quarta-feira, 26 de abril de 2023

 


 TEXTO: LC 24.44-53

TEMA: POR QUE JESUS SUBIU AO CÉU?

A Igreja Cristã comemora a Ascensão de Jesus. Uma data que está caindo cada vez mais no esquecimento. São poucas as congregações cristãs que celebram cultos neste dia. E, o que é grave, são poucos os cristãos que se lembram desta data, e que sabem o seu significado. A palavra ascensão significa escalada, subida, elevação. Para os cristãos essa palavra tem um significado muito mais profundo, principalmente, quando se fala da Ascensão de Cristo. Ela lembra o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Lembra a Sua volta para o trono celeste. Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Lembra a Sua subida ao céu para preparar-nos o lugar na casa paterna. Os discípulos ouviram dos anjos essa promessa da volta de Jesus Cristo: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir" (At 1.11). Estes são os motivos da subida de Jesus ao céu!

Mas o que dizem as Escrituras sobre a subida de Jesus ao céu? Os textos canônicos dos Evangelhos não trazem uma mesma narrativa. No livro de Mateus há uma despedida, que acontece na Galileia, exatamente onde começou o ministério de Jesus. Nessa ocasião, Jesus se despede e envia os discípulos, referidos como Os Onze (Mt 28.16-20). O texto de Marcos é muito semelhante ao de Mateus, mas acrescenta ao final que “O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. (Mc 16.14-20). No Evangelho de João, nem há referência a isso. O evangelho termina bruscamente, Jesus e seus discípulos comendo peixe assado.

O nosso texto, conforme o Evangelho de Lucas, também há uma semelhança com Mateus e Marcos, momento em que Jesus fala sobre a missão dos discípulos e depois os levou até Betânia, onde viram Jesus subindo aos céus. Mas antes deste grande acontecimento, da subida de Jesus aos céus, os discípulos, após a ressurreição, ficaram confusos, temerosos e tanto desorientados. Diante deste medo e angústia, Jesus os prepara para uma missão sublime. Ele faz isto ao citar as Escrituras como base de sua pregação. E é justamente nas Escrituras onde está registrado o plano de Deus para a salvação da humanidade, um plano com centralidade nos acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Estimados irmãos! Jesus reuniu seus discípulos. Era os últimos ensinamentos. Ele inicia à sua preleção, afirmando: “São estas as palavras” (v.44). É a maneira de Jesus dizer que todos estes acontecimentos, especialmente sua morte e ressurreição, são relatos que Ele ensinou aos seus discípulos, e que na verdade já haviam sido previstos por Moisés, os profetas e pelos salmistas. Após os seus ensinamentos, Jesus os convoca para serem testemunhas. Deveriam ser testemunhas destes fatos, em seu nome deveriam pregar o arrependimento para remissão dos pecados, para que a certeza do cumprimento das promessas e também a redenção da humanidade, possam ser conhecidas de todos.

Na pregação de sua palavra, Deus não deixaria os seus discípulos abandonados. Ele os capacita com o poder do Espírito que acompanharia esta pregação da salvação em Cristo “Eis que envio sobre vos a promessa de meu Pai” (v.49). De fato, esta promessa se cumpriu mais tarde, no dia de Pentecostes. Eis a razão porque Jesus disse que não se ausentassem de Jerusalém. Neste dia, os discípulos foram confortados pelo Espírito Santo, anunciaram arrependimento para remissão dos pecados.

Após esses ensinamentos com os seus discípulos, Jesus os levou para fora da cidade, através do monte das Oliveiras, para Betânia e lá se despediu deles. Enquanto suas mãos estavam estendidas em bênçãos, Ele lentamente subiu aos altos céus. Era o cumprimento de mais uma etapa no plano de Deus: “enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (v.51). Jesus subiu aos céus. Ele não foi para um lugar ignorado, mas “foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus”. A sua subida era necessária, pois foi para preparar-nos lugar na casa do Pai Celeste. Este é o grande significado da Sua subida ao céu!

Os discípulos, depois de terem visto Jesus subir ao céu, retornaram a Jerusalém. “tomados de grande jubilo” (v.52), obedeceram a instrução do Senhor de que aguardassem a vinda do Espírito Santo. Não estavam mais tristes. Não mais se lamentavam, como antes. Agora, louvam a Deus, e com regozijo contavam às pessoas a maravilhosa história da ressurreição de Cristo e de sua ascensão ao céu. Não tinham mais qualquer desconfiança do futuro. Sabiam que Jesus estava no céu. Por isso, havia motivos para jubilar. Também jubilamos ao Senhor porque Ele nos libertou da terrível escravidão do pecado, da morte e de Satanás. Jubilamos porque, mesmo andando aqui na terra ainda sob a cruz e em humilhação, expostos aos sofrimentos, às injustiças e, muitas vezes, a cruéis perseguições, não tememos. Jubilamos porque ascensão diz respeito à verdade de que, agora, Cristo está coroado como o Rei dos reis. Ele deixou para trás toda humilhação, sofrimento e dor que experimentou nesta terra, para estar junto do Pai exaltado para sempre no meio dos louvores dos anjos e da Igreja.

Estimados irmãos! A Ascensão de Jesus torna-se importante, pois lembramos o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Ela torna-se importante, pois Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Enfim, torna-se importante, pois Ele subiu ao céu para preparar-nos o lugar na casa paterna. Enquanto, aguardamos a sua vinda, devemos ser suas testemunhas neste mundo: “Sereis as minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Amém!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

 

TEXTO: JO 14.1-14

TEMA: JESUS É O ÚNICO CAMINHO PARA A CASA DO PAI !

O que as pessoas gostam de fazer no dia a dia? Algumas gostam de caminhar. É bom para a saúde! Segundo a ciência, o caminhar é ideal para trabalhar a função cardiovascular, melhorando o nível de condicionamento físico; ajuda na perda de peso e fortalece os músculos, reduz a pressão sanguínea, os níveis de colesterol no sangue, o risco de doenças cardíacas, osteoporose, diabetes e o estresse. Mas este é um caminhar físico.

Jesus falou de outro caminho.Ele disse: “Eu sou o caminho” (v.6). Ele havia falado,muitas vezes, aos discípulos sobre este assunto.De modo que sabiam a respeito do caminho, e, de modo especial, sobre a sua missão e seu retorno à Casa do Pai.Mas eles não entenderam,e lhe perguntaram como poderiam saber o caminho.Jesus lhes respondeu:“Eu sou o caminho.” A resposta que Jesus dá a Tomé, esclarece todas as suas dúvidas. É uma resposta que conforta e fortifica sua fé. “Eu sou o caminho” é uma expressão enfática, ou seja,significa que Jesus é o único caminho para a Casa do Pai. Sem Ele somos abandonados e condenados nos nossos próprios pecados. Com Ele, porém, temos perdão e nos tornamos Filhos de Deus e herdeiros do céu.

Você está à procura deste caminho que nos conduz à Casa do Pai? Venha! Você deve olhar para Jesus e permanecer nele e não ficar preocupado com outras ideias de como chegar aos céus. Arranque e afaste de seu coração esses pensamentos e não pense em outra coisa senão nestas palavras: “Eu sou o caminho”. Entretanto, Jesus nos ensina que o nosso caminhar, jamais será um caminho de flores! Lágrimas, espinhos e uma infinidade de obstáculos fazem parte deste caminhar. Mas Jesus está conosco. Temos a promessa “Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hebreus 13.5). Ele nos protege com sua mão e nos mostra o caminho ,diariamente, através de sua Palavra, dizendo: “Este é o caminho; andai nele.” (Isaías 30.21).

Jesus sabendo que nas próximas horas seria crucificado, Ele começou a revelar aos seus discípulos sobre os últimos acontecimentos. Revelou que havia um traidor entre eles e, se ainda não bastasse, Pedro foi avisado de que negaria Jesus antes que o galo cantasse três vezes. Estes últimos acontecimentos e a despedida de Jesus em relação aos seus discípulos, gerou um momento de tristeza e desanimo. E ao observar esta cena, ao vê-los tristes, Jesus consola os discípulos. Ele diz: ‘‘Não se turbe o vosso coração’’ (v.1a). Significa não fiquem tristes, desanimados, desmotivados!  Ele deu aos seus discípulos motivos pelos quais seus corações não deviam se turbar. Deu o remédio para o coração turbado: “credes em Deus, crede também em mim” (v.1b). O conselho de Jesus era simples. Jesus poderia dar mil conselhos celestes. Mas restringiu-se ao poder do verbo “crer”. Confiar em Deus e no seu Filho é crer, confessar e descansar no seu poder, na sua sabedoria, na sua providência, no seu amor e na sua salvação. Jesus disse: “Assim como vocês creem na realidade de Deus, creiam igualmente no meu poder de ajuda.” Esta era a recomendação de Jesus aos discípulos, diante da situação que estavam vivendo. Sendo assim, Jesus aponta o caminho da paz, da tranquilidade e do sossego  que os discípulos deveriam ter.

