segunda-feira, 25 de março de 2024

TEXTO: MC. 16. 1-8

TEMA: O SIGNIFICADO DO SEPULCRO VAZIO

O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio. Cristo havia ressuscitado. Não estava mais no sepulcro. Agora, estava vazio! Mas qual o significado do sepulcro vazio? Podemos afirmar que há um grande significado. Primeiro, para Jesus que estava no túmulo. Significava que venceu o diabo, o pecado e a morte. Ele salvou o mundo. Confirma o cumprimento da promessa: Jesus foi ferido no calcanhar, mas a cabeça da serpente foi esmagada. 

Segundo,  para àquelas mulheres  que encontraram o túmulo vazio, significava esperança; vitória definitiva sobre a morte. Depois que encontraram o Cristo ressurreto, elas correram para contar a história aos discipulos. Boas notícias devem ser compartilhadas, e elas não podiam ficar caladas.

 E hoje, qual o significado para nós? Significa que podemos ter esperança nesta vida, e que a morte não será o fim da nossa existência, mas uma passagem para a eternidade, para uma vida plena na presença de Deus. Esta notícia da ressurreição e a misericórdia de Deus devem impulsionar os cristãos a divulgar a mensagem da salvação.Também correr para contar a história da ressurreição de Cristo!  Ele está vivo! Seu túmulo está vazio, e o mundo deve saber disso!  Você já percebeu que o sepulcro está vazio e que não há razão para ficar atemorizados?

O nosso texto afirma que no findar do sábado ao entrar o primeiro dia da semana, isto é no domingo, as mulheres se preparam para ir ao sepulcro.  Ao raiar o dia, as mulheres já estavam a caminho da sepultura. Em seus corações ainda pairavam todos os temores e incertezas dos acontecimentos da última semana. Seus pensamentos ainda estavam voltados para a morte de Jesus.  O fato de Cristo estar morto não lhes era bem aceito no coração, muito embora os fatos fossem evidentes. Jesus em várias ocasiões havia predito sua morte sobre a cruz. Mas, o que é mais significativo, é o fato que Jesus, de igual modo, predisse também a sua ressurreição: no terceiro dia ressuscitarei dentre os mortos. (Mc 10.34) E de fato, Ele ressuscitou! No entanto, alguma coisa precisava ser feita. As mulheres tomam uma decisão. Conforme afirma Marcos: “Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, Mãe de Tiago, e Salome, compraram aromas para irem embalsamá-lo”. (v.1). Era um costume preparar o corpo para sepultura, colocando perfumes. Sendo assim, as mulheres levaram aromas para embalsamar o corpo de Jesus. Ervas cheirosas para encobrir o hálito da morte, para deter ao menos o processo de decomposição. Foram a caminho do sepulcro decididas a realizar tal ato.

No entanto, na medida em que se aproximavam do sepulcro, a preocupação crescia Estavam tão preocupadas que nem mesmo pediram, para que alguém fosse junto para deslocar a enorme pedra, que havia sido colocado frente à sepultura. Então, diziam umas às outras: “Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?” (v.3). Quem removerá para nós? Nessa altura talvez alguma delas tenha dito: “Não adianta. Não vamos conseguir remover a pedra!”  A verdade é que a pedra era grande.Para romper a pedra era necessária a força de mais de um homem, Ela foi selada, e guardas foram posicionados para proteger o túmulo. para evitar os roubos nos sepulcros. (Mt 27. 57-61).

Pedras são obstáculos que encontramos na nossa caminhada neste mundo. São pedras pequenas, grandes e enormes que, muitas vezes, não podemos removê-las. São as pedras da amargura, do orgulho, da falta do perdão, do ressentimento, da falta de humildade, do medo, da angustia. Estamos cientes que temos obstáculos e problemas sérios, e ansiedades e medos na nossa vida. Mas não podemos perder o ânimo ou a coragem Não importa o tamanho do problema que enfrentamos em nossas vidas. Precisamos olhar para frente e ver que a pedra foi removida. É preciso deixar que a vitória de Jesus alcance nossos desânimos.

No entanto, grande foi a admiração das mulheres quando, ao poderem vislumbrar a sepultura, viram que ela estava aberta. O corpo de Cristo não estava mais lá dentro. A sepultura estava vazia.  Não podiam entender. Nem ao menos pensaram em ressurreição. De fato a pedra estava removida. Quem será que removeu? Quem abriu o sepulcro?  Mateus afirma “que naquela manhã tinha havido um terremoto e aconteceu uma coisa maravilhosa: um anjo desceu dos céus ao túmulo e revolveu a grande pedra que tinha sido colocada na porta do sepulcro e sentou-se sobre ela”. (Mt. 28.2). Marcos relata que havia um anjo, com aparência de um jovem vestido de branco, que falou às mulheres. A presença do anjo e a ausência do corpo de Cristo fizeram com que as mulheres se sentissem surpresas e cheias de medo. (v.5).Podemos imaginar o estado de espírito em que estas mulheres se encontravam. Elas ficaram surpreendidas e atemorizadas.

Realmente, Cristo ressuscitou. Ele não permaneceu no túmulo. Ele ressuscitou dos mortos. Ele não poderia ficar na sepultura, porque Ele é Deus, o Autor da vida. Se ele não tivesse ressuscitado, nós não teríamos a certeza de que o preço da nossa salvação tinha sido aceito por Deus. Em 1 Coríntios 15, Paulo explica em detalhe a importância da ressurreição de Cristo. Ele mostra consequências desastrosas se a ressurreição nunca tivesse ocorrido: em primeiro lugar, pregar sobre Cristo seria em vão (v.14a). Em segundo lugar, fé em Cristo seria em vão (v.14b).Em terceiro lugar, todas as testemunhas e pregadores da ressurreição seriam mentirosos (v.15).Em quarto lugar,ninguém poderia ser redimido do pecado (v.17).Em quinto lugar, todos os Cristãos que dormiam teriam perecido (v.18). Enfim, seríamos os mais infelizes de todos os homens (v.19). Mas Paulo confirma que Cristo realmente ressuscitou dos mortos e é “as primícias dos que dormem” (v.20), assegurando-nos a esperança de que a ressurreição de Cristo é a garantia da nossa ressurreição.

