TEXTO: JO 2.1-11
TEMA: JESUS MANIFESTA A SUA GLÓRIA
Estamos na época de Epifania. Epifania significa manifestação, revelação daquele que veio do Pai para nos salvar. Já refletimos sobre Epifania quando os magos do oriente visitaram Jesus; quando João Batista batizou Jesus no rio Jordão.
Hoje, vamos refletir sobre o momento quando Jesus manifestou a sua glória em Caná da Galiléia, conforme Jo 2.1-11. É uma das passagens bíblicas mais fascinante do Evangelho de João, pois foi justamente nesta festa de casamento que Jesus realizou o seu primeiro milagre público, ao transformar a água em vinho. Naquele momento, Jesus Cristo, o Messias prometido, que veio ao mundo para nos salvar, manifestou todo o resplendor de sua glória. Mas o que podemos aprender sobre esta manifestação ? Como reagimos ? O texto tem várias aplicações à vida cristã! Porém, destaco quatro pontos que servem de reflexão:
Primeiro, a importância da presença de Jesus. A presença de Jesus foi uma bênção para aqueles noivos.Trouxe bênçãos espirituias,vida e eterna bem, aventurança. É preciso convidar Jesus para a nossa vida, como aquela família que o convidou para o seu casamento. Segundo, levar os nossos problemas a Jesus. Maria detectou o problema do vinho e o levou a Jesus. Isso nos ensina a importância de levar nossos problemas a Jesus. Terceiro, esperar o tempo de Deus. Quando Maria levou o problema a Jesus, Ele respondeu que sua hora ainda não havia chegado. Devemos aprender a esperar pacientemente pelo tempo de Deus, confiantes de que Ele age de acordo com seu propósito eterno. Quarto, fortaleceu a fé dos discípulos. Todos que estavam no casamento foram fortalecidos na fé, principalmente, os discipulos. De modo que o milagre de Caná constitui um passo decisivo na formação da fé dos discípulos: “ eles creram nele.” (v.11).
Estimados irmãos! Havia um casamento num lugar situado na parte montanhosa da Galileia. Casamento naquele tempo era celebrado com grandes festas, Nessas festas vinham pessoas de todos os lugares. Era um grande acontecimento na vida social daquelas pessoas da cidade, principalmente, para os noivos e família. Geralmente era realizado na casa dos pais da noiva. E durante todo o período da festa eram servidos alimentos e vinho. Elementos essenciais que não poderiam faltar, pois a festa durava muitos dias, até uma ou duas semanas. O evangelista narra que a mãe de Jesus se encontrava naquele casamento. (v.1a). Certamente, Maria estava ajudando nos preparativos para o banquete nupcial.
Para este momento todo especial, Jesus e seus discípulos foram convidados. Diz o texto: “E foi também convidado Jesus e seus discípulos para as bodas.” (v.2). Ele aceita o convite dos noivos e se faz presente na festa. A presença de Jesus seria um fator muito importante: uma bênção para aqueles noivos. É preciso convidar Jesus para a nossa vida, como aquela família que o convidou para o casamento. A maioria dos casamentos em nossos dias não conta com a presença de Jesus, porque os noivos não O convidam para estar presente. Esquecem de colocar na lista dos convidados o nome de Jesus para o casamento. Penso que Ele deveria estar em primeiro plano, mesmo que nomes famosos da sociedade passem para os ultimos lugares. Portanto, sem a presença de Jesus, quando o casamento não é abençoado, se torna uma tragédia em muitos lares. Só deixam traumas e feridas profundas.
No entanto, a presença de Jesus na família é fundamental, pois Ele é o exemplo perfeito a ser seguido, e seus ensinamentos são a base para uma vida feliz e eterna. Por isso, todos nós deveríamos ter a preocupação de ter Jesus no nosso casamento e na nossa família. Somente Ele pode dar sentido pleno no casamento. O apóstolo João afirma em Apocalipse 3.20: “Eis que estou a porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo” . Jesus está esperando que você o convide para entrar em sua vida e fazer parte dela. Por isso, convide Jesus para o seu casamento. Ele nos traz bênçãos espirituias,vida e eterna bem, aventurança. Vamos dizer: “Vem,Senhor Jesus, sê o nosso convidado.”