As palavras de Jesus se estendem a todos os seus seguidores que o amam, verdadeiramente, pois encontramos, muitas pessoas, na mesma situação dos discípulos. São pessoas com almas estressadas,  com sorrisos ausentes, angustiadas, com medo e remorso. São famílias em conflito, vivendo  na solidão, na  tristeza e na angústia. O que fazer quando as crises vêm? Quando os problemas aparecem? Quando as tempestades nos ameaçam? Quando os ventos contrários conspiram contra nós? Jesus disse: continuem confiando em mim! A fé em Jesus é o único remédio para um coração turbado. A fé triunfa nas crises. Abraão creu na promessa. Paulo na hora do martírio disse: Eu sei em quem tenho crido. Portanto, em Jesus, encontramos todas as respostas para os intermináveis e infinitos questionamentos da alma conturbada, do espírito irrequieto, da consciência traumatizada e da memória torturante.

Na verdade, os discípulos, por sua vez, não compreenderam as palavras de Jesus. Não compreenderam, porque Jesus tinha que seguir o caminho do sofrimento, da desonra e da cruz. Não compreenderam, porque deveria voltar para junto do Pai. Com efeito, eles ainda não haviam entendido que Jesus era o Filho de Deus e que viera numa missão inovadora. Agora, Ele teria que voltar para o Pai, a fim de que se cumprissem todas as Suas promessas. No entanto, prometeu que enviaria o Consolador. Por isso, aproveita este momento de dúvida para explicar aos discípulos que convinha ir para junto do Pai prepara-lhes o lugar, mas que voltaria para si mesmo. Sendo assim, Jesus dá aos discípulos uma explicação do motivo do futuro sofrimento. Abre-lhes um pouco a janela, para que possam olhar a grandiosidade de sua obra. Ele lhes diz: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Pois vou preparar-vos lugar” (v.2).

 Na casa de meu Pai há muitas moradas, Jesus não estava se referindo a um templo terreno, ao contrário, Ele estava falando da verdadeira Casa do Pai. Essa casa não é terrena, mas celestial. É o lugar da habitação de Deus que está nos céus ( Salmos 33.13,14; Isaías 63.15).A Casa do Pai é o lugar prometido ao longo de toda as Escrituras como o destino daqueles que creram em Jesus. Aqueles que pela fé, receberam de Jesus a remissão dos pecados, tendo se comprometido a segui-lo por todos os dias da vida. A Casa do Pai tem espaço mais que suficiente para todos estes: “há muitas moradas.” Essa promessa também é para nós! É confortável saber que na casa do nosso Pai Celestial há muitas moradas. É sinal de que há lugar também para cada um de nós. Há espaço para todos. Triste seria se não houvesse lugar para nós. Seria um tormento insuportável.

Ele também disse que iria preparar lugar para seu povo . Isto significa que sem sua morte, ressurreição, ascensão e envio do Espírito Santo, jamais haveria lugar para nós na Casa do Pai. Nunca teríamos condições de habitar nelas. Na verdade, nem mesmo poderíamos chegar até elas. Mas Deus nos amou ao enviar o Seu Filho: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Foi desta maneira que Jesus preparou-nos lugar na Casa do Pai, fazendo-se Ele próprio o caminho que conduz à casa paterna. Ele é o Mediador entre Deus e os homens. Em Cristo Deus se reconciliou com o mundo. Em Cristo Jesus há perdão, vida e salvação para todo aquele que nele crê. Ele cumpriu com a sua missão, voltou à Casa do Pai e se encarregou de preparar o lugar para nós .Também prometeu retornar, e levar seu povo para estar junto de si para sempre (v.3). É ,por isso, que a frase “na casa de meu Pai há muitas moradas” tem um significado tão profundo para todos os que amam ,verdadeiramente, o SENHOR. A partir desse fato não há mais motivo para turbar, angustiar ou amedrontar nosso coração, desde que creiamos em Deus.

Após falar sobre a Casa do Pai, Jesus faz uma afirmação, e deixa bem claro que os discípulos sabiam o caminho para onde Ele iria : “E vós sabeis o caminho para onde eu vou.”(v.4). Mas não conseguem compreender, principalmente, Tomé. Ele está em dúvida.  Não entendeu de forma clara e fez ao mestre a seguinte indagação: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?” (v.5). É interessante, que enquanto Pedro manifestara a sua intenção de morrer por Jesus, Tomé pelo contrário, expõe a sua ignorância. Tomé, por ocasião da ressurreição de Jesus se manteve céptico. Queria ver para crer. Ao que tudo indica, Tomé endureceu o seu coração. Fechou-se em sua incredulidade. Enquanto todos os discípulos estavam alegres com a comunhão de Cristo, Tomé estava imerso em tristeza por causa da sua falta de fé. A reação de Tomé mostra o ceticismo natural do ser humano diante da inédita vitória sobre a morte: queria sinais concretos do ressurreto.

Como saber o caminho?  É a pergunta que muitas pessoas também fazem, por se sentirem literalmente perdidas, na  dúvida, na incerteza, na sua caminhada nessa vida .Elas têm  procurado caminhos tortuosos que geralmente as levam a total destruição. Caminhos ensinados por muitas  religiões, seitas e filosofias com o pensamento que leva à morte. Caminhos da falsidade e das mentiras. Lemos em Provérbios 14.12:“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Quantas pessoas  perderam a sua vida por seguirem caminhos tortuosos. Por isso, cuidado com os caminhos pelos quais você tem andado. Caminhos  desconhecidos podem custar a sua vida. Cuidado com as pessoas que lhe apresentam estes caminhos. Cuidado com aqueles que até parecem conhecer o caminho, pela segurança com que falam, mas na verdade não conhecem para onde eles mesmos estão caminhando.

Como saber o caminho? Jesus responde a Tomé: “Eu sou o caminho e a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (v.6a). A resposta que Jesus dá a Tomé esclarece todas as suas dúvidas. É uma resposta que conforta e fortifica sua fé. “Eu sou o caminho” é uma expressão enfática, ou seja, Jesus afirma que Ele é o único caminho para Deus, para a Casa do Pai, para o Céu. Ele é o caminho para ti e para mim. Sem Ele somos abandonados e condenados nos nossos próprios pecados. Com Ele, porém, temos perdão e nos tornamos Filhos de Deus e herdeiros do céu. Não existe outro caminho para a Casa do Pai. Entretanto, Jesus nos ensina que o nosso caminhar, jamais será um caminho de flores! Lágrimas, espinhos e uma infinidade de obstáculos fazem parte deste caminhar. Mas Jesus está conosco. Temos a promessa “Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hebreus 13.5). Ele nos protege com sua mão e nos mostra o caminho. diariamente, através de sua Palavra, dizendo: “Este é o caminho; andai nele.” (Isaías 30.21).

Aquele que nos conduz à Casa do Pai, também é a verdade. Verdade significa algo que é absoluto, que existe, que é real. Jesus é Deus. Ele é real, sempre existiu e sempre vai existir .Ele é a imagem do Deus invisível. Não existe falsidade nenhuma em Jesus. Esta verdade está nas palavras do próprio Jesus: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).Jesus também é a vida. Ele é a fonte de toda a vida. Ele venceu a morte e nos deu vida! Quem aceita Jesus como seu salvador, agora tem uma vida nova e completa (João 11.25-26). Ele disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10).É desta forma que Jesus finaliza sua resposta a Tomé, deixando claro que não há atalhos para chegarmos a Deus. Ele é o caminho verdadeiro que nos leva ao Pai, que nos leva à vida plena e eterna. Não existem santos, nem grandes homens, nem deuses, nem nada que os homens possam criar que possa levar alguém até Deus. Jesus  tomou para si esse papel único e deixa isso muito claro: “ninguém vem ao Pai senão por mim” (v.6b).

A resposta de Jesus nos revela com profundidade o mistério de sua pessoa. Ele é o verbo encarnado, é o caminho para o Pai. Um caminho de mão única e exclusiva. Um caminho que se identifica com a finalidade, porque Ele é a verdade e a vida. Por isso, chegar à presença de Deus, por meio de Jesus Cristo, é a única maneira de conhecê-lo de verdade. É exatamente isso que Jesus diz a seguir: “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto.” (v. 7). O que entristece a Cristo, é que os discípulos ainda não haviam reconhecido nele o caminho, isto é, a imagem viva do Pai Celeste, uma imagem descida do céu, que estava prestes a retornar para lá.  Se os discípulos fossem bons observadores já teriam reconhecido o Pai na pessoa de Jesus Cristo.

