segunda-feira, 25 de julho de 2022

 

TEXTO: SALMO 100

TEMA: COMO DEVEMOS ADORAR DEUS?

Hoje, milhares de pessoas no mundo entram, semana após semana, nos locais de culto, onde cantam louvores a Deus, recebem a instrução da Palavra de Deus, comungam junto ao altar, e encontram auxílio e força para a vida diária. Diante desta busca pela casa do Senhor, perguntamos: Será que, muitas vezes, a nossa adoração não é um mero formalismo? Um conjunto de atos mecânicos, repetidos, sem sentido, uma mera rotina que nada contribui para a edificação, nem para a glória de Deus? Além disso, o culto para algumas pessoas é apenas uma reunião de membros na congregação. Outras usam o culto apenas para se encontrar com os amigos e discutir as últimas novidades. E tem aquelas que vão ao culto simplesmente para conversar, como se estivessem em suas casas e muitas destas conversas são frívolas e inapropriadas para um ambiente cristão. E fim, falta alegria, ânimo; palavras de compreensão e entendimento. Muitos cristãos não se preocupam de darem bom testemunho se colocando em intrigas, contendas, soberbas e coisas que Deus não se agrada.

Precisamos, entender que o verdadeiro culto é muito mais profundo. O verdadeiro culto envolve a nossa vida e a nossa entrega diária a Deus. O culto autêntico tem como base a nossa disposição voluntária de adorarmos a Deus. E isto não necessariamente na igreja, mas em todos os lugares. Podemos adorar a Deus em nossas casas, no caminho para o trabalho, andando, levantando, quando vamos dormir ou ao fazermos alguma atividade doméstica. Mas como devemos adorar a Deus? O salmista apresenta duas formas: Em primeiro lugar, somos chamados a adorar ao nosso Deus com alegria. Em segundo lugar, somos chamados para agradecer ao nosso Deus.

 Estimados irmãos! Os israelitas saiam de seus lares a fim de seguir sua jornada, para participarem das festas religiosas. Durante a viagem enfrentavam condições precárias em direção à Jerusalém, lugar de adoração e sacrifício a Deus. Apesar das dificuldades, os peregrinos cantavam, demonstravam confiança em Deus e exaltavam ao Senhor como o protetor nos momentos de dificuldades. Em certo sentido, esse era um momento alegre. Era a alegria em saber que estavam indo em direção ao templo de Jerusalém, com o objetivo único de adorar a Deus. O salmista estende também o convite a todos os povos: "Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras" (v.1). É uma ordem vibrante para louvar em público todos os moradores da terra. É uma ordem que se dirige não apenas a Israel, mas a toda a terra. Há um chamado universal que não prevê divisões étnicas, mas atinge a todos, judeus e gentios. Este chamado é uma demonstração de reconhecimento da soberania universal do Senhor, um Deus de toda a Terra e um Senhor disposto a receber adoradores de todas as partes para celebrar com grande alegria.

No entanto, a maior alegria era buscar o próprio Deus e se colocar diante Dele como um adorador no Templo, “servindo com alegria.” (v.2a). Mas o que é servir a Deus? Servir a Deus significa se colocar debaixo da autoridade de Deus, dedicar nossa vida a Ele, procurando fazer sua vontade e obedecer a seus mandamentos, trabalhar para o Senhor com nossos dons. O sentimento de servir a Ele é muito diferente daquele manifestado quando servimos aos outros. Para alguns servir aos outros tem algo em troca, uma recompensa que poderá trazer-lhe benefícios, quando o fazem para a sua própria glória.

