  MT  4.12-25                                                      

TEMA: SOMOS PESCADORES DE HOMENS

 Pescar homens. Essa foi uma tarefa muito importante no plano salvador de Deus. Muitos homens foram chamados por Deus para essa tarefa. Homens simples, pescadores, coletor de impostos, iletrados que iriam aprender com Jesus a pescar homens, ou seja, ensinar as pessoas o único caminho que conduz à vida eterna, que é Jesus Cristo, pois de nada adiantaria o seu sacrifício na cruz e sua ressurreição, se as pessoas, em todas as épocas não tomassem conhecimento desta mensagem.

 Jesus faz um convite aqueles homens, que ali estavam pescando. E qual foi a decisão em relação ao convite de Jesus? Eles largaram imediatamente tudo e seguiram a Jesus. Aceitaram o convite. Abandonaram suas redes, os familiares, o conforto e são capacitados e instrumentalizados pelo Mestre para essa tão nobre tarefa.

 Jesus também nos convida. Nos chama para sermos “pescadores de homens”. Ele tem uma tarefa para nós, exatamente, como tinha para os discípulos: “Vinde após mim, e eu farei de vós pescadores de homens”.

I

Ao iniciar o seu ministério, Jesus chamou diversas pessoas, conforme as suas qualidades específicas no trabalho. Chamou os irmãos Pedro e André que pescavam no logo da Galiléia, e outro dois irmãos, Tiago e João que consertavam as redes com seu pai. Afinal, quem eram estas pessoas que Jesus havia convidado para serem seus discípulos?  Eram pessoas comuns, humildes, simples e com profissões diferentes. Um era cobrador de impostos, mas a maioria eram pescadores. Mas ao chama-los, Jesus tinha algo especial para eles. Eles agora seriam “pescadores de homens”. Apesar de suas falhos se tornaram instrumentos para a salvação de muitos. No entanto, serem “pescadores de homens” a vida destes homens exigia mudança, transformação espiritual, pois eram cegos espiritualmente, mortos e inimigos de Deus. Viviam nas trevas e clamavam por luz. Não tinham esperança, porque ainda não conheciam Jesus como seu Salvador, o verdadeiro caminho da salvação.

Também vivíamos em pecado. Isaias descreve o nosso estado: “Andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho.” (Is 53.6). A verdade é que nos afastamos de Deus, e, consequentemente, ficamos perdidos, como ovelha desgarrada, sem pastor. Andávamos sem rumo, sem esperança e sem propósito, perdidos em nossas transgressões contra Deus. O pecado gerou morte, como diz Paulo “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Esta era a situação do homem: separado de Deus, perdido e condenado; trilhando o caminho errado, o caminho da perdição e sendo incapaz de renascer por força própria, porque o homem estava “morto em seus delitos e pecados”. (Ef 2.1).

Diante desta situação, Cristo chama estes homens e os transforma, dando-lhes vida e perdão pelo poder de sua Palavra. E assim foram escolhidos e preparados para serem discípulos de Jesus. Cristo também nos chama quando Ele diz: “Não temas porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.” (Is 43.1). Ele o faz através do batismo, dando-nos assim o perdão, uma nova vida ao lavar todos os nossos pecados. O Espírito Santo opera nos corações e limpa todos os pecados. Por isso que o batismo é chamado um lavar celestial. O apóstolo Paulo afirma: “Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” (Tt 3.5). É por meio do batismo que nos tornamos membros da santa família de Deus, filhos amados de Deus. Estas maravilhosas bênçãos recebemos pela fé, e a fé nos é dada pelo Espírito Santo, mediante o batismo, pois Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo.” (Mc 16.16).

Cristo também nos chama através do evangelho. Ele mesmo diz: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28). Cristo quer ajudar, realmente, aqueles que estão oprimidos pelo cansaço do pecado e ao mesmo tempo libertar a nossa alma deste fardo. Sendo assim, nos oferece o evangelho que é a boa notícia da Graça de Deus em Cristo Jesus. Qual é a notícia? Cristo nos livrou de nossos pecados e da morte eterna. Sofrendo na cruz, assim, levando os castigos dos nossos pecados e cumprindo todas as exigências da lei que estavam sobre nós. Agora, estamos livres, perdoados e redimidos. Paulo diz: “Somos justificados, gratuitamente, por sua Graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” (Rm 3.24).

