quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

  TEXTO: Sl 111

TEMA: LOUVEMOS AO SENHOR POR SUAS OBRAS MAGNÍFICAS!

O salmo 111 é um cântico de louvor. Ele faz parte de uma trilogia (111,112,113) que nos convida a louvar a Deus por Seu amor e bondade.  Ele foi escrito em forma de acróstico, ou seja, são organizados de modo que cada linha, ou cada série de linhas, comece com as letras sucessivas do alfabeto hebraico. Desta forma, foi projetado para caracterizar a poesia no livro, bem como para transmitir a mensagem de que o propósito dos poemas era para encorajar a meditação sobre o louvor e dar-lhe um significado.

Quanto ao conteúdo, o salmista enumera as principais obras de Deus na história de Israel e convida o povo a exaltar a Deus, reconhecendo as suas obras maravilhosasEle livrou o seu povo da mão de faraó e do domínio do Egito. Além disso, abriu diante deles o Mar Vermelho, por onde o povo passou e os sustentou por 40 anos no deserto. Portanto, havia motivos para o povo louvar a Deus pelas obras maravilhosas!

Podemos aprender muito com o salmista Davi, expressando a Deus nosso amor. Dando, glória, honra, exaltando o seu nome e adorando à sua pessoa pelo que Ele é, e em agradecimento pelas bênçãos dele recebidas. Agradecer a Deus, lembrando o que Ele fez e faz por nós, ao reconhecermos as suas obras magnificas. Eis um momento maravilhoso para louvarmos ao nosso Deus. E quando louvamos ao Senhor, estamos reconhecendo que os seus feitos em nossas vidas são maravilhosos. Por isso, somos convidados a louvar a Deus em todo tempo. No dia de paz e no dia dos conflitos. Quando há boa saúde e quando a enfermidade bate à porta. Quando o sonho se realiza e quando perdemos algo precioso. Lembrando que somente Deus é digno de louvor.

                                                               I

O salmista inicia este Salmo, demostrando um grande anseio de louvor ao Senhor diante de todos: Louvai ao Senhor! (aleluia). É uma forma de externar a sua adoração. Além disso, a determinação de louvar ao Senhor parte do coração do salmista, e se propõe ainda a participar com a congregação e  com todos os justos no momento de louvor: “De todo o coração renderei graças ao Senhor, na companhia dos justos e na assembleia.” (v.1). A expressão de todo o coração revela que a atitude do salmista não se tratava de um agradecimento formal, apenas um louvor a Deus, mas se compromete a louvar ao Senhor de todo o coração. Uma verdadeira adoração, que vem do coração, não se isenta de elevar sua voz publicamente, louvando ao Senhor no meio dos seus irmãos, ao demostrar a glória do Todo-poderoso.

Afinal, o que levou o salmista a louvar ao Senhor. Ele explica: “Grandes são as obras do Senhor, consideradas por todos os que nelas se comprazem”. (v.2). O homem tem realizado grandes obras que chamam atenção e provocam espanto e admiração. São megaprojetos em execução no mundo, com construções que possuem orçamentos exorbitantes. Mas jamais se compara com as obras que Deus tem realizado. Não há dúvida, elas são grandes e incomparáveis. Basta olharmos ao nosso redor, e somos levados a refletir sobre   a criação do universo. Desde as grandiosas galáxias dos céus até a mais delicada flor, e o menor organismo conhecido ao homem, todas estas obras refletem a magnitude de Deus, pois “em suas obras há glória e majestade”. (v.3a). Glória e majestade só podem ser atribuídas ao único Deus. A glória é exibida através de suas grandes obras, e faz o ser humano se admirar dela, maravilhar-se, assombrar-se. A Bíblia é clara sobre isso: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Sl 19.1). O universo está declarando a glória de Deus e a razão pela qual nós existimos é: vermos o universo, ficarmos maravilhados com ele e glorificamos a Deus, porque as suas obras também majestosas, expressa a ideia da grandeza de Deus, nosso Criador e Senhor. Deus criou o mundo “para que ele seja glorificado”

O salmista apresenta outro atributo de Deus: “a sua justiça permanece para sempre”. (v.3b). O salmista faz uso dessa expressão (צְדָקָה) várias vezes em nosso texto. Ele afirma que esta justiça dura eternamente. Mas já parou para pensar que nada nessa vida é permanente ou dura eternamente? Os nossos momentos mais felizes são apenas passageiros, mas por outro lado os mais tristes também não são eternos. Tudo é momentâneo, isso pode ser frustrante em alguns casos e um alívio em outros. Mas tem algo que permanece para sempre em nossas vidas: a justiça de Deus. Mas, afinal, o que é a justiça de Deus? Na verdade, estamos tão acostumados com este mundo injusto que, às vezes, nem conseguimos pensar o que é realmente a justiça de Deus. A justiça é um atributo de Deus, que significa que Ele é perfeitamente justo. Ser justo é uma qualidade fundamental da natureza de Deus. Não há qualquer injustiça em Deus e em seus feitos, pois Ele é plenamente correto e íntegro. Ele cumpre com sua palavra.

Ao longo de todo Antigo Testamento, Deus sempre foi visto como aquele que exerce a justiça. Essa justiça, no entanto, não deve ser vista somente em seu aspecto jurídico, mas no sentido de ação libertadora de Deus diante do povo que sofria opressão. Ele sempre foi fiel à aliança feita com Israel. Nisso consiste a sua justiça. A justiça de Deus, portanto, é justiça que liberta e dá vida. A justiça de Deus está ligada à sua bondade e misericórdia. Por isso, Deus projetou seus atos de salvação para serem lembrados pelo seu povo: “Ele fez memoráveis as suas maravilhas.” (v.4). Isto significa que o Senhor fez um memorial para que o povo lembrasse de suas obras maravilhosas. Por exemplo, a Páscoa foi instituída como memorial perpétua de Seus maravilhosos atos mediante os quais 1srael foi tirado do Egito (Êx 12.14). Esse conjunto de eventos e dádivas sempre era celebrado como a demonstração do poder de Deus e dos seus propósitos para o seu povo escolhido. Eles revelaram que Ele é o seu Rei, dotado dos atributos reais de glória e majestade. A verdade é que Senhor sempre foi benigno e misericordioso para com seu povo, perdoando, restaurando e preservando-o, quando merecia ser totalmente destruídos.

Israel, agora, não deve apenas se lembrar, mas também proclamar às grandes obras da salvação de Deus. O salmista recorda com gratidão essas obras maravilhosas de Deus, naqueles períodos em que Israel andava como um grupo de refugiados pelo deserto. Deus não desamparou o seu povo: “Ele deu sustento aos que o temem e lembrou sempre da sua aliança”. (v.5). O sustento, provavelmente, se refere ao maná no deserto. Durante a caminhada no deserto, o cuidado de Deus com o seu povo é tal que o leva a fazer ampla provisão para o suprimento de todos. Sua provisão de codornízes e maná no deserto foi uma demonstração da sua fidelidade em cumprir as promessas da aliança. E, assim, ao demostrar o seu cuidado e bondade ao povo, Deus nunca esqueceu da aliança que fez com Abraão e seus descendentes ou a aliança que fez com Israel no monte Sinai.