No entanto, todo nosso serviço, seja louvor dirigido a Deus ou bondade estendida às pessoas ao nosso redor, deve ser oferecido com alegria. Servi ao Senhor com alegria – Eis a chave para o cumprimento de nossa missão no mundo. O povo de Israel alegrava-se em servir ao Senhor com grande alegria (2Cr 30.21; Ne 8.17). Em especial, o salmo 4 nos diz: "Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho" (v.7). Com grande entusiasmo também lemos muitíssimas passagens bíblicas que nos mostram o povo de Deus que servia com grande alegria. Uma das cenas mais marcantes das Escrituras, ocorreu quando o grande líder do povo de Deus, Josué guiou vitoriosamente o povo para dentro da terra prometida. Josué convidou o povo a reafirmar a sua fidelidade ao Senhor, e, para isso, ele dá o primeiro passo, dizendo: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. O povo, movido pela graça de Deus, responde: “Nós serviremos ao Senhor, pois Ele é o nosso Deus”. 

Chegando à casa do Senhor com alegria, o povo de Israel dava uma demonstração de agradecimento a Deus. Ao entrar nos átrios com ações de graça, as tribos do Senhor traziam as suas ofertas como agradecimento a Deus. Manifestavam seu louvor através dos cânticos. Hoje, milhares de pessoas no mundo entram, semana após semana, nos locais de culto, onde cantam louvores a Deus, recebem a instrução da palavra de Deus, comungam junto ao altar, e encontram auxílio e força para a vida diária. Diante desta busca pela casa do Senhor, perguntamos: Será que, muitas vezes, a nossa adoração não é um mero formalismo? Um conjunto de atos mecânicos, repetidos, sem sentido, uma mera rotina que nada contribui para a edificação, nem para a glória de Deus? Além disso, falta alegria, ânimo, palavras de compreensão, entendimento.

Portanto, demonstrar alegria, deve ser a nossa primeira reação quando vamos à casa do Senhor: “Entrai em sua presença com brado de júbilo”. (v.2b). O conceito de entrar em sua presença não admite uma ação mecânica, nem envolve somente o comparecimento geográfico. Por isso, a ordem é servir ao Senhor com alegria. É uma alegria que somente os filhos de Deus podem desfrutar. É a alegria, na certeza, que temos um Deus bondoso e de misericórdia. Prestar a Deus adoração alegre nos fortalece: a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10). Em Paulo notamos a manifestação desta alegria, quando ele diz em Fp. 4.11: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação”. E ainda no cap. 4.4, Paulo admoesta: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, alegrai-vos”.

No entanto, ao entrar no santuário de Deus, com cânticos de gratidão e louvor, é preciso “saber que o Senhor é Deus”, (v.3a). Isto é motivo para estarmos alegres. A ideia da palavra “saber” está totalmente relacionada a conhecer, confessar que o Senhor é Deus. Conhecer a sua história, sua mensagem, seus grandes feitos realizados pela humanidade. É, portanto, uma confissão de fé. Todas essas informações estão contidas nas Escrituras. O conhecer a Deus através de sua palavra faz com que entendamos a necessidade de sermos gratos pelos seus feitos e pela sua maravilhosa graça. Só podemos servir ao Senhor com alegria e viver para a sua glória se soubermos quem Ele é.

Mas você sabe quem é Deus?  Quem você está adorando? Deus é aquele que sabe de todas as coisas, está em todos os lugares ao mesmo tempo. Criador de todas as coisas. É espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade. Quando Moisés é chamado pelo Senhor para libertar o seu povo do Egito, ele pergunta ao Senhor qual o seu nome. "Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós" (Êx 3.13,14). Moisés precisava de uma referência sobre quem era Deus, para que, então, pudesse fazer aquilo que Ele lhe ordenava.

O salmista sabia quem era Deus. Não coloca em dúvida a divindade do Altíssimo.  Adorava ao único Deus verdadeiro. Aqui está a resposta: “foi ele quem nos fez e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio”. (v.3b). Por isso, havia motivos para o salmista louvar a Deus, um reconhecimento pelo que Deus realizou de forma extraordinária em sua vida. Na verdade, o ser humano foi criado para louvar o nome de Deus e tudo o que Ele criou. Toda a criação deve louvar ao Criador. Lemos em1 Crônicas 16.25: “Porque grande é o Senhor, e mui digno de louvor, e mais temível é do que todos os deuses”.

