TEXTO: SALMO 100
TEMA: COMO DEVEMOS
ADORAR DEUS?
Hoje, milhares de pessoas no mundo entram, semana após semana, nos locais de culto, onde cantam louvores a Deus, recebem a instrução da Palavra de Deus, comungam junto ao altar, e encontram auxílio e força para a vida diária. Diante desta busca pela casa do Senhor, perguntamos: Será que, muitas vezes, a nossa adoração não é um mero formalismo? Um conjunto de atos mecânicos, repetidos, sem sentido, uma mera rotina que nada contribui para a edificação, nem para a glória de Deus? Além disso, o culto para algumas pessoas é apenas uma reunião de membros na congregação. Outras usam o culto apenas para se encontrar com os amigos e discutir as últimas novidades. E tem aquelas que vão ao culto simplesmente para conversar, como se estivessem em suas casas e muitas destas conversas são frívolas e inapropriadas para um ambiente cristão. E fim, falta alegria, ânimo; palavras de compreensão e entendimento. Muitos cristãos não se preocupam de darem bom testemunho se colocando em intrigas, contendas, soberbas e coisas que Deus não se agrada.
Precisamos, entender que o verdadeiro culto é muito mais profundo. O verdadeiro culto envolve a nossa vida e a nossa entrega diária a Deus. O culto autêntico tem como base a nossa disposição voluntária de adorarmos a Deus. E isto não necessariamente na igreja, mas em todos os lugares. Podemos adorar a Deus em nossas casas, no caminho para o trabalho, andando, levantando, quando vamos dormir ou ao fazermos alguma atividade doméstica. Mas como devemos adorar a Deus? O salmista apresenta duas formas: Em primeiro lugar, somos chamados a adorar ao nosso Deus com alegria. Em segundo lugar, somos chamados para agradecer ao nosso Deus.
Estimados irmãos! Os israelitas saiam de seus lares a fim de seguir sua jornada, para participarem das festas religiosas. Durante a viagem enfrentavam condições precárias em direção à Jerusalém, lugar de adoração e sacrifício a Deus. Apesar das dificuldades, os peregrinos cantavam, demonstravam confiança em Deus e exaltavam ao Senhor como o protetor nos momentos de dificuldades. Em certo sentido, esse era um momento alegre. Era a alegria em saber que estavam indo em direção ao templo de Jerusalém, com o objetivo único de adorar a Deus. O salmista estende também o convite a todos os povos: "Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras" (v.1). É uma ordem vibrante para louvar em público todos os moradores da terra. É uma ordem que se dirige não apenas a Israel, mas a toda a terra. Há um chamado universal que não prevê divisões étnicas, mas atinge a todos, judeus e gentios. Este chamado é uma demonstração de reconhecimento da soberania universal do Senhor, um Deus de toda a Terra e um Senhor disposto a receber adoradores de todas as partes para celebrar com grande alegria.
No entanto, a maior alegria era buscar o próprio Deus e se colocar diante Dele como um adorador no Templo, “servindo com alegria.” (v.2a). Mas o que é servir a Deus? Servir a Deus significa se colocar debaixo da autoridade de Deus, dedicar nossa vida a Ele, procurando fazer sua vontade e obedecer a seus mandamentos, trabalhar para o Senhor com nossos dons. O sentimento de servir a Ele é muito diferente daquele manifestado quando servimos aos outros. Para alguns servir aos outros tem algo em troca, uma recompensa que poderá trazer-lhe benefícios, quando o fazem para a sua própria glória.
No entanto, todo nosso serviço, seja louvor dirigido a Deus ou bondade estendida às pessoas ao nosso redor, deve ser oferecido com alegria. Servi ao Senhor com alegria – Eis a chave para o cumprimento de nossa missão no mundo. O povo de Israel alegrava-se em servir ao Senhor com grande alegria (2Cr 30.21; Ne 8.17). Em especial, o salmo 4 nos diz: "Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho" (v.7). Com grande entusiasmo também lemos muitíssimas passagens bíblicas que nos mostram o povo de Deus que servia com grande alegria. Uma das cenas mais marcantes das Escrituras, ocorreu quando o grande líder do povo de Deus, Josué guiou vitoriosamente o povo para dentro da terra prometida. Josué convidou o povo a reafirmar a sua fidelidade ao Senhor, e, para isso, ele dá o primeiro passo, dizendo: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. O povo, movido pela graça de Deus, responde: “Nós serviremos ao Senhor, pois Ele é o nosso Deus”.
Chegando à casa do
Senhor com alegria, o povo de Israel dava uma demonstração de agradecimento a
Deus. Ao entrar nos átrios com ações de graça, as tribos do Senhor traziam as
suas ofertas como agradecimento a Deus. Manifestavam seu louvor através dos
cânticos. Hoje, milhares de pessoas no mundo entram, semana após semana, nos
locais de culto, onde cantam louvores a Deus, recebem a instrução da palavra de
Deus, comungam junto ao altar, e encontram auxílio e força para a vida diária.
Diante desta busca pela casa do Senhor, perguntamos: Será que, muitas vezes, a
nossa adoração não é um mero formalismo? Um conjunto de atos mecânicos,
repetidos, sem sentido, uma mera rotina que nada contribui para a edificação,
nem para a glória de Deus? Além disso, falta alegria, ânimo, palavras de
compreensão, entendimento.
