terça-feira, 31 de maio de 2022

 

 

 TEXTO: ATOS 2.1-21

TEMA: O ESPÍRITO SANTO CAPACITA AS PESSOAS PARA A MISSÃO DE EVANGELIZAÇÃO NO MUNDO.

 

No próximo fim de semana, a Igreja Cristã festeja o Dia de Pentecostes. É o dia da descida do Espirito Santo, sobre os primeiros discípulos em Jerusalém. Dia em que Jesus enviou o Espírito Santo, conforme prometeu a seus discípulos. (Jo 14.16).  Esta promessa se cumpriu no dia de Pentecostes. Lemos em Atos: Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio do céu um som como de um vento impetuoso e encheu toda a casa onde estavam reunidos. E apareceram línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo. (At 2.1-3).

A sua promessa continua presente em nossas vidas, nos guiando, iluminando nossa mente para entendermos a pregação do Evangelho, e nos capacitando para a missão de evangelização neste mundo. Ele coloca em nossos lábios as palavras que não conseguimos encontrar por nós mesmos. Ele nos mostra o caminho, removendo os obstáculos, abrindo as portas para o entendimento e fazendo todas as coisas claras e evidentes, bem como o caminho que devemos seguir em todas as questões espirituais. Enfim, Ele faz com que a pregação traspassasse os nossos corações, e nos leva a oração, à santidade e nos dá discernimento. Estes são os assuntos que queremos refletir sobre o Espirito Santo, nesta mensagem. Que Deus nos abençoe!

Havia muitos peregrinos na cidade, vindos de diversos lugares para comemorar Pentecostes. Os discípulos estavam reunidos. Até aquele momento, podemos imaginá-los orando, aguardando a promessa da vinda do Espírito Santo, pois confiavam nas promessas de Jesus. Ele prometeu aos seus discípulos a ajuda que precisavam para viver vidas transformadas, pois sabia que os discípulos ainda não estavam capacitados espiritualmente para a missão designada por Ele, e, por isso, o Espírito Santo viria para equipá-los e fortalecê-los para serem verdadeiras testemunhas sobre os ensinamentos de Jesus. Ele disse: “O Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar-se de tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26). E ainda: “E eu rogarei ao Pai, ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco”. (Jo 14.16). É importante lembrar que antes de sua subida aos céus, Jesus pediu aos discípulos que permanecessem em Jerusalém, até que a promessa de derramamento do Espírito Santo se cumprisse: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Somaria e até os confins da terra”.  (Atos 1.4,8).

É justamente naquele momento, quando se comemorava o Pentecostes, que o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos e diversas pessoas que acolheram a mensagem de Cristo, e se tornaram seus seguidores, as palavras de Jesus foram cumpridas. O tempo estava se cumprindo. Deus escolheu esse período para cumprir sua promessa de derramar o Espírito Santo. A promessa do AT estava cumprindo. O profeta Joel já havia afirmado que um dia Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a carne (Joel 2.28-32). E assim, aconteceu: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas.” (vs 1-4).

Os fatos que ocorreram naquele dia marcaram definitivamente o início da História da Igreja Cristã. Eclodiu no coração daquelas pessoas o desejo de espalhar o Evangelho de Jesus Cristo por todos os lugares. Pedro que havia negado Jesus anteriormente por três vezes consecutivas, que antes se acovardou e fugiu amedrontado, agora, cheio do Espirito Santo se levantou com os onze discípulos e, em alta voz, dirigiu-se à multidão através de sua pregação. Não permitiu que o seu fracasso no passado atrapalhasse o seu futuro. Ele superou as dificuldades, ele superou a frustração, o fracasso, e venceu. Teve uma postura, totalmente diferente, ousada, convicta e firme na sua fé, mesmo diante do perigo iminente de açoite, prisão, apedrejamento e morte.

Em meio a perplexidade, alguns buscavam entender o que estava acontecendo naquele momento, Pedro se levanta juntamente com os onze, e tomando a palavra, dirige-se aos judeus e a todos os que se encontravam em Jerusalém. Proclama uma pregação envolvente, destacando a necessidade de explicar os fenômenos à luz das Escrituras Sagradas. Nela, Pedro liga os eventos desse dia com a morte e ressurreição de Jesus e termina com um convite ao arrependimento: “Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia”. (vs 14 e15).

Naquele momento, Pedro dirigiu a sua saudação aos “varões judeus”. Ele revela autoridade ao proferir as suas palavras. Não é um homem inculto e iletrado, mas é um embaixador de Cristo, um arauto de Deus. Por isso, querendo ou não os judeus deveriam ouvir as suas palavras. Com apenas uma frase, Pedro aniquila a zombaria dos adversários: “Estes homens não estão embriagados”.  Pedro explica: era cedo para beber, conforme o costume judeu. Por isso, não tinha sentido afirmação dos seus adversários. Explicou, ainda, o que eles estavam vendo, nada mais era do que o cumprimento de uma das promessas do profeta Joel, quando disse que “nos últimos dias” Deus ia derramar do seu Espírito. (Joel 2.28, 32). Pedro tomou as palavras do profeta e as aplica ao grandioso evento que estava ocorrendo. Ele resume em quatro partes a sua mensagem.