Cristo nos chama e continua a chamar na Santa Ceia, oferecendo-nos o perdão dos pecados. E Ele dá esta dádiva maravilhosa de modo especial para aqueles que creem.  E para que eu tenha certeza absoluta, Jesus selou esta dádiva com seu corpo e sangue. Ele diz: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, derramada em favor de muitos para remissão de pecados.” (Mt 26.28). Por isso, lembremo-nos: se participarmos da Santa Ceia, arrependidos dos nossos pecados e com fé inabalável em Jesus, que adquiriu remissão para nós, receberemos uma grande bênção, isto é o perdão dos pecados.

Portanto, ao sermos chamados, Cristo nos qualifica nos transforma e nos dá nova vida, assim como aconteceu com os discípulos. Depois de conhecer o verdadeiro caminho foram instruídos para levar a Sua mensagem a todos os povos. A partir deste momento seriam “pescadores de homens”: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. (v.19). Durante a Pesca Maravilhosa Jesus repetente estas palavras: “Não temas; doravante serás pescador de homens” (Lc 5.8-11). Isto quer dizer, que seriam mensageiros de Sua palavra. Iriam pescar homens para o reino de Deus. Iriam trabalhar com outro tipo de rede, ou seja, a Palavra de Deus. Iriam pescar aquelas almas perdidas. Estes homens simples, pescadores, coletor de impostos, iletrados, tinham como objetivo ensinar às pessoas o único caminho que conduz à vida eterna, que é Jesus Cristo, pois de nada adiantaria o seu sacrifício na cruz e sua ressurreição, se as pessoas, em todas as épocas não tomassem conhecimento desta mensagem.

                                                                  II

E, assim, eles obedeceram a Jesus. Em resposta deixaram tudo e o seguiram. Jesus queria que os deixassem seus negócios de pesca, mesmo que representassem um grande valor. Queria que os seguissem, para que aprendessem o que deveriam falar sobre Ele aos outros. E como resultado, tornaram-se discípulos e ajudantes de Jesus, pois seguiram imediatamente. De fato, eles obedeceram, deixaram tudo, e seguiram a Jesus”. Era um grande desafio para os discípulos, pois tiveram que abandonar suas redes, os familiares, o conforto e seus negócios de pesca, mesmo que tivessem que sofrer.

Também somos enviados para salvar o mundo, proclamar e ensinar a Palavra de Deus a todos às nações e administrar os sacramentos. Somos enviados para construir a sua Igreja, porque a Igreja cristã é formada por pessoas chamada por Deus, iluminadas pelo Espírito Santo, redimidas por Jesus Cristo. E os que foram chamados para dentro da Igreja de Cristo devem, agora, viver, em novidades de vida. Andar no verdadeiro caminho e “proclamar as virtudes daquele que o chamou das trevas para sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2.9). Precisamos chamar outras pessoas para que possam conhecer esta verdadeira luz. Jesus diz: “Assim como tu me enviaste ao mundo também eu vos enviarei ao mundo.” (Jo 17.18). Ele quer que demos bom testemunho. Glorifiquemos o Seu nome. Anunciemos que ele sal da terra e a luz do mundo.

No entanto, devido a certas dificuldades, nem sempre cumprimos com a tarefa de sermos “pescadores de homens.” De acordo com a nossa natureza humana, seremos zombados, criticados, desprezados e perseguidos. Isto nos causa a sensação de medo. Além disso, seria melhor nos ocultar dessa tarefa para evitar tais problemas. No AT, Moisés que foi chamado por Deus, apresentou o argumento que era pesado de língua, que não tinha uma boa oratória, capacidade de comunicação tão apurada.   E ainda disse mais: “Envia aquele que quiseres enviar, menos a mim.” (Ex 4.13). Deus chamou Jeremias. Ele disse que não sabia falar porque achava que não passava de uma criança. (Jr 17). Deus chamou Jonas. E Jonas fugiu da presença do Senhor. (Jn 1.3). E você? Tem colocado empecilhos diante do chamado de Jesus?

Apesar de todas estas dificuldades existentes. Cristo nos encoraja em nosso trabalho ao sermos “pescadores de homens”. Ele nos dá força para pregar a Sua palavra, e prometeu estar conosco. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.” (Mt 28.20). Ele é o nosso amigo. O nosso protetor. “Tu estás comigo.” (Sl 23.4). Por isso, sejamos “pescadores de homens”. Sejamos mensageiros da palavra de Deus, cumpramos a nossa tarefa aqui no mundo com dedicação, testemunhando o nome do Senhor. Amém.