quinta-feira, 28 de abril de 2022

TEXTO: Jo 21.1-14(15-19)

TEMA: PEDRO, TU ME AMAS?

Após uma madrugada de desanimo, uma pescaria frustrada, pois os discípulos nada apanharam, Jesus, o Cristo ressuscitado, aparece aos seus seguidores. Seu objetivo é acolher aqueles que ainda estavam com medo por causa de Sua morte. Isto demostra o quando Jesus amava seus discípulos, principalmente, a Pedro. É justamente à beira daquele mar, no momento da refeição, Jesus mantém um diálogo pessoal com Pedro e pergunta-lhe: “Pedro, tu me amas?”

Jesus repetiu três vezes essa mesma pergunta. E Pedro respondeu três vezes: “Tu sabes que te amo!” Neste dialogo, Jesus define bem o tipo de amor que Pedro deveria sentir por Ele, pois no momento, o que Pedro sentia por Cristo era um amor de amigo, de companheiro. O que Jesus queria era um amor incondicional, que não mede sacrifícios para servir ao reino de Deus, que deveria provar com gestos, não apenas com palavras. Portanto, somente este amor daria a Pedro a capacidade de pastorear as ovelhas do Senhor, de cuidar da igreja de Cristo, pois se não tivesse este amor, a sua missão não seria completa.

Esta é uma pergunta que Jesus faz a todos os cristãos diariamente: “Tu me amas?” Mas será que amamos verdadeiramente a Deus? Amamos mais do que as outras coisas neste mundo? Qual o amor que você sente por Jesus, um amor de amigo, ou um amor incondicional? É muito fácil dizer que amamos a Deus, quando tudo está favorável, quando as circunstâncias estão tranquilas. No entanto, difícil é amar a Deus diante dos nossos sofrimentos, em situações de vida ou morte. Mas independente das circunstâncias, somos convidados a amar a Jesus. Não seja como Pedro, ame o Senhor Jesus com amor intenso, fervoroso, incondicional, de forma sacrificial. Lembre-se que devemos estar conscientes de que para servir ao Senhor é necessário amá-lo de coração.

                                                              I

Estimados irmãos! No texto anterior, Jesus teve um encontro com os discípulos, principalmente, com Tomé. Depois disso, tornou a manifestar-se novamente aos discípulos junto do mar de Tiberíades. Estavam naquele lugar, juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. Nesta ocasião, Pedro teve a ideia de ir pescar. Os outros discípulos disseram: “Também vamos contigo.” (v.3a). Apesar da tristeza, diante das cenas que presenciaram durante a morte de Jesus, foram pescar, dando continuidade ao trabalho de pescadores. Eles passaram toda a noite pescando, mas não apanharam nada. (v.3b).

Os discípulos nada apanharam! É difícil de entender esta situação! Afinal, eram experientes. Conheciam as técnicas da pescaria. Mas mesmo possuindo profundo conhecimento sobre o assunto, regressaram cansados e frustrados, pois não pescaram nada naquela noite. Nada apanharam! Esgotaram suas forças no empenho daquele trabalho.  Que situação difícil vivenciaram os discípulos! Há momentos na vida de um pescador, que após um longo dia de trabalho, volta para casa sem pegar nenhum peixe. Voltar sem nenhum peixe, causa uma sensação de frustração, desanimo, cansaço, quando olhamos ao nosso redor e encontramos as nossas redes vazias. Não atingimos os resultados que pretendíamos, e nos sentimos impotentes, sem motivação e sem auto estima. Parece que tudo que fizemos, acabou sendo em vão. Na verdade, as nossas expectativas não foram alcançadas, e os nossos sonhos não aconteceram. E consequentemente, a ansiedade, o estresse e a impaciência aumentam, gerando um desconforto constante.

Mas, ao clarear da madrugada, estava Jesus na praia. Os discípulos, porém, não reconheceram que era Jesus. Ele se aproxima daqueles homens, que ainda guardavam na memória os acontecimentos ocorridos em Jerusalém, e pede a eles algo para comer: “tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não.” (v.5). No entanto, os discípulos não estavam desamparados, pois a ajuda estava ali, diante deles: “Então, lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis.” (v.6). Talvez, cansados e sem saber o que fazer, rapidamente o obedecem. Não duvidaram da ordem de Jesus. Aceitam o desafio, demonstram confiança e obediência. São desafiados a pescar novamente, arriscar-se, enfrentar o medo, tempestades, altas ondas para pescar. O resultado foi surpreendente: “Assim fizeram e já não podiam puxar a rede, tão grande era a quantidade de peixes,” (v.6). Foi um sinal maravilhoso, realizado por Jesus através de sua palavra.

Nem sempre as nossas redes estão repletas de peixes. Há momentos que temos de aprender a conviver com as fadigas e o cansaço. Vamos ter que pescar a noite toda e nada apanhar no mar da vida, mas o Senhor continuamente virá em nosso socorro. Virá ao nosso encontro, pois Ele se importa conosco. Ele intervém quando estamos perdidos. Sabe das nossas necessidades, e nos convida a lançarmos as nossas redes em meio ao cansaço e angustia que nos deparamos no dia a dia, diante da nossa vida que é coroada de dor e de fracassos. Ele nos convida a lançarmos as redes diante das constantes derrotas que vivenciamos. E aqueles que assim procedem são abençoados, pois confiam na Palavra do Senhor nas mais difíceis circunstâncias da vida. Como é maravilhoso saber que o Senhor tem a resposta aos nossos anseios mais profundos, ou seja, a tristeza, o desânimo, o desespero, agonia, sentimentos que enfraquecem a nossa alma. É maravilhoso saber que o Cristo Vivo e Ressuscitado, vem ao nosso encontro e nos convida a lançarmos as redes no mar.

Os discípulos foram abençoados com a presença de Jesus. Realmente, redera frutos o trabalho feito sob a palavra do Senhor. (vv.8,11). Mas imediatamente os discípulos perceberam que era Jesus: “Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor.” (v.7). Ele estava convencido, talvez, pelos milagres e a forma como Jesus estava agindo. E Pedro ao ouvir que era o Senhor, cingiu-se com a túnica e lançou-se ao mar com a vontade de reencontrar seu Senhor e demonstrar afeição por ele. Os outros discípulos apanharam o barco e foram para praia, para perto de Jesus onde ali viram umas brasas e, em cima, peixes e pão. (v.8). A passagem não diz de onde veio o peixe. Apesar de não ser especificado, é possível que fizesse parte da grande quantidade de peixes que os discípulos pescaram. Mas neste momento, Jesus pediu a eles que trouxessem também dos peixes que acabaram de pescar. (v.10). Ele motiva os discípulos a trazer uma parte, que venha somar com o que o Ressurreto havia preparado, pois Jesus queria que os discípulos desfrutassem de toda a alegria do seu trabalho.