Lembrando ainda das obras de Deus, o salmista recorda a conquista da terra prometida. Primeiro, o salmista “manifesta ao seu povo o poder das suas obras.” (v.6a). A expressão כֹּחַ מַעֲשֶׂה- “poder se suas obras” - mencionado aqui, foi aquele que foi evidenciado na destruição dos egípcios e na subjugação das nações de Canaã. Após este ato, Deus concretiza o que havia prometido ao seu povo, ou seja, a promessa de uma terra rica e abençoada. E durante centenas de anos os hebreus sonhavam com a realização dessa promessa. Muitos morreram aguardando o cumprimento dela. Mas Deus cumpriu a promessas feita a Abraão, de dar uma terra e descanso à sua descendência, e o salmista    vê na posse dessa terra uma dádiva de Deus. O termo נַחֲלָה (herança) é frequentemente usada no sentido de posses, e o significado aqui é que Deus havia mostrado a grandeza de seu poder, dando ao seu povo uma terra abençoada.

                                                                        II

Como é magnífico as obras do Senhor! São obras que podemos confiar plenamente, visto que Suas obras estão repletas de “verdade e justiça”. Só o fato de ter conduzido seu povo à terra de Canaã, mostrou Sua verdade e justiça, isto é, o Senhor foi fiel às promessas. Nenhum de seus atos realizados pode ser interpretado para sustentar injustiça, fraude, engano, ambição, opressão, pois tudo o que Senhor fez, defendeu e protegeu é a “verdade.” E seus atos, portanto, podem ser considerados como uma expressão do que é verdadeiro e correto. Esta “verdade e justiça” encontramos nos seus preceitos (mandamentos). Eles são, inteiramente, dignos e confiança. Por isso, eles devem ser seguidos com retidão e fidelidade. Eles são a base para uma vida abençoada. São imutáveis e permanecem para sempre. (v.8).

Diante de tantas obras que Deus realizou, demostra o quanto foi misericordioso para com seu povo. E uma das grandes obras de Deus foi o resgate de seu povo da opressão e do pecado, fazendo isso no contexto de sua aliança: “Enviou ao seu povo a redenção; estabeleceu para sempre a sua aliança; santo e tremendo é o seu nome.” (v.9). Redenção significa recuperação de algo ou alguém mediante o pagamento de um resgate.  Ele enviou Moisés para resgatar seu povo do Egito. Vários enviou juízes para libertá-lo das mãos de seus opressores. Enviou também profetas para anunciar o retorno do cativeiro na Babilônia (Dt 7. 8; Jr 31.11). Por isso, o Deus que se revelou na história de seu povo, que estabeleceu a sua aliança para sempre é “santo e tremendo”. E foi por meio da aliança que as promessas de Deus se cumpriram na vida de seu povo. Sendo assim, não temos outros deuses diante de nós, porque reconhecemos que Ele é “santo e tremendo”. Isto significa que o Senhor nos mostra que é um Ser que deve ser reverenciado. Além disso, o Seu nome, pelo qual Ele Se revela a nós, também é santo. E nós que usamos o Seu nome, devemos faze-lo com reverência para adora-lo e glorifica-lo através de nossas vidas de santidade para com o Senhor.

Concluindo seu agradecimento pelas obras de Deus, o salmista se expressa, declara que a verdadeira sabedoria começa com o temor a Deus“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam. O seu louvor permanece para sempre.” (v.10). O termo יִרְאָה traduzido por “temor” traz a conotação de medo, terror, temor, coisa temerosa. Mas quando se refere a Deus, o relacionamento do homem com Deus, significa, respeito, reverência, piedade. É um respeito sincero e profundo pelo Senhor. É a maneira correta de alguém se aproximar de Deus com reverência e respeito. Esse temor é puro e permanece eternamente (Salmos 19.9). Além disso, esse temor é a própria fonte da sabedoria, pois o termo   חׇכְמָה (sabedoria) significa a arte de viver a vida na perspectiva da Palavra de Deus. Viver no centro da vontade de Deus, é tomar decisões corretas. E a única forma de chegar a ser verdadeiramente sábio é mediante o temor (reverência) a Deus.

Os primeiros cristãos caminhavam no temor do Senhor (Atos 9.31). A vida diária e a conduta deles eram determinadas pelo temor tinham a Deus. Em suas vidas práticas. eles sempre tinham o Senhor Jesus em suas mentes e andavam com Ele em seus caminhos. Esta deve ser a atitude adequada do cristão em relação ao seu criador. Aquele que teme ao Senhor é sábio e sempre o honrará, sempre dará glória a Ele, sempre andará em seus caminhos, sempre viverá por princípios. Obedecem aos seus mandamentos e são felizes, e vencedores! Tudo prospera na sua casa, no seu trabalho, na sua família. Mesmo vivendo num mundo cheio de aflições e tribulações, os que temem ao Senhor, têm paz e vida com abundancia: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem” (Salmo 128.1,2).

Ocorre que muitas pessoas pensam que pode alcançar sabedoria só pela experiência que dá a vida e o conhecimento acadêmico. Isto significa ter conhecimento intelectual.  No entanto, a verdadeira sabedoria é aquela que vem do alto.  Ela é pacífica, moderada, cheia de misericórdia, de bons frutos e sem hipocrisia. Quem obedece aos mandamentos do Senhor, é uma pessoa feliz, e será atendida. Se temermos o Senhor, respeitando a Sua autoridade sobre todas as coisas, somos retribuídos com o princípio da sabedoria. O salmista afirma que aumenta o nosso entendimento. A palavra original – שׂכל – é traduzida como “entendimento”, denota ainda compreensão e sabedoria. Isto significa quem segue os preceitos(mandamentos) do Senhor terá maior compreensão. Enfim, faça as coisas relacionadas com temor ao Senhor, agindo com sabedoria para que possa ter bom entendimento dos seus mandamentos. Então, viva o melhor de Deus, sabendo que o louvor do Altíssimo permanece sempre. 

Portanto, somos convidados a louvar a Deus em todo tempo. Dando, glória, honra, exaltando o seu nome e adorando à sua pessoa pelo que Ele é, e em agradecimento pelas bênçãos dele recebidas. Agradecer a Deus, lembrando o que Ele fez e faz por nós, ao reconhecermos as suas obras magnificas. Eis um momento maravilhoso para louvarmos ao nosso Deus. E quando louvamos ao Senhor, estamos reconhecendo que os seus feitos em nossas vidas são maravilhosos. Amém!

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

TEXTO: MC 11.1-1O

TEMA: SAUDEMOS A CHEGADA DO REI JESUS!