Portanto, Deus tem o total direito de receber a honra e a glória. Por isso, temos muitos motivos para exaltar o nome do Senhor não apenas por aquilo que Ele nos deu, nos dá, mas, acima de tudo, por aquilo que Ele é. O salmista apresenta três características de Deus que com certeza nos fazem ficar constrangidos com tamanha grandeza e nos dão os motivos pelos quais devemos sempre praticar a gratidão. O primeiro motivo é a bondade de Deus. “Porque o Senhor é bom” (v.5a). A bondade de Deus é proeminente nos primeiros capítulos da Bíblia. Repetidamente, Deus pronunciou “boa” cada coisa que Ele criou. Ela é uma preciosa qualidade de Deus que transparece em todas as relações com seus servos. Ela percorre toda a história, pois faz parte dos seus atributos, isto é, Deus é a bondade plena em si mesmo. Ela continua se manifestando em todos os momentos da vida humana. Ele é benigno e compassivo para conosco. Ele entende suas mãos para nos ajudar. Se não tivesse sido assim, a humanidade teria perecido há muito tempo (Lm 3.22).

O segundo motivo: “O Senhor é misericordioso para sempre” (v.5a). Há muitos textos bíblicos que descrevem a grande misericórdia de Deus. Jeremias a descreve assim: “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lamentações 3.22, 23). A maior revelação da misericórdia de Deus está fato histórico da morte de Jesus em nosso lugar. Foi por misericórdia e amor para com o homem que Cristo morreu na cruz para nos salvar. O Senhor usa sempre de misericórdia para conosco, dá-nos sempre uma nova oportunidade para começarmos tudo de novo.

Terceiro motivo: Senhor é fiel. O salmista aponta as promessas de Deus e a certeza de que ele sempre cumpre o que diz: “Sua lealdade é para sempre e a sua fidelidade de geração em geração” (v.5b). A lealdade, ou o “amor leal” de Deus, assume uma forma especial dentro do seu relacionamento com Israel. Significa que as alianças que fez com seus servos, como Abraão e Davi não podem ser ignoradas por Ele. Por isso, em amor pelos servos com quem se comprometeu voluntariamente, o Senhor cumprirá cada palavra que disse e será fiel mesmo depois de muito tempo e muitas gerações terem passado – o que inevitavelmente produz esperança firme em seus servos e, consequentemente, uma gratidão verdadeira que os leva à adoração.

Estimados irmãos! Quando uma pessoa entende que adorar a Deus é ter uma vida de íntima comunhão com Ele, durante todos os momentos, do nascer ao pôr-do-sol, negando o conformismo do mundo e agindo conforme as Santas Escrituras, levando o exemplo de Cristo para todos para todas as nações, está oferecendo verdadeira adoração e Culto ao Senhor. Por isso, Ele nos convida a estarmos diante dele com alegria, com cânticos. Que tenhamos um coração, com um contínuo sentimento de gratidão e celebremos com ações de graças sempre, proclamando em alta voz: “A ele seja a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre.” (Ef 3.21).Amém!

terça-feira, 12 de julho de 2022

 

TEXTO: SL 27.1-6

TEMA: COLOQUEMOS A NOSSA CONFIANÇA NO SENHOR!

Nos dias do salmista, como hoje, as pessoas confiavam nas suas próprias forças, na grandeza dos seus exércitos, na quantidade de suas armas, nos seus cavalos. Davi poderia ter depositado toda a sua confiança nestas coisas, mas, escolheu confiar somente no Senhor. Ele expressa esta confiança no Senhor quando tinha que enfrentar as batalhas durante a sua vida. Nestas circunstancias, ele sempre recorria à segurança, poder e vitória vindas do Senhor. Era um homem de fé genuína, confiante nas promessas do Senhor.