 

Os discípulos sentiram-se felizes, alegres, respeitado na presença do Senhor, quando receberam o convite: “Vinde, comei.” (v.12a). Não fizeram qualquer pergunta. Ficaram num silêncio respeitoso diante daquele que estava convidando-os para jantar. (v.12b). Se naquele momento ainda havia certa vontade de perguntar quem és tu? agora, após o convite, esta pergunta perdeu seu sentido. Eles já sabiam quem era Jesus. Esta refeição especial com o Jesus ressuscitado teve um efeito profundo na vida nestes sete discípulos. Na verdade, o encontro foi um momento maravilhoso. Jesus procurou incentivá-los a respeito do seu trabalho futuro. Lembrá-los de que não deviam voltar à sua antiga vida de pescadores. Ele os tinha chamado para que fossem “pescadores de homens” (Lc 5.10) e para iniciar a igreja (Mt 16.19). Pedro, o líder entre eles, precisava estar preparado para as responsabilidades que em breve iria assumir. Ele iria liderar e apascentar o rebanho. não com alimento físico, mas com alimento espiritual.

                                                              II

Mas antes de serem “pescadores de homens”, Jesus aproveita o encontro com seus discípulos para encorajá-los e exortá-los sobre a missão que teriam que exercê-la, principalmente, Pedro. Ele é um dos discípulos mais citados nas Escrituras. Sempre esteve próximo ao Senhor. Foi ele quem andou nas águas com o Mestre. Foi ele quem não queria que Jesus se entregasse à morte. Foi ele quem cortou a orelha de Malco, lutando pelo seu Senhor. Enfim, foi ele quem prometeu, que se preciso for, morreria junto com Jesus! No entanto, Pedro era um homem de contrastes, passava de um extremo ao outro. Quando Jesus queria lavar seus pés no cenáculo, o imoderado discípulo exclamou: "Nunca me lavarás os pés." Jesus, porém, insistiu e Pedro disse: "Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça" (Jo 13.8-9). Na última noite que passaram juntos, ele disse a Jesus: "Ainda que todos se escandalizem, eu jamais!" (Mc 14.29). Entretanto, dentro de poucas horas, ele não somente negou a Jesus, mas praguejou (Mc 14.71).

Este temperamento volátil, imprevisível, muitas vezes, deixou Pedro em dificuldades. Por isso, Jesus aproveita este momento para orientá-lo e prepará-lo diante da sua missão de “pescadores de homens”, e de certa forma, até para profetizar a maneira pela qual ele morreria.  Ele ainda precisava entender mais profundamente o significado da cruz como sinal de nossa redenção, salvação, vida, perdão, consolo que Cristo obteve por nós, e o significado de servir o reino de Deus. Na verdade, Pedro sempre teve dúvidas na decisão de seguir a Jesus. Sempre entendia de outra forma o seguir a Jesus. Por isso, precisava entender que seguir a Cristo seria árduo e traria sofrimento, tão horríveis como a morte na cruz. Mas estaria Pedro preparado para anunciar o Cristo ressuscitado neste momento? Será que amava a Jesus, como de fato afirmava?

Pedro tinha consciência de que o amor de Jesus era misericordioso e o sustentava na sua miséria. Ele amava, sim, a Cristo, mas não incondicionalmente. Por isso, Jesus resolve questioná-lo. Ele não queria deixar dúvidas no seu coração. Então, Jesus, pergunta a Pedro em três momentos: "Pedro, tu me amas?" A insistência de Jesus em perguntar: "Pedro, tu me amas?" não era para envergonhar o apóstolo, mas era para que ele compreendesse que o amor que Cristo queria era outro, não um simples amor. Por isso, toda fala do ressuscitado gira em torno do amor e da fidelidade. Isto significa que a repetição da pergunta por três vezes nos indica que o amor era o foco principal que Pedro deveria ter em seu trabalho como apóstolo. O amor que deveria provar com gestos, não apenas com palavras.

Mas sobre que amor, Jesus está falando a Pedro? É interessante notar que nas duas primeiras perguntas feitas a Pedro, Jesus utiliza o amor incondicional. É o amor sacrificial, amor sem reservas, amor que nos leva a nos entregarmos completamente a Jesus, o amor que devemos ter em nossos corações ao servirmos a Deus. Este deveria ser o procedimento de Pedro, que entendesse a importância de ter seu coração cheio desse amor, incondicional, que não mede sacrifícios para servir ao reino de Deus. Somente este amor daria a Pedro a capacidade de pastorear as ovelhas do Senhor, de cuidar da igreja de Cristo. Seria um grande desafio, pois sem o suporte do amor a Deus, não seria plenamente completado que Pedro deveria realizar.

Enquanto, Jesus falava para Pedro do amor incondicional, Pedro respondia que amava a Cristo através de um amor fraternal, um amor afetivo, o amor de pai e mãe, de filho e de filha (Mateus 10.37), um amor imperfeito, que necessita da graça de Deus para se tornar um amor incondicional. Mas ao perguntar a Pedro pela terceira vez: “Tu me amas? Pedro fica entristecido ao dizer: "Senhor tu sabes todas as coisas; tu sabes que eu te amo". Certamente, Pedro agiu desta forma, porque havia percebido que suas palavras ainda não correspondiam a realidade vivida. Ele descobre naquele instante que servia a Cristo, porém, sem muita intensidade, profundidade e compromisso. Por isso, demostrou humildade suficiente para reconhecer que Jesus sabia de tudo, que ele o amava, mas não o suficiente. E foi essa humildade, essa resposta corajosa que fez com que o Senhor Jesus mudasse a sua vida, através do amor e perdão de Jesus. Pedro foi transformado. Converteu-se, então, num seguidor obediente, perseverante e amoroso. Sua percepção de amor foi restaurada por Cristo.

Desprovido do orgulho, Pedro, agora, estava pronto para seguir a Cristo de uma nova maneira. Para ele significava um discipulado coerente, uma procura constante de Cristo, mesmo se isto exigisse o martírio. Agora, estava disposto a dar a sua vida por amor ao Reino de Deus, tal como o Senhor Jesus profetizou que seria “Pescador de homens”. Agora, deveria continuar com a obra de Cristo da maneira como Ele quer que seja realizada, não da maneira como Pedro queria realizá-la. Agora, passa a viver na dependência do Senhor, passa a viver uma nova vida, porque antes agia por si mesmo, pela sua razão: “Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.” (v.18). Que segurança estas palavras devem ter dado a Pedro.

Ao falar da importância do amor em I coríntios 13, Paulo nos ensina: “se não tiver amor, nada disso me aproveitará.” (1 Coríntios 13.1-3) Observe bem o que diz Paulo nestes versos. Ele está nos mostrando que ainda que fossemos capazes de realizar coisas impressionantes como falar a língua dos próprios anjos, ou profetizar, ou conhecer os mais profundos mistérios da humanidade, ou ainda distribuir fortunas, tudo isso seria vão se fosse feito sem amor. Sendo assim, tudo que realizamos no reino de Deus deve ser através do amor. Um músico faz seu trabalho com amor, um pastor realiza seu trabalho amor. Muitos cristãos trabalham na igreja e não se cansam de afirmar que amam a Deus, que fazem o trabalho com amor. Mas será que temos compromisso com Deus? É muito fácil dizer que amamos a Deus, quando tudo está favorável, quando as circunstâncias estão tranquilas. No entanto, difícil é amar a Deus diante dos nossos sofrimentos, em situações de vida ou morte. Mas independente das circunstâncias, somos convidados a amar a Jesus. Não seja como Pedro, ame o Senhor Jesus com amor intenso, fervoroso, incondicional, de forma sacrificial. Lembre-se que devemos estar conscientes de que para servir ao Senhor é necessário amá-lo de coração.