Portanto,
demonstrar alegria, deve ser a nossa primeira reação quando vamos à casa do
Senhor: “Entrai em sua presença com brado de júbilo”. (v.2b). O conceito de
entrar em sua presença não admite uma ação mecânica, nem envolve somente o
comparecimento geográfico. Por isso, a ordem é servir ao Senhor com alegria. É
uma alegria que somente os filhos de Deus podem desfrutar. É a alegria, na
certeza, que temos um Deus bondoso e de misericórdia. Prestar a Deus adoração
alegre nos fortalece: a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10). Em Paulo
notamos a manifestação desta alegria, quando ele diz em Fp. 4.11: “Aprendi a
viver contente em toda e qualquer situação”. E ainda no cap. 4.4, Paulo
admoesta: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, alegrai-vos”.
No entanto, ao entrar no santuário de Deus, com cânticos de gratidão e louvor, é preciso “saber que o Senhor é Deus”, (v.3a). Isto é motivo para estarmos alegres. A ideia da palavra “saber” está totalmente relacionada a conhecer, confessar que o Senhor é Deus. Conhecer a sua história, sua mensagem, seus grandes feitos realizados pela humanidade. É, portanto, uma confissão de fé. Todas essas informações estão contidas nas Escrituras. O conhecer a Deus através de sua palavra faz com que entendamos a necessidade de sermos gratos pelos seus feitos e pela sua maravilhosa graça. Só podemos servir ao Senhor com alegria e viver para a sua glória se soubermos quem Ele é.
Mas você sabe quem é Deus? Quem você está adorando? Deus é aquele que sabe de todas as coisas, está em todos os lugares ao mesmo tempo. Criador de todas as coisas. É espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade. Quando Moisés é chamado pelo Senhor para libertar o seu povo do Egito, ele pergunta ao Senhor qual o seu nome. "Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós" (Êx 3.13,14). Moisés precisava de uma referência sobre quem era Deus, para que, então, pudesse fazer aquilo que Ele lhe ordenava.
O salmista sabia quem era Deus. Não coloca em dúvida a divindade do Altíssimo. Adorava ao único Deus verdadeiro. Aqui está a resposta: “foi ele quem nos fez e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio”. (v.3b). Por isso, havia motivos para o salmista louvar a Deus, um reconhecimento pelo que Deus realizou de forma extraordinária em sua vida. Na verdade, o ser humano foi criado para louvar o nome de Deus e tudo o que Ele criou. Toda a criação deve louvar ao Criador. Lemos em1 Crônicas 16.25: “Porque grande é o Senhor, e mui digno de louvor, e mais temível é do que todos os deuses”.
Portanto, Deus tem o total direito
de receber a honra e a glória. Por isso, temos muitos motivos para exaltar o nome
do Senhor não apenas por aquilo que Ele nos deu, nos dá, mas, acima de tudo,
por aquilo que Ele é. O salmista apresenta três características de Deus que com
certeza nos fazem ficar constrangidos com tamanha grandeza e nos dão os motivos
pelos quais devemos sempre praticar a gratidão. O primeiro motivo é a
bondade de Deus. “Porque o Senhor é bom” (v.5a). A bondade de Deus é
proeminente nos primeiros capítulos da Bíblia. Repetidamente, Deus pronunciou
“boa” cada coisa que Ele criou. Ela é uma preciosa qualidade de Deus que
transparece em todas as relações com seus servos. Ela percorre toda a história,
pois faz parte dos seus atributos, isto é, Deus é a bondade plena em si mesmo.
Ela continua se manifestando em todos os momentos da vida humana. Ele é benigno
e compassivo para conosco. Ele entende suas mãos para nos ajudar. Se não
tivesse sido assim, a humanidade teria perecido há muito tempo (Lm 3.22).
O segundo motivo: “O Senhor é misericordioso para sempre” (v.5a). Há muitos textos bíblicos que descrevem a grande misericórdia de Deus. Jeremias a descreve assim: “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lamentações 3.22, 23). A maior revelação da misericórdia de Deus está fato histórico da morte de Jesus em nosso lugar. Foi por misericórdia e amor para com o homem que Cristo morreu na cruz para nos salvar. O Senhor usa sempre de misericórdia para conosco, dá-nos sempre uma nova oportunidade para começarmos tudo de novo.
Terceiro motivo: Senhor é fiel. O salmista aponta as promessas de Deus e a certeza de que ele sempre cumpre o que diz: “Sua lealdade é para sempre e a sua fidelidade de geração em geração” (v.5b). A lealdade, ou o “amor leal” de Deus, assume uma forma especial dentro do seu relacionamento com Israel. Significa que as alianças que fez com seus servos, como Abraão e Davi não podem ser ignoradas por Ele. Por isso, em amor pelos servos com quem se comprometeu voluntariamente, o Senhor cumprirá cada palavra que disse e será fiel mesmo depois de muito tempo e muitas gerações terem passado – o que inevitavelmente produz esperança firme em seus servos e, consequentemente, uma gratidão verdadeira que os leva à adoração.
Estimados irmãos! Quando uma pessoa entende que adorar a Deus é ter uma vida de íntima comunhão com Ele, durante todos os momentos, do nascer ao pôr-do-sol, negando o conformismo do mundo e agindo conforme as Santas Escrituras, levando o exemplo de Cristo para todos para todas as nações, está oferecendo verdadeira adoração e Culto ao Senhor. Por isso, Ele nos convida a estarmos diante dele com alegria, com cânticos. Que tenhamos um coração, com um contínuo sentimento de gratidão e celebremos com ações de graças sempre, proclamando em alta voz: “A ele seja a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre.” (Ef 3.21).Amém!