Jesus, ao ser convidado, desta vez não iria na qualidade de filho de Maria, o carpinteiro de Nazaré. Ele iria para apresentar ao mundo suas credenciais de Filho de Deus, enviado pelo Pai para realizar sua missão redentora. E foi ,justamente, neste casamento, em ambiente humilde, numa aldeia inexpressiva que Ele manifestou a sua glória ao realizar o seu primeiro milagre público. Não significa uma manifestação plena, completa e final da mesma. Esta manifestação se cumprirá apenas na hora de sua paixão, morte, ressurreição e ascensão. Contudo, já neste milagre, é possível observar os atos redentores de Jesus, à Palavra de Deus, sendo transmitida a aqueles convidados. Além disso, à sua presença naquele casamento indica o quanto ele preza o matrimônio; dignifica o matrimônio como união sagrada instituída por Deus.
No entanto, Jesus chegou numa situação de desespero: o vinho havia acabado. O vinho comprado não foi suficiente e terminou. A falta de vinho numa festa de casamento, provavelmente, era muito desagradável, estragava a festa. Sem dúvida uma situação penosa para os noivos e seus pais. Diante de tal situação, Maria descobre a calamidade e sente o desejo de ajudar. Mas como? Neste momento, ela olha para o passado e lembra de cenas de distantes épocas: o anjo Gabriel, Belém, os pastores, os magos do Oriente e o episódio no Templo. E chega a seguinte conclusão: se grandes coisas aconteceram no passado, maiores acontecerá no futuro. Sendo assim, ela fala para Jesus: “Eles não têm mais vinho.” (v.3). Estas são as palavras que Maria usa para pedir ajuda a Jesus. Estava diante de um problema: a falta vinho.
O que fazer? Ela não pede nada, apenas apresenta o fato, pois o problema precisava ser resolvido imediatamente. Ao detectar o problema do vinho, ela o levou a Jesus. Poderia ter relatado o problema aos donos da festa ou ao mestre de cerimônias, mas ela sabia que daquelas pessoas não podia esperar nada! Então, levou o problema para Jesus. Sabia que só Jesus poderia resolver aquela situação. Ele é a solução! Com essa atitude de Maria, aprendemos que devemos levar nossos problemas e dificuldades a Jesus. Diante da crise não adianta se desesperar, é preciso buscar ajuda em Jesus. Somente Ele tem poder para fazer maravilhas. Exatamente, como disse Pedro: “Em nenhum outro nome há salvação, porque também debaixo do céu não existe outro nome dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4.12). Em quem você tem buscado ajuda? Na filosofia, na ciência, nas leis humanas? É importante afirmar que não temos outro caminho, em quem podemos buscar ajuda .Somente Deus pode nos ajudar diante dos nossos dilemas. Por isso, apredemos com Maria a levar nossos problemas e dificuldades diretamente a Jesus, porque só Ele tem poder para nos ajudar.
A resposta de Jesus parece um tanto dura. Disse-lhe Jesus: “Mulher, que tenho eu contigo? ” (v.4a). Realmente, parecem ser ásperas estas palavras que Jesus usou contra Maria, ao ponto de chama-la de “mulher”. O que Jesus quis, foi desfazer qualquer impressão, como se ele precisasse receber ordens ou diretrizes de seres humanos, nem mesmo de sua mãe. Ele não permite que lhe prescrevam a hora em que deva atuar. Mas Jesus não rejeita o pedido de Maria, apenas a corrige, lembrando que a manifestação de sua glória ainda não havia chegado: “Ainda não é chegado a minha hora.”(v.4b). Ele somente cumpria ordens de seu Pai Celeste. Quem determina a sua “hora”, é somente o Pai. E bom lembrar que Deus estabeleceu um plano, e tudo deveria suceder conforme havia planejado. Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho ao mundo. E na idade certa, Ele começou a manifestar a sua glória como Filho de Deus e Salvador da humanidade. Isso mostra que não é como nós queremos. Por isso, devemos aprender a esperar ,pacientemente, pelo tempo de Deus, confiantes de que Ele age de acordo com seu propósito eterno.