O que é maravilhoso   na vida de Pedro, é que Jesus aceita o seu amor imperfeito. Ele não olhou com olhar de condenação e julgamento para Pedro. Mas foi um olhar de amor e acolhimento, restaurando a sua autoestima. Incentivando a não desistir de seu ministério por causa de seu erro. Agora, Jesus renova o convida: “segue-me”. Mas também Jesus deixa claro que seguir o seu caminho, o seu amor, a sua entrega, iria custar a sua própria vida, que seria a crucificação.

Estimados irmãos! Ao encerrar esta mensagem deixo uma pergunta para reflexão: Qual o amor que você sente por Jesus, um amor de amigo, ou um amor incondicional?


terça-feira, 26 de abril de 2022

 

TEXTO: SL 30

TEMA: O SENHOR TRANSFORMA A NOSSA TRISTEZA EM ALEGRIA

O Salmo 30 é considerado um cântico de Ação de Graças. Ele é atribuído a Davi. Há vários salmos como este. Eles eram cantados no dia a dia das famílias de Israel, tanto nas reuniões domésticas, como nas públicas. Alguns eram cantados nas viagens para Jerusalém e no retorno para casa. Neste salmo, Davi agradece a Deus por algum livramento que alcançou. Ele havia passado por situações de perigo, tribulações, noites de escuridão, de medo e desespero em sua vida. Estava tão debilitado que a sua sensação é de que dormiria e não mais acordaria. Ele se sentiu triste e angustiado. Mas ele revela que, todas, às vezes, que clamou a Deus, foi atendido. Deus transformou a sua tristeza em alegria, não permitindo que a tristeza tomasse conta de sua vida, pois entendia que o “choro” dura só um tempo, depois alegria que vem pela manhã. Pelo fato de Deus ter atendido a sua oração Davi, não quer jamais se calar a respeito da bondade de Deus.

O cristão não está imune ao choro e a tristeza. Jesus disse que enfrentaríamos o choro e o lamento: “Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis”. (João 16.20). A tristeza existe. Ela faz parte da vida de todos nós. São sentimentos e problemas, como solidão, ansiedade, doença, dificuldades em família e desemprego, que nos causam frustração, medo e insegurança. São realidades que nos fazem chorar. Diante desta situação nos sentimos impotentes para encontrar uma solução eficaz, pois tudo parece dar errado. Somos sufocados pelos acontecimentos e das circunstâncias que vivemos. Não é fácil estar alegre. O cenário que se apresenta não é propício para alegria, diante dos tempos tão sombrios que estamos vivendo

Mas o Senhor transforma nossa tristeza em alegria. Assim, como ocorreu com Davi. Então podemos dizer: Como é bom ser alegre no Senhor! Esta alegria que invade a nossa vida e que resplandece em nosso rosto, é o resultado dos momentos maravilhosos que o Senhor nos proporciona no dia a dia. Estes efeitos são imensos. Deus nos guia nos protege e nos ama. Sendo assim, temos muitos motivos para nos alegrar. O Senhor está conosco todos os dias (Mt 28.20), por mais pesado que seja a cruz, que temos que carregar. Lembre-se: Quando a alegria deixar de existir em sua vida, quando faltar força, coragem, fraqueza no trabalho, na família, quando precisar de apoio para vencer os problemas, saiba que o bondoso Deus está atento às suas necessidades e se põe ao lado de você, pois seu interesse” e “cuidado” por nós duram a vida toda (v.5a).  

Estimados irmãos! Inicialmente, o salmista reconhece suas fragilidades e suas limitações, bem como sua vulnerabilidade diante das dificuldades da vida. Ele descreve a situação de sua saúde e fala que era alvo das zombarias de algumas pessoas, que ele chama de inimigos (v.1c). Em outras palavras, o autor do salmo estava à beira da morte. Apesar do salmista sentir a morte tão perto, não desiste da vida. Ele é fortalecido pela esperança de que o Senhor Deus o ouvirá. Sendo assim, ele clamou, e o Senhor lhe deu vida no lugar da morte, substituiu a doença por saúde e lhe tornou próspero. Ele mesmo afirma: “tu me livraste.” (v.1b). “tu me saraste” (v.2). E ainda: “da cova fizeste subir a minha alma; preservaste-me a vida para que não descesse à sepultura.” (v.3b). Sua expectativa é, então, confirmada, e sua vida é poupada. Deus havia tirado sua alma da sepultura e o mantido vivo o salmista. Agora, quer exaltar ao Senhor. (v.1a). Ele quer salmodiar e dar graça ao seu santo nome. (v.4). Ele desafiou também o povo a dar graças, lembrando da santidade do Senhor.

No entanto, durante um determinado tempo, Davi experimentou a ira de Deus. Na hora da dor, ele achava que Deus estava irado. Mas entendeu que o Senhor não é um ser que preza a raiva. Ao invés de aplicar o juízo merecido, Deus ofereceu misericórdia ao salmista. Ele afirma: “Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira.” (v.5). De fato, Deus não é maldoso, severo e repleto de ira, como muitos imaginam. Ao contrário os efeitos de seu favor são substanciais e duráveis: "seu favor dura a vida inteira". As lutas que enfrentamos neste mundo podem persistir durante a noite, mas a alegria virá pela manhã, pois Ele sempre está disposto a mostrar misericórdia e bondade. São pelas misericórdias de Deus que Ele nos perdoa, nos da nova chance de recomeçar e aprender com os erros do passado. A misericórdia jamais acaba não tem fim, ou seja, Deus está sempre disposto a dar uma nova chance, a começar de novo. Isto significa que a bondade divina é para toda a vida. O que Deus deseja é o arrependimento dos nossos pecados e voltarmos para ele, em adoração e submissão sincera.

Precisamos sempre lembrar que, somente aqueles que foram cobertos pelo sangue de Cristo, derramado na cruz, estão seguros de que a ira de Deus nunca cairá sobre eles. E por causa do seu sacrifício perfeito na cruz, hoje temos paz com Deus e desfrutamos do seu favor por toda a vida. Podemos estar seguros de que a ira de Deus dura apenas um pouco, e se transforma em alegria, isso porque a misericórdia de Deus é firme e duradoura. Esse princípio, inclusive, ecoa por toda a Escritura. Através do profeta Isaías, Deus disse ao seu povo: “Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu Redentor” (Isaías 5.7). O apóstolo Paulo afirma: "Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele!" (Romanos 5.9).