Cristo ressurgiu. Ele vive! Aquele que foi crucificado, que o mundo tinha rejeitado e desprezado, agora vive. Vive vida glorificada, depois de passar pelo abismo escuro da morte. O Senhor vive para que nós também possamos viver. Cristo vive! Sua sepultura está vazia. Mas qual o significado para Jesus? Significa que Cristo venceu a morte. O bom Pastor que deu a sua vida, Ele salvou o mundo. Ele venceu o próprio Satanás. Aquele que o feriou no calcanhar, agora. recebeu o golpe fulminante na cabeça. A cabeça da serpente estava esmagada. Cristo ressuscitou e mostrou-se a toda a humanidade.

Também havia um grande significado da ressurreição de Jesus  para àquelas mulheres que encontraram o sepulcro vazio. Elas receberam as primeiras notícias da ressurreição de Jesus através do anjo: “ Ide,dizei a seus discipulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia;lá o vereis,como ele vos disse.” (v.7). Elas não precisavam mais andar tristes e preocupadas. Não havia mais incerteza, dúvida, desespero, porque foram iluminadas e agraciadas pelo Evangelho. Diante desta noticia, o medo de que ainda estavam vivenciando se mistura com a alegria. Elas percebem que algo novo havia acontecido

Portanto, a mensagem do anjo, que Cristo ressuscitou, não deveria ser escondida. As mulheres deveriam sair dali contar aos discípulos que Cristo estava vivo. Mesmo tremendo sob o impacto da notícia da ressurreição de Jesus, as mulheres no caminho de regresso, em busca dos discípulos, elas fizeram o que o anjo lhes havia dito: falaram aos discípulos que Cristo havia ressuscitado, principalmente, para o discípulo Pedro. Pedro e os demais discípulos estavam confusos e duvidavam de muitas coisas. Em meio a dúvida, Pedro precisava saber que Cristo havia ressuscitado. Deveria, agora, ser restaurado pela notícia evangélica de que Cristo vive. Também deveria ser preparado para a grande missão que Jesus tinha para ele e os demais discípulos.

A notícia da ressurreição de Jesus, transmitida pelo anjo também vale para nós. Não podemos nos silenciar diante de uma notícia maravilhosa. Ela nos impulsiona anunciar uma mensagem do Cristo que não permaneceu no sepulcro. Precisamos anunciar: se o Senhor não tivesse ressuscitado, continuaríamos mortos em nossos delitos e pecados; se o Senhor não tivesse ressuscitado, ainda seríamos escravos de Satanás; se Cristo não tivesse ressuscitado dentre os mortos, estaríamos fazendo a vontade da carne, andando segundo o curso deste mundo, conforme a vontade de Satanás; se Cristo não tivesse ressuscitado, não teríamos a esperança da vida Eterna, nem tampouco poderíamos desfrutar dos benefícios do seu Reino. Esta é a mensagem da  Páscoa. É a mensagem que o mundo precisa conhecer. Nós não podemos nos silenciar diante de uma noticia maravilhosa. Não podemos anunciar uma mensagem do Cristo morto e encerrado num sepulcro. Mas a realidade de um túmulo aberto e vazio, que nos confirma a ressurreição. Por isso, corramos como fizeram as mulheres,foram e anunciaram o Cristo que ressuscitou! Você tem anunciado?

Que o bondoso Deus possa sempre nos consolar, alegrar e fortalecer com esta mensagem maravilhosa: Jesus morreu, mas, não permaneceu morto. Ele ressuscitou, e o túmulo está vazio. Ele vive. Aleluia! Que nossa Páscoa seja vivida com toda esta alegria! Amém!

domingo, 24 de março de 2024

  TEXTO: JO 19.17-30

TEMA: ESTÁ CONSUMADO!

Consumado é uma expressão que as pessoas usam diariamente para dizer que o trabalho está concluído. O pedreiro olha para sua construção e diz: “Terminei!”. O atleta após uma corrida também afirma: “Completei!” Da mesma forma, quem termina um desenho, afirma: “Acabei!” Em resumo, podemos afirmar que “Está consumado!” significa: “está concluído!”, “está feito!”, “acabou!” Jesus também usou esta expressão quando estava na cruz. Foi uma das suas últimas palavras antes de entregar a Sua vida. Na língua grega esta expressão chama-se “Tetélestai”. Ela contém três significados no contexto secular: Primeiro, era usada para a conclusão de uma tarefa. Segundo, era usada para a quitação de uma dívida. Terceiro, era usada para posse definitiva de uma escritura. No entanto, quando esta expressão, “Tetélestai”, é usada por Jesus na cruz, ela adquire algo mais profundo. Isto significa que Jesus concluiu a obra Salvadora que o Pai lhe havia confiado.

Mas o que realmente estava consumado? Vejamos este questionamento sob três aspectos: Primeiro, Ele pagou pelos nossos pecados, para nos reconduzir a Deus. A partir daquele momento a nossa dívida estava paga, os nossos pecados foram perdoados, dando a nós a vida eterna. Segundo, a obra Salvadora de Cristo não era apenas morrer por nossos pecados. Na cruz, Cristo derrotou Satanás em nosso favor. Jesus destruiu a força de Satanás, permanentemente quando na cruz Ele disse: “Está consumado!”  Agora, não tem domínio sobre nós, pois estamos vivendo sob a proteção do Senhor. Terceiro, está consumado também significa que Cristo venceu a morte. Foi o último inimigo a ser derrotado.  Ele venceu e nós também a venceremos, e nos encontraremos com Cristo na vida eterna.

