sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

 

TEXTO:  Gn 45.1-15

TEMA: PRECISAMOS APRENDER SOBRE O VALOR DO PERDÃO

 Vivemos em uma sociedade em que a vingança, ressentimento, magoa, ofensa, têm crescido muito. Isto se reflete nas diversas expressões que ouvimos diariamente no trânsito, no trabalho, nas ruas: “bateu levou”, “não levo desaforo para casa”, “ele não sabe com quem tá mexendo”. Há um ditado que diz “pague com a mesma moeda”. E é isso que muitas pessoas fazem.  A verdade é que qualquer ato que desagrada as pessoas, a tendência é fazer “justiça com as próprias mãos”. Esta não é uma atitude que Deus almeja. Observem a recomendação de Paulo: “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.17-19).

Mas que atitude o Senhor espera de nós quando somos ofendidos? Quando analisamos a história de José, observamos o quanto foi desprezado, ameaçado de morte, traído, vendido como escravo pelos seus irmãos. Apesar de todas estas adversidades   ocorridas em sua vida, soube lidar com cada uma delas.  Ele poderia aproveitar aquele encontro para se vingar dos seus irmãos, de fazer “justiça com as próprias mãos”. Mas não guardou ressentimento, vingança e magoa. Ele decidiu perdoar aqueles que lhe causaram tanto sofrimento. Tratou os com o perdão. Foi um exemplo e nos ensinou a perdoar as ofensas. Este foi seu maior desafio: aprendeu sobre o valor do perdão.

Foi um encontro emocionante. José tomado pela emoção, mal conseguiu se controlar ao rever aqueles que um dia o venderam como escravo. (v.1). Naquele momento, mandou que saíssem de sua presença todos os seus acompanhantes, ficando ele a sós com seus irmãos. Era a hora de revelar a eles a sua verdadeira identidade. E disse José a seus irmãos: “Eu sou José; vive ainda meu pai?” (v.3a). As palavras de José os deixaram agitados, supressos, confusos, aterrorizados. Foram cenas que passaram em suas mentes naquele momento, e que não foram incapazes de acreditar no que tinham acabado de ouvir, e consequentemente não puderam responder.

No entanto, José fez questão de abraçar a todos e dizer que não havia mais ressentimentos, pediu que seus irmãos se achegassem a ele e explicou-lhes que superasse aquele momento, pois não havia o que temer: “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos aborreçais por me haverdes vendido para cá. (v.5a). Observa-se que não há, em todas as suas palavras, nenhum sinal de mágoa e ressentimento pelo que os irmãos fizeram. Ele soube perdoar.

Perdão: quantas vezes já ouvimos essa palavra e sentimos dificuldades de perdoar o nosso irmão? Quantas vezes recebemos o perdão quando erramos, mas nem sempre oferecemos este perdão ao nosso irmão? Precisamos aprender sobre o valor do perdão, como fez José. Foi capaz de perdoar toda sua família. Mas será que também este é o nosso desafio? A nossa atitude?  Lembre-se que o Pai, antecipadamente, perdoou a nossa dívida quando enviou o seu Filho que morreu na cruz por nós, quando não éramos merecedores. Em gratidão ao seu amor perdoador, também devemos perdoar aos que nos ofendem. Aqueles que nos feriram, nos humilharam, nos jogaram nos buracos da vida. Efésios 4.32, por exemplo, diz: "Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”. “E, quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial perdoe os seus pecados.” (Mc 11.25). “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, casa alguém tenha queixa contra outrem. Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13).

Mas quando o homem se recusa a perdoar? Deus retira seu perdão do qual necessitamos para alcançar a vida eterna. Ele nos exorta severamente, sob pena de perdermos a graça de Deus. Um exemplo é “a parábola do servo que foi perdoado e não quis perdoar” (Mateus 18.23-35). O que Jesus ensina nesta parábola é uma realidade espiritual na vida de quem não perdoa. Certamente haverá muito sofrimento na vida da pessoa que não perdoa. Um sofrimento semelhante a uma tortura feita por carrascos: “E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida”. (Mt 18.34). Jesus ainda nos ensina, se não perdoarmos, Deus também não nos perdoará: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mt 6.14 e15). E ainda as palavras de Tiago: “Quem não mostra misericórdia não alcança a misericórdia do Senhor, mas recebe o seu justo castigo.” (2.13).