Na segunda parte do versículo, Davi repete a mesma coisa figurativamente: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" (v.5). Davi, em sua oração, registra o choro e o lamento que tomou conta da sua vida em virtude da sua fragilidade e fraqueza humana. Ele diz que chorou a noite toda, revela que se sentiu abandonado por Deus e inseguro quanto ao futuro. Ele confiava em sua ajuda e quando adoeceu gravemente buscou a Deus, mas não recebeu resposta imediata. Parecia que Deus estava irado. Ele orou e lamentou a noite toda buscando a graça de Deus. Entendeu que o choro é realmente passageiro. Ele já faz parte da vida de cada ser humano. Choramos por diversas razões. Alguém chora quando perde um jogo de futebol, a namorada chora quando perde o namorado, as crianças choram quando estão doentes. Enfim, choramos quando perdemos um ente querido. Como é triste!  Mas, muitas vezes, o choro pode durar a noite todo em nossa vida, quando sentimos os momentos de angústia, medo, desesperança, dor tribulações, desespero, aflições. São momentos que nos entristece, e parece que todas coisas não   vão passar, não vão acabar. Neste momento, não há   ninguém que possa enxugar as   nossas lágrimas. Mas ao amanhecer, porém, vem a alegria, o regozijo, o consolo, a paz, a segurança interior.

Você está chorando! Lembre-se: você não está sozinho! Chore na presença do Senhor, sabendo que Ele está ao seu lado! O próprio Jesus afirma: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mt 28.20). “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” (Mt. 5.4). Deus falou para Jacó: “Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado”.(Gn 28.15).Deus falou Isaías “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10).Deus falou para Josué: “Não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Js 1.9).João diz em Apocalipse 21.4: "Deus enxugará de seus olhos toda a lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já as primeiras coisas são passadas”. O texto bíblico diz que a morte não existirá mais, e com ela também desaparecerão a tristeza, a dor e o choro. Não haverá mais nenhum motivo para chorar. Deus enxugará de nossos olhos toda lágrima para sempre! E no novo céu e na nova terra haverá paz, harmonia, alegria e pleno contentamento.

Davi, antes, pensava que vivia tranquilo e que a adversidade nunca poderia afetar à sua posição política e à riqueza. A vida era boa. Ele gozava de grande prosperidade, e sentia como se nada mudasse. Dependia de suas habilidades e bens, em vez do Senhor. Ele afirma: “Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: jamais serei abalado". (v.6). Para ele nunca haveria nada que pudesse afligi-lo, como se tivesse, ele mesmo, poder para controlar tudo à sua volta e garantir, por seus próprios meios, o sucesso e a felicidade. Tamanha foi arrogância de Davi que ficou confuso e desorientado quanto os desafios que estavam presentes em sua vida. Ele evidencia tal verdade ao dizer resignado: “SENHOR, pelo teu favor, tu firmaste minha montanha.” (v.7a). A palavra “montanha” parece ser usada para denotar aquilo em que ele confiava como sua segurança ou força, pois a montanha, ou as rochas inacessíveis, constituíam um refúgio e segurança em tempo de perigo. (Salmos 18.1-2; Salmos 18.33; Salmo 27.5). 

Neste sentido, o salmista fala de si mesmo, se coloca numa posição onde não temia nenhum inimigo e se considerava totalmente seguro. Ele estava tão confiante, e pensou que sua “montanha” estava tão forte, tão segura. Mas o Senhor havia ocultado o seu rosto e o salmista passou a viver em pânico. (v.7). Esconder o rosto” é sinônimo nas Escrituras Sagradas de retirada de favor. (Salmo 13.1). Sendo assim, o salmista ficou perturbado. confuso, perplexo, agitado, apavorado. Sentiu um medo repentino, pois tudo em que confiava, tudo que pensava ser tão firme, foi subitamente destruído. Mas tendo percebido o pecado de seu orgulho, admitiu a graça e a provisão de Deus. Chegou à conclusão de que seus esforços não trariam senão desespero. Este é o nosso único recurso diante de nosso orgulho: devemos nos arrepender de nossa arrogância e rebelião, buscando a graça e a misericórdia de Deus. Fora Dele, nada somos.

Tendo percebido o seu erro, Davi clamou ao Senhor, fazendo-lhe súplicas. Sabiamente, Davi fez seu pedido ao Senhor, ao único que poderia lhe ajudar. Ele sabia que Deus era a fonte de sua bênção, sabedoria e força. Ele já não queria andar sozinho, mas buscou o Senhor em seu momento de necessidade. Por isso, clama ao Senhor: “Por ti, Senhor, clamei e implorei. Que proveito obterás no meu sangue, quando baixo à cova? Louvar-te-á, porventura, o pó? (vv.8,9). Em um esforço para apelar à abundante graça de Deus, Sendo assim, Davi ofereceu uma sugestão: Que proveito há em meu sangue. Isto é, que lucro ou vantagem haveria para ti se eu morresse? O que seria “ganho” com isso? O argumento que o salmista insiste é que ele poderia servir melhor a Deus com sua vida do que com sua morte. Se morresse, o impediria de prestar o serviço ao Senhor.

Diante desta situação, o salmista pede misericórdia ao Senhor, pois admite sua grande necessidade. Admite que havia pecado e foi incapaz de fazer provisão para suas muitas necessidades sozinho. Ele confessa a Deus que precisa de sua ajuda, ao afirmar: “Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim! O Senhor, sê o meu ajudador”. (v.10). Como se ele afirmasse: Deus, eu não posso, mas você pode. Por favor, responda ao meu apelo e ajude na minha situação. Então, podemos afirmar que, agora, Davi vive momentos maravilhosos. Ele confessou seu pecado diante do Senhor, arrependeu-se de seu orgulho e reconheceu sua grande necessidade do Senhor. É exatamente, assim, que devemos nos aproximar do Senhor, quando respondemos ao Seu chamado pela salvação. Após a nossa conversão, há momentos em que teremos de nos apresentar diante do Senhor, como Davi, confessando nosso pecado e admitindo nossa necessidade de provisão e graça do Senhor.

Como é maravilhoso! Deus vem ao nosso encontro e se preocupa em nos consolar. Ele enxuga as nossas lágrimas. Permite expressar nossas incertezas. Por isso, precisamos olhar para o Senhor e levantar os olhos para o único que pode nos ajudar. Somos convidados a reconhecer as misericórdias do Senhor. Somos conclamados a continuar no mesmo espirito de oração e louvor, reconhecimento e súplica pelas misericórdias. Quem de nós não precisa de misericórdia, e não tem clamado por ela? Se nos sentimos desprezados, rejeitados, discriminados, olhemos para o Senhor e clamemos por misericórdia. Esperamos, pacientemente, pois Deus nos oferece o socorro.  Esse é o exemplo que devemos carregar sempre conosco: manter os olhos fixos na misericórdia do Senhor, pois só a misericórdia do Senhor nos garante paz em meio a tanto desprezo. Foi nesta confiança que o salmista, em meio à angústia, ele invocou ao Senhor. Ele creu que só havia uma escapatória diante de sua angústia: confiar na misericórdia do Senhor.