 Como o tempo passa!Já estamos novamente na época de Advento, que assinala também o início de um novo Ano litúrgico. Advento é um termo que vem do latim – adventus , que quer dizer chegar, vinda. De acordo com os relatos da história, o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII, em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. Mas somente no final do século VII, em Roma, é que foi acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor. Mais tarde, o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas.Advento se divide em duas partes, nas duas primeiras semanas os textos refletem sobre a segunda vinda de Cristo. E nas últimas semanas somos chamados a meditar sobre a primeira vinda de Cristo.

O nosso texto para este, Primeiro Domingo no Advento, encontramos em Marcos  11.1-1O, que tem como tema: “SAUDEMOS A CHEGADA DO REI JESUS!”Apresento aqui dois motivos: Primeiro, porque  Ele é o nosso verdadeiro Rei.Ele não é um rei deste mundo ( Jo 18. 36). É um Rei que entrou em Jerusalém de forma humilde em um jumento, não em um cavalo empinado, não em vestes reais. Ele não vem para conquistar pela força como os reis terrenos, mas pelo amor, graça, misericórdia e seu próprio sacrifício pelo seu povo. Ele é Rei de um reino muito maior que todos os impérios que já existiram, existem e os que ainda estão por vir. Desse modo, confessamos que o Senhor Jesus é o nosso verdadeiro  Rei, o Senhor de nossas vidas, pois Ele merece toda a nossa honra, glória e louvor.  

Segundo, porque é tempo de aguardar a vinda do nosso Rei Jesus e preparar uma grande recepção,conforme o povo de Jerusalém, recebendo-o com o mesmo ardor e entusiasmo, juntando as nossas vozes: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas”! É tempo de preparação,pois Jesus virá e  reunirá todos os povos da terra diante Dele e separará os bons dos maus, as ovelhas dos cabritos.

                                                                 I

O texto afirma que Jesus estava a caminho rumo à grande cidade de Jerusalém. Não era a primeira vez que Ele ia à esta cidade. As Escrituras registram seis visitas que Jesus fizera antes de sua entrada em Jerusalém, pela última vez. Entretanto, esta entrada em Jerusalém, era uma ocasião especial. Entraria para salvar a cidade e seus moradores, chamando-os ao arrependimento. Por esta razão, Jesus faz sua entrada publicamente, fazendo com que o povo aclamasse e falasse da grande missão que o levava até ali. E de acordo com a finalidade e a importância de sua presença em Jerusalém, ao contrário das vezes anteriores, cogita de preparativos especiais para sua entrada.

Antes de chegar a Jerusalém, Ele escolhe dois discípulos para enviá-los a Betfage. Neste lugar os discípulos encontrariam um jumentinho. E a ordem de Jesus era muito simples: “desprendei-o e trazei-o” (v.2). Jesus dá uma demonstração de Seu poder. Não hesita em mostrar aos discípulos quem Ele era. Mostra através de Suas palavras grande autoridade, pois é o Senhor quem fala e autoriza. Por isso, não há qualquer questionamento da parte dos discípulos. Simplesmente,Jesus diz: “Se alguém vos perguntar: Por que fazeis isso? Respondei: O Senhor precisa dele e logo o mandará de volta para aqui.” (v.3). Literalmente: “O Senhor necessita dele”. E de fato, tudo ocorreu como Jesus tinha dito.  Eles simplesmente obedecem à ordem do Senhor.

Os discípulos encontraram o animal e, sem problemas o trouxeram.(v.4). Colocaram em cima dele as suas vestes e Jesus o montou.(v.7), Jesus se prepara para entrar em Jerusalém de forma humilde, manso, brando, pacifico. Esta foi a maneira como Jesus entrou em Jerusalém.  Não como os grandes reis e conquistadores triunfantes depois de uma batalha, ou de um cortejo real cheio de luxo, mostrando seus escravos e conquistas. Não como um conquistador militar ou libertador político. Ele não vem para conquistar pela força como os reis terrenos, mas pelo amor, graça, misericórdia e seu próprio sacrifício pelo seu povo.

A entrada triunfal de Jesus, como verdadeiro rei, causou um momento de jubilo, alegria e de louvor. Os discípulos e numerosa multidão rendiam homenagens espontâneas a Jesus, que se encaminhavam triunfalmente à Jerusalém, preparando-lhe uma passagem ou caminho com as próprias vestes e com ramos que cortavam de árvores e espalhavam pelo caminho.(v.8). Era o delírio do povo gritando, clamando em alta voz: “ Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana, nas maiores alturas!” (vv.9 e 10). Significa salve-nos, por favor, te imploramos. Era um grito de exaltação, exclamação de louvor a Deu, entoado em reconhecimento ao messianismo de Jesus em sua entrada em Jerusalém.

Jesus entra  em Jerusalé,de forma triunfal como um Rei e é aclamado pelo povo como tal, de acordo com os costumes da época. Mas quem é este que entra em Jerusalém em marcha triunfal, aclamado pelo povo numa exaltação, como a história da cidade não registra há tempos? Quem é este rei que devemos prestar honra e louvor neste período de Advento? Este é o Reis dos reis, o Senhor dos senhores. O verdadeiro Rei que desce de seu trono e veio ao mundo. Nasceu na humilde estrabaria e morreu por nós. Entregou-se humildemente naquela cruz, suportou toda ignomínia, toda humilhação, todas as chicotadas, blasfêmias, acusações, provocações, traições, abandono, os pregos, a coroa de espinhos, a cruz, tudo para nos salvar. Todos estes aspectos demonstram que o seu reino não é terreno. Ele não é um Rei deste mundo (Jo 18. 36).Desse modo, confessamos que o Senhor Jesus é o nosso verdadeiro  Rei, o Senhor de nossas vidas,pois Ele merece toda a nossa honra, glória e louvor.

                                                                  II

Já estamos no tempo do Advento. Ele é marcado por um momento de expectativa: o Senhor que vem! Jesus que veio e que vem. Portanto, são dois momentos fortes de reflexão, dos quais devemos nos preparar.Quem nunca se preparou para alguma ocasião importante? Penso que a maioria das pessoas já se dedicaram a um determinado tempo de preparação. Aliás, a preparação do ser humano é algo fundamental e necessário em todos os setores da sociedade. As pessoas se preparam para uma determinada viagem. Os alunos se preparam para ter um bom desempenho no Enem. O atleta se prepara para que possa ter o melhor rendimento possível. O professor se prepara ao planejar as suas aulas para que possa atingir os seus objetivos. Na política, uma determinada cidade se prepara para receber uma autoridade. Muitas honras são atribuídas. A cidade passa por uma limpeza geral. O povo sai às ruas para saudá-lo e dar um aperto de mão

Na vida espiritual também ocorre a mesma coisa. Há necessidade de nos preparmos.Abrir as portas dos nossos corações para que Cristo possa entrar! De nada adianta receber Jesus com ramos de árvores e túnicas, e não compreender a que veio. Sabemos que em muitos lares, as pessoas estão se preparando com decorações, publicidades, ensaios de teatro, arrumação do presépio e a compra de presentes. São ações que nos lembram que o Natal está chegando.No entanto, a principal preparação neste período de Advento é a espera da vinda de Jesus, quando a Igreja se prepara para o nascimento de Jesus Cristo, partilhando a fé e a esperança do povo nas promessas de Deus,e da mesma forma a segunda vinda de Cristo.