Em primeiro, lugar, o derramamento do Espírito de Deus tem alcance universal: “derramarei do meu Espírito sobre toda a carne”. A palavra "derramar" indica abundância e "toda a carne" significa universalidade. Não se limitava somente aos judeus. Mas todo aquele que crer em Cristo será habitado pelo Espírito Santo, independente da raça, condição social, sexo e idade. Em segundo lugar, o dom da proclamação do Evangelho se estenderá a todos: “Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão”. (vv.17,18). Nos últimos dias, segundo a profecia, o testemunhar, o falar, o proclamar da Boa Nova de Deus seriam tarefas de todos.

Em terceiro lugar, a iluminação do Espírito Santo não se limita a qualquer idade: “vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos”. Trata-se da iluminação do Espírito Santo, através do qual ele dá aos jovens uma notável visão das necessidades e possibilidades no trabalho da igreja de Cristo no mundo. Os velhos também não devem desprezar esse desafio e tantas possibilidades de trabalho na igreja. Quando o Espírito Santo nos enche, Ele enche de sabedoria, paz, alegria, amor, projetos e sonhos a serem realizados na igreja. Tanta as visões dos jovens quanto os sonhos dos velhos são necessários na preparação da igreja, diante da mensagem profética.

Em quarto lugar, o fim da era messiânica será acompanhado por sinais extraordinários em todo o universo: “Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor.” (vv.19,20). Há, contudo, uma mudança: o Dia do Senhor se refere, agora, à Segunda Vinda de Jesus, Na verdade, não é mais o SENHOR que garantirá a salvação, mas Jesus, que, agora, é o Senhor em cujo nome as pessoas devem clamar para serem salvas, pois Jesus é ambos, Salvador e Juiz. É o que se concretizará na mensagem de Pedro, extraído do profeta Joel: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. (v.21). A salvação em Cristo, recebida pela fé, agora, é estendida a todos os povos, de todos os lugares, de todos os tempos. Nos dias de Joel, como nos dias de Pedro, de Paulo e também nos nossos dias, invocar o nome do Senhor é o único caminho para a salvação.

A presença do Espírito Santo capacitou os apóstolos a entender, interpretar os ensinamentos de Jesus. Agora, ungidos pelo Espírito Santo reconheceram serem arautos autorizados e, repetidas vezes, informaram disso aos seus ouvintes. Eles entenderam que a eficiência da pregação só era possível com a capacitação do Espírito Santo. Sendo assim, inspirado pelo Espírito Santo, Pedro, conclamou a multidão a aceitar a salvação que Deus oferecia. E muitos que ali estavam ficaram comovidos com a mensagem, e perguntaram o que deviam fazer, Pedro aconselhou as pessoas a arrependerem-se dos seus pecados e serem batizadas. Como resultado desta mensagem comovente, três mil pessoas foram batizadas.

A promessa de Jesus não terminava em Jerusalem. Antes de subir aos céus Cristo deixou a grande comissão aos seus discípulos: (Mt 28.19-20). “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”. A grande missão de evangelizar o mundo só poderia ser assumida com o poder do Espírito Santo. Ela nunca será possível sem a ação do Espírito Santo. Na caminhada que os discípulos tiveram que trilhar, encontram muitos desafios. Os desafios eram tão grandes que não podiam ser encarados com suas próprias forças. Era preciso do auxílio do Espírito Santo.

A promessa de Jesus continua presente em nossas vidas. O Espirito Santo nos guia, ilumina nossa mente para entendermos a pregação do Evangelho, e nos capacita para a missão de evangelização neste mundo. Ele coloca em nossos lábios as palavras que não conseguimos encontrar por nós mesmos. Ele nos mostra o caminho, removendo os obstáculos, abrindo as portas para o entendimento e fazendo todas as coisas claras e evidentes, bem como o caminho que devemos seguir em todas as questões espirituais. Enfim, Ele faz com que a pregação traspassasse os nossos corações, e nos leva a oração, à santidade e nos dá discernimento.

Estimados irmãos! Nenhum desafio que a vida nos apresenta supera a força do Espírito Santo.Com a Sua presença, somos fortes, capazes de enfrentar a vida, vencer batalhas. Não estamos sós. Ele está ao nosso lado. Ele nos faz novas criaturas, e vida nova cresce em nós por meio de sua ação. Sentimo-nos amados e protegidos pela presença do Espirito Santo. Então, podemos experimentar o que vivenciou o apóstolo Paulo: “Quando sou fraco, aí é que sou forte!”. É a ação revigorante e restauradora do Espírito!