                                                          I

Estimados irmãos! Depois de ter sido açoitado e maltratado pelos soldados, Jesus foi conduzido à crucificação. E de acordo com o evangelista, Jesus ao carregar a sua cruz, saiu para um lugar chamado Calvário (Gólgota), onde crucificaram com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Crucificar dois malfeitores ao lado daquele que foi justo, era uma verdadeira humilhação. Mas naquele momento se cumpria as Escrituras, que afirma que Jesus “foi contado com os transgressores” (Isaías 53.12). E no meio destes transgressores, Jesus sofreu, foi blasfemado e insultado. Um, porém, continuou com sua zombaria e manteve seu orgulho, permanecendo em seu pecado, e perdeu a sua última oportunidade de ser salvo; o outro, porém, disse: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". (Lucas 23.42). Ele experimentou toda a graça do perdão, uma única frase, abriu-lhe as portas para o paraíso celestial.

Pilatos foi outro personagem que também não resistiu à oportunidade de fazer uma ofensa, ao demostrar uma forma humilhante a Jesus. Ele também demostrou um profundo desprezo pelos judeus. Ele escreveu um título e o colocou na parte de cima da cruz, para que todos ao passarem por ali, pudessem ler aquela placa sobre a cruz de Jesus. A placa continha uma única mensagem escrita, que dizia: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus.” Ele escreveu o que sabia a respeito de Jesus: que Jesus era o Rei do Judeus. Esta acusação foi escrita em três línguas: Hebraico, latim e grego. Porém, os líderes religiosos não gostaram disso, e disseram a Pilatos: “Não escrevas: Rei dos judeus, e sim que ele disse. Sou o rei dos judeus.” (v.21). Mas Pilatos não mudou o que tinha escrito: “O que escrevi, escrevi.” (v.22). A situação que estava vivendo Pilatos pode ser percebida na seguinte declaração dos judeus: “Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César” (João 19.12). Nesse sentido, fica evidente que nem Pilatos como governador romano, nem os sumos sacerdotes como maior autoridade religiosa do povo judeu, estavam dispostos aceitar o sofrimento de Jesus na cruz.

No entanto, a humilhação também se estende entre os soldados. É impressionante o que os soldados fizeram com Jesus durante o seu sofrimento. Anteriormente, eles “teceram uma coroa de espinhos e puseram sobre a sua cabeça, e lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: Salve, Rei dos Judeus. E davam-lhe bofetadas.” (João 19.2,3). E, agora, a zombaria e o escarnecimento continuaram na cruz. Tiraram-Lhe a Sua túnica e dividiram as Suas vestes em quatro partes, uma para cada soldado, conforme a tradição. Mas, olhando para a túnica, eles acharam por bem jogá-la, lançando sortes para ver de quem seria. Foi mais uma humilhação que Jesus enfrentou. Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras: “Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes” Sl. 22.18. Jesus viu os soldados dividindo Suas roupas e lançando sortes sobre a túnica, em cumprimento da profecia. Ele olhava para aquele ato que os soldados estavam realizando. Eles estavam tão perto de Jesus, que tiveram a oportunidade de olhar para o Salvador, mas não foram capazes dizer:  Jesus, lembra-te de nós quando entrares no teu Reino. Escolheram olhar para as vestes, lançando sortes sobre elas.

Mas também haviam pessoas que acompanharam e se compadeceram de Jesus. Eram algumas mulheres, que estavam junto a cruz. Sua mãe e a sua irmã, Maria mulher de Clopas e Maria Madalena, bem como o discípulo amado, no qual Jesus pediu-lhe que tomasse conta de Sua mãe. Estavam ali, arriscando a sua própria vida, para consolar Jesus diante de sua angustia. Contemplar a morte de Jesus, para aquelas mulheres, era um árduo desafio, pois não foi fácil presenciar a agonia, a vergonha e a indignidade de sua morte. Além disso, não conseguiam entender que, aquele que mudou a vida de muitas pessoas, estava morrendo de maneira tão brutal! Mesmo assim, havia uma grande compaixão, amor e dedicação delas por Jesus. Mas mesmo dominado pela dor e sofrimentos, Jesus não se esqueceu de sua mãe. Ele se dirige à sua mãe para mostrar que a partir daquele momento seria João quem cuidaria dela: “Eis aí a tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.” (v.27). Numa clara indicação de que seria ele quem cuidaria de Maria.

                                                                  II

Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado(τετέλεσται), para se cumprir as Escrituras, disse: Tenho sede!” (v.28). O cansaço pelo qual passara, a tristeza que sentira, o calor do dia e a perda de sangue, eram as causas naturais dessa sede. Por isso, sentiu sede. Essas palavras de Jesus também foram cumpridas. João ouviu nessas palavras o  clamor que reunia todos os anseios e agonias de sua alma, que cumpriam seu trabalho, que expressavam o terrível significado de seu sofrimento, e preenchiam o quadro profético: "Puseram fel na minha comida e para matar-me a sede deram-me vinagre." (Salmos 69.21). Observamos o exemplo perfeito de Jesus. Ele poderia ter passado horas gritando e reclamando sobre a dor imposta nesta punição cruel. Ele poderia ter amaldiçoado os soldados e oficiais que determinaram sua morte, mas não fez. Seu propósito principal não era buscar a satisfação de Sua necessidade, mas cumprir a vontade do Pai. “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: “Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (v.30).

Mas o que realmente estava consumado? O que Jesus precisamente concluiu? Primeiro, Ele pagou pelos nossos pecados, para nos reconduzir a Deus. A partir daquele momento a nossa dívida estava paga, os nossos pecados foram perdoados, dando a nós a vida eterna. Por isso, não há dúvida que a exclamação de Jesus, "Está consumado!”, traz a mensagem central do amor de Deus por toda a humanidade. Sua morte foi o meio pelo qual o amor de Deus nos alcançou. Este grande amor está expresso nas palavras de João 3.16: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Agora, há perdão para os pecados, há reconciliação entre o homem e Deus, há uma realidade de vida eterna. Quando cremos nesta mensagem da cruz, somos salvos, redimidos, resgatados. Esta é a mensagem da cruz que precisa ser proclamada, pois ela contempla e revela o plano de Deus que redime o homem de seus pecados, levando-o de volta para a casa do Pai.  