Será que estamos preparados para  a segunda vinda de Jesus, a parúsia? Estamos aproveitando a oportunidade que Deus nos concede? Infelizmente, há muitos que não se preparam para receber Cristo, pois com a demora de sua vinda, se entregam ao sono espiritual, tornam-se indiferentes e incrédulos. Os escarnecedores dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?” (2 Pedro 3.4). A resposta para essa pergunta se encontra no versículo 8 e 9:  " Há, todavia, uma coisa, amados, que não devemos esquecer: que para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânime para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro).

Enquanto aguardamos a vinda de Cristo, vamos pensar no significado do Advento, uma vez que muitas pessoas desconhecem o significado deste maravilhoso período que estamos vivendo. Muitos comemoram este período com muitas bebedeiras e comilanças. Quando na verdade é um período de esperança. Tempo de crer e confiar que o Senhor irá realizar suas promessas para nossas vidas. Tempo de iniciar uma nova caminhada, andando nos caminhos do Senhor. Tempo de aguardar a vinda do Senhor. Precisamos resgatar este verdadeiro sentido. Por isso, vamos nos preparar para receber o Senhor, a fim de escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem. De forma? vigiando e vivendo uma vida santificada neste mundo.  Jesus virá e não tardará!

Estimados irmãos! O momento que antecede o Natal deverá ser para nós, cristãos, um tempo de preparação para recebermos o Salvador.É a Ele que devemos dar a nossa honra, glória e louvor. Ele virá! Deus é fiel as Suas promessas! O que se espera acontecerá ! Lembre-se: Deus vem para nos julgar. Enquanto, aguardamos a sua vinda, o preparo deve ser constante: vigiando constantemente e vivendo uma vida santificada com Deus. Portanto,Jesus nos convida para acompanharmos todos os seus passos no decorrer do período do Advento.Preparemos-nos para recebê-lo em nossos corações. Como tem sido  a sua preparação neste periodo de Advento? Amém

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

 TEXTO: MT 1.18-24

TEMA: DEUS ESTÁ CONOSCO!

Hoje, estamos comemorando o quarto Domingo no Advento. Foram quatro semanas de preparação para celebrarmos a vinda do Messias, ou seja, é o momento quando a Igreja se prepara para o nascimento de Jesus Cristo, partilhando a fé e a esperança nas promessas de Deus, e ao mesmo tempo aguardando o Seu retorno. Logo mais, vamos celebrar o Natal. E a mensagem para este quarto Domingo no Advento são as palavras do evangelho de Mateus 1.18-24, que nos assegura que a promessa fora cumprida.

O natal está se aproximando e certamente concordamos que estamos vivendo numa época de cidades enfeitadas com luzinhas de todas as cores. De lojas enfeitadas, de propagandas de produtos nos jornais, nos rádios e nas televisões, de intenso comércio, de bebedeiras e comilanças. Mas alguém pergunta: isso tudo por um acaso não representa, não recorda, não lembra o natal? Sim, lembra e pode até representar, mas não é o natal! E por quê? Porque o verdadeiro Natal é uma algo bem diferente, mais bonito, mais sublime e importante. O verdadeiro Natal significa e deve significar que Deus está conosco: no seu Filho que Ele nos deu e no seu Filho que nos leva a Ele.

Ao relatar o nascimento de Jesus, Mateus conta que José esteve preocupado com sua esposa quando percebeu que ela estava grávida e que o filho esperado não era seu. Foi um momento dramático em sua vida. Respaldado pela lei judaica, conforme Deuteronômio 24.1, ele poderia divorciar-se formalmente de Maria, alegando a infidelidade dela, uma vez que eles já tinham feito uma aliança matrimonial. Embora, ainda não tivessem consumado o casamento, ele poderia tornar público o divórcio, ou ter feito isso de uma forma mais discreta na presença de testemunhas.

No entanto, José não teve este procedimento. Ele era justo e piedoso. Em toda a narração bíblica, ele é visto como alguém submisso, tranquilo, diligente em silêncio, fazendo a sua parte com dedicação e eficiência.  Esta sua característica humilde e discreta está registrada, conforme lemos no versículo 19: “E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. “Ele não quis expor ou prejudicar Maria, por isso, preferiu deixá-la.  Resolveu deixá-la para que não fosse acusada de adultério. Ele entendia que aquela mulher era muito especial. Portanto, soube discernir a situação e a tomou como esposa.

Enquanto refletia sobres estas questões, José foi avisado em sonho, sobre o que estava lhe perturbando. Assim diz o anjo do Senhor: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (vv. 20 e 21). A ordem do anjo do Senhor é para que ele entendesse que a profecia do Messias se cumpria na sua vida e na vida de sua esposa: “Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).” (vv.22 e 23).

Esta profecia fora dita pelo profeta Isaías cerca de 700 anos. E Deus prometera e a promessa se cumpriu no dia de Natal. Ele nos amou tanto que nos deu Seu único Filho! Mas por que veio? Para que veio?  Antes de Deus nos visitar, entrar e ficar conosco, nós não podíamos chegar até Deus e estar com Ele. Havia uma barreira intransponível. Uma ponte quebrada. O homem pecou e se afastou de Deus. Separou-se de Deus. Andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos (Is. 53.6). Estávamos trilhando o caminho errado. O caminho da perdição. Se não fosse o próprio Deus intervir em sua graciosa obra redentora em Cristo, jamais poderíamos qualquer dia de nossa vida, chegar a Deus. Não existiria o natal. Não estaríamos hoje aqui reunidos para orar, louvar e cantar ao nosso Deus.

As Escrituras nos revelam o motivo da sua vinda. O evangelista João responde com incrível clareza: “porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para o mundo fosse salvo por Ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado...” (Jo 3.16-18). Eis a resposta: Ele veio para nos salvar, para nos redimir, para nos libertar dos nossos pecados. Ele veio para nos reconciliar com Deus e nos dar a vida eterna. Portanto, na presença de Jesus, as cadeias que nos prendem são despedaçadas, os grilhões quebrados, toda dominação das trevas cai por terra, toda arma forjada contra nós não prospera. Na presença de Jesus nossa iniquidade é arrancada de dentro e nossas transgressões são transformadas em novas bênçãos. Quem está em Cristo é definitivamente uma nova criação.