No entanto, Deus tem promessas maravilhosas para aqueles que amam perdoam o seu inimigo. Deus tem uma recompensa preparada: “Amai, porém a vossos inimigos, fazei bem e emprestai, nunca desanimado; e grande será a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os integrantes e maus.” (Lucas 6.35). Jesus nos ensina que devemos amar uns aos outros, fazer bem, compartilhar o amor e a bondade, emprestar sem querer algo em troca. Então, será grande a nossa recompensa. É uma recompensa que não será dada pelos homens, mas pelo próprio Deus. Para amar, precisamos sempre perdoar! Quando amamos aqueles que nos causam mágoas, vingança rancor, ódio, ressentimento, refletimos o maravilhoso o amor de Deus. Quem vive o amor de Deus receberá o amor de Deus.

Essa foi a atitude de José. Ele amou os seus irmãos e seu pai. Não guardou ressentimento, vingança e magoa. Apesar de todas adversidades   ocorridas em sua vida, ele amava Deus e Deus o amava. E diante deste grande amor, havia um plano perfeito traçado por Deus. Ele usa as adversidades que José estava vivenciando para o cumprimento do plano, que Ele já revelara a José em sonhos. O fato é que José reconhece a providência divina e entende que seus passos e de seus irmãos são dirigidos pelo Senhor, pois tudo fazia parte do propósito eterno e soberano de Deus: “porque para preservar vida é que Deus me enviou adiante de vós”. (v.5b).  “não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como governador sobre toda a terra do Egito.” (v.8).

O certo é que o Senhor provê todas as coisas em nossas vidas, seja nos momentos de adversidades e desafios, seja quando estamos em plena harmonia. Ele é o criador e governa todas as coisas. Dessa forma, podemos dizer que Deus é soberano diante de todas as coisas que acontecem na vida do ser humano, pois “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28). Portanto, a ideia é que Deus vigia de perto e cuida de cada detalhe da vida do seu povo, assim como Davi nos lembra no Salmo 37.18-19: “O Senhor cuida da vida dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre. Em tempos de adversidade, não ficarão decepcionados; em dias de fome, desfrutarão fartura.”

Quando José revelou sua identidade, em vez de vingar-se de seus irmãos, perdoou-os, cuidou deles e de suas respectivas famílias, dando-lhes o melhor da terra do Egito. Ele detalhou seus planos para que toda a sua família se mudasse para a terra de Gósen (v.10). Deu ordens para que seus irmãos fossem à casa de seu pai e o trouxessem ao Egito. Eles deveriam explicar a Jacó que seu filho estava vivo e tinha sido exaltado por Deus na terra do Egito.

Estimados irmãos! Todos nós, em algum momento da nossa vida, sentimos mágoas, vingança rancor, ódio, ressentimento em relação ao nosso próximo. Mas para se libertar destes sentimentos que carregamos ao longo da vida, não há outra maneira de deixar de lado, se não perdoar. O perdão é um ato de misericórdia, de compaixão que Deus tem para conosco através seu Filho. Sendo assim, Ele tem nos dado seu perdão sem que o merecêssemos, e espera que usemos do mesmo espírito misericordioso para com quem nos ofende. Se você realmente entende o perdão de Deus, você vai perdoar outras pessoas. Paulo afirma: “Tornai-vos benignos uns para com os outros, ternamente compassivos, perdoando-vos liberalmente uns aos outros.” — Efésios 4.32. Contudo, se nos negamos a perdoar, Deus retira seu perdão do qual necessitamos para alcançar a vida eterna. Ele nos exorta severamente, sob pena de perdermos a graça de Deus: “Quem não mostra misericórdia não alcança a misericórdia do Senhor, mas recebe o seu justo castigo” (Tg. 2.13).

 


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