Segundo, a obra salvadora de Cristo não era apenas morrer por nossos pecados. Na cruz, Cristo derrotou Satanás em nosso favor. “Havia chegado o momento deste mundo ser julgado, e agora o seu príncipe será expulso" (João 12.31; Colossenses 2.15). Jesus quebrou a força de Satanás, permanentemente quando na cruz Ele disse: “Está consumado!” A morte de Cristo na cruz esmagou a cabeça de Satanás: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” A morte de Cristo destruiu aquele que tinha o poder da morte. Satanás já está derrotado, juntamente com todas as suas potestades. Ele, agora, não tem mais poder para nos condenar. Não tem domínio sobre nós, pois estamos vivendo sob a proteção do Senhor. Agora, estamos livres das trevas e de todos os horrores que as trevas engendram; estamos livres de toda malignidade e de todos os dardos inflamados do inimigo.

Terceira, está consumado também significa que Cristo venceu a morte. A paixão e morte de Jesus não teria sentido sem a sua ressurreição. A morte foi o último inimigo a ser derrotado. Mas tudo começou lá no Jardim do Éden. A maldição sobre a humanidade provocada pelo pecado do homem. O SENHOR havia dito: "você certamente morrerá" (Gênesis 2.17). E a verdade ainda se completa em Romanos 6.23: "O salário do pecado é a morte". No entanto, Cristo venceu a morte. E o fato de Cristo ter vencido a morte é um cumprimento às profecias. O salmista previu que o Messias venceria a morte: "Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção" (Salmo 16.10). Outros profetas também trouxeram esperança para o povo, de que um dia o Senhor aboliria a morte: "Tragará a morte para sempre, e, assim, o Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos" (Isaías 25.8), e "eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as suas pragas? Onde está, ó inferno, a sua destruição?" (Oseias 13.14; 1 Coríntios 15.54–55). Jesus morreu na cruz, mas não permaneceu morto. Ele ressuscitou. Ele venceu e nós também a venceremos, e nos encontraremos com Cristo na vida eterna. Somos "mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" (Romanos 8.37). Cristo é "as primícias dos que dormem" (1 Coríntios 15.20),

Estimados irmãos! A grande obra da Salvação da humanidade havia terminando. Após a sua ressurreição desceu ao inferno, para anunciar a sua vitória sobre Satanás: “Está consumado!” Que declaração maravilhosa! As labutas no ministério, as perseguições e zombarias, e as dores do jardim e da cruz, terminam. Seu sofrimento tinha acabado e todo o trabalho que o Seu Pai havia solicitado a fazer, ou seja, pregar o evangelho, executar milagres e obter a salvação eterna para o Seu povo, havia sido realizado, cumprido, concretizado.

Há muitas coisas maravilhosas que podem e devem ser ditas a respeito do: “Está consumado!”. Saber o que Jesus conquistou para nós na cruz, nos auxilia a perceber que estamos totalmente perdoados, redimidos e justificados. Nós não devemos tentar conquistar (por nossas obras) nenhum dos benefícios da redenção que foram gratuitamente comprados por Jesus, pois tudo isso é recebido por meio da fé. Por isso, devemos confiar inteiramente naquilo que Ele fez por nós. Amém!

segunda-feira, 18 de março de 2024

TEXTO: MC 11.1-10

TEMA: SAUDEMOS O NOSSO REI JESUS !

Em muitos lugares na antiguidade, era costume cobrir com ramos o caminho à frente de alguém que merecesse grandes honras. Essa era a maneira comum que os súditos prestavam honra a um rei quando se aproximava de uma cidade montado num cavalo.

Em nosso texto, acontece algo idêntico. Jesus entra em Jerusalém onde é aclamado pelo povo ao saudar com vestes estendidas em seu caminho e ramos que lhes eram lançados como saudação. Ele entra triunfalmente em Jerusalém, não como um rei guerreiro.  Não como os grandes reis e conquistadores triunfantes depois de uma batalha, ou de um cortejo real cheio de luxo mostrando seus escravos e conquistas. Não como um conquistador militar ou libertador político. Mas como um rei humilde que veio para reinar sobre a sua igreja. Como um monarca que vem em paz, como príncipe da paz. Aquele que veio libertar a humanidade do pecado, da morte e condenação eterna. Todos estes aspectos demonstram que o seu reino não é terreno, mas espiritual.

Neste domingo estaremos comemorando o dia denominado de “Domingo de Ramos”. É o momento em que estaremos recordando a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, saudando o nosso Rei Jesus. Temos dois motivos para saudar o nosso Rei Jesus: primeiro porque Ele é o nosso verdadeiro Rei e merece toda a nossa honra, glória e louvor. Segundo, porque Ele veio nos salvar como verdadeiro Rei.

Era domingo, Jesus estava a caminho rumo à grande cidade de Jerusalém. Não era a primeira vez que Ele ia a esta cidade. A Escritura registra seis visitas que Jesus fizera antes de sua entrada em Jerusalém, pela última vez. Entretanto, esta entrada em Jerusalém, era uma ocasião especial. Jesus entraria para iniciar o seu sofrimento, a finalidade principal de seu reino. Entraria para salvar a cidade e seus moradores, chamando-os ao arrependimento. Por esta razão, Jesus faz sua entrada publicamente na cidade, fazendo com que o povo aclamasse e falasse da grande missão que o levava até ali.

E de acordo com a finalidade e a importância de sua presença em Jerusalém, ao contrário das vezes anteriores, cogita de preparativos especiais para sua entrada. Ele se aproxima com seus discípulos de Jerusalém. Eles estavam no monte das Oliveiras, e dali contemplavam Betfage e Betânia, duas pequenas aldeias antes de Jerusalém. Betânia fica na encosta sul do monte das Oliveiras, ao passo que Betfagé se localizava provavelmente na encosta ocidental do monte das Oliveiras, logo do outro lado do ribeiro de Cedrom em Jerusalém. Era praticamente uma extensão da própria Jerusalém.