Esta é a grande mensagem do Natal. Mas uma visita que o homem não valorizou e nem valoriza hoje. Os homens procuram por todos os meios esquecer, negligenciar, deturpar a visita de Deus e o seu profundo significado.  Procuram esquecer em festejos materiais. Em afirmar que Deus “morreu”. Em construir o céu aqui na terra. Aonde chegará o homem com tudo isso? Por isso, hoje somente há Natal nos corações de quem totalmente creem que Deus está conosco, pois o “verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.

 De fato, o Deus conosco habitou entre nós. Ele chegou a este mundo. Neste mesmo lugar em que moramos, plantamos, construímos nossas casas e esta Igreja. Ele esteve presente entre nós, encarnado na natureza humana através de seu Filho. Nele Deus se revelou como aquele mesmo Deus fiel que acompanhou Abraão, Isaque e Jacó: um Deus solidário, que foi ao encontro das necessidades dos seus para lhes tirar as amarras do medo, da opressão, da escravidão e para conduzi-los nos caminhos da liberdade. Ele veio e cumpriu com sua missão. Agora, por meio de Jesus temos acesso a Deus.

Bíblia nos ensina que não há outro caminho que nos leva ao Pai, a não ser através de Cristo. Jesus diz em João 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Jesus é o único caminho para se chegar a Deus. Somente através de Jesus Cristo alguém consegue ter um encontro com o Pai. Portanto, Cristo é o caminho para Deus. Não nasceu nem nascerá outro Redentor. Ele é a única esperança. Ele mesmo diz: Sem mim nada podeis fazer. (João 15.5). E é o próprio Cristo que testificou esta verdade em João 12.44-50: E Jesus chamou dizendo: “Quem crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou. Eu vim como luz para todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.”

Deus está conosco. Em sua companhia podemos caminhar confiantes e esperançosos, ainda que as muitas circunstâncias da vida queiram nos obrigar a desanimar e desistir do caminho que nos conduz à sua presença. Ele está conosco no seu Filho que nos leva a Ele. Esta é a verdadeira mensagem que devemos proclamar. Deve ser o nosso Natal. O Natal não deve apenas representar para nós uma bela história, mas também um momento para refletirmos acerca da nossa comunhão com o Deus conosco, pois Deus é o centro de toda a nossa vida. Sendo assim, celebrar o Natal é celebrar que Deus está conosco, na pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta deve ser a nossa verdadeira alegria, pois o anjo disse aos pastores em Belém: Não temais: “Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo.” (Lc 2.10).

Portanto, deixemos de lado as celebrações materiais e louvemos neste Natal e em todos os momentos da nossa vida, o Emanuel, o Deus conosco, o Deus Salvador. Que possamos nos alegrar mais uma vez com o nascimento de Jesus e a salvação que ele trouxe e oferece ao mundo para todas as pessoas. Que possamos recebê-lo em nossas vidas, aceitando a proximidade do Deus Conosco que virá com todo esplendor. Amém

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

 TEXTO: SL 126

TEMA: RESTAURA, SENHOR, A NOSSA VIDA!

O salmo 126 faz referência ao retorno dos cativos, depois de muitos anos de escravidão no exílio na BabilôniaQuando receberam a notícia de que poderiam retornar, parecia um sonho. E diante das dificuldades que enfrentariam, esta eram uma mensagem de esperança.  Sabiam que teriam que recomeçar tudo de novo e, por isso, pediram a Deus: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe.” É a suplica para que Deus tirasse daquela situação de cativeiro, e que desse uma nova oportunidade para que pudessem ser restaurados e que prosperassem novamente. Era Deus restaurando o Seu povo novamente.

Este mesmo salmo se tornou um cântico de romagem, para cantar nas peregrinações a Jerusalém. Sendo que a temática e a importância desse salmo, na história do povo de Deus, refletem o sofrimento, as dores, as decepções, as provações que o povo de Deus em sua história de vida, vivenciou. Também retrata o triunfo, a conquista, o cumprimento das promessas de Deus, a fidelidade. Enfim, o agir de Deus em favor dos cativos ao libertá-los do cativeiro. 

Estimados irmãos! Há momentos em nossas vidas que tudo parece estar fora de controle. Não há solução e tudo se torna mais distante ou confuso. Assim é com nossa vida, estamos como o deserto, sem esperança, sem saber o que fazer, vendo que nossos planos e sonhos não se concretizam, mas nosso Deus vem restaurar a nossa vida! O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Diante desta situação, Deus quer restaurar a nossa vida, os nossos sonhos, projetos, o nosso amor por Cristo, a nossa vida espiritual, os nossos talentos e dons. Só ele pode restaurar. A Sua restauração é total, abrangente, completa, perene, duradoura. Apresenta-te como o salmista e diga: “Restaura-nos como as torrentes de Neguebe”. É maravilhoso saber que Ele continua com o mesmo poder, com a mesma disposição de quando restaurou seu povo no passado. É confortante saber que o SENHOR restaura também no presente e no futuro.

O salmista inicia o salmo, afirmando que o resgate dos cativos de volta a Sião foi como um sonho! (v.1). Parecia um sonho, mas era realidade. O Senhor os tinha libertado do cativeiro. A situação foi revertida. A restauração causou júbilo. Não choravam, pelo contrário, só havia alegria e gratidão. Deus havia transformado aquele momento em realidade. O fato de voltar à sua terra, de estar livre do cativeiro, de poder cultuar ao Senhor eram motivos suficientes para "ficar como quem sonha”. E o salmista está vendo isso acontecer diante de seus olhos. Aqueles cativos anteriormente “machucado” estava cantando e rindo; que antes era tido como “derrotado e envergonhado”, passou a usufruírem das grandes coisas que Deus havia realizado. O Senhor manifestou-se salvador, e as lágrimas converteram-se em sorrisos de enorme alegria: “Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de júbilo”. (v.2a). 

Os risos de alegria e os gritos de júbilo que acompanhavam os exilados que saiam do cativeiro na Babilônia, e que ecoavam nos desertos que atravessavam, provocou também testemunho diante das nações pagãs. O povo deveria manifestar os feitos do Senhor entre as nações. As coisas que Deus fizera em prol do seu povo, de modo que o mundo inteiro saiba, que o Senhor fez coisas grandiosas na vida do povo. (v.2b).  Toda a história de Israel no AT mostra-nos os grandes atos de salvação realizados por Deus em favor do seu povo no passado. Há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa. Ele devastou o Egito com as dez pragas para libertar o seu povo; abriu o Mar Vermelho para o seu povo passar e fechou o para destruir o exército de Faraó.  Mandou o maná para alimentar o seu povo no deserto e fez sair água da rocha para saciá-lo. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre lembrar o que Deus fez. Deus sempre foi fiel e bondoso para Israel. Esta é a razão de “estarem alegres”. (v.2c).