Portanto, sigamos com coragem nosso caminho, sendo verdadeiro discípulo, mensageiro na missão de evangelizar o mundo. Agradecemos, ó Senhor, por enviares o Espírito Santo para guiar os teus discípulos e também a nós. Vem Espírito consolador, convencer o mundo e especialmente a nós do pecado, da justiça e do juízo, e conduze-nos ao verdadeiro caminho. Amém.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

 

 

TEXTO: LC 24.44-53

TEMA: POR QUE JESUS SUBIU AO CÉU?

A Igreja Cristã comemora a Ascensão de Jesus. Uma data que está caindo cada vez mais no esquecimento. São poucas as congregações cristãs que celebram cultos neste dia. E, o que é grave, são poucos os cristãos que se lembram desta data, e que sabem o seu significado. A palavra ascensão significa escalada, subida, elevação. Para os cristãos essa palavra tem um significado muito mais profundo, principalmente, quando se fala da Ascensão de Cristo. Ela lembra o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Lembra a Sua volta para o trono celeste. Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Lembra a Sua subida ao céu para preparar-nos o lugar na casa paterna. Os discípulos ouviram dos anjos essa promessa da volta de Jesus Cristo: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir" (At 1.11). Estes são os motivos da subida de Jesus ao céu!

Mas o que dizem as Escrituras sobre a subida de Jesus ao céu? Os textos canônicos dos Evangelhos não trazem uma mesma narrativa. No livro de Mateus há uma despedida, que acontece na Galileia, exatamente onde começou o ministério de Jesus. Nessa ocasião, Jesus se despede e envia os discípulos, referidos como Os Onze (Mt 28.16-20). O texto de Marcos é muito semelhante ao de Mateus, mas acrescenta ao final que “O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. (Mc 16.14-20). No Evangelho de João, nem há referência a isso. O evangelho termina bruscamente, Jesus e seus discípulos comendo peixe assado.

O nosso texto, conforme o Evangelho de Lucas, também há uma semelhança com Mateus e Marcos, momento em que Jesus fala sobre a missão dos discípulos e depois os levou até Betânia, onde viram Jesus subindo aos céus. Mas antes deste grande acontecimento, da subida de Jesus aos céus, os discípulos, após a ressurreição, ficaram confusos, temerosos e tanto desorientados. Diante deste medo e angústia, Jesus os prepara para uma missão sublime. Ele faz isto ao citar as Escrituras como base de sua pregação. E é justamente nas Escrituras onde está registrado o plano de Deus para a salvação da humanidade, um plano com centralidade nos acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Estimados irmãos! Jesus reuniu seus discípulos. Era os últimos ensinamentos. Ele inicia à sua preleção, afirmando: “São estas as palavras” (v.44). É a maneira de Jesus dizer que todos estes acontecimentos, especialmente sua morte e ressurreição, são relatos que Ele ensinou aos seus discípulos, e que na verdade já haviam sido previstos por Moisés, os profetas e pelos salmistas. Após os seus ensinamentos, Jesus os convoca para serem testemunhas. Deveriam ser testemunhas destes fatos, em seu nome deveriam pregar o arrependimento para remissão dos pecados, para que a certeza do cumprimento das promessas e também a redenção da humanidade, possam ser conhecidas de todos.

Na pregação de sua palavra, Deus não deixaria os seus discípulos abandonados. Ele os capacita com o poder do Espírito que acompanharia esta pregação da salvação em Cristo “Eis que envio sobre vos a promessa de meu Pai” (v.49). De fato, esta promessa se cumpriu mais tarde, no dia de Pentecostes. Eis a razão porque Jesus disse que não se ausentassem de Jerusalém. Neste dia, os discípulos foram confortados pelo Espírito Santo, anunciaram arrependimento para remissão dos pecados.

Após esses ensinamentos com os seus discípulos, Jesus os levou para fora da cidade, através do monte das Oliveiras, para Betânia e lá se despediu deles. Enquanto suas mãos estavam estendidas em bênçãos, Ele lentamente subiu aos altos céus. Era o cumprimento de mais uma etapa no plano de Deus: “enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (v.51). Jesus subiu aos céus. Ele não foi para um lugar ignorado, mas “foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus”. A sua subida era necessária, pois foi para preparar-nos lugar na casa do Pai Celeste. Este é o grande significado da Sua subida ao céu!

Os discípulos, depois de terem visto Jesus subir ao céu, retornaram a Jerusalém. “tomados de grande jubilo” (v.52), obedeceram a instrução do Senhor de que aguardassem a vinda do Espírito Santo. Não estavam mais tristes. Não mais se lamentavam, como antes. Agora, louvam a Deus, e com regozijo contavam às pessoas a maravilhosa história da ressurreição de Cristo e de sua ascensão ao céu. Não tinham mais qualquer desconfiança do futuro. Sabiam que Jesus estava no céu. Por isso, havia motivos para jubilar. Também jubilamos ao Senhor porque Ele nos libertou da terrível escravidão do pecado, da morte e de Satanás. Jubilamos porque, mesmo andando aqui na terra ainda sob a cruz e em humilhação, expostos aos sofrimentos, às injustiças e, muitas vezes, a cruéis perseguições, não tememos. Jubilamos porque ascensão diz respeito à verdade de que, agora, Cristo está coroado como o Rei dos reis. Ele deixou para trás toda humilhação, sofrimento e dor que experimentou nesta terra, para estar junto do Pai exaltado para sempre no meio dos louvores dos anjos e da Igreja.