E você, tem confiado somente no Senhor? Tem dado exemplo de fé e confiança no Senhor, ou nas ideologias? Nas riquezas? Nas instituições? Na sua própria força? Verdade é que muitas pessoas, neste mundo materialista, têm colocado a confiança em si mesmo, nas riquezas, em coisas que são perecíveis, ou em qualquer outra coisa, menos no Senhor. Mas não esqueçam:  nossa confiança deve estar depositada no Senhor, pois ele nos garante força, firmeza, paz, persistência e certeza necessárias para seguirmos em frente. Com a confiança no Senhor, permaneceremos firmes diante das dificuldades e problemas, pois temos a certeza de que Ele sempre responderá às nossas súplicas, às vezes, de um modo diferente o que esperávamos, mas sempre responderá.

Davi estava sofrendo por causa da fúria e das tramas dos seus inimigos. Seu filho Absalão se tornou o grande inimigo de Davi. Situação que deixou Davi tão apático diante daquela circunstância, e se mostrou temeroso e inseguro. Não havia pretensão de domínio e força para lutar. Amedrontado com a situação que tinha à sua frente, ele demonstrou medo. Na verdade, Davi teve muitos medos ao longo de sua vida. Mas diante de seu medo, a sua confiança não estava na força do seu braço nem no poderio de seus guerreiros. Sua confiança estava depositada em Deus, que sempre foi a sua rocha, o seu escudo e a sua fortaleza. Sendo assim, ele afirma: “O Senhor é minha luz e minha salvação. O Senhor é a fortaleza de minha de minha vida.” (vv.1-3). Deus é luz, salvação e fortaleza para Davi. Essa realidade é tão poderosa que ele exclama: “por que ter medo?”  (v.1).

O medo faz parte da vida do ser humano.  Ele remonta-nos a Adão e Eva. Depois de desobedecerem a Deus, e de Deus os ter chamado, Adão respondeu: "Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi”. (Gn 3.10). São tantas fobias que estão presentes na vida do ser humano que tem levado ao desespero e sofrimento. Mas, afinal, o que é o medo? Medo é um sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário. Ele é um sentimento que está presente na vida das pessoas. Você tem medo de alguma coisa? O que pode lhe deixar com medo? Seria o futuro? A área financeira? Seria medo da morte? Da violência e injustiças que vemos todos os dias na TV? De atravessar uma rua movimentada? De uma tempestade? De ser assaltado? O que lhe deixa com medo?

É justamente nesta situação de medo que Davi busca Deus. Demonstra a sua confiança e ânimo, quando diz que o Senhor é a sua luz, salvação e fortaleza. Ele apresenta as características de Deus e se apropria de seus benefícios para a sua vida. Ele confiava no Senhor que é a sua luz. A luz que resplandeceu em sua vida. Ele confiava no Senhor que é a sua salvação. Naquele que livra de situações de perigo, opressão e sofrimento. Ele confiava no Senhor que é a sua fortaleza. Naquele é forte refúgio para aqueles que estão sendo perseguidos pelos inimigos: “Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança”, declara o salmista no verso 3. Na verdade, o medo deu lugar ao sentimento de segurança na vida do salmista.

Diante da dimensão de nossos medos, problemas e tribulações, que são densos, quando não conseguimos enxergar absolutamente nada diante de nossos olhos, ou até mesmo, discernir onde estamos, e o que está acontecendo em nossa vida, eu pergunto: temos confiado no Senhor? Onde está a nossa esperança? Nas ideologias? Nas riquezas? Em si mesmo? Verdade é que muitas pessoas tem colocado a confiança em si mesmo, nas riquezas, em coisas que são perecíveis, ou em qualquer outra coisa, menos no Senhor. E você, tem confiado somente no Senhor? Tem dado exemplo de fé e confiança no Senhor, ou nas ideologias? Nas riquezas? Nas instituições? Na sua própria força? Verdade é que muitas pessoas, neste mundo materialista, têm colocado a confiança em si mesmo, nas riquezas, em coisas que são perecíveis, ou em qualquer outra coisa, menos no Senhor. O que precisamos entender, é que a confiança deve ser depositada no Senhor, porque Ele nos garante força, paz, firmeza e certeza necessárias para seguirmos em frente. Com a confiança no Senhor, permaneceremos firmes diante das dificuldades e problemas, pois temos a certeza de que Ele sempre responderá às nossas súplicas, às vezes, de um modo diferente o que esperávamos, mas sempre responderá.