Antes de chegar a Jerusalém, Jesus escolhe dois discípulos para enviá-los a Betfage.Neste lugar, os discípulos encontrariam um jumentinho. O Senhor não disse que precisava de qualquer animal, mas mostrou um específico, e disse que precisava daquele animal; nenhum outro serviria. E a ordem de Jesus era muito simples: “Desprendei-o e trazei-o” (v.2). Jesus dá uma demonstração, uma ideia de seu inesgotável poder de realizar qualquer coisa aos olhos humanos. Ele não hesita em mostrar aos discípulos quem Ele era. Ele mostra através de suas palavras grande autoridade, pois é o Senhor quem fala e autoriza. Por isso, não há qualquer questionamento da parte dos discípulos. Eles simplesmente obedecem à ordem do Senhor. Mas algumas pessoas questionaram: Que fazeis, soltando a jumentinha? Os discípulos responderam: conforme as instruções de Jesus (v.6). O evangelista Mateus descreve de forma enfática: O Senhor precisa deles. (Mt 21.3) Literalmente: “O senhor necessita deles”. E de fato, tudo ocorreu como Jesus tinha dito.

Os discípulos encontraram os animais e, sem problemas os trouxeram. Colocaram em cima dele as suas vestes e Jesus montou. Jesus se prepara para entrar em Jerusalém de forma humilde, manso, brando, pacifico. Esta foi a maneira como Jesus entrou em Jerusalém.  Não como os grandes reis e conquistadores triunfantes depois de uma batalha, ou de um cortejo real cheio de luxo mostrando seus escravos e conquistas. Não como um conquistador militar ou libertador político. Mas como um rei humilde que veio para reinar sobre a sua igreja. Como um monarca que vem em paz, como príncipe da paz. Todos estes aspectos demonstram que o seu reino não é terreno, mas espiritual.

Aquela entrada triunfal era um momento de jubilo, alegria e de louvor ao Senhor. Os discípulos e numerosa multidão rendiam homenagens espontâneas a Jesus, que se encaminhavam triunfalmente a Jerusalém, preparando-lhe uma passagem ou caminho com as próprias vestes e com ramos que cortavam de árvores e espalhavam pelo caminho. Era o delírio do povo gritando, clamando em alta voz: Hosana! A multidão que acompanhava Jesus, aclama-o com  expressão do Salmo 118.25s: salve-nos, por favor, ou salve-nos agora, te imploramos! 

No período pós-exílico, o Salmo 118 foi incorporado à liturgia de dias festivos. Por ocasião das principais festas judaicas, os peregrinos que chegavam a Jerusalém podiam ser saudados com esse Salmo. O povo clamava um pedido de socorro a Deus. A libertação orquestrada por alguém que virá da parte de Deus: “Bendito é o que vem em nome do Senhor!” (v.26a). Parece que tanto o salmista como os judeus em geral tinham a esperança da chegada de um rei eterno (Mq 5.2) que promoveria restauração plena para Israel (Mq 5.3,4) e para o mundo (Mq 4.1-4). O salmista convida o povo a celebrar este momento adornando a festa: “O Senhor é Deus, ele é a nossa luz; adornai a festa com ramos até as pontas do altar.” (v.27). Essa festa era um tipo de parada ou procissão festiva, quando as pessoas se reuniam e caminhavam pelas ruas dirigindo-se ao templo, onde finalmente começariam as celebrações religiosas relativas à Páscoa, momento em que afirmavam enfaticamente seu relacionamento pessoal com seu salvador: Tu és meu Deus! Queremos te exaltar porque a sua misericórdia dura para sempre!

Em nosso texto, a palavra Hosana ὡσαννά (hosanna) significa grito de exaltação ou adoração entoado em reconhecimento ao messianismo de Jesus em sua entrada em Jerusalém; exclamação de louvor a Deus. Esse é o significado dela também nos tempos atuais. Foi a forma como o povo saudou Jesus. Esta deve ser a nossa atitude: Saudar Jesus com o mesmo entusiasmo, alegria e louvor.Juntar a nossas vocês e cantar: "Bendito o que vem em nome do Senhor!" O Rei dos Reis, que chora para trazer-nos a salvação. É este Rei Jesus que nos convida para acompanharmos todos os seus passos no decorrer desta semana Santa. É a Ele que devemos dar a nossa honra, glória e louvor.

A entrada de Jesus em Jerusalém foi coroada de entusiasmo e empolgação. Jesus montado num jumentinho é recebido com honra como um rei. O povo saudou Jesus com “Hosanas”. Mas à medida que a procissão ia se aproximando, vagarosamente, a cidade alvoroçou, e perguntavam: Quem é este? (Mt 21.10). Era a pergunta  que corria de boca em boca, especialmente entre os peregrinos. Sim, quem é este que hoje entra em Jerusalém em marcha triunfal, aclamado pelo povo numa exaltação como a história da cidade não registra há tempos? Quem este Rei que devemos prestar honra e louvor?

 Este é o Reis dos reis, o Senhor dos Senhores. É o Rei do poder e da Glória, santidade e justiça. É o rei que governa este mundo turbulento em que vivemos. É um Rei que morreu por nós, entregou-se humildemente naquela Cruz, suportou toda ignomínia, toda humilhação, todas as chicotadas, blasfêmias, acusações, provocações, traições, abandono, os pregos, a coroa de espinhos, a Cruz, tudo para nos salvar. É um Rei justo. Ele nos justificou ao morrer em nosso lugar. Nós não tínhamos como nos justificar de nossos pecados, nosso destino era a condenação eterna no inferno. Sendo assim, Ele tomou o nosso lugar e pagou esse preço.  Ele usou próprio sangue que Ele derramou para pagar o preço da nossa justificação. Ele deu a Sua própria vida! Ele padeceu por nós na Cruz do Calvário para que fôssemos feitos justiça de Deus

 Vamos saudar o Filho de Deus!Ele merece o nosso louvor, honra e gloria. Ele nos salvou. Vamos abrir as portas dos nossos corações para que Cristo entre! Amém!