Estimados irmãos! A Ascensão de Jesus torna-se importante, pois lembramos o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Ela torna-se importante, pois Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Enfim, torna-se importante, pois Ele subiu ao céu para preparar-nos o lugar na casa paterna. Enquanto, aguardamos a sua vinda, devemos ser suas testemunhas neste mundo: “Sereis as minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Amém!

 

terça-feira, 10 de maio de 2022

 

TEXTO: 148

TEMA: SOMOS CONVIDADOS A LOUVAR AO SENHOR

O autor deste salmo é desconhecido. Trata-se de um cântico, um convite a todas as partes do universo para louvar ao Senhor. Louvar ao Senhor significa admirar, falar bem, elogiar, engrandecer. Louvamos a Deus, quando admiramos os atributos do Seu caráter, isto é, fidelidade, bondade, amor, longanimidade, retidão, justiça, misericórdia. Quando agradecemos a Deus pelas suas muitas dádivas. Quando reconhecemos as maravilhosas virtudes do Senhor. Quanto a este louvor, o salmista deixou bem claro que tudo, quanto foi criado por Deus, devemos louvá-lo. E qualquer um pode fazer isto. Ninguém deveria ficar de fora. Ninguém deveria ser resistente ao convite para louvar ao verdadeiro Deus, pois este é um Salmo que celebra o louvor ao Criador de todo o universo.

No entanto, em meio a tanta angústia, fome, desemprego, insegurança, doenças, calamidades, perseguições, que essa vida nos proporciona; diante das grandezas das obras do nosso Deus, todas feitas para nós, com amor, sabedoria e perfeição; diante dos feitos que Deus tem realizados em nossas vidas de forma maravilhosa, às vezes, parece que não há motivos para louvarmos ao Senhor. Mas ainda, sim, somos convidados a louvar ao Senhor, pois temos muitos motivos. Motivos para nos dobrarmos diante de Deus, a fim de adorá-lo por sua graça salvadora em Cristo Jesus. Motivos para louvar ao Senhor com gratidão, reconhecendo que Deus é o Senhor de tudo. Motivos para louvar com muita alegria, com ações de graças ao Senhor. Ele merece o nosso louvor com hinos e cânticos espirituais, hoje, amanhã e eternamente. Sendo assim, somos convidados a louvar ao Senhor.

Estimados irmãos! Todo o universo é convidado para louvar ao Senhor. Primeiramente, o louvor começa nos céus com os anjos. Aqueles que habitam e ministram junto com o Senhor, e que estão nas regiões celestes, de todos os níveis e ordens para louvar ao Senhor. Eles foram criados para esse fim. Eles precisam dar-lhe a devida honra ao Senhor em todo o tempo: (v.2). Eles adoram a Deus com os mais altos louvores, e olham para Deus e veem nele o mais puro motivo para adorá-lo.

Dentro do conceito de louvar ao Senhor desde os céus, também, aqueles que estão acima da superfície terrestre, devem louvar ao Senhor: o sol, a lua, as estrelas. (v.3); os céus dos céus e as águas que estão acima do firmamento”. (v.4). O motivo pelo qual o Senhor deve ser louvado desde os céus se encontra nos versículos 5 e 6. Para qualificar esta grandeza da obra criação do Senhor, que todos devem louvar, o salmista mostra a magnificência da criação. Ela não está somente no ato da sua formação, mas na manutenção da sua existência. Sendo assim, o salmista apresenta quatro motivos pelos quais o Senhor mantém a Sua criação: Primeiro, “louvem ao nome do SENHOR”, isto é, deixe-os louvar ao próprio Yahweh. Segundo, “mandou ele, e foram criados”. Ele mostrou seu grande poder meramente falando, e eles surgiram imediatamente. Terceiro, “e os firmou para todo o sempre.” Ele os fez firmes, estáveis, duradouros, eterno. Quarto, “fixou-lhes uma ordem que não passará”. São regulados e mantidos dentro de seus limites por suas leis.

Se a primeira parte exigiu louvor a Deus nos céus, a segunda exige que o louvor seja promovido também na terra. Sendo assim, Deus também conclama a natureza para louvá-lo. O salmista começa com as profundezas da terra e se refere a todas as formas de vida, animadas e inanimadas. Como, por exemplo, monstro marinhos e abismos (v.7); fogo e saraiva, neve e vapor e ventos procelosos (v.8); montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros (v.9); feras e gados, répteis e voláteis (v.10). É evidente que esses seres não podem exercer uma ação pessoal como de louvar ao Senhor. Não falam palavras e não tomam decisões. Embora não falem, suas palavras vão até os confins da terra e, silenciosamente, cantam louvores a Deus, ao expressarem quão glorioso é Deus, revelando quem Ele é por meio da criação (Sl 19.1-4). Glorificam a Deus ao demonstrar seu poder e seus atributos (Salmo 19.1-6; Romanos 1.20).