Deus também tem realizado coisas grandiosas em nossa vida. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. O seu amor e cuidado em todas as situações dramáticas das nossas vidas, situações que tiraram noites de sono e, muitas vezes, nos deixaram sem esperança para continuar com nossos sonhos e projetos, ou seja, no casamento em crise, nas crises financeiras sem fim, crises na saúde, e o Senhor sempre nos ajudou em todos momentos. Temos um Deus maravilhoso, que não mede esforços para nos ajudar. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Mas que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Na volta à Jerusalém, aquele povo reencontraria as suas tragédias e desolações passadas. O templo em escombros, Jerusalém demolida. Pessoas doentes, miseráveis e com sonhos perdidos. Esta era a verdade da existência daquele povo. De uma alegria ímpar, com preocupação, o povo passa a suplicar uma mudança de sorte desoladora: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”. (v.4). Restaurar significa voltar, retornar, começar mais uma vez. Este foi o pedido do povo. É uma súplica para que Deus lhe torne a dar uma nova perspectiva de vida, porque a vida do povo estava árida como o deserto do Neguebe. Neguebe ou Negev (נֶ֫גֶב) significa lugar seco ou ressecado. É uma região desértica, com vários leitos de rios secos, que fica no Sul da Palestina. Quando chovia estes leitos se enchiam de água e a vegetação novamente florescia. Tudo era restaurado!

Ao fazer referência as torrentes do Neguebe, o salmista estava suplicando que a aridez dos tempos de cativeiro, desse lugar à abundância de bênçãos de Deus derramadas sobre o povo. Também suplicamos ao Senhor: “Restaura-nos!”. O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Há uma aridez e tudo parece estar perdido. Surgem o desânimo, a vontade de ficar parado, de não mais caminhar. São tribulações em algum momento de nossa vida. Temos problemas dos mais diversos, lutamos contra adversidades, somos provados e experimentados. Precisamos também clamar por restauração ao Senhor. A sequidão de hoje não pode ser motivo de desânimo, mas sim motivo de clamor. Lembrando que o Deus que nos salvou é poderoso para mudar qualquer situação da nossa vida, mas isto no seu devido tempo.

O salmista, agora, olha para o futuro na esperança que a restauração virá, mas no tempo de Deus. Será longo e árduo. Enquanto não ocorre a restauração é preciso continuar semeando, mesmo quando parece que não haverá retorno. É precisa ter paciência, perseverança, saber esperar. O salmista nos ensina a persistir, mesmo diante dos problemas que enfrentamos e nos garante que o Senhor estará a nossa frente, enxugando nossas lágrimas enquanto semeamos: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão”. (v. 5). Semear é algo trabalhoso e muito cansativo. Não é um trabalho fácil. Quem já fez algum plantio, sabe bem das dificuldades. A terra deve ser preparada e o lugar de plantio deve ser escolhido corretamente. Enquanto faz isso, o semeador, soa, suspira e se esforça grandemente.

No entanto, quando o salmista fala sobre “semear com lágrimas”, alguém que “sai andando e chorando, enquanto semeia”, não é porque a semeadura seja triste, ou porque semear seja difícil. Semear é simplesmente levar a preciosa semente, que é a Palavra de Deus. Ao sair a semear a semente da Palavra de Deus, defrontamos com muitos fatores desconhecidos, o que poderá nos levar as lágrimas. Passamos por muitas aflições. De qualquer forma, somos convidados a semear. Somos semeadores. Temos a boa semente, que é a Palavra e o campo já está preparado para recebê-la. Lancemos essa semente nos corações e preparemo-nos para uma colheita abundante e jubilosa! Mas não os esquecemos que o nosso semear também é feito de lágrimas, frustrações e derrotas. Não sabemos se vamos colher. Mas precisamos acredita nas promessas de Deus que diz: Os que semeiam em lágrimas ceifarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, “andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”.  (v.6).

Estimados irmãos! O Senhor restaurou a sorte dos cativos. Agora, estavam alegres pelas vitórias. Você está precisando de restauração? Você precisa clamar! Você precisa olhar para os céus e dizer: “Restaura-me, ó Deus”. Amém

 TEXTO: SL 85

TEMA: MOSTRA-NOS SENHOR A TUA MISERICÓRDIA!

O salmo 85 é uma oração de pedido de socorro, de restauração, de livramento, súplica de retorno ao Senhor. Em sua oração, em espirito e humildade, salmista súplica às misericórdias de Deus. Ele traz à memória os grandes feitos do Senhor, realizados ao longo da história de Israel sobre as misericórdias de Deus. Foram bênçãos indizíveis que Deus concedeu ao povo arrependido. No presente, o salmista também súplica às misericórdias de Deus: “Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação”. Deus concede as misericórdias e salvação, mas a partir do momento em que houvesse contrição e arrependimento. Este pedido do salmista se concretiza. Deus abençoou ricamente seu povo. Ele exalta ao Senhor e descreve as bênçãos recebidas.

Precisamos também diariamente dizer: “Mostra-nos Senhor a tua misericórdia!” O que seria de nós se o Senhor não fosse benigno e misericordioso para conosco? Se não nos perdoássemos cada dia? Por isso, é necessário lembrarmos das inúmeras vezes que Deus manifestou as suas misericórdias por nós. A começar por ter enviado seu filho para morrer por nós. Além disso, Deus realizou muitas intervenções em nossas vidas, conduzindo cada um de nós a salvação, proporcionando livramento, suprimento, cura, bem-estar, entre muitas outras coisas. E como é maravilhoso saber que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã.

Mostra-nos Senhor a tua misericórdia! Primeiro, porque todos nós precisamos das misericórdias do Senhor. Somos dependentes em cada momento de nossa vida, sem as misericórdias, nada seriamos, nada poderíamos fazer, nada conseguiríamos realizar. Não como conseguimos vencer as batalhas que travamos diariamente contra as hostes do mal. Enfim, porque as misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã. Podemos iniciar um novo dia por causa do amor, misericórdia, compaixão e fidelidade que o Senhor renova sobre nossas vidas todas as manhãs.

O salmista percebe o quanto Deus demostrou a sua bondade ao povo. Esta bondade de Deus se manifestou na história de Israel. Foram muitas bênçãos extraordinárias concedidas ao povo, trazendo-lhe a correta direção por meio da contrição e, também, a esperança de ser perdoado e restaurado. Tal bondade se percebe nos primeiros versículos. Havia fartura na terra. (v.1). Deus havia concedido o perdão. (v.2). Deus havia concedido o livramento. (v.3). Diante desta bondade, o povo de Deus pode regozijar-se, pois a iniquidade fora perdoada e os pecados cobertos. A indignação de Deus fora removida e o ardor da sua ira afastado. Favorecimento, restauração, perdão, encobrimento dos pecados, retenção da ira divina, desvio de furor, foram ações tomadas por Deus em favor de seu povo. Sendo assim, o salmista se alegra porque Deus perdoou o Seu povo, cancelou os seus pecados, e cessou a Sua ira.