Pela reação de Maria, nota-se que demonstra confiança e obediência em Deus. Ela estava convencida de ser atendida, pois grande era a sua fé. E assim ordena aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser.” (v.5). A ordem foi dada e cumpre obedecê-la. E diante da ordem recebida, os serventes tomaram seis talhas de pedra que os judeus usavam para purificação, isto é, para limpeza. Cada um levava em media 100 litros, perfazendo um total de 600 litros. Tudo pronto, então Jesus disse: “Enchei de água as talhas.” (v.7). A ordem foi dada! Muitas ideias passaram pela mente destes serventes quando Jesus deu esta ordem. Eles poderiam ter questionado, dizendo: “nós não estamos precisando de água. O que está faltando aqui é vinho”. Aqui, aprendemos que precisamos obedecer às ordens de Jesus e fazer o que Ele nos manda, mesmo que não faça sentido para nós.
No entanto, a ordem continua: “Tirai agora e levai ao Mestre-sala.”(v.8). Ocorre que o vinho, que Jesus havia transformado, foi levado para um especialista de festas para que ele pudesse analisar sua qualidade. Este prova a água transformada em vinho, e dá sua resposta: o vinho novo é melhor que o velho! Ficaram admirados com a qualidade e o sabor inigualável daquele vinho que serviram na última hora. E indaga que o noivo tinha guardado o bom vinho, e oferecido o inferior, primeiramente. Culpando, assim, o noivo de ter reservado o melhor.(vv.9 e10).
Depois do milagre, dois fatos importantes são registrados: primeiro, a “glória de Jesus se manifestou.” (v.11a). O que ocorreu naquele casamento foi um verdadeiro milagre, a água transformando-se em vinho de primeira qualidade. Jesus realiza este milagre, não apenas para evitar o constrangimento dos noivos, mas para revelar sua glória e seu poder. Era sinal da divindade de Cristo, um sinal de que ali estava o Messias, o Salvador anunciado, o verdadeiro Filho de Deus. E assim Jesus deu inicia o seu ministério no meio do povo, num casamento, numa festa e com alegria. Aqui, começa a se concretizar o que ele prometera a Natanael: “maiores coisas do que estas verás” (Jo 1.50). O segundo fato demonstra que os discípulos pela fé, perceberam a glória de Jesus por trás do sinal e “creram nele.”(v.11b). Ocorre que os discipulos que estavam ali, que acompanharam os acontecimentos, foram fortalecidos na fé: “creram nele”. Lembrando que antes do milagre, os discípulos já criam que Jesus era o Messias, mas ainda tinham um conceito excessivamente terreno da sua missão salvífica. De modo que o milagre de Caná constitui um passo decisivo na formação da fé dos discípulos.
Estimados irmãos! O primeiro milagre de Jesus em Caná nos leva a refletir sobre as maneiras pelas quais Deus manifestou sua glória. Assim, aprendemos grandes lições para nossa vida. Começando pela presença de Jesus naquele casamento. Ele foi convidado e trouxe bênçãos espirituias, vida e eterna bem, aventurança para todos os participantes. Precisamos também convidar Jesus para a nossa vida, como aquela família o convidou para o casamento. O casamento em Caná também nos lembra da importância de levar os nossos problemas a Jesus. Maria detectou o problema do vinho. Ela bem que poderia ter relatado o problema aos donos da festa ou ao mestre de cerimônias, mas, ao invés disso, ela levou a Jesus. Da mesma forma, precisamos esperar o tempo de Deus. Quando Maria levou o problema a Jesus, Ele respondeu que sua hora ainda não havia chegado. É preciso entender que Deus age em seu próprio tempo, muitas vezes, além da nossa compreensão. Devemos aprender a esperar pacientemente pelo tempo de Deus, confiantes de que Ele age de acordo com seu propósito eterno. Enfim, o milagre de Jesus em Caná nos lembra que todos que estavam no casamento foram fortalecidos na fé, principalmente, os discipulos. De modo que o milagre de Caná constitui um passo decisivo na formação da fé dos discípulos: “ eles creram nele.”
Quando lembrarmos de todas estas lições, permitimos que Ele transforme nossas vidas, trazendo o melhor “vinho”, a alegria e a glória de Deus para nossas vidas. Sendo assim, convidemos Jesus para entrar em nossa vida e que a sua glória continue se manifestando. Amém!