Ele também convida todos da esfera dos seres humanos para louvar ao Senhor: os reis, os governantes, as autoridades e todo o povo; rapazes e moças, velhos e crianças são chamados para louvar ao Senhor. (vv.11,12). Interessante que o homem sempre está acostumado a receber honra em vez de concedê-la. Está acostumado erguer troféus pelos seus feitos e pelas suas habilidades. Sempre exaltou, enalteceu e orgulhou-se das suas qualidades, de seus feitos e de suas características, mas, agora, é convidado para louvar ao Senhor. E a razão é descrito pelo salmista: Ele deve louvar o nome do Senhor, porque somente o seu nome é excelso, ou seja, é sublime, eminente, elevado, e porque a sua majestade está acima da terra e do céu. (v.13).

Finalizando o salmo, o autor afirma que o Senhor vem, sobretudo, ao encontro de seu povo e lhe oferece ajuda. Um povo que foi humilhado, perdeu sua herança e passou a morar longe de sua Pátria e do Templo. Mas assim que o povo se arrependeu, Deus lhe concedeu a oportunidade para voltar à Jerusalém e iniciar uma nova vida de louvor e adoração ao Senhor. Agora, o Senhor estava próximo das suas criaturas e vem, sobretudo, para ajudá-las. Por isso, há um motivo peculiar para louvar ao Senhor, porque Ele "exalta”, isto é, proporciona-lhes a honra e o poder. Sua força lhe permite conferir benefícios ao seu povo.

No entanto, em meio a tanta angústia, fome, desemprego, insegurança, doenças, calamidades, perseguições, que essa vida nos proporciona; diante das grandezas das obras do nosso Deus, todas feitas para nós, com amor, sabedoria e perfeição; diante dos feitos que Deus tem realizados em nossas vidas de forma maravilhosa, às vezes, parece que não há motivos para louvarmos ao Senhor.  Hoje, neste mundo materialista, consumista são poucos aqueles que atendem consciente e voluntariamente ao convite para louvar ao Senhor. Boa parte resiste ao convite por viver em plena rebeldia contra o Senhor, ou estão ocupados com outros afazeres. A verdade é que ocupamos o nosso tempo muito mais com outras coisas, do que com o louvor e a gratidão ao nosso Deus. Normalmente, olhamos para os nossos feitos e para as dificuldades da vida que enfrentamos diariamente, e nos esquecemos de agradecer e louvar a Deus.

Mas ainda, sim, somos convidados para louvar ao Senhor, pois temos muitos motivos. Motivos para nos dobrarmos diante de Deus, a fim de adorá-lo por sua graça salvadora em Cristo Jesus. E o salmo nos mostra como o louvor pode ressoar por toda a criação. Primeiro nos reinos dos céus e em suas forças. Depois no reino da terra e em tudo que vive em sua face, e finalmente o ser humano que também tem uma tarefa especial de louvar ao Senhor. Isto demonstra o quanto temos muito que louvar ao nosso Deus, porque da escravidão do pecado, fomos restaurados. Fomos redimidos não com prata ou ouro, mas com o precioso sangue de Cristo na cruz. Agora, pela fé em Jesus, fazemos parte do povo de Deus. Somos povo "próximo" em todos os sentidos de nosso Deus e Salvador. E por causa do seu esplendor, glória, majestade, a sua criação; por todos os seus atos de livramento em nossa vida, e o cuidado para conosco, dia após dia, tanto material como espiritual, já é uma grandiosa razão para louvarmos e bendizermos o seu nome.

Estimados irmãos! Somos convidados a louvar ao Senhor! Louvar com alegria e gratidão, reconhecendo que Deus é o Senhor de tudo. Louvar com ações de graças ao Senhor. Ele merece o nosso louvor com hinos e cânticos espirituais, hoje, amanhã e eternamente. Amém.

 

 

quarta-feira, 4 de maio de 2022

 

TEXTO: ÊX 2.1-10

TEMA: JOQUEBEDE, UMA MÃE QUE CONFIOU EM DEUS

 Dia das mães. É o dia em que voltamos nosso pensamento e o nosso coração, de modo muito especial, àquela que merece o nosso respeito, gratidão e consideração. É um dia significativo, porque é uma data em que prestamos uma homenagem sincera à mulher que tem sido inspiradora, conselheira, responsável, amorosa. É um momento especial de estar perto e dar um beijo, um abraço, uma demonstração de carinho, de fazer uma homenagem com os nossos familiares e oferecer um presente à nossa mãe.