Ao mesmo tempo em que o salmista orava, agradecendo a Deus pelas ações da bondade de Deus realizadas no passado, no presente, ele pede ao Senhor que restabelecesse completamente e retirasse a Sua ira sobre o povo: “Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação e retira de sobre nós a tua ira”. (v.4). Estarás para sempre irado contra nós? Prolongarás a tua ira por todas as gerações? (v.5). Neste pedido, a sensação do salmista é que a dor do sofrimento decorrente da ira divina está durando muito. O povo já havia sentido esta ira antes da sua reconciliação. Agora, ela ainda era evidente e parecia não ter fim. Da entender que Deus continuava julgando o seu povo. Além disso, o povo não tinha forças para mudar a situação que estava vivendo, pois quando o povo voltou do exílio da Babilônia para Jerusalém, era um período de sofrimento e tribulação. Voltaram e encontraram uma cidade arruinada, sem estrutura, um desolamento total. Esta situação causou uma morte espiritual, incredulidade e falta de esperança na vida povo. E, para manter uma vida renovada, o salmista, reconhecendo o grande amor de Deus, confiando no Senhor, sabendo que será atendido pela misericórdia e fidelidade de Deus, o salmista faz um pedido: “Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação”. (v.7).

Todos nós temos recebido muitas bênçãos de Deus em nossas vidas. São as misericórdias de Deus que se renovam cada manhã. Deus tem realizado coisas grandiosas. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo, morreu na cruz para nos salvar; as nossas lágrimas, a nossa dor, todo o sofrimento, Deus realiza coisas grandiosas.  Por isso, nosso louvor e nossa alegria são motivados por estas grandes obras que Deus realiza. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Ao mesmo tempo em que o salmista orava, agradecendo a Deus pela restauração, pelas ações da bondade de Deus realizadas no passado, ele pede a Deus que restabelecesse completamente e retirasse a Sua ira sobre o povo. (v.4). O motivo principal da ira de Deus, era que seu próprio povo, constantemente, quebrava a aliança que ele fez com eles. Eles adoravam a ídolos, misturavam falsos deuses com a adoração ao Senhor. Diante desta situação, o salmista apresenta uma pergunta retórica visto que Deus se prontificou, na aliança mosaica, a retribuir a confissão de pecados com o desvio da sua ira e com a renovação das bênçãos (Lv 26.40-45): Estarás para sempre irado contra nós? Prolongarás a tua ira por todas as gerações? (v.5). Para o salmista a dor do sofrimento é decorrente da ira divina. A ira de Deus ainda é evidente e parece não ter fim. 

No entanto, Deus sempre demostrou paciência, amor e prontidão em perdoar o seu povo. Por isso, reconhecendo o grande amor de Deus, confiando no Senhor, sabendo que será atendido pela misericórdia e fidelidade de Deus, o salmista faz um pedido.  Não orava como quem duvida, pois tinha a plena certeza de que o Senhor ouviria as orações de Seu povo e que voltaria a lhes falar de paz. Uma oração de quem confia por ter visto a libertação; uma oração de quem reconhece que precisa de Deus; uma oração de quem olha para o seu problema e vê a solução que Deus providencia como já fez no passado: Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação. (v. 7). O salmista clama a Deus por restauração. Que Deus se lembre novamente de sua bondade ao povo. Este pedido lembra o poder e a soberania de Deus. Esse pedido para que Deus se lembre é uma renovação da aliança de Deus com seu povo.

 Diante de seu pedido a Deus, o salmista ouve a mensagem divina em resposta a oração do povo. (v.8a). Ele entendeu que Deus não é cruel. Ele é justo e se preocupa com a situação de seu povo. Entende que Deus tem uma mensagem de paz ao povo, pois Deus é misericordioso e perdoa as transgressões. A misericórdia divina, que Deus mostrou ao longo da história, resplandece-se na vida de Jesus. Em sua infinita bondade, Deus enviou o seu Filho e habitou entre nós. Ele morreu e perdoou os nossos pecados. O salmista vislumbra esta verdade, Ele profetisa, de forma maravilhosa, a respeito do Salvador. Esta mensagem torna-se transparente quando o salmista afirma: Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram” (v.10). Parecia haver um afastamento entre justiça e misericórdia, entre justiça e perdão, mas na cruz de Cristo é cenário onde houve esse bendito encontro da justiça e da paz Elas se beijaram, isto é, a justiça e a paz deram as mãos, selando a nossa eterna redenção. A justiça foi feita, pois Deus puniu nosso pecado em seu Filho. E, assim, podemos dizer que a paz e justiça se encontraram no amor de Deus revelado na obra de Cristo,

Todos nós precisamos das misericórdias do Senhor. Somos dependentes dessas misericórdias em todo momento da nossa vida. Nada poderíamos realizar sem as misericórdias de Deus. Imaginem, sem as misericórdias, como venceríamos o pecado? Como vencíamos as batalhas que travamos diariamente contra as hostes do mal? Contra o nosso inimigo que está ao nosso derredor rugindo como um leão, e pronto para nos atacar? Por isso, precisamos também em nossas orações, suplicar ao Senhor: Mostra-nos Senhor a tua misericórdia! O profeta Jeremias orou muitas vezes e suplicou ao Senhor por misericórdia. Lembrou que as misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos, porque elas não têm fim. Elas renovam-se cada manhã. Estas palavras nos encorajam e nos alegram, pois, o Senhor renova a Sua misericórdia sobre nossas vidas todas as manhãs. Deus nos dá diariamente, mais uma oportunidade para que possamos declarar o nosso amor, gratidão e temor a Ele.

O salmista ao encerrar a sua oração, ao descrever a circunstância maravilhosa depois da reconciliação do povo arrependido com seu Deus misericordioso, ele exalta ao Senhor. Ele lança mão das qualidades advindas da comunhão, mescla-as ao efeito físico que terão na agricultura de Israel: “Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar.”  (v.11): A fidelidade brotará da terra e a justiça dirigirá o olhar desde os céus. O salmista associa o desfrute dessas bênçãos ao retorno da comunhão pelo perdão dos pecados. Feita essa conexão de ideias, o salmista deixa claro qual será o resultado agrário, mostrando, por meio da palavra “também”, a íntima ligação que há entre o perdão e o retorno da provisão divina (v.12): “Também o Senhor dará o que é bom, de modo que a nossa terra dará sua colheita”. Esse não seria o único benefício a ser desfrutado pelos arrependidos. O Senhor restabeleceria sua caminhada junto com o povo como um desbravador que abre um caminho seguro, do mesmo modo que fez no deserto ao guiar a multidão até Canaã: “A justiça irá à sua frente e suas pegadas abrirão caminho”. (v.13). 

Estimados irmãos! Todos nós temos recebido muitas bênçãos de Deus em nossas vidas. São as misericórdias de Deus que se renovam cada manhã. São coisas grandiosas! Se vocês se sentirem fracos ou desanimados, lembrem-se das misericórdias do Senhor que duram para sempre e se renovam a cada amanhecer. Lembrem-se que Ele é aquele que estende graça e bondade. Que o Senhor nos abençoe com Sua bondade, fidelidade e misericórdia a cada manhã, a fim de que sejamos dignos de receber as bênçãos maravilhosas que Ele tem preparado para mim e para você. Amém!

