quinta-feira, 20 de abril de 2023

TEXTO: LC 24.13-35

TEMA:QUE ISSO QUE VOS PREOCUPA?

Ainda estamos vivendo o clima de Páscoa. Os nossos pensamentos ainda estão voltados para os acontecimentos ocorridos em Jerusalém, no qual de modo especial nos lembramos do padecimento, morte e finalmente a ressurreição de Jesus Cristo.

O texto, que serve de base para a nossa meditação, apresenta dois discípulos que estiveram em Jerusalém e presenciaram o sofrimento e a morte de Jesus. Voltaram para seus lares  tristes, preocupados, aflitos, amedrontados, porque o seu Mestre havia morrido.  Ficaram frustrados, porque não havia mais esperança. Então, Jesus se aproxima daqueles discípulos. Caminha com eles. Pergunta-lhes o motiva de suas tristezas: Que isso que vos preocupa? A preocupação dos discípulos era sobre a ressurreição de Jesus. Não entenderam que era preciso, que Cristo sofresse, padecesse, ressuscitasse e entrasse na sua glória.  Eles tinham  dúvidas sobre esta questão, pois esperavam que fosse ele quem havia de redimir a Israel. Agora, Ele morreu e não havia mais esperança.

Jesus age também assim conosco. Ele pergunta: Qual é o motivo da nossa tristeza? Porque estamos preocupados? Você está preocupado por causa da ressurreição de Cristo? Tem dúvidas? Não se preocupe, Cristo ressuscitou! Ele vive! Apesar haver um contingente considerável de pessoas que não acreditam na ressurreição, e que vivem na incerteza, na dúvida, no desespero, inventando teorias em torno  da ressurreição de Jesus, precisamos olhar para Cristo. É justamente no ressuscitado que encontramos alívio ,diante de todas as nossas preocupações! Quando olhamos para Cristo, não haverá mais dúvidas, medo, incertezas em nossos corações. Cristo vive. Ele ressuscitou. Basta crer. Crer no ressuscitado significa ter a certeza da salvação que Ele  obteve através de sua morte e ressurreição. Crendo, a dúvida deve desaparecer e ,então, prosseguindo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus, em Cristo Jesus, atingiremos a herança que Deus nos confere em Cristo.

Estimados irmãos! Depois de estarem em Jerusalém na sexta-feira, dois discípulos, voltam para casa. Para um lugar chamado Emaús, que ficava mais ou mesmo a dez quilômetros de Jerusalém. Durante esse percurso, caminhavam tristes e desvanecidos. Eles iam trocando ideias sobre o que havia acontecido em Jerusalém sobre os horrores das cenas da crucificação de Jesus. Enquanto conversavam e discutiam, Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Não puderam perceber, pois seus olhos estavam como que fechados, e ,consequentemente, não reconheceram Jesus. Então, Jesus pergunta: “Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais?” (v.17).

Jesus observou os  discípulos. Eles estavam entristecidos e preocupados! No entanto, se coloca no caminho  deles, dando força e renovando as alegrias. Um chamado Cleopas,  pensava que Jesus fosse um estranho qualquer. Que não tinha tomado conhecimento dos fatos que ocorreram em Jerusalém. “O que havia acontecido com Jesus, o Nazareno que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Mas  os principais sacerdotes e as nossas autoridades O entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram”. (v.19 e 20).E continua afirmando: “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel” (v.21). Também as mulheres foram ao túmulo, mas não viram o corpo de Jesus. Outros discípulos foram até o túmulo para verificarem a exatidão do que disseram as mulheres, mas também não viram nada. O que se observa é que os discípulos  estavam mais preocupados com a própria vida, com a salvação terrena, do que com a ressurreição de Jesus. Eles pensavam que Cristo viria para liberta-los dos romanos: ”Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel.”

E quais são os nossos questionamentos nos dias atuais? O que nos preocupa? São tantas as preocupações que têm entrado em nossos corações que, muitas vezes, nos sentimos tristes e angustiados. E as causas são diversas: problemas ocorridos na família; desemprego, dificuldade financeira, doenças, violência. No caso dos discípulos a preocupação era sobre o fato de Jesus ter morrido, mas tinham dúvidas sobre a ressurreição. Mas será havia que motivos para tantas preocupações, quanto a ressurreição? Jesus já havia falado ,muitas vezes, sobre a sua morte e ressurreição. Vejamos dois exemplos: "Estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios para que zombem dele, o açoitem e o crucifiquem. No terceiro dia ele ressuscitará!" (Mateus 20.17-19). “Então ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse.” (Marcos 8.31).

De qualquer maneira, sempre houve, e continua havendo, muita gente que tem dúvida sobre a ressurreição de Cristo. Há um contingente considerável de pessoas que não acreditam. Vivem em idêntica situação à dos discípulos. Vivem na incerteza, na dúvida, no desespero. Assumem uma atitude negativa ao inventam teorias em torno  da ressurreição de Jesus. Alguns sugerem que Jesus não morreu na cruz, mas desmaiou e recuperou a consciência no túmulo. Outros afirmam que o corpo de Jesus foi roubado. E tem aqueles que defendem que a ressurreição de Jesus foi apenas espiritual e não física. Em resumo, as teorias que tentam explicar a ressurreição de Jesus, não tem fundamento bíblico. A ressurreição é um fato histórico e fundamental para a fé cristã. Paulo explica sobre a importância dessa questão, e a sua resposta é bem clara: “(…) se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a nossa fé” (1Cor 15.14).

