sábado, 16 de novembro de 2024

 TEXTO: SL 93

TEMA: OS ATRIBUTOS DO GRANDE REI !

A monarquia existe a vários séculos, por vezes milenios. Durante esse periodo muitas nações foram governadas por reis. Muitos passaram  por conflitos políticos internos ou golpes. Outros foram corruptos, sem qualquer visão para governar. Em contraste, muitos tiveram um governo estável e forte, e promoveram a ordem e, consequentemente, a paz, segurança e prosperidade à sociedade. O salmista viveu essa época em que reinavam muitos monarcas. O povo de Deus também foi governado por reis. A Bíblia diz que o povo queria ter um rei “como o têm todas as nações” (1 Samuel 8.5). A Bíblia também diz que os reis maus foram punidos por abandonarem a aliança do Senhor e adorarem outros deuses.

No entanto, o salmista olha para um rei em especial e vê n’Ele atributos inigualáveis que os reis deveriam ter, por meio das quais inspiraria em seus súditos à obediência e lhes faria imitar seu senhor no que tange à honra, à verdade e ao amor.  Esse soberano, cuja majestade é única, é o Senhor Deus. Ele é um Rei diferente. Ele reina  e está vestido com majestade e poder, e seu trono está estabelecido desde os tempos antigos. É revestido de poder  contra as forças da natureza. Elas se submetem à sua vontade, mesmo se movendo com  força irresistível e grande barulho. Além da magestade, eternidade e poder, o salmista frisa sua fidelidade e  a santidade.

Este  grande Rei virá para nos julgar. O mundo inteiro verá a magestade e o poder deste grande Rei! Durante seu ministério terreno, o Senhor Jesus diversas vezes ensinou sobre o seu retorno no fim dos tempos. Ele não apenas prometeu voltar, mas instruiu seus seguidores, como aguardar esse momento. Mas não sabemos o dia nem a hora da chegada desse Rei. Pode ser a qualquer momento! O que de fato Jesus ensina a todos nós é que estejamos preparados para sua vinda o tempo todo. Devemos esperá-lo, pacientemente, mesmo que Ele demore um longo tempo. E a melhor maneira de nos prepararmos para este glorioso evento é vigiando e orando, para não acontecer que durmamos por causa da sua demora, ou ficamos com nossos corações sobrecarregados com as coisas desse mundo. A vigilância e a oração são essenciais para permanecermos firmes na fé e perseverarmos até o final. Isto só pode acontecer no momento em que vivemos em comunhão com Deus ,diariamente, através de sua palavra e pelos sacramentos.  

Estimados irmãos! O salmista  inicia  o texto afirmando que o “SENHOR reina” (v.1a). Literalmente diz “o SENHOR é Rei.” “O SENHOR reina” é uma forma de expressão semelhante que os judeus usavam para anunciar a ascensão ao trono de um novo soberano ( 2 Samuel 15.10 ; 2 Reis 9.13 ). De fato, O SENHOR sempre foi Rei (Êx 15.18). É Rei de tudo que existe, sobre tudo que criou. É Rei, dotado de poder absoluto  e controle soberano sobre o mundo. É Rei extremamente grandioso e poderoso. O problema é que, na prática, temos dificuldades de crer nisso, especialmente, quando as provações da vida nos atingem e quando o mundo parece estar desgovernado. Basta olhamos  as maldades, injustiças, a misérias, tragédias, etc. Mesmo diante dessas  circunstâncias, o SENHOR continua reinando com toda a sua magestade. E o salmista reconhece esse atributo do SENHOR. Ele afirma: “ Revestiu-se da majestade” (v.1b).  O verbo לָבַשׁ (revestir) no hebraico significa vestir, usar, trajar, colocar vestes, estar vestido. Ocorre que o salmista explora a figura real, trazendo à mente dos leitores as vestes de um rei. É interessante que no mundo antigo conhecia-se a prática de os reis trajarem “vestes reais” que, além de serem feitas com os melhores e mais caros tecidos e ornamentos, transmitiam a ideia da realeza (Ester 6.8; Jn 3.6). Esta era uma  característica dos reis desde a antiguidade, e que causava e aumentava a impressão da majestade pessoal pela ostentação de poder para governar.

Entretanto, a majestade é um atributo natural daquele que é o Rei acima de tudo e de todos; acima de todos os reis ou governantes, e que não precisa multiplicar as glórias de seu poder para encantar ou impressionar o mundo. Nesse caso, a roupa do SENHOR, com a qual se reveste, é sua própria majestade. A majestade significa sua supremacia, ou seja,  o Rei está acima de toda a sua criação. Ser majestoso, além de inspirar respeito, reverência e obediência, significa ter capacidade de exercer domínio; ter dignidade,  autoridade e grandeza. Assim, os seus atributos de majestade e poder são descritos como vestimenta real. São os seus trajes oficiais e permanentes.  