Hoje, vamos fazer esta homenagem às mães, contando uma História bíblica. Vamos falar sobre Joquebede, a mãe de Moisés. O texto não apresenta muitos detalhes sobre ela, nem mesmo o seu nome. Mas em Êxodo 6.20 e Números 26.59 nos informam que ela se chamava Joquebede. Ela era uma mãe cuidadosa e preocupada em garantir o sustento e a proteção de seu filho. Uma mãe que amava a Deus e seu filho. Uma mãe de fé, uma mãe que foi desafiada em todos os seus limites, inclusive arriscando a própria vida da família, fazendo tudo o que podia para defender e salvar seu filho. Podemos, então, afirmar que Joquebede foi uma mãe de depositou confiança no Senhor.

Mãe, confie no Senhor de todo o teu coração! Você não está sozinha nessa luta! Lembre-se que a confiança em Deus é algo de suma importância para superar momentos difíceis. É ela que nos dá forças para fazer brotar a persistência e criatividade necessárias para seguirmos em frente. É nela que germina a nossa certeza de que os planos divinos nos reservam um amanhã melhor.

                                                                I

Esta História começa com a ordem do rei do Egito, que percebeu que os filhos de Israel eram numerosos, e que se tornassem muito fortes e se unissem a outro povo contra o seu reino, seria uma grande ameaça. Por isso, ordenou às parteiras que matassem os bebês, caso fossem do sexo masculino. Elas temeram a Deus e não fizeram como lhes ordenara o rei, antes deixaram viver os meninos. Mesmo assim, o faraó mandou matar todos os bebês do sexo masculino, jogando-os no rio Nilo para que morressem afogados.

 Neste panorama turbulento, Joquebede engravidou e deu à luz um filho e, vendo que ele era formoso, escondeu-o durante três meses" (v.2). Quando não era mais possível esconder o menino, e para livra-lo da morte, Joquebede, no momento certo, com muita confiança em Deus, traçou um plano para salvar a vida do seu filho.  Colocou o menino em um cesto de junco e o largou à beira do rio. (vv.3-4). Imaginem o quanto foi difícil para Joquebede colocar seu filho num cesto e deixá-lo no rio. Foi uma atitude dolorida, de muitas lagrimas, de sofrimento. de incertezas. Ela não tinha ideia do que iria acontecer com Moisés, quando soltasse o cesto sobre as águas do rio Nilo. Talvez, Joquebede tivesse pensado naquele momento: O que aconteceria com a criança? Qual seria o futuro do meu filho?

 Diante de todas as circunstâncias contrárias, Deus estava vendo o sofrimento de Joquebede e decidiu ampará-la e, dando-lhe tranquilidade e confiança. Talvez, muitas mães se encontram na situação de Joquebede. Se encontram diante de tantas provações, incertezas e a falta de sabedoria para tomar uma decisão. Ficam sem alegria, sem paz e caem em desespero. São situações que nunca pensaram em viver, e parecem que nunca tem fim. É nessas horas que os questionamentos a Deus começam a surgir. Mas se você anda nesse vale de lagrimas, diante de situações adversas, lembre-se que os filhos de Deus ao longo da história enfrentaram as mesmas circunstâncias e sempre foram amparados pelo Senhor.  Assim também haverá momentos e situações em nossas vidas, em que nos será exigido confiar em Deus, quando os sonhos parecem não se realizarem, quando achamos que não conseguimos vencer os obstáculos, quando nosso presente, nos faz duvidar do futuro.

Mães, entrega seu filho aos cuidados do Senhor, pode ter a certeza de que Deus vai cumprir os seus propósitos na vida de seu filho. Nunca esqueça que a vida de seu filho está em suas mãos. Deus lhe deu esta responsabilidade e você não pode falhar, pois o destino eterno do seu filho depende de você e de sua submissão a Deus. Não desista de seus filhos. Ore por eles. Deus vai responder no seu devido tempo.  Não esqueça de colocar no altar do Senhor todos os problemas que rodeiam a sua vida, todos os problemas que aos seus olhos não têm solução. Entregar nos caminhos ao Senhor e confia nele.

                                                                II

No entanto, Deus continuou agindo na vida de Joquebede. Vejam o que ainda Deus fez:  Ele conduziu a filha de Faraó até a margem do rio. Ela viu o cesto onde se encontrava o menino e demostrou grande amor por ele: “Desceu a filha de Faraó para se banhar no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou. Abrindo-o, viu a criança; e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus”. (vv.5-6). Deus ainda providenciou alimentação. O menino precisava ser amamentado, então a filha de Faraó, que já havia decidido adotá-lo, autorizou Joquebede a levá-lo, todos os dias, para a sua casa para alimentá-lo com seu leite e ainda recebia um salário por esta função. Joquebede amamentou seu filho Moisés por, aproximadamente, dois anos e meio.

Como Deus é maravilhoso! O Senhor provê todas as coisas em nossas vidas, seja nos momentos de adversidades e desafios, seja quando estamos em plena harmonia. Sendo assim, a providência divina é essencial e sempre alcança quem busca ao Senhor com o coração sincero.