 TEXTO: SL 118

TEMA: DEUS É DIGNO DE CONFIANÇA E LOUVOR

O Salmo 118 é considerado um cântico de Ação de Graças. Há vários salmos como este. Eles eram cantados no dia a dia das famílias de Israel, tanto nas reuniões domésticas, como nas públicas. Neste texto, o salmista canta sua gratidão a Deus com a participação da congregação. Ele ora ao SENHOR e deposita a sua confiança em Deus, pois o SENHOR nunca deixou de atender as suas súplicas. Ele nunca deixou de cumprir as Suas promessas. Por isso, com o coração agradecido, o salmista se mostra fiel nas adversidades. Agradece a Deus pelos benefícios, demonstrado em todos os momentos de sua vida, inclusive nos mais difíceis. Agradece a Deus, cantando e oferecendo sacrifícios. Agradece diante das lutas e vitórias que enfrentou e de como Deus agiu dando seu livramento. Foi isso que o salmista fez. E, por isso, Deus o abençoou dando o que ele precisava.

O salmista nos inspira a confiarmos no SENHOR que ouve e atende a nossa oração.  Mesmo diante das piores situações, podemos nos entregar alegremente ao SENHOR, sabendo que nos livrará de todo o mal. Por isso, precisamos aprender a confiar em Deus. Confiar em Deus é uma atitude que temos de tomar todos os dias, ou melhor, ela deve estar impregnada em nossa mente, ainda que não enxerguemos propósitos nas circunstâncias que enfrentamos, nem nos desafios que somos obrigados a passar. Confiar significa ter fé, esperar, ter esperança em algo ou alguém.  Deus é digno de nossa confiança. Ao contrário dos homens, Ele nunca deixa de cumprir as Suas promessas.

Estimados irmãos! Davi, rei de Israel tinha muitos motivos para agradecer a Deus. Sua vida fora marcada por erros e acertos, mas ele nunca deixou de reconhecer a soberania de Deus sobre sua vida. Por isso, ele nos convida para louvarmos, agradecermos ao SENHOR: “Rendei graças ao SENHOR...” (v.1a). Por que ser gratos a Deus? Se, porém, nos detivermos um pouco para pensar, veremos que temos muitos motivos para agradecer a Deus e saberemos a resposta. Olhando para o passado, nos leva ao reconhecimento e gratidão pelas tantas vitórias alcançadas. No decorrer desta semana, sentimos a presença de Deus manifestando continuamente a sua bondade, realizando verdadeiros milagres em nossa família, no trabalho, em nossa vida de modo geral. Deus enviou seu Filho Jesus Cristo que sofreu e morreu na cruz para nos reconciliar com Deus, concedendo assim o perdão de nossos pecados, a vida eterna, a fé, o amor.

Quantas coisas maravilhosas recebemos de Deus! Por isso, todos os dias, devemos levantar nossas mãos aos céus em sinal de gratidão a Deus por todos seus benefícios. Por tudo que Deus tem feito em nossas vidas, reconhecendo que de fato o SENHOR tem manifestado a Sua bondade. É justamente neste Deus que manifesta a sua bondade, onde podemos buscar socorro, consolo, perdão ânimo para a nosso viver, onde podemos agarra-nos diante das nossas dúvidas e incertezas. Precisamos apreciar mais a bondade do Senhor.

O salmista oferece a razão pela qual precisamos reder graças ao Senhor: porque ele bom e sua misericórdia dura para sempre”. (v.1b). A palavra misericórdia (hesed), normalmente é traduzido por “amor”, mas também pode ser traduzido por “bondade”, “benevolência,” ou “misericórdia”. O salmista confiava na misericórdia divina. Ele entendia que as misericórdias expressam bênçãos, revelam o sentimento de compaixão para com Seu povo e que impede a ira de Deus (julgamento) de agir de imediato, ou seja, dá tempo para que se arrependesse de seus pecados e de suas maldades. A maior revelação da misericórdia de Deus está fato histórico da morte de Jesus em nosso lugar. O SENHOR teve misericórdia de nós e enviou Filho para morrer em nosso lugar. Ele sofreu a punição da culpa pelo pecado que nós cometemos, sem que Ele tivesse culpa alguma. E por Sua grande misericórdia fomos resgatados pelo sangue de Cristo que verteu na cruz.

Somos também convidados a reconhecermos as misericórdias de Deus no dia a dia. Elas são indispensáveis. O que seria de nós se o Senhor não fosse benigno e misericordioso para conosco? Seriamos consumidos! Assim afirma Jeremias: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã.” (3.22). São pelas misericórdias que Deus nos perdoa, nos da nova chance de recomeçar e aprender com os erros do passado. Elas se renovam cada manhã. Renovam-se em meio à tristeza e a dor, em meio às lembranças amargas. Renovam a nossa esperança, o nosso ânimo, a nossa disposição no dia a dia da vida. Temos um Deus fiel. Um Deus que é bom o tempo todo.

Sabendo das misericórdias de Deus, o salmista invocou ao Senhor em perfeita confiança: “Em meio à tribulação invoquei o nome do Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga”. (v.5). O que significa invocar o nome do Senhor? A palavra invocar tem o sentido de chamar o nome de alguém, bradar ou gritar pelo nome. Ao invocar, o Senhor ouviu a oração do salmista e deu lhe folga. Folga, outro termo importante que significa alargar, dilatar, ou ainda “largura”, “espaço aberto”, “lugar espaçoso”. Seria como se salmista estivesse em lugar apertado e Deus lhe tirasse dali, e o colocasse em um lugar onde a última coisa que sentisse fosse aperto. Neste sentido, percebemos o quanto o salmista estava sofrendo. E se não fosse a proteção divina, em livrar-lhe de seus inimigos, a consequência seria terrível: “Morrerei, certamente, não viverei”! (v.17).