É justamente o que ocorre com Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.”(v.8).A exemplo de Tomé, Filipe também demonstra possuir um conhecimento apenas parcial. Compreendia pouquíssimo do que Jesus acabara de dizer. Enfim, se mostrou um tanto quanto ignorante, tolo, ridículo ou até inocente diante daquilo que estava solicitando, uma vez que durante alguns anos, ele conviveu com Jesus. E Jesus sempre falara do Pai durante todo tempo de convívio com seus discípulos.  A ânsia de Filipe de ver Deus sempre foi a vontade dos homens de todos os tempos. Moisés também queria ver Deus (Ex.33). O Senhor respondeu: “Tu verás pelas costas, mas a minha face não se verá”. Talvez, Filipe desejasse ver alguma manifestação exterior e visível de Deus, pois Deus havia se manifestado de várias maneiras aos profetas da antiguidade. Sendo assim, Jesus questiona Filipe: “ há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”(v.9).

Foi necessário que Jesus desse uma aula aos discípulos sobre o seu relacionamento com o Pai. Como introdução, Jesus faz uma pergunta: “Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?” Jesus primeiro exige dos discípulos que deem crédito ao seu testemunho, quando afirma que ele é o Filho de Deus. A grande questão é que até aquele ocasião os discípulos não tinham entendido sobre o relacionamento de Jesus com o Pai. Mas neste momento, na hora da despedida e da dura provação, Jesus abre o coração dos discípulos e explica: somos essencialmente um. Aqueles  que me viram, viram aquele que me enviou. Estou aqui em nome do Pai, falo em nome do Pai e  faço as obras do Pai. Enfim, as palavras que eu digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra. Há uma unidade entre o Pai e o Filho.

A resposta de Jesus a  Filipe mostra uma verdade, que é contínua no Evangelho joanino: o relacionamento indivisível entre o Filho e o Pai. Em 1.18, João diz: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” Em 5.36, encontramos Jesus dizendo: “Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou.”  Em 8.38, ele diz: “Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.” Em 10.15, ele diz: “Assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.”  Em 10.30: “Eu e o Pai somos um”. Em 10.38: “ mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai.”

Estes exemplos servem de base, que Jesus poderia usar, para mostrar a Filipe que ele já conhecia o Pai. Por isso, Jesus diz: “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.” (v.11).O Senhor fez um apelo para que os discípulos cressem Nele pelas suas palavras.  Suas palavras mostravam quem Ele era. Era impossível não entender o que Jesus estava dizendo. Ele estava afirmando claramente ser Deus. Como conheceríamos o Pai amoroso sem o nosso salvador Jesus? Verdadeiramente, em Jesus podemos conhecer o Pai, falar com Ele e glorificá-lo por meio de nossas vidas. Martinho Lutero expressou assim essa verdade: por meio de Jesus sabemos que Deus é nosso Pai e, olhando para o seu coração paternal, podemos sentir o seu amor sem fim. Isso basta para aquecer os nossos corações e torná-los incandescentes por Ele.”

Após Jesus falar que ele e o  Pai são apenas um, ele agora afirma que, após à sua partida,  os discípulos seriam habilitados a continuar com o ministério que ele começou, fazendo, inclusive, obras maiores que as dele. O texto diz: “Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai” (v.12).É evidente que Jesus não está falando que seus discípulos teriam mais poderes do que ele, mas realizariam obras maiores em extensão e em alcance. Este seria um trabalho evangelístico que os discípulos realizariam após a volta de Jesus à Casa do Pai. Trabalho que seria realizado com auxilio do Espírito Santo, que lhes concederia poder  (Atos 1.8). De fato, somente mediante a ação do Espírito é que os discípulos seriam preparados para realizar tais obras maiores que as de Jesus. O cumprimento desta promessa encontramos em Atos do Apóstolos. Por exemplo, nos primeiros dias após a partida de Jesus para o Pai, após um sermão de Pedro, três mil pessoas foram batizadas.  E, sem dúvida, os discípulos impactaram o mundo (Atos 17.6), arrebanhando mais seguidores para o Senhor Jesus.

 No entanto, para dar continuidade ao trabalho de Jesus, os discípulos receberiam o que fosse necessário  quando o pedissem em Seu nome. Jesus disse: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.” (v.13),Quando Jesus disse estas palavras, ele estava consolando seus discípulos e os preparando para a missão futura deles: divulgar a boa nova. Cristo não se referia a pedidos pessoais e egoístas, mas a pedidos que se referissem a Sua obra na terra. Ele também nos ensina ainda que devemos pedir em nome de Jesus. Não será em nome de Maria, de José, ou de qualquer “santo”, mas sim no nome de Jesus é que seremos atendidos, e o Pai nos atende para que Ele seja glorificado. Há um outro detalhe importante que devemos observar: fica evidente que podemos, eventualmente, fazer pedidos pessoais ao Senhor, mas devemos entender e aceitar que nem todos serão atendidos, pois Ele é quem sabe o que deseja para nós (Jr. 29.11), e seus pensamentos são muito mais elevados que os nossos (Is. 55.8-9).Deus age conforme à sua vontade. Ele sabe qual é o momento certo. Vejamos o caso do apóstolo Paulo, tendo orado três vezes para que fosse retirado seu “espinho na carne”, não foi atendido (2Co.12.8-9).Dessa forma, compreendemos que os pedidos a que Jesus se refere, e que serão atendidos, são aqueles que estão de acordo com os Seus mandamentos de amar a Deus de todo coração, toda alma e todo entendimento e ao próximo como a si mesmo. (Mt. 22.37-39).

No entanto, não resta dúvida que Ele sempre ouve as nossas preces. As Escrituras nos mostram o quanto Deus ouve as nossas orações. Deus atendeu ao clamor do povo de Israel que vivia as maiores angústias em escravidão sob o domínio de Faraó no Egito. Ele atendeu à Ana, que era estéril, dando-lhe um filho que se tornou o profeta Samuel. Ele atendeu à oração de Pedro, quando estava afundando nas águas revoltas do mar da Galiléia. Ele ouviu a oração de Ezequias. (2 Rs 20.1–3). Também Jesus nos mostra com o seu exemplo ao orar no Jardim do Getsêmani. Orou sem cessar ao Pai Celeste. Buscou forças e amparo em meio ao sofrimento. E assim muitos servos de Deus oravam: Abrão, Elias... Ele atendeu à igreja primitiva quando orou pela libertação do mesmo apóstolo Pedro que dormia na prisão. Todos expressavam alegria, felicidade e gratidão a Deus. E ,seguramente, Deus há de responder à nossa prece, elevada ao céu com fé e humilde.

Jesus é o grande consolo do cristão, mesmo em meio à angústia, ao desespero e ao medo. Não é apenas um consolo futuro e profético. É também presente no agora. Isso quer dizer que hoje mesmo o cristão pode desfrutar do consolo de Cristo. Por issonão precisamos ficar turbados, angustiados, temerosos, inseguros, como viviam os discípulos. É preciso lembrar que diante da angústia dos discípulos, foi justamente a promessa de que Jesus iria voltar para levá-los à Casa do Pai que os confortou. Por isso, creiamos naquele que nos preparou um lugar na casa paternal, e que é o caminho, a verdade e a vida que somente através dele, chegamos ao Pai. Pedimos ao Senhor, que não nos deixe trilharmos caminhos que nos levem a morte, mas andarmos no caminho que nos leve cada vez para mais perto do nosso Salvador. Amém!

 

 

sábado, 22 de abril de 2023

 TEXTO: SL 146

TEMA: NOSSA ESPERANÇA ESTÁ NO SENHOR

Muitas pessoas vivem preocupadas, tristes e sem esperança, devido aos inúmeros fatores que assolam os seres humanos. São questões financeiras, familiares, medo ou até mesmo as dúvidas. O Salmos 146 traz um convite para que os homens busquem depositar sua esperança em Deus. Ocorre que, muitas vezes, preferimos colocar a nossa esperança nos valores transitórios deste mundo: no nosso dinheiro, nossa família, nas filosofias, nas ideologias. É mais fácil, colocarmos a nossa confiança nestas coisas do que no Senhor todo-poderoso, a quem não vemos. Cometemos um grande erro, pois não existe salvação nos homens, nos especialistas, no dinheiro, no nosso trabalho. Além disso, a nossa esperança não está príncipes e nobres, meros homens mortais e limitados. Eles não cumprem suas funções para com os necessitados, abatidos e estrangeiros. Lembre-se: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (1 Coríntios 15.19).

No entanto, a recomendação do salmista é depositar a nossa esperança no Senhor, pois o Senhor é qualificado como o Deus de Jacó, Deus fiel, Criador e soberano sobre todas as coisas. Ele é eterno e reina para sempre. É o único Deus que merece nosso louvor, por causa das grandiosas obras que Ele fez e continua fazendo em nossas vidas! É Ele quem reina como Rei sobre Sião de geração em geração.  Somente o Senhor tem condições de cumprir as promessas, ajuda, auxilio e bem estar que as camadas mais pobres do povo precisam, tornando-se, assim, o nosso único alvo de esperança no qual devemos depositar toda a nossa confiança.