O estado de espírito do salmista está, agora, completamente transformado. Seu tempo de dor se transformara em uma época de alegria. O choro se transformou em danças de alegria (Salmo 30.11). As vestes de lamentação, comumente usadas em momentos de clamor e súplica, foram mudadas por veste alegres, de louvor, de gratidão. A alegria realmente veio de manhã para Davi. Por isso, depois de receber a atuação benéfica de Deus, o salmista testemunha (v.11): “tu transformaste o meu lamento em festejos; retirastes meu pano de saco e me vestistes de alegria”. Que transformação: o choro vira riso; as vestes de luto viram vestes de comemoração. Somente Deus pode causar tamanha mudança. Mas essa transformação tem um propósito. Se antes o nome do Senhor fora deixado em segundo plano, Deus quer que, agora, o salmista volte a ter primazia na vida.

Deus ouviu a oração do salmista. Ele pôs fim aos seus problemas. não morava mais na miséria e no desespero. O Senhor havia respondido à sua necessidade e seu espírito foi renovado. Ele fez com que suas tristezas fossem sucedidas pela alegria. Agora, ele se propõe a louvar continuamente ao seu Deus. Não há timidez que o impeça. Não há cansaço que lhe faça parar. Como prometeu, ele vai louvar ao Senhor para sempre: “para que o meu espírito te cante louvores e não se cale. Senhor, Deus meu, graças te darei para sempre”. (v.12). Devemos estar dispostos a oferecer louvores imediatos e contínuos pelas bênçãos que recebemos.

Estimados irmãos! O Senhor vê o momento que vivemos, conhece tão bem a nossa vida, nosso coração, nossas lágrimas e angústias. Ele não permite que a tristeza tome conta da nossa vida, que a alegria do mundo se converta em sofrimento. Por isso. não se desespere! Não desanime! Não perca a fé! Deus nunca vai permitir que você seja provado mais do que pode suportar. Se você está se sentindo fraco ou desanimado, lembre-se das misericórdias do Senhor que duram para sempre e se renovam a cada amanhecer. Lembrem-se que o Senhor estende a sua graça e bondade para aqueles que confiam nele. Que o Senhor transforme a nossa tristeza em alegria. Amém!

quinta-feira, 21 de abril de 2022

 

TEXTO: JO 20.19.31

TEMA: PAZ SEJA CONVOSCO!

Estas foram as palavras que Jesus disse aos discípulos, que ainda estavam vivendo na insegurança e no medo. Sentimentos que tomaram conta da vida dos discípulos naquele domingo de Páscoa. Eles tinham visto tudo o que os judeus fizeram contra Jesus: preso, açoitado, julgado e condenado à morte. Sentiam que Seu líder, agora, estava morto. Certamente, eram também procurados e seu destino não seria diferente. Temiam represálias, uma vez que o sinédrio tinha poder e influência para perseguir os seguidores de Jesus e, por isso, eles estavam com medo dos judeus. Sendo assim, trancaram as portas da casa onde estavam. Refugiaram-se da ira, do ódio e perseguição dos fariseus, escribas e doutores da lei. Tristes e angustiados choravam a morte de seu Mestre. Discutiam entre si sobre a sua fuga no Getsêmani, o seu fracasso e sobre a incerteza de sua vida futura, sem a presença do Redentor.

No entanto, aquele momento se transforma em alegria, tranquilidade e paz. De repente, Jesus põe-se no meio deles com uma saudação inesperada e, ao mesmo tempo, redentora: “Paz seja convosco!” (v.19). A saudação de Jesus é significativa. Não se trata de uma saudação simplesmente. A paz se relaciona com a ressurreição. Ela expressa a reconciliação universal de Jesus com o mundo através da vitória sobre morte e pecado. Trata-se, portanto, da paz plena que Jesus concede aos seus discípulos. O Príncipe da paz veio trazer alegria. Ele vencera a morte e o pecado. Agora, havia de fato paz para os discípulos. Não havia mais razão para temer e duvidar, pois Jesus ressuscitou.

Estimados irmãos! Desde os primórdios até os dias contemporâneos, o homem sempre se preocupou em obter a paz, nas suas diversas formas. Mas em que consiste esta paz? O que as pessoas pensam sobre a paz? O que elas precisam para ter paz, num mundo onde existem tantas discórdias e desunião? Ter uma boa saúde? Proteção e segurança? Ter tranquilidade, respeito à liberdade entre os povos? Pensamos, muitas vezes, que estes são os requisitos para que realmente tenhamos paz. Na verdade, a paz que o mundo oferece, ela é falsa, enganosa, política. Ela é resultado de contratos, alianças e acordos de cessar-fogo, mas que nem sempre se consegue a paz. Sendo assim, conclui-se que as pessoas têm um falso conceito sobre a paz.

Precisamos compreender que a paz de Jesus é algo diferente da paz do mundo. Jesus Cristo nos concede uma paz interior que supera a paz que o mundo oferece, como ele próprio afirmou: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá”, (Jo. 14.27). Aos discípulos, Ele disse: “Paz seja convosco!” Mas de que paz Jesus estava falando aos discípulos? Quando se coloca no meio deles com uma saudação inesperada e, ao mesmo tempo, redentora? Ora, aquela saudação, “Paz seja convosco!”, tem um significado profundo. A saudação de Jesus é significativa. Não se trata de um desejo ou saudação simplesmente. Em Cristo, porém, a paz adquire dimensões mais sublimes. O que Jesus conquistou na cruz para nós, vai muito além daquilo que o mundo poderia nos oferecer. Ele nos trouxe a paz de Deus, perdão dos pecados e vida eterna. Trata-se, portanto, da paz plena que Jesus concede aos seus discípulos. O Príncipe da paz veio trazer alegria. Ele vencera a morte e o pecado. É essa a paz que o mundo não pode dar!

O apóstolo Paulo também responde em que consiste esta paz: “Justificados, pois mediante a fé temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Rm 5.1). A justificação é a forma que Deus usa por meio de Cristo para nos tornar livres da condenação que antes permanecia sobre nós. Ela ocorre por meio da fé na morte de Cristo em nosso lugar, pois não há outro caminho. O homem não é capaz de sozinho se reconciliar com Deus porque todos pecaram. E ninguém pode ser considerado justo por suas próprias obras perante Deus. Não há qualquer mérito ou justiça própria que o credencie a desfrutar da comunhão com nosso Criador. Dessa forma, a paz com Deus só pode ser restabelecida através da obra expiatória de Cristo na cruz. Foi o sacrifício de Cristo que trouxe a reconciliação com Deus. Na verdade, não conseguiríamos nunca chegar em paz diante de Deus sem esta obra tremenda do Senhor para nossa vida. Agora, justificados, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta é paz que o mundo necessita. Esta paz só pode ser encontrada em Jesus, o Príncipe da paz. E Jesus tem o imenso prazer de dar a sua paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração” (Jo 14.27).