Diariamente vivenciamos também os mesmos problemas que o salmista sentiu em toda sua vida. Presenciamos momentos de tristeza e solidão. Afinal, vivemos numa sociedade turbulenta, cheia de aflições, angústias, medos e incertezas! Quanto medo e angustia em nossos corações, quando não encontramos o consolo! Parece que estamos sozinhos, esquecidos neste mundo. Somos fragilizados pelo desânimo e as esperanças chegam a desfalecer. Mas não há motivos para temer! Não estamos sós neste mundo. Você gostaria de tirar uma folga de suas preocupações e angústias? Está passando por momentos de dificuldades, clame ao Senhor! Invoque o Senhor e confie em Deus e em suas preciosas promessas! Invocar o nome do Senhor, dever ser algo constante em nossa vida, seja na alegria, na tristeza ou na angústia. Antes de tudo, não se torne fraco diante dos momentos de tribulações, veja o que nosso Deus diz: "Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei, e tu me glorificarás”(SL 50.15).

O salmista chegou a esta conclusão, de que Deus está próximo daqueles que lhes pertencem: O Senhor está comigo”. (v.6a). Isso gerou no salmista uma confiança verdadeira cujo efeito se fazia sentir de modo prático em sua vida: “não temerei. Que me poderá fazer o homem?” (v.6b). É uma pergunta retórica. É uma resposta sincera. Ele admite que podemos ser atacados por inimigos. Eles podem nos prejudicar, podem nos oprimir e nos deixar abatidos. Mas, a mensagem que o salmista nos dá é de vitória, de otimismo, pois independentemente daquilo que os inimigos possam fazer conosco ou contra nós, a nossa vida está nas mãos e sob o controle de Deus. Por isso, olhando para o poder dos exércitos e dos seus príncipes e para sua capacidade de promover uma proteção e refúgio contra o perigo, o salmista conclui-se que é melhor se refugiar no Senhor: “Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar no homem (v.8). Lembrando que a palavra refúgio, significa abrigo, retiro, lugar seguro. Um dos termos que exprime a segurança como abrigo, que protege de uma tempestade ou de um perigo.

O salmista recomenda depositar a nossa confiança em Deus. Ela torna-se importante, pois a nossa tendência natural é confiar no ser humano. Não podemos transferir para os homens nem mesmo a menor porção de nossa confiança, que deve ser colocada somente em Deus. Lembre-se que o homem muda, mas Deus é imutável. O homem morre, mas Deus é eterno. O homem é tolo, mas Deus é sábio. O homem é fraco, mas Deus é Todo-Poderoso. O salmo 146.3 também recomenda: “Não confiem em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação”. Foi diante deste pensamento, à busca pelo refúgio, que o salmista depositou a sua confiança em Deus. Sendo assim, ao demostrar esta confiança, Deus o amparou dando-lhe a vitória sobre os seus inimigos, quando todas as nações o cercaram. Ele proporcionou alivio e força nos momentos difíceis.

Não poderia existir um auxilio melhor que o próprio Senhor realizou na vida do salmista. Ele o livrou de todas as nações, pois “Todas as nações o cercaram” ... (v.10a). Cercaram de todos os lados...” (v.11a). Isto demonstra que os exércitos eram numerosos e perigosos. Era uma situação complicada, cujo desfecho dificilmente poderia ser favorável. Entretanto, o salmista busca ação do Deus todo poderoso, como fonte da verdadeira da vitória. Em três momentos, ele enfatiza que destruiu os seus inimigos em nome do Senhor. (vv. 10b,11b,12b). Nos versos 15-18, Ele reconhece que sofreu, mas não foi destruído, pois Deus sempre amparou e salvou seu servo, dando-lhe a vitória sobre os seus inimigos. (vs.13,14).

Da mesma forma, Deus nos ampara. Ele ouve o nosso clamor a qualquer tempo: “Os olhos do Senhor estão sobre os justos; e os seus ouvidos, atentos ao seu clamor”. (Sl 34.15). Mesmo diante das piores situações podemos nos entregar alegremente ao SENHOR, sabendo que nos livrará de todo o mal. Por isso, entregue a Ele toda a sua luta e tribulação, e confie em Deus! O salmista nos inspira a confiarmos no Senhor que ouve e atende a nossa oração. Na verdade, precisamos aprender a confiar em Deus. Confiar em Deus é uma atitude que temos de tomar todos os dias, ou melhor, ela deve estar impregnada em nossa mente, ainda que não enxerguemos propósitos nas circunstâncias que enfrentamos, nem nos desafios que somos obrigados a passar. Confiar significa ter fé, esperar, ter esperança em algo ou alguém.  Deus é digno de nossa confiança.

Mesmo diante da morte em que o salmista vivenciou, muitas vezes, diante de seus inimigos, o Senhor sempre reverteu o quadro desfavorável, ao mostrar de uma forma sabia e justa o rumo da vida do salmista e do povo. Apesar de não ter sido fácil, ele olha para Deus e crê de todo o coração na intervenção do Senhor. Ele afirma que a bondade que Deus lhe havia conferido era tão extensa. ao afirmar que nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação. (v.15). Jubilava porque a destra do Senhor havia feito proezas. A palavra “destra” significa lado direito. É símbolo da mão de força e poder. O Senhor através de seu poder realizou proezas na vida do salmista. Já a palavra “proeza” significa força, poder, capacidade. lustra o uso que Deus faz de sua força infinita para ajudar o salmista. Os benefícios que ele recebeu, o poder de Deus parecia notável e memorável. Mas se não fosse essa proeza que Deus realizou em sua vida, o que seria do salmista? Sofreria punição. Poderia morrer: “Não morrerei; antes viverei e contarei as obras do Senhor.” (v.17). Entretanto, uma vez castigado, disciplinado severamente, Deus não o destruiu: “O Senhor me castigou, mas não me entregou à morte.” (v.18). Deus reverteu à situação. Crê fielmente no livramento do Senhor! Ele sabe que a graça do Senhor encherá sua vida de entusiasmo, de força!

