TEXTO: MT 9. 9-13
TEMA: JESUS VEIO CHAMAR PECADORES!
Jesus, não chamou os escribas e fariseus. A sua preocupação, no momento, era buscar e salvar as pessoas que eram desprezadas pela sociedade, que viviam uma vida sem orientação, sem rumo, sem consolo, sem esperança e que viviam no pecado. Ele deixou claro que "veio buscar e salvar o perdido" (Lucas 19.10).Ele ainda diz: “Todo aquele que vem a mim, jamais o lançarei fora.” (Jo 6.37).Como é maravilhoso saber que Jesus vai em busca dos pecadores, oferecendo o perdão para aqueles que se arrependem. Pecador como Davi: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos” (Sl 51. 4).Pecador como o publicano que disse: “Senhor! Sê propício a mim pecador“. (Lc 18.13).Pecador como o malfeitor na cruz, quando diz: “Senhor! Lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.” (Lucas 23.42).
Esta preocupação de Jesus pelos pecadores fica evidente em nosso texto quando Ele chama Mateus e diz “segue-me”. O coração de Mateus se transformou quando Cristo lhe mostrou o verdadeiro caminho. Ele, agora é um discípulo de Jesus. Quando reconhecemos nossos pecados, Deus está pronto para nos perdoar. Ele não rejeita um coração quebrantado e nem manda embora aqueles que vêm a ele. É o amor de Cristo! Este amor que Ele no oferece, acalma qualquer coração angustiado por causa do pecado. Ele está de braços abertos esperando você, e está chamando pelo seu nome para curar a ferida profunda que está dentro do seu coração.
Jesus começa o seu ministério aqui na terra. Uma das primeiras preocupações é escolher os seus discípulos. Homens que iriam anunciar as boas novas do Evangelho a todas as nações. Homens que seriam embaixadores de Cristo, mensageiros da paz, servos do Senhor, enfim, homens que iriam continuar com sua obra aqui na terra. Mateus é um deles. Assim, afirma o texto: “Jesus viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria.” (v.9). Mas afinal quem era Mateus? Era um publicano, isto é, um funcionário público, mais exatamente, um cobrador de impostos. Essa classe de trabalhadores era desprezada pelo povo, isto porque, os publicanos não eram bem vistos pelo povo, em face de sua desonestidade e da violência que empregavam para com as pessoas nas suas cobranças de impostos. Para garantirem bom lucro pessoal, tinham liberdade de aumentar as taxas.
Era uma posição que não agradava a Jesus. E ao observar a situação de Mateus, lhe disse: “Segue-me!”. O verbo ἀκολουθέω significa “ir atrás de alguém”; e no sentido figurado significa “ser discípulo”, “ir em seguimento de alguém. ”Segue-me!” é a voz do Senhor chamando o publicano Mateus para ser seu discípulo. Nestas palavras há algo de especial. É aqui que se revela o amor de Deus para com Mateus. Podemos afirmar que estas palavras significaram para Mateus uma nova esperança, uma vez que era cego espiritualmente. E no fundo do seu coração desejava livrar-se de seus pecados, mas não sabia como consegui-lo. Jesus ofereceu-lhe o perdão, olhou com misericórdia e disse: “Segue-me!”. Mateus decididamente se levantou e fez a escolha de segui-lo, abandonando sua vida antiga, abarrotada de opressões e explorações. Não perguntou por que, para onde, o que fazer. Deixa a sua profissão e segue a Jesus. De agora em diante será diferente. Ele estaria sempre com Jesus para ter a oportunidade de ouvir de seus lábios os seus ensinamentos. Que posição privilegiada: ser discípulo de Jesus.