Não havia mais dúvidas sobre a ressurreição para os discípulos. Jesus mostra as provas para que não houvesse nenhuma dúvida: “E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado.” (v.20a). Ele mostra-lhes as marcas mais profundas da sua paixão: mãos e pés perfurados pelos pregos e o lado perfurado pela lança. Mostra-lhes as marcas da injustiça, as marcas da dor, as marcas do flagelo com que passou nos seus últimos dias. Ao contemplarem os sinais da identidade do Cristo crucificado, a alegria estava de volta e o medo desaparece na vida daqueles discípulos: “Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor.” (v.20b). Resgataram a confiança de que poderiam enfrentar qualquer desafio e ser vencedores. Abraços e conversas tomam conta daquilo que até, então, era silêncio, medo e perplexidade. A partir daquele momento, passaram a confiar que, mesmo diante de provas e sofrimentos, a presença de Cristo produz paz, segurança e esperança. Agora, havia paz.

Semelhante aos discípulos nossa tendência é nos fechar, trancar nossas portas e tentar nos proteger. Mas o Senhor se aproxima e nos ajuda a enfrentar o medo, provações, problemas que nos causam preocupações. Ele diz: “Paz seja convosco!” São palavras consoladoras e cheias de esperança que todos precisamos. Hoje, encontramos tantas pessoas precisando de paz neste mundo. São pessoas com almas estressadas, sorrisos ausentes, angústia, medo e remorso. São famílias em conflito, solidão, tristeza, angústia precisando da verdadeira paz. O que fazer quando não há paz? Quando a paz aparece estar tão distante? Em Jesus, encontramos todas as respostas para os intermináveis e infinitos questionamentos da alma conturbada, do espírito irrequieto, da consciência traumatizada e da memória torturante. Somente em Jesus é que temos a esperança viva, de que o nosso sofrimento será coroado de paz. A fé em Jesus é o único remédio para um coração turbado. Ela triunfa nas crises. Por isso, o nosso consolo é olhar para a cruz de Cristo, quando nos falta a paz.

Jesus diz ainda algo mais profundo aos seus discípulos. Seriam habilitados para continuar com o ministério que Jesus começou. Ele diz, “assim como o Pai me enviou para pregar, ser perseguido, sofrer, oferecer perdão aos homens, Eu também vos envio.” (v.21). Senhor ordena que eles sejam seus embaixadores, para estabelecer seu reino neste mundo. Essa realidade tornou-se viva na vida dos discípulos pela ação do Espírito, quando Jesus, “assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. (v.22).  Se a grandeza da manifestação do Cristo ressuscitado aos discípulos, ainda não fosse suficiente para encoraja-los, então, o sopro do Espírito Santo, a ação do Espírito, completaria o que faltava. Portanto, os discípulos foram capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo para pregar as Boas Novas a respeito de Jesus.

Os discípulos ao receberem o Espírito Santo, também foram enviados para perdoar pecados e retê-los das pessoas: “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos.” (v.23). Na verdade, Jesus ensinou aos Seus discípulos, que ao receberem a autoridade de perdoar ou de não perdoar os pecados, deveriam realizar no nome de Cristo. Esse entendimento é fortemente apoiado pela observação do que os apóstolos fizeram logo após a ascensão de Jesus: “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2.38). Essa é exatamente a mensagem ordenada por Cristo, o poder de apresentar às pessoas o perdão de Deus disponível pelo sacrifício de Cristo. Observe que Pedro não o perdoou os pecados das pessoas, mas levou as pessoas a se arrependerem diante de Deus e crerem no sacrifício feito pelo Senhor Jesus para a remissão dos pecados.

No entanto, Tomé, um dos discípulos, esteve ausente quando Jesus se manifestou. Mais tarde, os outros discípulos lhe contaram o que havia visto, ao receber o testemunho unânime dos seus colegas: “Vimos o Senhor”. (v.25a). Ele não quis acreditar, se manteve céptico: “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei.” (v.25b). A reação de Tomé era compreensível. Ele afinal, vira o Salvador pendurado na cruz. Estava morto e não poderia sair de sua sepultura. Por isso, queria ver para crer. Ao que tudo indica, Tomé endureceu o seu coração. Fechou-se em sua incredulidade. Enquanto todos os discípulos estavam alegres com a comunhão de Cristo, Tomé estava imerso em tristeza por causa da sua falta de fé. A reação de Tomé mostra o ceticismo natural do ser humano diante da inédita vitória sobre a morte: queria sinais concretos do ressurreto.

Ele teve esta oportunidade, de um testemunho mais claro e eloquente, conforme era o seu desejo. Para Tomé era precisava sentir as mãos de Jesus, tocar aquelas marcas, para acreditar que Jesus estava vivo, do que apenas palavras dos discípulos. Ele entendia que todos viram e creram, mas ele precisava tocar. Era uma necessidade dele. Sendo assim, oito dias mais tarde, Jesus novamente, em condições semelhantes, apareceu aos discípulos. Jesus, que Tomé tanto amava, que estivera sempre ao seu lado, estava na sua frente. Naquele momento, Jesus chamou Tomé ao arrependimento e o convida para ver mais de perto os seus ferimentos como prova da sua ressurreição: “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente”. (v.27).

Contudo, a incredulidade de Tomé não é tão diferente dos demais discípulos. Eles também duvidaram diante do sepulcro vazio (Jo 20.3; Lc 24.12). Não creram nos testemunhos das mulheres (Lc 24.10-11). E o que é mais grave ainda, não acreditaram nem mesmo quando O viram pessoalmente: pensaram que era o Seu espírito (Lc 24.41). Como é difícil entender a situação que viveram os discípulos. Eles andaram com Jesus. Contemplaram seus milagres e sinais, e ainda assim duvidaram. Agora, imaginem aqueles que nunca O viram! Na verdade, esta é a reação do ser humano diante das Escrituras. Como é difícil aceitar as Escrituras, assim, como ela se apresenta. Já no passado, como no presente, o homem sempre colou dúvida em torno da Palavra de Deus. As diversas teorias sobre a ressurreição nos causam tristezas. Mas por que duvidar de algo maravilhoso que Deus realizou? Por que duvidar da ressurreição?

Tomé estava perplexo. Agora, ele perde completamente sua postura arrogante. Deixa de lado o orgulho e a descrença. E não se limita a ter uma nova opinião sobre a ressurreição de Jesus. Sendo assim, ele reage. Toma uma decisão. Faz uma humilde confissão, uma das maiores declarações de fé. A sua resposta a Jesus, não foi uma exclamação, mas uma afirmação: Senhor meu e Deus meu!” (v.28). Jesus tinha sido o Mestre para Tomé o tempo todo, mas agora, acreditando em sua ressurreição, ele clama cheio de emoção, “Senhor meu e Deus meu!”, entendendo que Deus estava em Cristo. Portanto, aceita Jesus como quem ressuscitou, sendo ele “o Senhor” e “Deus”. Que confissão maravilhosa! Ele não vê somente o homem Jesus, que estava com os apóstolos e comia com eles, mas o seu Senhor e seu Deus. Ele se arrepende e entrega-se incondicionalmente a Jesus aceitando-o e tendo a oportunidade de sentir, ouvir e enxergar Jesus, o Salvador

Depois que Tomé fez a profissão de fé, Jesus anuncia um princípio fundamental para os todos os cristãos: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”. (v.29). De fato, não vimos Cristo com nossos olhos, não contemplamos os poderosos feitos que ele realizou sobre a terra, tampouco enxergamos os sinais dos cravos ou as marcas da lança, e ainda assim nós cremos que Jesus ressurgiu dentre os mortos e nos garantiu vida eterna. Então, podemos dizer: somos felizes porque cremos que Jesus ressuscitou dentre os mortos, sem ver Jesus como os discípulos o viram.