Outro atributo do grande Rei é o seu poder. Assim, afirma o salmista: “ de poder se revestiu o Senhor.” (v.1c). Os reis quando assumiam o trono, eram revestido de poder. Assim, reis absolutistas podiam criar leis, executar a justiça, criar impostos, convocar soldados, etc. Nas perseguições aos cristãos ou na luta de gladiadores escravos, o público aguardava ansioso o polegar para cima ou para baixo do rei, determinando se haveria morte ou perdão. Além disso,  o rei era alguém que tinha  poder e capacidade para guerrear e, por isso, era temido. O salmista identifica essa questão quando afirma: “e se cingiu.” (v.1d). O termo  אָזַר (cingir) é uma expressão militar (Is 8.9), e no hebraico significa cercar, equipar, vestir,ou seja. descreve uma preparação para uma batalha, e  também pode ser traduzido como “se armar”. O poder com o qual o SENHOR está cingido, Ele usa para anular os inimigos.

No entanto, o salmista se consola com o poder de Deus de que  o mundo estava firmemente estabelecido; que nenhuma tempestade pudesse ser tão violenta a ponto de removê-la de seu lugar. Ele diz: “ Firmou o mundo, que não vacila.”(v.1e). Isto demonstra que Deus  é imutável. O seu trono permanece desde a eternidade. Nada é capaz de mover ou, muito menos, destruir a criação de Deus. Significa que o seu ser, atributos, conselhos e  promessas são constantes e não sofrem alterações. Portanto, o poder de Deus é diferente. Ele não é adquirido, nem depende do reconhecimento de nenhuma outra autoridade. Pertence a Ele somente. Ele se manifesta  na criação, na preservação, no seu governo, no juízo. A Bíblia diz em 2 Crônicas 12.6: “Na tua mão, estão a força e o poder, e não há quem te possa resistir”.

Contudo, há um atributo alistado que demonstra que o grande Rei é eterno: “ Desde a antiguidade, está firme o teu trono; tu és desde a eternidade.(v.2).  A conclusão é clara: desde os tempos mais remotos da história, ou seja, desde a criação de tudo que existe, Deus é o rei majestoso da humanidade, do mundo e de todo universo. Mas o salmista  não para por aí. Para o salmista, Deus existe desde sempre, sem começo e sem origem: “desde a eternidade.” Ele é o Deus criador de todas as coisas, nos céus e na terra. Ele é eterno: “Antes que os montes nascessem, antes que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” (Salmo 90.2). A expressão “desde a eternidade” pode se referir tanto ao passado infinito quanto ao futuro infinito. Esta é a eternidade de Deus. Significa que ele existe por si. Ele é autossuficiente, não depende de nada para ser, pois sempre existiu, não precisou ser criado e não teve um início. Em contraste com à eternidade de Deus, o salmista mostra o quanto o homem é frágil. É tão pequeno, tem uma vida humana efêmera e passageira.Também está sujeita ao cansaço e sobre muitas aflições neste mundo. E, se isso não bastasse, ainda, o homem é mortal.

O autor do salmo para explificar o poder do grande Rei, usa a imagem de rios e mares para descrever este poder. Ele introduz o assunto, ao citar uma das maiores forças da natureza. Ele afirma:  “Levantam os rios, ó Senhor, levantam os rios o seu bramido; levantam os rios o seu fragor.”(v.3). O termo  קוֹל (bramido) significa voz ,som. O ato de “o rio levantar sua voz” é uma figura de linguagem que o salmista apontava para o som das fortes corredeiras de água. Era uma referência, a uma das suas forças mais poderosa da natureza para servir de base de comparação com o poder de Deus.  O poder de Deus é maior do que os rios que se movem com fragor  (ondas ) que são arremessadas contra a costa, ou quebradas com violência, que traz a ideia de se despedaçar.

De fato,o “Senhor é mais poderoso” do que do as forças da natureza. Ele certamente exerce autoridade sobre rios, ondas e o próprio mar. O salmista deixa mais evidente quando afirma: “Mas o Senhor nas alturas é mais poderoso do que o bramido das grandes águas, do que os poderosos vagalhões do mar.” (v.4). O SENHOR nas alturas é mais forte. Isso certamente demonstra o poder de Deus diante das nações. As águas representam as nações ou a sociedade humana se levantando para desafiar a autoridade do soberano Deus. No Salmo 65.7, o “rugir dos mares” é igual ao “tumulto das gentes”. Isaías usou esta mesma  linguagem: “Ai do bramido dos grandes povos que bramam como bramam os mares, e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas águas!” ( 17.12). “Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo” ( 57.20).