Joquebede é um grande exemplo para muitas mães na atualidade. Ela aprendeu amar e a confiar em Deus. Foi uma mulher corajosa, habilidosa, criativa e determinada ao esconder seu filho.  Buscou sabedoria e paciência para lidar com as circunstâncias que estava vivendo. Mesmo diante tanto sofrimento, Joquebede nunca perdeu as esperanças. Foi uma mulher de fé. Ela creu que o Senhor resolveria o seu grande problema diante de uma situação muito difícil. Além disso, Joquebede serve de alerta às mães. Elas precisam ter mais cuidado com seus filhos, diante das mudanças bruscas impostas pela sociedade. Precisam avaliar os perigos que cercam os seus filhos e preparar uma estratégia inteligente para livrar seus filhos do mal, de forma a demonstrar coragem e sabedoria, providenciando cuidado necessário para seus filhos. 

Estimada, mãe! Não coloque sua confiança em homens, riquezas, fama, mas procure inspirar-se no exemplo de Joquebede, uma mãe que venceu porque confiou acima de tudo no Senhor. A confiança em Deus é algo de suma importância para superar momentos difíceis. Por isso, confie no Senhor! Deposite toda sua confiança nele. Não desista de seus filhos. Ore por eles. Deus vai responder no seu devido tempo.  Não esqueça de colocar no altar do Senhor todos os problemas que rodeiam a sua vida, todos os problemas que aos seus olhos não têm solução. Entrega nos caminhos ao Senhor e confia nele. Amém!

 

 

TEXTO: ATOS 2.1-21

TEMA: O ESPÍRITO SANTO CAPACITA AS PESSOAS PARA A MISSÃO DE EVANGELIZAÇÃO NO MUNDO.

No próximo fim de semana, a Igreja Cristã festeja o Dia de Pentecostes. É o dia da descida do Espirito Santo, sobre os primeiros discípulos em Jerusalém. Dia em que Jesus enviou o Espírito Santo, conforme prometeu a seus discípulos. (Jo 14.16).  Esta promessa se cumpriu no dia de Pentecostes. Lemos em Atos: Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio do céu um som como de um vento impetuoso e encheu toda a casa onde estavam reunidos. E apareceram línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo. (At 2.1-3).

A sua promessa continua presente em nossas vidas, nos guiando, iluminando nossa mente para entendermos a pregação do Evangelho, e nos capacitando para a missão de evangelização neste mundo. Ele coloca em nossos lábios as palavras que não conseguimos encontrar por nós mesmos. Ele nos mostra o caminho, removendo os obstáculos, abrindo as portas para o entendimento e fazendo todas as coisas claras e evidentes, bem como o caminho que devemos seguir em todas as questões espirituais. Enfim, Ele faz com que a pregação traspassasse os nossos corações, e nos leva a oração, à santidade e nos dá discernimento. Estes são os assuntos que queremos refletir sobre o Espirito Santo, nesta mensagem. Que Deus nos abençoe!

Havia muitos peregrinos na cidade, vindos de diversos lugares para comemorar Pentecostes. Os discípulos estavam reunidos. Até aquele momento, podemos imaginá-los orando, aguardando a promessa da vinda do Espírito Santo, pois confiavam nas promessas de Jesus. Ele prometeu aos seus discípulos a ajuda que precisavam para viver vidas transformadas, pois sabia que os discípulos ainda não estavam capacitados espiritualmente para a missão designada por Ele, e, por isso, o Espírito Santo viria para equipá-los e fortalecê-los para serem verdadeiras testemunhas sobre os ensinamentos de Jesus. Ele disse: “O Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar-se de tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26). E ainda: “E eu rogarei ao Pai, ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco”. (Jo 14.16). É importante lembrar que antes de sua subida aos céus, Jesus pediu aos discípulos que permanecessem em Jerusalém, até que a promessa de derramamento do Espírito Santo se cumprisse: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Somaria e até os confins da terra”.  (Atos 1.4,8).

É justamente naquele momento, quando se comemorava o Pentecostes, que o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos e diversas pessoas que acolheram a mensagem de Cristo, e se tornaram seus seguidores, as palavras de Jesus foram cumpridas. O tempo estava se cumprindo. Deus escolheu esse período para cumprir sua promessa de derramar o Espírito Santo. A promessa do AT estava cumprindo. O profeta Joel já havia afirmado que um dia Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a carne (Joel 2.28-32). E assim, aconteceu: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas.” (vs 1-4).

Os fatos que ocorreram naquele dia marcaram definitivamente o início da História da Igreja Cristã. Eclodiu no coração daquelas pessoas o desejo de espalhar o Evangelho de Jesus Cristo por todos os lugares. Pedro que havia negado Jesus anteriormente por três vezes consecutivas, que antes se acovardou e fugiu amedrontado, agora, cheio do Espirito Santo se levantou com os onze discípulos e, em alta voz, dirigiu-se à multidão através de sua pregação. Não permitiu que o seu fracasso no passado atrapalhasse o seu futuro. Ele superou as dificuldades, ele superou a frustração, o fracasso, e venceu. Teve uma postura, totalmente diferente, ousada, convicta e firme na sua fé, mesmo diante do perigo iminente de açoite, prisão, apedrejamento e morte.