Ao finalizar o texto, João identificou o motivo deste relato. Ele conclui: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (vv. 30,31). De fato, Cristo fez muitos “sinais” diante dos discípulos que não foram escritos neste livro. No entanto, aqueles  “sinais” que foram escritos, servem para que “Jesus, o Cristo, Filho de Deus” seja reconhecido e associado à esperança messiânica judaica. O objetivo do evangelho, portanto, não é escrever um “diário da vida de Jesus”, mas servir “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (v. 31). Todos os sinais neste evangelho apontam para Jesus como sendo o Cristo e o Filho de Deus, que veio dar vida a todos aqueles que creem. Nós, que cremos, somos encorajados a ler e reler o Evangelho de João para continuarmos na nossa fé.

Estimados irmãos! Abandonem a dúvida. Não há razão para a incerteza quanto à ressurreição de Jesus. As Escrituras mostram claramente. O próprio Jesus transmite a mensagem pascoal: Paz seja convosco! Mensagem que alegra os discípulos e a todos nós; que leva o incrédulo Tomé à fé verdadeira. Que o Senhor nos abençoe! Amém!

quarta-feira, 13 de abril de 2022

 

TEXTO: J0 19.17-30

TEMA: ESTÁ CONSUMADO!

Consumado é uma expressão que as pessoas usam diariamente para dizer que o trabalho está concluído. O pedreiro olha para sua construção e diz: “Terminei!”. O atleta após uma corrida também afirma: “Completei!” Da mesma forma, quem termina um desenho, afirma: “Acabei!” Em resumo, podemos afirmar que “Está consumado!” significa: “está concluído!”, “está feito!”, “acabou!” Jesus também usou esta expressão quando estava na cruz. Foi uma das suas últimas palavras antes de entregar a Sua vida. Na língua grega esta expressão chama-se “Tetélestai”. Ela contém três significados no contexto secular: Primeiro, era usada para a conclusão de uma tarefa. Segundo, era usada para a quitação de uma dívida. Terceiro, era usada para posse definitiva de uma escritura. No entanto, quando esta expressão, “Tetélestai”, é usada por Jesus na cruz, ela adquire algo mais profundo. Isto significa que Jesus concluiu a obra Salvadora que o Pai lhe havia confiado.

Mas o que realmente estava consumado? Vejamos este questionamento sob três aspectos: Primeiro, Ele pagou pelos nossos pecados, para nos reconduzir a Deus. A partir daquele momento a nossa dívida estava paga, os nossos pecados foram perdoados, dando a nós a vida eterna. Segundo, a obra Salvadora de Cristo não era apenas morrer por nossos pecados. Na cruz, Cristo derrotou Satanás em nosso favor. Jesus destruiu a força de Satanás, permanentemente, quando na cruz, Ele disse: “Está consumado!” Esmagou a cabeça de Satanás: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3.15).  Destruiu aquele que tinha o poder da morte. Ele já está derrotado, juntamente com todas as suas potestades. Agora, não tem domínio sobre nós, pois estamos vivendo sob a proteção do Senhor.

Terceiro, está consumado também significa que Cristo venceu a morte. Foi o último inimigo a ser derrotado. Mas tudo começou lá no Jardim do Éden. A maldição sobre a humanidade provocada pelo pecado do homem. O SENHOR havia dito: "você certamente morrerá" (Gênesis 2.17). E a verdade ainda se completa em Romanos 6.23: "O salário do pecado é a morte". No entanto, Cristo venceu a morte. E o fato de Cristo ter vencido a morte é um cumprimento às profecias. Jesus morreu na cruz, mas não permaneceu morto. Ele ressuscitou. Ele venceu e nós também a venceremos, e nos encontraremos com Cristo na vida eterna. Somos "mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" (Romanos 8.37). Cristo é "as primícias dos que dormem" (1 Coríntios 15.20),

Estimados irmãos” Depois de ter sido açoitado e maltratado pelos soldados, Jesus foi conduzido à crucificação. E de acordo com o evangelista, Jesus ao carregar a sua cruz, saiu para um lugar chamado Calvário (Gólgota), onde crucificaram com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Crucificar dois malfeitores ao lado daquele que foi justo, era uma verdadeira humilhação. Mas naquele momento se cumpria as Escrituras, que afirma que Jesus “foi contado com os transgressores” (Isaías 53.12). E no meio destes transgressores, Jesus sofreu, foi blasfemado e insultado. Um, porém, continuou com sua zombaria e manteve seu orgulho, permanecendo em seu pecado, e perdeu a sua última oportunidade de ser salvo; o outro, porém, disse: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". (Lucas 23.42). Ele experimentou toda a graça do perdão, uma única frase, abriu-lhe as portas para o paraíso celestial.

Pilatos foi outro personagem que também não resistiu à oportunidade de fazer uma ofensa, ao demostrar uma forma humilhante a Jesus. Ele também demostrou um profundo desprezo pelos judeus. Ele escreveu um título e o colocou na parte de cima da cruz, para que todos ao passarem por ali, pudessem ler aquela placa sobre a cruz de Jesus. A placa continha uma única mensagem escrita, que dizia: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus.” Ele escreveu o que sabia a respeito de Jesus, que Jesus era o Rei do Judeus. Esta acusação foi escrita em três línguas: Hebraico, latim e grego. Porém, os líderes religiosos não gostaram disso, e disseram a Pilatos: “Não escrevas: Rei dos judeus, e sim que ele disse. Sou o rei dos judeus.” (v.21). Mas Pilatos não mudou o que tinha escrito: “O que escrevi, escrevi.” (v.22). A situação que estava vivendo Pilatos pode ser percebida na seguinte declaração dos judeus: “Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César” (João 19.12). Nesse sentido, fica evidente que nem Pilatos como governador romano, nem os sumos sacerdotes como maior autoridade religiosa do povo judeu, estavam dispostos aceitar o sofrimento de Jesus na cruz.