O salmista, agora, se alegra e exulta por ser novamente admitido a oferecer sacrifício a Deus. Agora, poderia se aproximar do Senhor e oferecer agradecimentos. Ele se aproxima do templo, e pede àqueles que tinham a responsabilidade da casa do Senhor, os sacerdotes, solicitando que eles abrissem as portas e permitissem que entrasse para louvar a Deus por sua misericórdia: “Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas e renderei graças ao Senhor.” (v.19). A palavra “justiça” (tsedeq) não tem apenas caráter moral, mas um sentido nacional de libertação no qual os inimigos são descritos como injustos e o fazer justiça significa Deus livrou seus servos das mãos dos adversários. Mas entrar pelas portas da justiça significava ser aceito na comunhão com Deus. E só alguém que foi justificado, só alguém a quem foi imputada a justiça divina, pode estar na presença de Deus. Por isso, o salmista e os outros justos, daqueles dias, entraram pelas portas da justiça para render graças a Deus. Este é motivo pelo qual o salmista deveria louvar ao Senhor. E de fato, ele louva ao Senhor: “Render-te-ei graças porque me acudiste e foste a minha salvação.” (v.21).

No entanto, ainda que Israel estivesse em uma situação em que fosse considerada uma pedra inútil a ser descartada, ou seja, prestes a ser destruído, Deus fez algo maravilhoso ao seu povo. E ainda fará. Ele promete enviar a Pedra Angular — Seu precioso Filho — que fornecerá a base sólida para a vida de seu povo. Mas a Pedra Angular escolhida por Deus para edificar a Igreja, foi rejeitada: " A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra angular” (v.22). Para entender bem essa expressão é preciso entender como eram construídas as casas antigamente. Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra fundamental, a primeira a ser assentada na esquina do edifício, formando um ângulo reto entre duas paredes. Servia para definir a colocação das outras pedras e alinhar toda a construção. É o elemento essencial que dá existência àquilo que se chama de fundamento da construção.

No Novo Testamento essa expressão é retomada diversas vezes. Ela é simbolicamente representada por Jesus Cristo, o Filho de Deus. Aquele que foi rejeitado pelos governantes terrenos de sua época. Os construtores de Israel que julgavam Jesus uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam. Na verdade, nem todos se alinham com a Pedra Angular. Alguns aceitam a Cristo; outros O rejeitam. Marcos afirma que Jesus é "a pedra que os construtores rejeitaram" (12.10). Desde o início, Jesus era "pedra de tropeço e rocha de ofensa" (1 Pedro 2.8). Pedro fez a aplicação direta quando repreendeu os líderes em Jerusalém: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular” (Atos 4.11).

Por terem uma relação especial com a pedra angular, eleita e preciosa, os cristãos devem viver de maneira distinta do mundo: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmas, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2.4-5). Paulo fez a mesma aplicação deste tema: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor” (Efésios 2.19-21).

Como Pedra Angular, Jesus tinha consciência dessa profecia a seu respeito. Sabia do seu papel e também do descrédito que sofreria das autoridades e de muitos de seu povo. Ele cumpriu a promessa. Veio ao mundo, venceu e está assentado a destra do Todo-Poderoso. Sabia que isto tudo “procede SENHOR..."(v.23a). A Pedra Angular está bem posta, sedimentada, sustentando a grande edificação, o Reino.  Isto “... é maravilhoso aos nossos olhos." Por isso podemos nos alegrar com aquele dia. Foi o dia da salvação, foi na plenitude dos tempos que Deus nos deu a salvação em Jesus. É um dia especial: “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemos e elegermo-nos nele.” (v.24). O dia que o Senhor fez. Por meio de sua vitória, Deus fez desse dia em particular um dia de vida, e não de morte, para o salmista e seu povo. Devemos então nos alegrar e celebrar esse dia, pois é mais uma oportunidade de realizarmos algo de positivo em nossa vida e na vida dos outros. Alegremo-nos no Senhor, pois cada dia que nasce é o anúncio que Deus continua renovando suas promessas e, consequentemente, nossa esperança.

Mesmo agradecendo por uma libertação já efetivada, o salmista clama por uma salvação mais ampla e definitiva: “Oh! Salva-nos, Senhor nós te pedimos; oh! Senhor, concede-nos prosperidade!” (v.25). Deus reserva esta salvação ainda maior.na figura de uma libertação realizada por alguém que virá da parte de Deus: “Bendito é o que vem nome do Senhor!” (v.26a). Parece que tanto o salmista como os judeus em geral tinham a esperança da chegada de um rei eterno (Mq 5.2) que promoveria restauração plena para Israel (Mq 5.3,4) e para o mundo (Mq 4.1-4). Por isso, o salmista convida o povo a celebrar este momento: “O Senhor é Deus, ele é a nossa luz; adornai a festa com ramos até às pontas do altar.” (v.27). Essa festa era um tipo de parada ou procissão festiva, quando as pessoas se reuniam e caminhavam pelas ruas dirigindo-se ao templo, onde finalmente começariam as celebrações religiosas relativas à Páscoa, momento em que afirmavam enfaticamente seu relacionamento pessoal com o Salvador: Tu és meu Deus!

Estimados irmãos! Confiemos plenamente em Deus. No Seu plano de salvação, o Messias enviando ao mundo, saudando o nosso Rei Jesus. Saudando com o mesmo entusiasmo, alegria e pensamento do povo de Jerusalém que recebeu naquele domingo de Ramos, cantando: “Hosana! Bendito é o que vem em nome do Senhor!”. Confiemos plenamente em Deus, pois Ele é bom e a Sua misericórdia dura para sempre. Ele é digno de confiança e louvor! Amém!