Confiando no Senhor, o salmista demonstra o seu maior desejo. Ele pede ao Senhor uma coisa que tinha muita necessidade. O que Davi queria?  Morar na Casa do Senhor: “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo”. (v.4). Davi não queria apenas um livramento do problema. Não almejava se esconder debaixo das cortinas da tenda. (tabernáculo). Também não desejava entrar na Casa do Senhor para realizar um dever social, religioso, ou para rever amigos. Mas a Casa do Senhor era o melhor lugar onde ele poderia estar.  Sentia-se feliz, alegre, seguro, protegido, e podia descansar tranquilamente. E os motivos de se assentar diariamente na Casa do Senhor são expostos: “contemplar a beleza do Senhor”. A palavra “contemplar” implica a ideia da busca de um relacionamento íntimo com Deus; transmite a ideia de fixar o olhar. E para onde se concentrava seu olhar? Na beleza de Deus, ou literalmente, no seu encanto. Portanto, Davi queria meditar no templo do Senhor. Meditar sobre quem é o Senhor e manter comunhão com Ele. Davi tinha tanto carinho pela Casa do Senhor que certa vez exclamou: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos!” (Sl 84.1).

O que você tem pedido ao Senhor em suas orações? Se você tivesse que pedir apenas uma única coisa para Deus, o que você pediria? Talvez esteja pedindo muitas coisas, mas esquecendo da principal. “só uma coisa é necessária...”. E o que é necessário? Estar na Casa do Senhor contemplar a Sua beleza e meditar no templo do Senhor. Este deve ser o nosso maior desejo, mais do que qualquer outra coisa nesta vida. Você não gostaria de usufruir das bênçãos maravilhosas oferecidas por Deus? De contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo? De manter seu encontro com toda a congregação perante o Senhor, onde se evidência e se fortalece a comunhão entre irmãos na fé? Lembre-se: Você é parte integrante da Casa do Senhor. Sem a sua presença e participação, com os demais irmãos na fé, que se reúnem regularmente para ouvir o Evangelho, não existe comunhão e trabalho.

Davi não almejava se esconder na Casa do Senhor como se fosse uma fortaleza, que consistia de muralhas e portas resistentes. O que ele almejava era a proteção divina, de estar debaixo do cuidado do Senhor. Ele afirma que é na Casa do Senhor, no meio de Sua presença, que encontraria paz de espirito que tanto almejava: “Pois, no dia da adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo, me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha”. (v.5). O termo pavilhão refere-se a um refúgio, um lugar de proteção. Já o termo recôndito é um lugar mais profundo, íntimo, reservado, baseia-se num relacionamento ligado por afeição e confiança ao Senhor. Sendo assim, o tabernáculo de Deus seria o refúgio, o lugar seguro, que permitiria tranquilidade na vida de Davi, lugar de adoração, pois era onde o Senhor se manifestava.