Jesus também convida a cada um de nós: “Segue-me!” Esta é a ordem de Jesus. Não queres ser o seu seguidor? Não queres ser discípulo do Filho de Deus? Ele te convida diariamente a seguir o verdadeiro caminho. Ele também diz, crê em mim, segue os meus passos e os meus conselhos. Eu te darei a água da fonte da vida, a vida eterna, porque eu sou o caminho que conduz à vida eterna. Seguir a Jesus não significa ouvir a Palavra de Deus de vez em quando, mas seguir a Jesus quer dizer renunciar a si mesmo. É entregar-se a Deus com todo o nosso coração. Seguir a Jesus implica em primeiro lugar, uma ruptura com o passado. O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que abandona tudo, a fim de pertencer totalmente a seu novo Mestre. Seguir a Jesus implica logo numa participação no trabalho do seu reino aqui na terra. Seguir a Jesus é caminhar em direção de um novo porvir que é a vida eterna.
O coração de Mateus se transformou quando Cristo lhe mostrou o verdadeiro caminho. Ele, agora é um discípulo de Jesus. Sendo assim, quer expressar sua gratidão ao Salvador. Precisa justificar a sua transformação. Precisa apresentar a seus colegas publicanos o seu Mestre. Por isso, oferece um banquete em sua casa. Este banquete deu oportunidade a que, seus amigos ouvissem a Jesus, pois ali também se encontravam, além dos discípulos, muitos publicanos e pecadores. Entretanto, havia outras pessoas neste banquete. Homens que sempre queriam colocar Jesus à prova. Não estavam ali para ouvir a mensagem de Jesus, mas, sim, para observar a atitude de Jesus. Estes eram os fariseus. Eles veem com maus olhos aquilo que Jesus está fazendo, ou seja, comendo com publicanos e pecadores, com pessoas de má fama.
O fato de Jesus estar ,constantemente, cercado por pessoas humildes, de má fama, sempre escandalizou os líderes religiosos da época, como os fariseus. Ora, esta questão para os fariseus era um escândalo. Talvez, receosos de enfrentar a Jesus, eles resolvem fazer uma pergunta ,diretamente, aos discípulos quando viram toda aquela cena: “Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?” (v.11).Diante desta pergunta, conclui-se que os fariseus eram preconceituosos e discriminavam as pessoas: os samaritanos como hereges, os estrangeiros como impuros, os leprosos como amaldiçoados por Deus. Eram pessoas que desprezavam os cobradores de impostos como traidores e os pobres como ignorantes da Lei. Desclassificavam as mulheres, as crianças, os presos, os doentes mentais. Hoje, estamos vivendo este mesmo problema em nossa sociedade. Quantas pessoas têm enfrentado em seu dia a dia situações de preconceito e de discriminação. Precisamos ter cuidado para não excluir estas pessoas do nosso convívio, principalmente, da presença de Jesus Cristo.
Jesus derrubou as barreiras preconceituosas e religiosas dos fariseus. Ele mesmo responde a pergunta dos fariseus, Ele afirma: “Os sãos não precisam de médicos, e, sim, os doentes”.(v.12).De fato, se pensarmos em termos da medicina, os sãos não precisam de médicos. Normalmente quem vai ao médico são os doentes. Eles que precisam de tratamento, de uma analise clínica e de remédios. No sentido espiritual, os sãos seriam as pessoas justas, neste caso os fariseus. Eles julgavam-se espiritualmente sãos e sadios. Pensavam estar com sua vida em ordem com Deus. E, por isso, não precisavam de um médico para sua alma, Cristo, o único Médico que pudesse curar a sua enfermidade. Sendo assim, Jesus não pergunta: Onde posso encontrar os ricos, os honrados ou os eruditos? Esses tinham seus confortos e desprezariam suas ofertas. Ele não visitou Herodes ou César. Ele tratou com aqueles que todos reconheciam como miseráveis e perdidos. Este é o principio fundamental de bondade sobre o qual Jesus procedeu.