Ao encerrar o salmo, o autor fala sobre a fidelidade e a santidade:  “Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, Senhor, para todo o sempre.”(v.5). O salmista  começa elogiando a absoluta confiança e veracidade da lei de Deus.(seus testemunhos), sendo este um tesouro inabalável e confiável, e que devemos valorizá-los. Ele também  reconhece a santidade que deve ser preservada na casa de Deus.  A palavra "casa" foi usada para significar o templo de Deus, onde a deveria reinar a santidade; manter livre de toda profanação "para sempre.” A santidade é um atributo essencial do Senhor e também deve ser valorizada em nossas vidas. É um lembrete de que devemos buscar a pureza, a integridade e a devoção a Deus em todas as áreas de nossa vida, pois o grande Rei merece nossa adoração e reverência. A santidade desse Rei eterno não apenas nos leva a servi-lo, como nos impulsiona à verdadeira adoração.

Que visão magnífica da realeza da monarquia. Ela  é em si notável, visto que reis, rainhas, príncipes e princesas sempre chamam a atenção do mundo. Mas o nosso olhar deve estar direcionado ao grande Rei que virá. O salmista olha para este grande Rei e vê n’Ele atributos inigualáveis que os reis deveriam ter, por meio das quais inspiraria em seus súditos à obediência, e lhes faria imitar seu senhor no que tange à honra, à verdade e ao amor. Ele soberano e majestoso. Ele é um Rei diferente. Ele reina  e está vestido com majestade e poder, e que seu trono está estabelecido desde os tempos antigos. É revestido de poder contra as forças da natureza que  se submetem à sua vontade. O poder de Deus é maior do que o dos mares tumultuosos que se movem com força irresistível e grande barulho. Além da magestade, eternidade e poder, o salmista frisa sua fidelidade  e santidade. Quando o monarca é um Deus majestoso em todos os sentidos, eterno, onipotente, fiel e santo, nossa admiração se transforma em louvor e adoração.

Este  grande Rei virá. O mundo inteiro verá a magestade e o poder do grande Rei! Durante seu ministério terreno, o Senhor Jesus diversas vezes ensinou sobre o seu retorno no fim dos tempos. Ele não apenas prometeu voltar, mas instruiu seus seguidores, como aguardar esse momento. Mas não sabemos o dia nem a hora da chega desse Rei. Pode ser a qualquer momento! O que de fato Jesus ensina a todos nós é que estejamos preparados para sua vinda o tempo todo. Devemos esperá-lo, pacientemente, mesmo que Ele demore um longo tempo. E a melhor maneira de nos prepararmos para este glorioso evento é vigiando e orando, para não acontecer que durmamos por causa da sua demora, ou venham nossos corações a ficar sobrecarregados com as coisas desse mundo. A vigilância e a oração são essenciais para permanecermos firmes na fé e perseverarmos até o final. Isto só pode acontecer no momento em que vivermos em comunhão com Deus diariamente através de sua palavra e pelos sacramentos.  Que estão fazendo os homens que não se curvam diante do seu trono do grande Rei, nem lhe rendem sua obediência, sua reverência e seu amor?

Estimados irmãos! Não deposite sua esperança nos reinos e governos deste mundo. Nossa esperança não está na política. Olhe para a majestade, do poder e da justiça do Rei Jesus. Creia que toda a majestade, todo o poder e toda a justiça divina estão atuando. Portanto, sejamos sábios e prudentes e preparemo-nos enquanto há tempo, vigiando e orando. Amém!

  APONTAMENTO

 O livro de Salmos está dividido em cinco seções principais, sendo que o Salmo 93 faz parte do livro IV. Este IV livro é composto dos Salmos 90 ao 106. Ele é o mais breve dos cinco livros identificados nos Salmos. O Salmo 93 é o quarto do livro IV. Ele faz parte dos salmos que abragem sete salmos (93-99), e são chamados “Salmos da realeza do Senhor”. Esta expressão introduz os salmos. 93, 97 e 99. Ele  é o menor da série, e não tem título nem nome de autor .Alguns comentaristas sugerem uma data para esse Salmo no período do cativeiro dos judeus na Babilônia, por causa da ideia de Deus se cingir,(v.1) ou seja, entrar em ação. Sendo soberano, Deus demonstra a sua força para julgar seus adversários. Da perspectiva dos judeus, seria um julgamento contra seus opressores, em que seriam  encorajados com a lembrança de que o SENHOR ainda era Rei. Este era o grande consolo do povo. 

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