Estes são exatamente os motivos pelos quais devemos louvar ao Senhor. Quem deposita a sua confiança no Senhor é uma pessoa feliz. Nele reside a nossa única esperança neste mundo, em épocas difíceis, quando homens injustos, governantes irresponsáveis e injustiças sociais assolarem nossa vida. Portanto, vamos louvar e depositar a nossa esperança no Senhor!                                                                       

O salmista inicia o salmo com o louvor a Deus: “Louva, ó minha alma, ao SENHOR.” (v.1). Contudo, ele ainda afirma que promete louvor ao SENHOR por toda a sua vida, enquanto viver – ou então, “até o seu último suspiro”, (v.2) de forma perene e contínua.  Mas o que leva o salmista a louvar ao Senhor? Primeiro, precisamos entender que confiar em príncipes e nos filhos dos homens não é uma boa ajuda em épocas de grande aflição. Não há salvação. (v.3). "Até mesmo os príncipes são mortais, e alguns não têm nem mesmo meios de ajudarem a si próprios ."(Sl 118.9). Isto demonstra que o homem é frágil. Por isso, o salmista aconselha não colocarmos nossa confiança e nossa esperança em pessoas, pois não podemos ficar dependendo delas. Sendo assim, o salmista conclui que a garantia da paz do seu povo não viria de príncipes ou dos filhos dos homens, pois eles também eram mortais e sujeitos às vicissitudes da vida, perecendo como qualquer homem. O homem é pó e tornará ao pó. (v.4). O que adianta colocar nossa esperança num ser mortal, que no dia em que ele morre, todos os seus desígnios perecem?

Em contraste com a fraqueza e mortalidade do homem estão a grandeza de Deus e sua fidelidade: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no SENHOR, seu Deus, que fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e mantém para sempre a sua fidelidade.” (v.5-6). Aquele que tem o Senhor como seu ajudador é uma pessoa feliz. Isto indica um prazer profundo e permanente, uma alegria imensa. É a descrição mais adequada daqueles cujo refúgio e esperança residem no Senhor. O salmista também aponta a razão para que o servo dependente e esperançoso no Senhor seja feliz ao mostrar quem é Deus. Ele deixa claro que Deus deve ser louvado pelos feitos maravilhosos que já fez. Ele fez os céus e a terra. Deus fez e mantem a sua fidelidade, ou seja, Ele sempre cumpre aquilo que se comprometeu a fazer. Já os homens não podem garantir. Por isso, coloque sua esperança no Senhor que criou todas as coisas e que mantém para sempre Sua fidelidade

Os últimos versículos (7- 9), o salmista descreve vários benefícios de Deus, em favor das pessoas mais humildes, sofridas, aflitas, oprimidas, famintas. Em outras palavras, Deus age em favor das pessoas mais vulneráveis – as pessoas que mais precisam de esperança. Primeiro, Deus é bondoso e justo. Ele faz justiça aos oprimidos, (v.7a) uma vez que vivemos num mundo cheio de opressão por causa da injustiça. Somos oprimidos pelo sistema que vivemos. São problemas financeiros, familiares, sentimentais, profissionais. Estes problemas e muitos outros, o SENHOR faz justiça às pessoas que vivem oprimidas. Fazer justiça aos oprimidos quer dizer uma lei justa que protege o mais fraco, com o objetivo de buscar o direito do oprimido; de buscar sua identidade. Isto significa o seu direito de lutar, protestar contra a discriminação e encontrar o seu lugar na sociedade. É neste sentido que contamos com ajuda do nosso Deus. Não estamos sozinhos diante desta situação. O Senhor é Justo. Ele está atento a tudo o que se faz contra os seus justos, e sempre se dispõe a intervir. Deus promete fazer justiça aqueles que O buscam.

Ele dá pão aos têm fome. (v.7b). Isto significa que a justiça de Deus se concretiza no pão aos famintos, aqueles que têm fome e não possuem recursos próprios, mas dependem de alguém que possa sustentá-los. Esta atitude é a primeira condição de justiça. Nenhum plano tem sentido se deixar o povo na fome. O plano de Deus é dar pão aos famintos. Vejamos alguns exemplos: por 40 anos Deus conduziu e sustentou o povo de Israel no deserto, até chegar à terra da promessa, a terra que mana leite e mel. (Ex 16.35) Quando Elias, profeta do Senhor, estava com fome, Deus ordenou aos corvos que o sustentassem (1 Reis 17.4 e 6). Quando a multidão que seguia a Jesus estava com fome, cinco pães e dois peixes foram multiplicados para suprir as necessidades do povo (Mateus 14.19. O Deus que sustentou o seu povo é o mesmo, não mudou. Ele continua nos sustendo. Peça a Deus o que você necessita!

Ele liberta os encarcerados. (v.7c). A opção de Deus pelos oprimidos, famintos, prisioneiros, demonstra claramente a sua justiça. Ele não quer escravos. No êxodo ficou demonstrado como o SENHOR rompe as correntes e liberta o povo. De maneira privilegiada esse poder foi confirmado na volta do exílio babilônico. Sem templo, sem rei e sem a terra o pequeno grupo do povo, consegue reorganizar-se para encontrar de novo sua identidade e reconstruir os seus valores. O SENHOR liberta seu povo. Como é maravilhoso saber que o Ele é Nosso Libertador. Não há correntes e nem cadeias que possam resistir à força do Seu poder. Ele nos liberta dos vícios, das prisões emocionais relacionadas às mágoas, ressentimentos, dificuldade de perdoar, tristeza ou depressão. Enfim, nada prevalece diante do poder libertador do Senhor.

Ele levanta os abatidos (v.8b). Muitas pessoas estão abatidas devido aos inúmeros fatores. São questões financeiras ou familiares, ou pelo medo ou até mesmo as dúvidas que temos. Diante desta situação, Deus abre um horizonte de esperança para todos os que sofrem sob o peso da opressão e que não podem manter a dignidade de sua postura humana. O salmista nos diz que podemos contar com Deus. Ele irá nos sustentar em suas mãos. Ele irá nos levantar e nos colocar no caminho que devemos trilhar, pois é um Deus de amor, de misericórdia, de bondade, de mansidão e de perdão. Ele nunca nega o pedido de ajuda de qualquer um de seus filhos. Ele é o Deus das nossas esperanças. Ele é poderoso para nos levantar.

 Ele ama os justos. (v.8c). Os justos gozam da atenção constante do SENHOR que ouve o seu clamor a qualquer tempo: “Os olhos do SENHOR estão sobre os justos; e os seus ouvidos, atentos ao seu clamor.” (Sl 34.15). “Pois tu, SENHOR, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás da tua benevolência como de um escudo.” (Sl 5.12). Uma das indicações da presença constante do SENHOR é, exatamente, o fato de que Ele conhece o caminho dos justos. Não somente conhece, mas participa também dos nossos caminhos, nos acompanha, nos adverte e nos corrige. Ele conhece o caminho do Seu povo porque Ele escolheu para este povo o caminho que ele deve andar. O que o salmista faz é encher o coração dos aflitos de esperança, enquanto enche os injustos de temor, transtornando o seu caminho. (v.9b). Literalmente o hebraico diz “entortar o caminho”, levando os a cair em ruína; morrer. Significa que aqueles que andaram segundo o caminho da sua própria vontade, e não segundo a vontade de Deus, e que viveram para satisfazer a sua carne, seu coração e seus desejos, estes perecerão no último dia. Serão condenados ao sofrimento eterno, separados do SENHOR

Ele protege o peregrino. (v.9a): Israel passou por essa experiência. Permaneceu estrangeiro e escravo no Egito. A marca do exílio babilônico fez Israel amargar a vida como estrangeiro. Os patriarcas também foram estrangeiros em Canaã. Deus tem como objetivo recuperar os estrangeiros em seus valores, e lhes dá um lugar na sociedade. Jesus teve grande carinho para com os estrangeiros marginalizados, como demonstra seu trato com a mulher Cananéia (Mt 15.21-28), com o leproso samaritano ( Lc 17.11-19) ou na proposta a todos os que “virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus” (Lc 13,29).

Ele ampara o órfão e a viúva (v. 9b): órfão e viúva formam quase sempre uma só classe na Bíblia. Estas pessoas se encontravam desprotegidas, excluídas, ignoradas, esquecidas e desamparadas na sociedade da época. Eram pessoas não gratas no conceito judaico, tanto no AT quanto o NT. Eram pessoas que mais necessitavam da bondade de Deus. E Deus sempre se preocupou de forma muito peculiar com a vida destas pessoas. (Dt 26.13). Jesus vai ao encontro delas. Ele apresenta a viúva como uma pessoa necessitada em termos de proteção e sustento, e que deve ser honrada e respeitada. Aquela viúva não só deu oferta ao templo como deu “tudo” o que tinha, tal era a sua confiança em Deus e seu abandono nas mãos daquele que era o seu SENHOR. Tiago diz que “a religião pura e imaculada consiste em visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações” (Tg 1.27). Qual é a nossa atitude em relação a estas pessoas, muitas vezes, excluídas da sociedade e até mesmo da própria igreja?