Portanto, Jesus, o Médico, vai ao encontro destas pessoas doentes e os acolhem, porque precisam dele. Ele, porém, não faz acepção de pessoas, como faziam os fariseus. Mas recebe publicanos e pecadores, e nunca excluiu os escravos, doentes, portadores de deficiências, adúlteros, prostitutas. Conversou com homens ilustres, como Nicodemos e compôs Seu discipulado de homens simples. Ao aceitar as pessoas excluídas, Jesus rompe o círculo de marginalidade e reintegra-as ao convívio diário com outras pessoas. Jesus, como Médico, acolhe as pessoas, oferece a proximidade fraterna e conciliadora em nome de Deus. Ele não os despreza, porque Deus ama todas as pessoas e as quer libertar e salvar. Ele veio buscar e salvar o perdido, pois o homem se perdeu desde o jardim do Éden! Ele se afastou de Deus, e a consequência foi desastrosa: o homem separou-se da presença de Deus e estava condenado. Eles, agora precisam do Médico para curar da doença chamado pecado.
Somo nós sãos? Por certo que não. Necessitamos diariamente do amor e do perdão de Deus, assim como o doente precisa do médico. Na verdade, todos os homens são doentes espiritualmente. São portadores de uma doença que nenhum médico pode curar, a saber: o pecado. O pecado é a nossa separação de Deus, a nossa culpa diante de Deus, o mal dos males. Vivendo nesta miséria, espiritualmente, o homem abandona a Deus e se sente abandonado. Porém, Cristo o chama: “Segue-me.” Chama, a seguir o seu caminho. Mas será que o homem ouve a voz do Senhor? Mateus ouviu e seguiu imediatamente Jesus.
Diante da atitude dos fariseus, homens cheios de preconceitos, Jesus faz uma crítica que ecoa em nossos dias. Ele cita o texto de Oséias 6.6: “Ide, porém, e aprendei o que significa.”(v.13a).A frase “Ide, aprendei…” era uma expressão usada pelos rabinos da época para dizer que a pessoa havia interpretado de forma errada uma passagem ou conceito. De fato, apesar dos fariseus terem profundo conhecimento da lei e todos o rituais, não compreenderam a essência do texto, pois desconheciam o significado da ordem divina. Sendo assim, Jesus ordenou aos fariseus e escribas que aprendessem o significado da ordem: “Misericórdia quero, e não sacrifício.” (v.13b).Os fariseus precisavam aprender, e Jesus os lembra, chama a atenção de que nada adiantava realizar um culto cerimonial que nada têm a ver com a prática misericordiosa, a graça de Deus e seu poder salvador. Deus quer que as pessoas tenham atos misericordiosos e confiem nele. Se os doutores à época desconheciam o verdadeiro significado do exigido por Deus, será que o homem do nosso tempo conseguiu aprender o que Jesus ordenou? Qual é a misericórdia que Deus exige?
Jesus faz uma aplicação do que havia falado anteriormente, e descreve de modo interessante o Seu próprio objetivo de vir ao mundo. Ele disse: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores (ao arrependimento).”( v.13c).Como médico de almas, veio curar doentes espirituais, ou seja pecadores. E o que seria essa cura? O perdão dos pecados, que é concedido exatamente através do arrependimento. Quando diz “vim chamar pecadores ao arrependimento”, significa que Jesus veio propor o perdão, que tornará as pessoas salvas, livres do domínio do pecado. E quanto aos justos - o que dizer deles? Jesus simplesmente afirmou que não veio chamar justos ao arrependimento. Ele não veio para esses, porque esses já se justificam, já se elevam, já se colocam acima dos outros. Esses são comportamentos próprios dos fariseus, dos hipócritas da época de Jesus.
Estimados irmãos! Não pense que o simples fato de ser religioso, o torna uma pessoa aceitável a Deus. Deus não está atrás de rituais, serviços religiosos, liturgias, desses homens, como os fariseus. Jesus chama aos pecadores. Assim, como fez com Mateus. Ele esteve em sua casa e participou de um banquete, o acolheu, o amou e perdoou. Jesus nos chama ao arrependimento, nos resgata rumo a uma vida eterna de comunhão com Deus. Quando reconhecemos que precisamos de Deus, o Espírito Santo nos traz o verdadeiro arrependimento em nosso coração. Amém!
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