Jesus depois de escutar o relatório dos dois discípulos sobre  a sua morte e ressurreição, Ele interfere, dizendo: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram” (v.25). Jesus mostra que os discípulos tinham dificuldades para entender a respeito da ressurreição. Eram incapazes, tolos, ignorantes e vagarosos para entender e crer em tudo o que os profetas haviam dito sobre a ressurreição de Jesus. Tudo estava se cumprindo diante dos olhos dos discípulos, mas eles não haviam entendido e nem crido que o Messias prometido era Jesus, que o Salvador estava com eles, que a salvação de Deus chegara ao mundoNão entenderam que era preciso, que Cristo sofresse, padecesse e entrasse na sua glória. Era preciso crer. Crer no ressuscitado significa ter a certeza da salvação que Ele  obteve através de sua morte e ressurreição. Crendo, a dúvida deve desaparecer e ,então, prosseguindo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus, em Cristo Jesus, atingiremos a herança que Deus nos confere em Cristo

Será que também não somos néscios e tardos para crer e confiar nas promessas do Senhor? Néscios e tardos  para entendermos, compreendermos a morte e ressurreição de Jesus? Não é mais fácil acreditarmos e darmos crédito naquilo que foi escrito pelos profetas há anos, do que à invenção de novas, recentes e instáveis teologias e religiões criadas pelo mundo? Ou será que é preciso Jesus colocar-se em nosso meio, perguntando: “por que estais perturbados? e por que sobem dúvidas aos vossos corações? “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai.” A verdade é que a insegurança, medo, dúvida nos impedem de reconhecermos que “convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória.” (v.26).

A viagem estava terminando. A noite se aproximava. Os discípulos lembraram que não poderia prosseguir a jornada na escuridão da noite. Nesta situação, eles, disseram: “Fica conosco, porque é tarde e o dia já declina.” (v.29). Jesus entrou e ficou com eles. Uma vez estando à mesa, com maneira estranha, e proferindo a bênção no partir do pão, ele foi se identificando lentamente aos discípulos. Observaram que seus gestos pareciam familiares na oração e na sua voz.  E, repentinamente, reconheceram-no. Era o Senhor! Ele ressuscitou! Naquele momento vários pensamentos corriam em suas mentes. Pensaram na história das mulheres e do túmulo vazio, lembraram-se da história de Pedro e João, e de como encontraram o sepulcro vazio. Mas quando estavam prestes abraçá-lo, subitamente, Jesus desapareceu de suas visitas. Ele não partiu, mas simplesmente desapareceu. Desapareceu sem ter-se retirado deles, mas ficou invisível.

Que imensa alegria sentiram esses discípulos, quando viram que Jesus estava vivo. As dúvidas, tristezas já não existiam mais, mas sim alegria que brotavam em seus corações. Realmente, aqueles que tem Páscoa em seus corações, há alegria, esperança naquele que nos deu uma nova vida. Os discípulos sentiram esta alegria: “Porventura não nos ardia o coração, quando ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha às Escrituras?”(v.32). As palavras de Jesus eram tocadas nos seus corações, de uma maneira que ardia, abrasava, requeimava. E ardia cada vez mais quando Jesus lhes expunha as Escrituras. Era o coração ressequido pela tribulação. E o coração dos dois começa a arder pela autoridade de Jesus, pela verdade da Palavra: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.  (Hb 4.12).

Na mesma hora voltam à Jerusalém. Não perdem tempo. Querem anunciar que Cristo está vivo. Certamente, agora, já era bem tarde, visto que o encontro dos discípulos de Emaús com o Senhor Jesus, já escurecia. Porém, apesar disso, viajaram cerca de dez quilômetros, de volta a Jerusalém, ansiosos para narrar a sua experiência. Ao chegarem, sem dúvida ouviram a história do aparecimento de Jesus a Pedro, da boca do próprio Pedro. Agora, chegara a vez dos discípulos contarem a sua história. Pedro já relatara o que tinha acontecido com ele mesmo, todos já tinha ouvido a narrativa contada pelas mulheres. A atmosfera estava carregada de intensa emoção e de alegria. Todos davam a máxima atenção a cada alegria que ali se proferia. Não era um debate teológico ou discussão. Mas eram palavras simples que ali eram proferidas. Era a experiência de cada um deles. Viram Cristo ressuscitado. Tiveram contato e conversaram com Ele.

Estimados irmãos! Agora, não havia mais dúvidas, medo, incertezas na vida daqueles discípulos. Eles creram que de fato Cristo havia ressuscitado. Tendo esta certeza e convicção no coração, já não havia mais medo, incerteza, dúvida  em seus corações. Cristo vive. Ele ressuscitou. Este é o nosso maior consolo diante das nossas preocupações, dúvidas, incertezas. Fica conosco Senhor e afasta de nós todo o medo e incerteza de tua ressurreição. Amém.

 

 

 

 

 

 

 

 

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