Infelizmente, vivemos numa época em que muitos cristãos têm perdido a vontade de buscar a presença do Senhor. Quão difícil em nosso tempo de tanta correria é encontrar pessoas na busca pela Casa do Senhor.  Muitos abandonam a Casa do Senhor, deixando de frequentá-la, de se interessar por ela e de zelar pelo seu sustento. Têm perdido a vontade de orar, ler a Bíblia, cantar louvores, glorificar a Jesus Cristo na Casa do Senhor. Na verdade, há um esfriamento espiritual na vida de muitos cristãos.  Como prova disto, encontramos igrejas vazias pessoas “frias” espiritualmente, materialistas, dando mais valor aos negócios do que ir à Casa do Senhor. Precisamos buscar a presença do Senhor constantemente e nunca dispensar a comunhão com Deus e a santificação. Ele é o nosso abrigo e proteção! Se vivemos na Casa do Senhor todos os dias, contemplando a Sua beleza, vamos desfrutar de muitas bênçãos que Ele nos oferece: felicidade, alegria, paz, consolo, comunhão e tantas outras que recebemos, quando dispomos a buscar a face de Deus, unidos em adoração com outros membros do corpo de Cristo.

Essa visão, exposta por Davi, é tão reconfortante que ele faz questão de demostrar sua gratidão, diante da atuação de Deus em seu favor. Ele afirma: “Que eu ofereça, no seu tabernáculo, sacrifícios de alegria; que eu cante e faça músicas ao Senhor”. (v.6a). Aqui está um aspecto importante da vida de Davi. Ele oferece a Deus sacrifício de júbilo – ele canta louvores a Deus, ele se sente alegre por estar na Casa do Senhor. Esta é uma forma de agradecimento ao Senhor, diante das vitórias sobre seus inimigos. Por isso, ele declara seu propósito de oferecer sacrifícios de gratidão ao Senhor.

A circunstância em que se encontrava o salmista, também tem sido a nossa situação. A vida do cristão é comparada a uma jornada. Somo peregrinos neste mundo, e estamos a caminho da nova Jerusalém. Muitos são os perigos nesta jornada. São tantas as dificuldades que temos que enfrentar, mas Deus é o nosso socorro. É justamente do próprio Deus que vem a nossa ajuda. É maravilhoso ser protegido pelo Senhor! Ele nos protege das armadilhas de Satanás, de doenças, enfermidades e epidemias, de violência, acidentes. Esta proteção ocorre na vida daqueles que confiam no Senhor. De fato, quem confia no Senhor pode passar por momentos de segurança.

Portanto, precisamos aprender a confiar em Deus. Confiar em Deus é uma atitude que temos de tomar todos os dias, ou melhor, ela deve estar impregnada em nossa mente, ainda que não enxerguemos propósitos nas circunstâncias que enfrentamos, nem nos desafios que somos obrigados a passar. Confiar significa ter fé, esperar, ter esperança em algo ou alguém.  Deus é digno de nossa confiança. Ao contrário dos homens, Ele nunca deixa de cumprir as Suas promessas. Você já parou pra pensar o quanto Deus age, mostrando seu amor e sua bondade em sua vida? Amém.                                                            

terça-feira, 5 de julho de 2022

 

TEXTO: LC 10.25-37

TEMA:  SEJAMOS MISERICORDIOSOS PARA COM O PRÓXIMO

Ainda, hoje, temos dificuldades de expressar o verdadeiro cristianismo de maneira concreta, no amor ao próximo, na ajuda ao necessitado, na assistência social. Todavia, Jesus não deixa dúvidas sobre esta necessidade ao contar a parábola do bom samaritano, ao intérprete da lei, quando este se levantou para por Jesus à prova: Que farei para herdar a vida eterna? Jesus responde: Que está escrito na Lei? O intérprete responde citando o resumo das duas tábuas da Lei: o amor de Deus e ao próximo. Faze isto, e viverás. Esta é a resposta de Jesus. Entretanto, o intérprete tentando justificar-se, pergunta: Quem é meu próximo? Jesus responde ao contar a história do Bom Samaritano, conclamando a cada cristão a seguir o exemplo do Bom Samaritano. A cada um de nós, Jesus diz: Sê misericordioso. Ser misericordioso significa passar por perto do necessitado. Compadecer-se do necessitado. Cuidar das necessidades do necessitado.