TEXTO: MC 13.24-37

TEMA: PREPAREMO-NOS PARA A VINDA DO SENHOR !

A preparação do ser humano é algo fundamental e necessário em todos os setores da sociedade. As pessoas se preparam para uma determinada viagem. Os alunos se preparam para ter um bom desempenho no Enem. O atleta se prepara para que possa ter o melhor rendimento possível. O professor se prepara ao planejar as suas aulas para que possa atingir os seus objetivos. Na política, uma determinada cidade se prepara para receber uma autoridade. Muitas honras são atribuídas. A cidade passa por uma limpeza geral. O povo sai às ruas para saudá-lo e dar um aperto de mão.

Também nessa época de Advento, muitos lares estão se preparando com decorações, publicidades, ensaios de teatro, arrumação do presépio e a compra de presentes. São ações que nos lembram que o Natal está chegando. No entanto, a principal preparação neste período de Advento é a espera da vinda de Jesus, quando a Igreja se prepara para o nascimento de Jesus Cristo, partilhando a fé e a esperança do povo nas promessas de Deus. Como não sabemos quando será a sua chegada, Ele nos alerta da urgência de estarmos sempre preparados para o Seu retorno, como Senhor e Rei de todas as coisas, pois ninguém sabe o dia nem a hora, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai. (v.32). A única coisa que sabemos é que Cristo voltará: “esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu, assim virá de modo como o vistes subir” (Atos 1.11).

De fato, não sabemos quando Cristo voltará, mas ele nos deixou alguns sinais que precederão a sua vinda. São sinais que têm a finalidade de anunciar o fim dos tempos: “Nesses dias, depois da tribulação, o sol vai ficar escuro, a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu, e os poderes do espaço ficarão abalados”. (23 e 25).  Então, nessa ocasião “aparecerá no céu o Filho do homem, vindo sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos dos quatro cantos da terra, e reunirá as pessoas que Deus escolheu, do extremo da terra ao extremo do céu". (26 e 27). E para falar sobre a sua vinda, Jesus usa a imagem da figueira: “Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.” (v.28). Jesus explicou que a figueira se renovava, crescendo novas folhas, quando o verão estava próximo. “Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. (v.29).

A vinda de Cristo é absolutamente certa. Por isso, é importante nos prepararmos. E a melhor maneira de preparar-se para este glorioso evento é vigiando e orando. Vigilância e oração constitui um par inseparável na vida dos cristãos. Uma vida com Deus significa comunhão com Deus por meio da oração. Por isso, Jesus quase sempre alia ao vigiar o orar. Não é sem razão que consideramos a oração o índice da vida espiritual do crente. Vida espiritual pressupõe oração intensa. São essenciais para permanecermos firmes na fé e perseverarmos até o final. Esta afirmação fica evidente nas palavras de Jesus: Estai sobre aviso vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo”. (v.33). Jesus ilustra ainda outro exemplo sobre o vigiar. Ele afirma: É como um homem que, ausentando-se do pais, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um à sua obrigação e ao porteiro ordena que vigie. (v.34).O porteiro deve vigiar, pois tem a responsabilidade de cuidar do trabalho do senhor e orientar os demais servos. O verbo vigiar no texto tem o significado de manter os olhos abertos. O servo deveria manter os olhos abertos diante de sua tarefa, manter a responsabilidade de estar vigilante para perceber o momento do regresso do senhor.

A figura do porteiro, que espera vigilante a chegada de seu patrão, nos ensina a permanecer despertados para abrir as portas e acolher o Senhor que vem ao nosso encontro. O Senhor pode voltar à tarde.  Ele poderá voltar à meia noite, de madrugada ou pela manhã. Ninguém pode predizer quando ele voltará. Mas voltará, e cada um de nós terá de comparecer à sua presença. Para o cristão não importa o dia e a hora. O importante é estar preparado. E até foi bom que Deus não nos tenha revelado o dia e a hora de sua volta, pois do contrário não teria mais sentido orar e vigiar. Provavelmente ficaríamos abatidos e deprimidos, desconfiados e cheios de dúvidas ou até indiferentes; E com a chegada de Cristo não teríamos cumprido com as nossas obrigações de filhos da luz.

Esta deve ser a conduta do cristão que almeja encontrar-se com Cristo. São exemplos que nos mostram o quanto devemos estar vigilantes, atentos, aguardando a Sua vinda, para recebe-lo com o mesmo ardor e entusiasmo com que Jerusalém o recebeu, juntando as nossas vozes: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas. Mas será que estamos preparados para a vinda do Messias? Estamos aproveitando a oportunidade que Deus nos concede? Infelizmente, há muitos que não se preparam para receber Cristo, pois com a demora de sua vinda, se entregam ao sono espiritual, tornam-se indiferentes e incrédulos. Os escarnecedores dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?” (2 Pedro 3.4). A resposta para essa pergunta se encontra no versículo 8 e 9:''Há todavia, uma coisa, amados, que não devemos esquecer: que para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânime para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro).

Também nós cristãos devemos ser lembrados disso diariamente, para não acontecer que durmamos por causa da sua demora, ou venham nossos corações a ficar sobrecarregados com as coisas desse mundo. Por isso, devemos viver uma vida cheia de esperança da vinda do Senhor. Para que possamos viver esta vida cheia de esperança, devemos estar em prontidão e preparados. O primeiro passa é fugir de todas as tentações que nos afligem neste mundo. Paulo admoesta: “Vai alta a noite e vem chegando o dia. Deixamos, pois, as obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não, não em contendas e ciúmes”. (Rm. 13.13). Isto só pode acontecer no momento em que vivermos em comunhão com Deus diariamente através de sua palavra. Em contato com a palavra de Deus nos mantemos imunes contra as tentações do mundo e nos fortalecemos na luta contra a nossa própria carne.

Pensemos por um momento no que significa Advento, neste período que estamos aguardando a vinda de Cristo, uma vez que muitas pessoas desconhecem o significado deste maravilhoso período que estamos vivendo. Muitos comemoram este período com muita bebedeiras e comilanças. Quando na verdade é um período de esperança. Tempo de crer e confiar que o Senhor irá realizar suas promessas para nossas vidas. Tempo de iniciar uma nova caminhada, andando nos caminhos do Senhor. Tempo de aguardar a vinda do Senhor. Precisamos resgatar este verdadeiro sentido. Por isso, vamos nos preparar para receber o Senhor, a fim de escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem. De forma? vigiando e vivendo uma vida santificada neste mundo. Que Deus conceda a cada um abençoado tempo de Advento e que busquemos cada dia viver na paz que vem daquele que em meio à humildade, nasceu por todos nós! Amém!