Depois de todo esse panorama, uma demonstração o quanto o SENHOR é bom, o salmista encerra, trazendo o último motivo para louvarmos ao SENHOR. Ele afirma que o reinado de Deus é duradouro e contínuo: “O SENHOR reina para sempre; o teu Deus, ó Sião, reina de geração em geração.” (v.10). Deus reina por todas as gerações e o faz segundo seu poder, fidelidade, bondade e justiça.  Onde você tem colocando a sua esperança? Em você? Nos planos e sonhos do homem? Nas ideologias? Filosofias? Quando Deus é o nosso motivo de louvor sincero e consciente, não temos outros deuses diante de nós; não reverenciamos e não confiamos em nenhum outro ser ou personalidade; não depositamos nossas vidas e esperanças em outras mãos. Acima de tudo, confiamos em Deus, no Seu amor, na Sua fidelidade. Ele é a nossa esperança. Amém!


TEXTO: JO 10.1-10

TEMA:  JESUS É A PORTA DAS OVELHAS!

Diariamente passamos por muitas portas que se encontram nas casas, igrejas, escolas, hospitais. A porta é um instrumento de passagem que abre e fecha, impedindo ou permitindo o acesso a determinado lugar. Ela dá uma sensação de segurança e proteção dos perigos exteriores. Ela pode ser larga, estreita, grande, pequena, baixa, alta. Nos tempos antigos , não somente as casas tinham portas, como também as cidades fortificadas. As portas permitiam o acesso às fortificações, e junto a estas portas realizavam as trocas comerciais. Eram os lugares de maior afluência do povo, para conversas, passatempos ou negócios. Em caso de ataque de inimigos, as portas eram fechadas, e das muralhas as sentinelas protegiam a cidade.

No entanto, a porta mais importante que podemos atravessar é através de Jesus Cristo. Ele disse: “Eu sou a porta das ovelhas.” Vamos refletir sobre três significados das palavras de Jesus! Primeiro porque Jesus é a porta da salvação. Ele é a porta pela qual todos devem entrar na vida eterna. Não existe outra! Não há outro caminho!  Não há outra via de acesso. Por isso, é necessário entrar por ele. Segundo, quem entrar por esta porta achará pastagem. Encontramos vida com abundância. O amor que recebemos de Deus e a fé que norteará cada um de nossos passos, nos encherá de confiança e poderemos descansar tranquilos em Jesus. Terceiro, hoje a porta está aberta, esperando os pecadores arrependidos. Um dia, porém, essa porta vai se fechar. Por isso, enquanto a porta da graça se encontra aberta, possamos entrar por ela e encontrar em Jesus a solução para os nossos problemas.

                                                                  I

 Jesus inicia seu discurso, contando uma parábola. Ele usa diferentes exemplos neste texto que os judeus estavam familiarizados. Tipo de linguagem que era fácil de ser entendido por todos. Ele fala do aprisco, sobre a porta, o pastor, ladrão, o salteador e os mercenários. É justamente neste contexto que Jesus dirigi às suas palavras.  Primeiramente, Ele fala sobre o “aprisco das ovelhas.” Era um local cercado por muros, feito ,principalmente, de pedras, onde havia uma grande porta. Durante à noite os pastores traziam as suas ovelhas para o aprisco e cuidavam do rebanho. A porta era a única entrada onde ficava o porteiro. Embora, havendo um porteiro, os roubos de ovelhas eram constantes.  Os ladrões saltavam pelo cercado e roubavam as ovelhas sem passar pela porta. Por isso, Jesus afirma: “o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador.” ( v.1).

Essas palavras foram ditas contra os fariseus. Eles não entravam pela porta do aprisco ,que é Cristo, mas  faziam “buracos” no aprisco onde desejavam entrar  com arrogância, hipocrisia, falsidade e ganância. Por isso, eram considerados “ladrão e salteador.” (v.1b).Jesus ainda disse: “O ladrão vem somente para matar e destruir.”(v.10a). Esse fora o caráter geral dos fariseus e escribas. Eles fingiam ser pastores e guia do povo. Buscavam riqueza, cargo, facilidade às custas do povo, e alegavam ser instrutores, cujo único objetivo era se engrandecer e oprimir o povo. Portanto, mereciam ser chamados de ladrões e salteadores. Lemos em Jeremias 23.1:“Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto.” E Jeremias ainda disse que os pastores, " não buscaram ao Senhor; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos" (Jeremias 10.21).

No entanto, o verdadeiro pastor de ovelhas, não precisa escalar a cerca, fazer abertura nas paredes para entrar no aprisco. O verdadeiro pastor entra pela porta que é aberta pelo porteiro. Jesus disse, esse que entra “ é o pastor das ovelhas”.(v.2). A este o porteiro abre a porta, chama pelo nome às suas ovelhas, elas ouvem a sua voz e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem. (vv.3 e 4). Ocorre que existe um ótimo relacionamento entre o pastor e as suas ovelhas, ou seja na sua voz, no seu conhecimento , na sua liderança e na sua orientação. Agindo desta forma, diz Jesus que “de modo nenhum seguirão um estranho, antes elas fugirão por não reconhecer a sua voz” (v.5).

No entanto, os fariseus “não compreenderam” o que Jesus que lhes dizia (v.6).Eles também não queriam admitir o recente milagre da cura de um cego de nascença ( Jo.1-41).E diante desta incredulidade, Jesus explica novamente a respeito de si mesmo: “Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelha”.(v.7).A porta é um objeto muito importante. Ela está bem presente em nossas vidas, pois é uma via de acesso que nos permite entrar e sair dos mais diversos lugares. Ela dá uma sensação de segurança e proteção dos perigos exteriores. Ela pode ser larga, estreita, grande, pequena, baixa, alta. Sem ela, nossas vidas seriam difíceis e limitadas.

Nas Escrituras encontramos diversas passagens que falam sobre a porta: Ló estava sentado a porta da cidade de Sodoma. (Gn 19.1). O Tabernáculo tinha portas que dava passagem para outros compartimentos do santuário móvel dos hebreus no período da peregrinação. (Êx 29.32; 33.9). A reconstrução dos muros de Jerusalém, no livro de Neemias, menciona as doze portas da cidade com os seus primitivos nomes. A porta foi também fechada para as néscias, da Parábola das Dez Virgens. Elas batem à porta e pedem para entrar: “Senhor, senhor, abre-nos a porta!” (Mateus 25.11). Mas a porta foi fechada e não abriu mais para aquelas mulheres, que não se prepararam para receber o noivo. Em Gênesis 6.16, Deus pediu que Noé construísse uma arca e colocasse uma porta na lateral. Após a construção da arca Noé e sua família, bem como todo o animal, conforme a sua espécie entraram na arca, e “o Senhor fechou a porta". (7.16).

Num outro momento Jesus faz uma referência à porta das ovelhas. Ele lembra a história do homem paralítico que ficava à beira de um tanque de água, aguardando a cura para sua doença. Um detalhe na história diz que o tanque de água ficava ao lado do Portão das ovelhas em Jerusalém.( João 5.2), lugar por onde as ovelhas eram introduzidas para os sacrifícios por ocasião da Páscoa judaica. No entanto, esta história mudou quando Jesus veio ao mundo, morreu e ressuscitou para nos salvar. Jesus, agora, é a porta das ovelhas. Quando Ele diz “eu sou a porta das ovelha,” às suas palavras são enfáticas.  Assim como Jesus disse em outras ocasiões: “ Eu sou a luz do mundo”, ”Eu sou o caminho”. Observem um detalhe importante: Jesus não diz ser uma porta, ou uma das portas, mas  “Eu sou a porta”, o único acesso a Deus. Cristo é o único caminho para a segurança do aprisco de Deus.

                                                                    II

Jesus também afirma que Ele é a porta da salvação: “Se alguém entrar por mim, será salvo. (v.9a). A palavra “salvo” dentro do texto, vem do termo grego   oσώζω, cujo sentido é: “salvar do perigo ou da destruição”. Mas quando falamos da salvação do homem em Cristo Jesus, torna-se necessário lembrarmos o seu estado pecaminoso. Em Rm 3.23 temos: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Nesta condição, o homem caminha para a perdição eterna, uma vez que o “salário do pecado é a morte…”.( Rm 6.23.3). A única solução para a questão do pecado na vida do homem perdido, é Jesus. Quando deixou o seu lar na glória para habitar entre os homens, Jesus tinha como objetivo principal “buscar e salvar os perdidos”. “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. (Lc 19.10).Agora, aquele que coloca toda a sua esperança  sobre o Redentor crucificado, será salvo. Portanto, Jesus é a porta pela qual todos devem entrar na vida eterna. Não existe outra!  Não há outro caminho!  Não há outra via de acesso. Por isso, é necessário entrar por ele. Ele é a porta que retrata a vida — a salvação, a segurança, o sustento.