Jesus inicia dizendo que certo homem descia de Jerusalém para Jericó e foi assaltado. Os salteadores haviam atacado, maltratado e roubado, deixando quase morto à beira do caminho. Um sacerdote e um levita seguiam pela mesma estrada. O sacerdote constituía o clero e ministrava no templo em Jerusalém. O levita era israelita da tribo de Levi. Essa tribo foi escolhida por Deus para cuidar do templo e guiar o povo na adoração a Deus. Os dois tinham profundo conhecimento sobre a religião. Portanto, o sacerdote e o levita deveriam exercitar seu amor por alguém que precisava de ajuda, uma vez já que tinham o conhecimento da vontade de Deus. Eles sabiam o que tinham de fazer. Mas não foi esta a atitude desses homens. O texto afirma que ao verem a situação daquele homem, “passaram de largo”. A expressão significa passar longe de qualquer lugar ou coisa, ignorando o acontecimento. Enfim, decidiram não socorrer o homem, passando pelo outro lado da estrada, para garantir uma distância adequada do desconhecido.

Muitas desculpas e dúvidas surgiram na mente daqueles homens. O sacerdote achou que precisava preocupar-se com as regras do cerimonial das purificações. O levita reagiu de forma semelhante e evitou o contato com a vítima desafortunada. Talvez pensassem: Não conheço este homem; não tenho tempo para socorrê-lo, é um estrangeiro. Além do mais este lugar é perigoso. Desta forma, não viram naquele homem ferido a oportunidade que Deus estava lhes promovendo para exercerem a misericórdia que Ele demonstrou pela humanidade. Para aqueles homens era grande a ocasião para pôr em prática a caridade, prestar auxílio e pregar o amor. No entanto, não o fizeram. “Passaram de largo”. Deixaram o pobre homem ali sem ajudá-lo. Não quiseram envolver-se; continuaram indiferentes, como se nada tivesse acontecido.

Encontramos tantas pessoas caídas nas estradas, assaltadas, espancadas. E quais são as nossas desculpas? Será que não agimos da mesma forma? É evidente que sim! Uma atitude que é muito comum entre nós. Na verdade, alguns nem percebem as diversas e grandes oportunidades que Deus coloca em seu caminho; outros querem uma oportunidade especial para demostrar o seu amor ao próximo. Assim, continuam no seu indiferentismo e passando de largo como o sacerdote e o levita, desprezando a oportunidade que Deus oferece para exercer misericórdia. Só quem ama Deus com todo o seu ser, é capacitado para o amor ao próximo, para vencer todas as barreiras de preconceito, egoísmo, impaciência e falta de compromisso. Este entenderá o amor como uma forma de servir sem esperar recompensa. Entenderá que Jesus o ama e também deve amar quem está por perto.

De repente surge ajuda a aquele homem que fora atacado, maltratado e roubado, que estava quase morto à beira do caminho. O texto afirma: “Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele”. (v.33). Aquele samaritano teve enorme compaixão ao ver a grande necessidade da vítima. Mesmo diante do perigo, ele não pensou muito, mas simplesmente fez, o que o amor de Deus o constrange a fazer. Ele se aproxima e se compadece naquele homem ferido e demonstra o amor ao próximo. A palavra “compaixão” na Bíblia significa “ter misericórdia, sentir compaixão e ter pena”. É identificar-se com a dor e o sofrimento da pessoa necessitada e, ao mesmo tempo, aliviá-la desta dor e sofrimento com os recursos ao nosso dispor. 