No entanto, a humilhação também se estende entre os soldados. É impressionante o que os soldados fizeram com Jesus durante o seu sofrimento. Anteriormente, eles “teceram uma coroa de espinhos e puseram sobre a sua cabeça, e lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: “Salve, Rei dos Judeus. E davam-lhe bofetadas.” (João 19.2,3). E, agora, a zombaria e o escarnecimento continuaram na cruz. Tiraram-Lhe a Sua túnica e dividiram as Suas vestes em quatro partes, uma para cada soldado, conforme a tradição. Mas, olhando para a túnica, eles acharam por bem jogá-la, lançando sortes para ver de quem seria. Foi mais uma humilhação que Jesus enfrentou. Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras: “Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes” (Sl. 22.18). Jesus viu os soldados dividindo Suas roupas e lançando sortes sobre a túnica, em cumprimento da profecia. Ele olhava para aquele ato que os soldados estavam realizando. Eles estavam tão perto de Jesus, que tiveram a oportunidade de olhar para o Salvador, mas não foram capazes dizer:  Jesus, lembra-te de nós quando entrares no teu Reino. Escolheram olhar para as vestes, lançando sortes sobre elas.

Mas também haviam pessoas que acompanharam e se compadeceram de Jesus. Eram algumas mulheres, que estavam junto a cruz. Sua mãe e a sua irmã, Maria mulher de Clopas e Maria Madalena, bem como o discípulo amado, no qual Jesus pediu-lhe que tomasse conta de Sua mãe. Estavam ali, arriscando a sua própria vida, para consolar Jesus diante de sua angustia. Contemplar a morte de Jesus, para aquelas mulheres, era um árduo desafio, pois não foi fácil presenciar a agonia, a vergonha e a indignidade de sua morte. Além disso, não conseguiam entender que, aquele que mudou a vida de muitas pessoas, estava morrendo de maneira tão brutal! Mesmo assim, havia uma grande compaixão, amor e dedicação delas por Jesus. Mas mesmo dominado pela dor e sofrimentos, Jesus não se esqueceu de sua mãe. Ele se dirige à sua mãe para mostrar que a partir daquele momento seria João quem cuidaria dela: “Eis aí a tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.” (v.27). Numa clara indicação de que seria ele quem cuidaria de Maria.

Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado(τετέλεσται), para se cumprir as Escrituras, disse: Tenho sede!” (v.28). O cansaço pelo qual passara, a tristeza que sentira, o calor do dia e a perda de sangue, eram as causas naturais dessa sede. Por isso, sentiu sede. Essas palavras de Jesus também foram cumpridas. João ouviu nessas palavras o clamor que reunia todos os anseios e agonias de sua alma, que cumpriam seu trabalho, que expressavam o terrível significado de seu sofrimento, e preenchiam o quadro profético: "Puseram fel na minha comida e para matar-me a sede deram-me vinagre." (Salmos 69.21). Observamos o exemplo perfeito de Jesus. Ele poderia ter passado horas gritando e reclamando sobre a dor imposta nesta punição cruel. Ele poderia ter amaldiçoado os soldados e oficiais que determinaram sua morte, mas não fez. Seu propósito principal não era buscar a satisfação de Sua necessidade, mas cumprir a vontade do Pai. “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: “Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (v.30).

Mas o que realmente estava consumado? O que Jesus precisamente concluiu? Primeiro, Ele pagou pelos nossos pecados, para nos reconduzir a Deus. A partir daquele momento a nossa dívida estava paga, os nossos pecados foram perdoados, dando a nós a vida eterna. Por isso, não há dúvida que a exclamação de Jesus, "Está consumado!”, traz a mensagem central do amor de Deus por toda a humanidade. Sua morte foi o meio pelo qual o amor de Deus nos alcançou. Este grande amor está expresso nas palavras de João 3.16: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Agora, há perdão para os pecados, há reconciliação entre o homem e Deus, há uma realidade de vida eterna. Quando cremos nesta mensagem da cruz, somos salvos, redimidos, resgatados. Esta é a mensagem da cruz que precisa ser proclamada, pois ela contempla e revela o plano de Deus que redime o homem de seus pecados, levando-o de volta para a casa do Pai. 

Segundo, a obra Salvadora de Cristo não era apenas morrer por nossos pecados. Na cruz, Cristo derrotou Satanás em nosso favor. “Havia chegado o momento deste mundo ser julgado, e agora o seu príncipe será expulso" (João 12.31; Colossenses 2.15). Jesus quebrou a força de Satanás, permanentemente, quando na cruz, Ele disse: “Está consumado!” A morte de Cristo na cruz esmagou a cabeça de Satanás: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” A morte de Cristo destruiu aquele que tinha o poder da morte. Satanás já está derrotado, juntamente com todas as suas potestades. Ele, agora, não tem mais poder para nos condenar. Não tem domínio sobre nós, pois estamos vivendo sob a proteção do Senhor. Agora, estamos livres das trevas e de todos os horrores que as trevas engendram; estamos livres de toda malignidade e de todos os dardos inflamados do inimigo.

Terceira, está consumado também significa que Cristo venceu a morte. A paixão e morte de Jesus não teria sentido sem a sua ressurreição. A morte foi o último inimigo a ser derrotado. Mas tudo começou lá no Jardim do Éden. A maldição sobre a humanidade provocada pelo pecado do homem. O SENHOR havia dito: "você certamente morrerá" (Gênesis 2.17). E a verdade ainda se completa em Romanos 6.23: "O salário do pecado é a morte". No entanto, Cristo venceu a morte. E o fato de Cristo ter vencido a morte é um cumprimento às profecias. O salmista previu que o Messias venceria a morte: "Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção" (Salmo 16.10). Outros profetas também trouxeram esperança para o povo, de que um dia o Senhor aboliria a morte: "Tragará a morte para sempre, e, assim, o Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos" (Isaías 25.8), e "eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as suas pragas? Onde está, ó inferno, a sua destruição?" (Oseias 13.14; 1 Coríntios 15.54–55). Jesus morreu na cruz, mas não permaneceu morto. Ele ressuscitou. Ele venceu e nós também a venceremos, e nos encontraremos com Cristo na vida eterna. Somos "mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" (Romanos 8.37). Cristo é "as primícias dos que dormem" (1 Coríntios 15.20),

Estimados irmãos! A grande obra da Salvação da humanidade havia terminando. Após a sua ressurreição desceu ao inferno, para anunciar a sua vitória sobre Satanás: “Está consumado!” Que declaração maravilhosa! As labutas no ministério, as perseguições e zombarias, e as dores do jardim e da cruz, terminam. Seu sofrimento tinha acabado e todo o trabalho que o Seu Pai havia solicitado a fazer, ou seja, pregar o evangelho, executar milagres e obter a salvação eterna para o Seu povo, havia sido realizado, cumprido, concretizado.

Há muitas coisas maravilhosas que podem e devem ser ditas a respeito do: “Está consumado!”. Saber o que Jesus conquistou para nós na cruz, nos auxilia a perceber que estamos totalmente perdoados, redimidos e justificados. Nós não devemos tentar conquistar (por nossas obras) nenhum dos benefícios da redenção que foram gratuitamente comprados por Jesus, pois tudo isso é recebido por meio da fé. Por isso, devemos confiar inteiramente naquilo que Ele fez por nós. Amém!