Olhando com atenção para este versículo, nos deparamos com dois verbos: “entrará, e sairá…”.(v.9b).Estes verbos significam que as ovelhas entram no aprisco para terem segurança e saem para a pastagem sob os cuidados de seu pastor. Em Jesus, as ovelhas que entram não permanecem lá dentro para serem sacrificadas, mas saem para se alimentar do pasto, pois “achará pastagem.” A expressão “achará pastagem”, tem a ver com o alimento das ovelhas. Sabemos que uma das funções do pastor de ovelhas nos tempos bíblicos era providenciar alimento ao rebanho, o que se tornava uma tarefa árdua, em virtude do clima desértico da Palestina. Os pastos verdes eram raros, escassos, e ,muitas vezes, para procurá-los, o pastor empreendia juntamente com o rebanho, longas viagens. Tornava-se cansativa a peregrinação em busca de pastos verdes. Uma vez encontrando o alimento para o rebanho, as ovelhas tinham descanso e tranquilidade, pois pastos “verdejantes” e “águas tranquilas” são tudo o que uma ovelha necessita.

Em Jesus, o bom Pastor  “acharemos pastagens”. Ele nos oferece “pastos verdejantes” e o “descanso”. Isto significa que o alimento espiritual é o próprio Senhor: “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim”. (Jo 6.57). Jesus é o pastor por excelência! Nada descreve melhor o seu amor e cuidado pelas suas ovelhas do que o Salmo 23, que nos versos 1-2, trata de sua provisão de alimentos ao rebanho, Ele nos ensina que não faltará tranquilidade: Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso. O termo דָּשָׁא  (pasto) no hebraico significa campinas, relva, grama. São pastos caracterizados como "exuberante”, ou seja, rica em vegetação e o termo מְנֻחוֹת  caracteriza a água refrescante; tranquilas, descanso. Debaixo do cuidado do Senhor nossa fome e sede são saciadas! “Nada nos faltará”!

Como é maravilhoso saber que a nossa provisão espiritual é encontrada em Cristo. Ele é o nosso alimento. Ele é o pão e a água da vida. Ele promete paz, descanso, direção, proteção, vitória e companhia eterna. Em Cristo há plenitude de alegria, paz e comunhão com Deus. Isto demonstra que Jesus, o bom Pastor é diferente do ladrão. O ladrão é o falso pastor. Jesus deixou claro no primeiro versículo que "aquele que entra no aprisco das ovelhas, mas sobe por outro lugar sem ser pela porta é ladrão e assaltante". A sua intenção é invadir o aprisco, e, simplesmente, roubar as ovelhas. Ele não mede as consequências, se vai destruir algo ou se alguém pode perder a vida para que ele consiga o que pretende roubar. Ele vem apenas para roubar, matar e destruir.”(v.10).Essa é sua primeira e principal visão: levar a propriedade alheia. Desta forma, entendemos que o objetivo central do ladrão é entrar no meio das ovelhas. Ele quer entrar de todas as formas, menos pela porta. Esse era o caráter geral dos fariseus e escribas. Eles eram ladrões e salteadores que viviam no meio do povo. Eles fingiam ser pastores e guia do povo. Portanto, mereciam ser chamados de ladrões e salteadores.  

Hoje, os ladrões são todos os que não instruem a igreja na doutrina verdadeira do Evangelho. Muitos deles estão conduzindo as suas ovelhas para o abismo, e que não tem nada para agregar em relação ao verdadeiro conhecimento de Cristo descrito nas Escrituras Sagradas. São mercenários pelo qual trabalham para si e em função dos seus próprios interesses. Não pensam em duas vezes em querer abandonar o rebanho.  Quando o inimigo ataca o rebanho, não fazem nada para defendê-lo. Aparentam serem pastores, mas na verdade não cuidam do rebanho, como deviam. Apresentam-se como enviados de Deus, mas que na realidade, são mercenários cujo interesse está apenas em buscar vantagens, honras e glórias pessoais, e na hora das dificuldades, abandonam as ovelhas porque não as amam de verdade e não estão dispostos a sacrificar suas vidas em proveito delas Lemos em Jeremias 23.1:“Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto.” E Jeremias ainda disse que os pastores, " não buscaram ao Senhor; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos" (Jeremias 10.21).

                                                                      III

Você já entrou pela porta? Ou está apenas perto dela? A porta está fechada para você? Jesus é a porta certa! Ele está esperando os pecadores arrependidos! Ela sempre está aberta para você! Entre! No entanto, não é fácil entrar pela porta. Jesus disse: “ muitos procurarão entrar e não poderão”(LC 13.24b), isto porque exige renúncia, obediência, fidelidade  e perseverança. Exige que carreguemos a cruz. O caminho que leva a uma vida eterna com Deus passa pela cruz de Cristo. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9.23). Exige arrependimento quando pecarmos diante de Deus.(1 Jo 2). E muitas pessoas não querem seguir este caminho. Por isso, preferem passar ao largo desta porta. Desprezam-na. Acreditam poderem encontrar uma mais larga, mais espaçosa. Outras inventam desculpas, pois o amor pelo dinheiro e pelos prazeres do mundo, o desejo de agradar o mundo e as coisas que nele há, a má vontade em abandonar os pecados, que  impedem entrada na porta estreita.

Na verdade,  as pessoas não querem se submeter as exigências que o Senhor requer para segui-lo. Entre abandonar o pecado e abandonar o Senhor, preferem andar pelo caminho largo mesmo que isso signifique ficar sem Deus. Quem não quiser se submeter as práticas espirituais ou se esvaziar das coisas do mundo, jamais passará pela porta. Por isso, é necessário ter uma certa determinação em seguir Jesus diante de um mundo com seus encantos e ofertas, cada vez maiores e constantes. Satanás, fazendo de tudo  para impedir a nossa entrada pela porta. Não se deixe enganar por aqueles que desprezam a porta da graça de Deus em Jesus Cristo. Apesar do desprezo, a porta para o céu está aberta, o tempo da graça ainda opera sobre nós, e assim Jesus ainda pode ser achado. A porta aberta é uma oportunidade que Deus nos dá de ouvir a mensagem do evangelho e crer nele (João 10.7-9).

Lembrem-se que um dia essa porta vai se fechar, assim como no tempo de Noé. (Gênesis 7.16). A Palavra de Deus nos diz que veio o julgamento de Deus em forma de dilúvio e todos que não haviam entrado morreram. No dia do julgamento, que está por vir, a porta se fechará.(Lc. 13.24-27) Quando a porta for fechada, do lado de fora muitos vão dizer: “Senhor, abre-nos a porta”.  quem tiver entrado será salvo, quem ficar de fora, será condenado. Nesse tempo não adiantará bater, nem chorar, muito menos argumentar dizendo: Por que estamos do lado de fora? Nós sempre fizemos o que Deus queria?  Nós não profetizamos em teu nome? E em teu nome não expulsamos nos demónios? E em teu nome não fizemos maravilhas? Além disso, sempre fui a igreja; fui batizado; participava da ceia; dava o dízimo, até orava e lia a Bíblia. Porém a resposta do dono da casa, que é Jesus, é muito simples: “Não sei de onde sois vós”. E ainda  perguntarão a Jesus: Como não nos conhece? “ Comíamos e bebíamos na tua presença, e ensinavas em nossas ruas.” Mas Jesus responderá: “não os conheço, nem sei de onde vocês são. Afastem-se de mim, todos vocês, que praticam o mal,”

Estimados, irmãos! Há muitas portas por onde passamos e construímos a história de nossas vidas. Todos almejam encontrar uma porta aberta para um bom estudo, para um emprego estável e promissor, para o sucesso na vida financeira, para um casamento que lhes garanta a felicidade e muitas outras. No entanto, a porta mais importante que podemos atravessar é a porta da salvação. Jesus Cristo é essa porta. Ele é a única porta, uma porta aberta, uma porta ampla, uma porta segura. Quando entramos por esta Porta  encontramos vida  com abundância. O amor que recebemos de Deus e a fé que norteará cada um de nossos passos, nos encherá de confiança e poderemos descansar tranquilos. Jesus Cristo, a Porta da vida abundante, nos protegerá contra as ciladas do mal e encherá nossos corações de paz mesmo que os perigos estejam ao nosso redor. Por isso, somos  chamados a entrar, agora. Isto significa que a oportunidade de salvação vai terminar.

ORAÇÃO: Querido Pai Celestial, nós te rendemos graças, porque um dia a porta do céu se abriu e o Teu  Filho deixou o céu, abandonou a grandeza celestial, desprezou os palácios de marfim e veio a este mundo morrer pelos pecadores, abrindo a porta da salvação. Hoje a porta está aberta, esperando os pecadores arrependidos. Um dia, porém, essa porta vai se fechar. Enquanto a porta da graça se encontra aberta, possamos entrar por ela e encontrar em Jesus a solução para os nossos problemas. Tudo isto te pedimos em nome e por amor de Teu Filho, Jesus Cristo. Amém!