O grande exemplo da verdadeira compaixão, encontramos na atitude de Jesus. Ele exemplificou a Sua compaixão em vários momentos durante o seu ministério. A morte do filho da viúva de Naim, por exemplo. O texto diz que o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! E em seguida, ressuscitou o filho morto, o único filho da viúva (Lc. 11-15). Quando Jesus viu Seus amigos chorando no túmulo de Lázaro, sentiu compaixão deles e chorou ao seu lado (João 11.33-35). Jesus curou as grandes multidões que vieram a Ele (Mateus 14.14), bem como indivíduos que buscavam a Sua cura (Marcos 1.40-41). Estes exemplos de Jesus nos mostram o quanto Deus é compassivo e cheio de graça, paciente e grande em misericórdia e em verdade. Sua compaixão é infinita e eterna. Suas misericórdias nunca falham. Elas se renovam a cada manhã (Lamentações 3.22-23).

Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? O intérprete da Lei, respondeu: o que usou de misericórdia. De fato, quem usou de misericórdia foi o samaritano. E por causa da sua compaixão, ele toma algumas atitudes concretas: ali no próprio local, faz os primeiros curativos com vinho e óleo, usando medicamentos normais da época. Cuidadosamente o colocou sobre o seu animal e levou até uma hospedaria, onde no dia seguinte paga pelos gastos e adianta dinheiro para os gastos que o hospedeiro ainda teria com o ferido. (vv.34 e 35). Ele não pensou em si, mas na necessidade do próximo. Todos estes serviços definem o verdadeiro amor como algo sem limites. Revela que o verdadeiro amor não conhece fronteiras. Como se observa, ser misericordioso envolve sacrifício, compartilhar os sofrimentos, andar a pé, deixar o animal para o outro, pagar pelas despesas. Mas será que nos compadeçamos, assim, dos necessitados? Será que nos condoemos das fraquezas e limitações uns dos outros? Será que há compaixão verdadeira no relacionamento com o próximo?

São sobre estas coisas que precisamos refletir. Olhar para Jesus quando esteve nesse mundo. Ele sempre demostrou misericórdia. Ele dava pão aos famintos, saúde aos doentes, consolo aos aflitos. Por fim deu sua vida. Hoje, Deus ainda continua usando esta misericórdia. Ele continua nos abençoando ricamente. Recebemos inúmeras bênçãos do Pai Celestial. Ele perdoa os nossos pecados, busca os pecadores arrependimento, se compadece dos necessitados e fortalece a nossa fé. Sendo assim, Ele nos convida a praticarmos esta misericórdia em relação ao nosso próximo. Ele quer que coloquemos a serviço do próximo as nossas forças, habilidades, a nossa ajuda ao próximo, da mesma forma como o Pai é misericordioso. Esta é a recomendação de Jesus: “Vai e procede tu de igual modo”. (v.37). Proceder significa a ação daquilo que segue, que continua, mas também pode indicar um comportamento, uma forma de agir. Deus requer de nós uma atitude de amor ao próximo. O mundo precisa da nossa misericórdia para com os necessitados, daqueles que precisam do afeto, do carinho, do amor. Peça a Deus para tornar seu coração sensível a outras pessoas, sentindo misericórdia de seu sofrimento.

Hoje, somos desafiados a nos perguntar: Quem é meu próximo? Pergunta que deve ser feita a cada um de nós, cuja resposta deve ser dada com atitudes concretas e não somente com meras palavras, pois vivemos num mundo dominado pela cultura do interesse próprio, do materialismo e da exaltação do eu, pessoas que ignoram os interesses do seu próximo. Sendo assim, precisamos tirar o foco de nós, dos nossos interesses, desejos e olharmos para os interesses e necessidades de nosso próximo. Por isso, o cristão nunca pode passar ao largo, como fizeram o sacerdote e o Levita, pois neste mesmo mundo encontramos pessoas precisando de ajuda; pessoas cobertas de dor pela falta de compreensão, de carinho e de amor; feridas por terem sofrido humilhações que vão contra a dignidade humana.

Estimados, irmãos! Sejamos, pois, misericordiosos! Coloquemos em prática o que disse Jesus. Façamos como fez o samaritano. Só assim, estaremos amando de verdade. Portanto, “Vai, e procede tu de igual modo”. Amém.