TEXTO: SL 23

TEMA: O SENHOR É O BOM PASTOR!

Composto por Davi, o Salmo 23 tem sido um dos mais famosos textos da Bíblia através dos tempos. Nele encontramos conforto e encorajamento diante das adversidades; crises materiais, medo e angustia; consolo, proteção e orientação. Ao descrever este Salmo, Davi conhecia todas as implicações e realidades do trabalho pastoril. Ele apresenta as realidades que eram vividas no cotidiano de seu trabalho e as aplica ao contexto espiritual. Davi olha para Deus e vê que, assim como lidava e tratava suas ovelhas, era também cuidado e tratado por Deus que era o seu pastor. Ao chamar o SENHOR de pastor, Davi se coloca na posição de ovelha, um animal frágil, limitado e totalmente dependente do pastor para se manter segura e viva.

O SENHOR também é o nosso pastor, diante da nossa jornada. Hoje, vamos aprender quatro características que o Salmo 23 nos ensina sobre o SENHOR é o bom pastor. Primeira, assim como o pastor está ciente das necessidades das suas ovelhas e as conduz aos pastos verdes e águas tranquilas, o SENHOR também está ciente de nossas necessidades. Ele supre  e conhece cada coisa que precisamos e está pronto para entrar em ação em nossa vida. Por isso, não precisamos nos preocupar com nossas necessidades. Segunda, o pastor renova as forças e guia suas ovelhas por caminhos certos. Da mesma forma,  SENHOR também nos guia. Só o SENHOR pode nos mostrar o verdadeiro caminho ,pois Ele é o nosso guia.

Terceira, o pastor é a fonte da segurança. Ele sempre está presente ao lado das suas ovelhas. O SENHOR também está sempre está ao nosso lado. Não precisamos ter medo de nada, porque Deus está conosco. Ele é a nossa segurança. Ainda que eu ande por um vale escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois tu, ó Senhor Deus, estás comigo.

Quarta, o pastor cuida das suas ovelhas. O SENHOR também cuida e protege as suas ovelhas diariamente. O seu objetivo é fortalecer a nossa fé e um dia habitar na Casa do SENHOR para sempre: “Certamente a bondade e misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida, e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre.” (v.6).

                                                              I

Davi sabia o que era ser pastor, pois exercera esta atividade quando jovem.  Sua tarefa como pastor era conduzir o rebanho de um pasto para outro a fim de providenciar alimento para as ovelhas. Ele sabia dos perigos que as ovelhas haveriam de enfrentar. Baseado neste contexto, Davi inicia o salmo com uma declaração, reconhecendo que o SENHOR é o pastor que supre suas ovelhas em quaisquer circunstâncias. Para descrever estes acontecimentos, ele toma emprestada a figura de um bondoso pastor de ovelhas para falar do SENHOR como sendo O pastor, e compara o cuidado que Deus tem conosco, ao afirmar: “O SENHIOR é o meu Pastor; nada me faltará.” (v.1). O “SENHOR é”. Ele nunca foi, e nunca será. Ele é Deus Ele é nosso Salvador, nosso Redentor, nosso Mestre, nosso Guia, nossa Luz, nosso Pai. Precisamos entender que Deus nunca deixará de ser. Portanto, Ele é o nosso Pastor e, por isso, deve ser respeitado, reverenciado, e, acima de tudo, obedecido!

Ao reconhecer que o SENHOR é seu pastor, Davi deposita toda a sua confiança, pois entendia que o SENHOR supre todas as suas necessidades. Ele afirma: “nada me faltará”. A expressão traduzida como “faltar” ou “faltará”, vem do verbo hebraico  חָסַר  que significa faltar; diminuir; não ter. Junto com a partícula de negação לא, que significa “não, sem, nenhum, nada”, também poder ser traduzido como: “nada sentirei falta”. Mas, afinal, o que Davi tinha em mente ao escrever "nada me faltará"? Tendo o SENHOR como nosso Pastor, porventura não nos faltará nada? Imunes aos problemas da vida? Livres de todos os perigos? Não é isto que Davi está ensinando com as palavras “nada me faltará"? O salmista quer nos transmitir algo muito mais rico, mais profundo e mais sublime do que meros bem materiais  ou status deste mundo. Não são “coisas” efêmeras, passageiras,  transitórias, de curta duração desta vida, mas aquilo que o SENHOR dá graciosamente, por sua bondade e por seu amor. O cristão sabe contentar-se com o que Deus lhe concede por sua infinita bondade (Fp 4.11-13)

Davi sabia que nem o seu poder, nem as suas riquezas, e muito menos suas próprias forças, poderiam suprir suas necessidades. Somente o SENHOR é quem poderia lhe fazer descansar em pastos verdejantes e conduzi-lo às águas tranquilas (v.2).A palavra pasto vem do original דָּשָׁא que significa campinas, relva, grama. São pastos caracterizados como "exuberante”, ou seja, rica em vegetação, e o termo מְנֻחוֹת caracteriza a água refrescante; tranquilas, descanso. Neste contexto, observa-se que o pastor demonstra o cuidado especial, oferecendo “pastos verdejantes” e o “descanso” às ovelhas. A região da Palestina em determinadas épocas do ano carecia de pastos verdejantes e águas cristalinas. Isto obrigava os pastores seguirem em uma cansativa peregrinação em busca de pastos verdes. Uma vez encontrando o alimento para o rebanho, as ovelhas tinham descanso e tranquilidade, pois pastos “verdejantes” e “águas tranquilas” são tudo o que uma ovelha necessita.

O bom pastor conhece melhor as necessidades particulares de  todas as suas ovelhas. Sabe qual é mais forte e a mais fraca. Compreende que os cordeirinhos não podem andar tão depressa com as ovelhas mais velhas, e, por isso, muitas vezes, as toma nos braços porque sabe que algumas necessitam de mais atenção do que outras. Como é maravilhoso saber que o SENHOR, o bom pastor  cuida de cada uma de suas ovelhas e não deixa faltar nada, mesmo em meio aos desertos da vida. Ele nos tira dos campos secos e nos leva em segurança para os pastos verdejantes, onde há mesa farta no deserto. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o auxílio e a graça de Deus. Hoje, a principal missão do pastor é cuidar das ovelhas de Cristo, que lhe são confiadas. Cabe a ele, apascentar as ovelhas, dando-lhes o alimento espiritual, através do ensino fundamentado (doutrina) da Palavra de Deus. O verdadeiro pastor cuida bem das ovelhas. Leva as ovelhas de Jesus a alimentar-se do “pasto verde”, que nutre a alma e o espírito, fortalecendo-as, para que cresçam na graça e conhecimento do Senhor Jesus Cristo (2 Pe 3.18).

                                                                   II

O SENHOR é o nosso pastor porque renova as nossas forças e nos guia por caminhos certos, como ele mesmo prometeu. Algumas pessoas acreditam que a sua força vem da família, outras do dinheiro e outras ainda dizem que são fortes por causa de sua personalidade ou do seu temperamento. No entanto, todas essas motivações são limitadas em comparação ao SENHOR,  que é o nosso guia que conhece e ama as suas ovelhas, e que não faltará descanso e justiça aqueles que lhe pertencem: “Refrigera-me a alma, guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” (v.3). O verbo שׁוֹבֵב significa restaurar a força, trazer de volta, refrescar, refrigerar. O termo alma נַפְשִׁי, para este caso específico, refere-se a vida, mente, pensamentos e emoções. Este era o trabalho do pastor: restaurar o vigor ,voltar a vida e proporcionar descanso às ovelhas, pois em vários momentos de perigo, o rebanho era atacado por animais ferozes e deixava as ovelhas estressadas e cansadas, Elas precisavam de cuidados e descanso, bem como também o pastor precisava descansar. Por isso, o rebanho é conduzido  aos pastos verdejantes e ao descanso das águas tranquilas.

Outra tarefa era conduzir as ovelhas pelas “veredas da justiça”. A expressão “vereda” significa uma trilha estreita, sinuosa. Então, podemos entender que “veredas da justiça”. refere-se ao que é “aprumado”. Na verdade, o Senhor nos conduz pelo caminho reto, aprumado. Não nos permite andar em caminhos que levam à ruína. Essa certeza de ser guiado por vereda plana, por vereda de justiça, consola nosso coração. Por isso, eu pergunto: Quer andar nos caminhos aprumados? Quer deixar de viver uma vida injusta? Quer andar nos caminhos de integridade, de obediência? Quer fazer a vontade de Deus?  Só existe um caminho: siga o Pastor. Ele jamais nos conduzirá no caminho da injustiça. Jamais será injusto, pois age com retidão, revelando seu amor a todos nós.

O SENHOR é a nossa fonte da segurança neste mundo. Vivemos dias de insegurança em diferentes áreas da vida. O medo da violência, das doenças, de perder o emprego ou de perder alguém que se ama, tem mexido com o emocional de muitas pessoas. Contudo, não é isso que Deus tem para nós. Não precisamos ter medo de nada, porque Deus está conosco. Ele é a nossa segurança. Há uma declaração de absoluta confiança ao andar pelo vale da sobra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo. (v.4a). Esta é a maneira de atravessar o vale sem medo, pois andar pelo vale da sobra da morte era perigoso para o pastor que conduzia as suas ovelhas.

Você está passando pelo vale da sombra da morte? Não fique amedrontado. Confie no SENHOR. Ele é contigo por onde quer que andares. Por que temer o vale da sombra da morte? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Quem poderá nos separar do seu amor e da sua presença? Os perigos e males desta vida? Nossas tribulações? O diabo? A morte? Não!  Ninguém poderá separar-nos do amor e da presença do SENHOR.  Não importa quão escuro seja o vale no qual estamos peregrinando, não temeremos mal nenhum, pois o bom Pastor está sempre conosco guiando-nos em nossa caminhada e consolando-nos com Sua Palavra.

Ao atravessar o vale da sombra da morte, e também em outras ocasiões, o pastor leva consigo dois instrumentos : “ o  bordão e o cajado.”(v.4a). A palavra “vara” traduz o hebraico שֵׁבֶט  que nesse contexto significa “bordão”, “cetro” ou “bastão”. Isso quer dizer que na frase o salmista se refere ao bastão usado pelos pastores de rebanhos para combater animais selvagens. Nesse sentido, a vara era o principal instrumento de proteção. Já o termo  מִשׁעֵנָה (cajado) significa “apoio” ou “suporte” e se refere ao cajado usado pelo pastor como auxílio para caminhar e também como instrumento para orientar as ovelhas. É um costume antigo no Oriente Médio, quando o pastor sai para o pasto carrega apenas uma vara e um cajado. Esta é sua “arma” de poder, defesa. força, segurança e autoridade, pois com ela afastava os predadores, e também servia como instrumento para disciplinar e corrigir ovelhas rebeldes que insistiam em se afastar do grupo. Já  o cajado é utilizado para dirigir as ovelhas. Várias vezes o pastor precisava conduzi-la para entrar em um portão ou ao longo de uma estrada, e ele o faz encostando levemente a ponta longa da vara no flanco do animal, e assim guia a ovelha ao caminho que deseja. É uma demonstração de amor e da dedicação do seu pastor por ela.

Este é cuidado que o SENHOR tem para com suas ovelhas. Ele nos protege  com sua vara e nos orienta com  o seu cajado, e acima de tudo nos consola.(v.4c).O verbo נָחַם (consolar) significa confortar, ter compaixão, aliviar, arrependimento. Então, as ovelhas do bom Pastor podem se juntar ao salmista e dizer: “a tua vara e o teu cajado me consolam," Ele  também quer consolar o seu povo do presente século. Apenas Ele pode nos oferecer consolo, pois Ele é um Deus de amor. A sua Palavra garante que Deus está perto de todos os que o invocam, e ouvirá seu clamor por ajuda. Ele busca os aflitos, abatidos, desanimados. Este consolo é plenamente eficaz, renova as nossas esperanças e nos fornece alivio e paz. Este verdadeiro consolo, encontramos somente na Bíblia. Ela nos revela através de inúmeros exemplos de que Deus é o verdadeiro consolador. O maior de todos os consolos, Ele nos deu através de seu Filho, Jesus, que morreu na cruz para nos salvar, oferecendo assim o verdadeiro consolo à humanidade. Sem dúvida podemos dizer que todas essas coisas apontam para Cristo. Ele é o Pastor capaz de nos proteger e nos orientar.  Ele é o Pastor que dá a vida por suas ovelhas (João 10:11-15). Com sua vara Ele afugenta todos os predadores que buscam tragar aqueles que lhe pertencem, de modo que ninguém é capaz de destruir o seu rebanho.

Depois de passar pelo vale da sombra da morte, agora, as ovelhas estão seguras, e já podem fazer uma alimentação sadia e o descanso necessário. Este momento é tão sublime, quando o pastor oferece pastos verdejantes e águas cristalinas para suas ovelhas.  É maravilhoso, quando o pastor prepara uma “mesa de pasto” que sirva de alimento para seu rebanho.  Davi diz que o SENHOR prepara uma mesa para ele na presença de seus inimigos. (v.5a).  A expressão mesa שֻׁלְחָן  é o lugar de intimidade de nossa casa. Nela nos sentamos, reunimos a família , nos alimentamos, conversamos com nossos filhos. Quando gostamos muito de alguém, nós convidamos esta pessoa para nossa casa e a levamos a este lugar de intimidade, que é a nossa mesa. Nós nos alegramos em servi-la, em proporcionar prazer e conforto, e  compartilhar com ela o que temos de melhor, fazendo com que se sinta à vontade em nossa casa.

No entender do salmista Deus fornece o sustento de sua parte, mesmo havendo muitos inimigos se levantando para lhe fazer mal, Deus nunca desiste de fazer o bem para seus servos. Isto não é apenas no sentido espiritual, mas também no sentido físico. Portanto, Ele continua a pôr diante de qualquer que O teme e O ama uma mesa preparada, um banquete. No entanto, para sentar à mesa do Senhor precisamos estar preparados.  Ele quer que os seus sejam bem servidos e sejam bem acomodados à sua mesa. Como poderei eu estar preparado para aproveitar tudo de bom que esta mesa oferece? Como estarei preparado para sentar à mesa do SENHOR e aproveitar das bênçãos maravilhosas que proveem de sua bondade e misericórdia?

O SENHOR não somente prepara, mas também unges-me a cabeça com óleo. (v.5b). A palavra ungir vem do hebraico. דָּשֹׁן  que significa ser gordo, deixar gorduroso, cinzas gordurosas. Na época de Davi os pastores acompanhavam diariamente a saúde de todas as suas ovelhas. Procuravam feridas que infeccionavam e causavam danos maiores. Diante das enfermidades, usavam gordura para tratar das feridas das ovelhas, principalmente na cabeça. Este era o cuidado que pastor demonstrava em relação às suas ovelhas quando estavam enfermas. Da mesma forma, o SENHOR, também cuida das suas ovelhas. Ele chama pelo nome, está disposto a tirar os carrapichos de nossa lã, derrama bálsamo em nossas feridas e nos defende dos lobos com a própria vida. Somos ovelhas do seu rebanho e Nele temos provisão de bom alimento, aconchego e a segurança dos seus braços. Nele temos segurança e paz, carinho e refúgio, alimento e cura. Podemos confiar no consolo da vara e cajado do Senhor. Podemos confiar nas promessas e bênçãos, pois assim diz o Senhor: “O meu cálice transborda.” (v.5c).

                                                          III

 Na cena final deste salmo, vemos que as ovelhas obedientes vão morar com o SENHOR. O  Pastor  promete nos guiar e nos proteger ao longo da nossa vida, para nos levar  e morar com Ele, para sempre. Ele disse: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre.” (v.6). Esta é a verdadeira situação da ovelha que segue o SENHOR. É uma situação privilegiada. É uma situação onde ela pode estar sempre, perfeitamente, em paz, porque a bondade e misericórdia estarão sempre presentes.

Neste versículo, três coisas merecem nossa ponderação: Primeiro, a expressão “certamente”. A expressão confirma que Davi acreditava em um Deus seguro, que faz promessas seguras e oferece uma base segura. Também confirma a promessa de Deus que será cumprida na terra através da bondade e misericórdia. A sua bondade se manifesta no sustento, na preservação e em várias bênçãos sobre toda a humanidade. Ela é manifestada na misericórdia. A misericórdia jamais acaba não tem fim, ou seja, Deus está sempre disposto a dar uma nova chance, a começar de novo. Ele sempre se renova. A compaixão divina renova a nossa esperança, o nosso ânimo, a nossa disposição no dia a dia da vida. Sua misericórdia manifesta sua grandeza: grande é a tua fidelidade. Temos um Deus fiel. Suas promessas serão cumpridas.

A segunda é a duração do cumprimento da promessa de Deus na terra: “Todos os dias da minha vida”. A terceira é a extensão do cumprimento da promessa de Deus na eternidade: “E habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.” Quem entrava nos palácios de um rei estava seguro, a segurança de um palácio era inviolável, esse é o seu lugar! Tendo estas certezas o salmista desejava com muita ansiedade, o prazer de habitar na Casa do SENHOR. Não só nos dias desta vida, mas também depois. A vida aqui não é a nossa casa. Nossa pátria está no céu diz o apóstolo Paulo (Fp. 3.20).

Portanto, depositamos a nossa confiança no SENHOR. Ele é o nosso Pastor, cuida de cada um de maneira pessoal, pois sem seus cuidados, sem sua proteção estaremos vulneráveis aos ataques dos lobos ferozes, sem seu cajado para nos guiar não encontraremos caminho seguro  neste mundo. Ele é o nosso Pastor! Amém.