Em meio a perplexidade, alguns buscavam entender o que estava acontecendo naquele momento, Pedro se levanta juntamente com os onze, e tomando a palavra, dirige-se aos judeus e a todos os que se encontravam em Jerusalém. Proclama uma pregação envolvente, destacando a necessidade de explicar os fenômenos à luz das Escrituras Sagradas. Nela, Pedro liga os eventos desse dia com a morte e ressurreição de Jesus e termina com um convite ao arrependimento: “Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia”. (vs 14 e15).

Naquele momento, Pedro dirigiu a sua saudação aos “varões judeus”. Ele revela autoridade ao proferir as suas palavras. Não é um homem inculto e iletrado, mas é um embaixador de Cristo, um arauto de Deus. Por isso, querendo ou não os judeus deveriam ouvir as suas palavras. Com apenas uma frase, Pedro aniquila a zombaria dos adversários: “Estes homens não estão embriagados”.  Pedro explica: era cedo para beber, conforme o costume judeu. Por isso, não tinha sentido afirmação dos seus adversários. Explicou, ainda, o que eles estavam vendo, nada mais era do que o cumprimento de uma das promessas do profeta Joel, quando disse que “nos últimos dias” Deus ia derramar do seu Espírito. (Joel 2.28, 32). Pedro tomou as palavras do profeta e as aplica ao grandioso evento que estava ocorrendo. Ele resume em quatro partes a sua mensagem.

Em primeiro, lugar, o derramamento do Espírito de Deus tem alcance universal: “derramarei do meu Espírito sobre toda a carne”. A palavra "derramar" indica abundância e "toda a carne" significa universalidade. Não se limitava somente aos judeus. Mas todo aquele que crer em Cristo será habitado pelo Espírito Santo, independente da raça, condição social, sexo e idade. Em segundo lugar, o dom da proclamação do Evangelho se estenderá a todos: “Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão”. (vv.17,18). Nos últimos dias, segundo a profecia, o testemunhar, o falar, o proclamar da Boa Nova de Deus seriam tarefas de todos.

Em terceiro lugar, a iluminação do Espírito Santo não se limita a qualquer idade: “vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos”. Trata-se da iluminação do Espírito Santo, através do qual ele dá aos jovens uma notável visão das necessidades e possibilidades no trabalho da igreja de Cristo no mundo. Os velhos também não devem desprezar esse desafio e tantas possibilidades de trabalho na igreja. Quando o Espírito Santo nos enche, Ele enche de sabedoria, paz, alegria, amor, projetos e sonhos a serem realizados na igreja. Tanta as visões dos jovens quanto os sonhos dos velhos são necessários na preparação da igreja, diante da mensagem profética.

Em quarto lugar, o fim da era messiânica será acompanhado por sinais extraordinários em todo o universo: “Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor.” (vv.19,20). Há, contudo, uma mudança: o Dia do Senhor se refere, agora, à Segunda Vinda de Jesus, Na verdade, não é mais o SENHOR que garantirá a salvação, mas Jesus, que, agora, é o Senhor em cujo nome as pessoas devem clamar para serem salvas, pois Jesus é ambos, Salvador e Juiz. É o que se concretizará na mensagem de Pedro, extraído do profeta Joel: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. (v.21). A salvação em Cristo, recebida pela fé, agora, é estendida a todos os povos, de todos os lugares, de todos os tempos. Nos dias de Joel, como nos dias de Pedro, de Paulo e também nos nossos dias, invocar o nome do Senhor é o único caminho para a salvação.

A presença do Espírito Santo capacitou os apóstolos a entender, interpretar os ensinamentos de Jesus. Agora, ungidos pelo Espírito Santo reconheceram serem arautos autorizados e, repetidas vezes, informaram disso aos seus ouvintes. Eles entenderam que a eficiência da pregação só era possível com a capacitação do Espírito Santo. Sendo assim, inspirado pelo Espírito Santo, Pedro, conclamou a multidão a aceitar a salvação que Deus oferecia. E muitos que ali estavam ficaram comovidos com a mensagem, e perguntaram o que deviam fazer, Pedro aconselhou as pessoas a arrependerem-se dos seus pecados e serem batizadas. Como resultado desta mensagem comovente, três mil pessoas foram batizadas.

A promessa de Jesus não terminava em Jerusalem. Antes de subir aos céus Cristo deixou a grande comissão aos seus discípulos: (Mt 28.19-20). “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”. A grande missão de evangelizar o mundo só poderia ser assumida com o poder do Espírito Santo. Ela nunca será possível sem a ação do Espírito Santo. Na caminhada que os discípulos tiveram que trilhar, encontram muitos desafios. Os desafios eram tão grandes que não podiam ser encarados com suas próprias forças. Era preciso do auxílio do Espírito Santo.

A promessa de Jesus continua presente em nossas vidas. O Espirito Santo nos guia, ilumina nossa mente para entendermos a pregação do Evangelho, e nos capacita para a missão de evangelização neste mundo. Ele coloca em nossos lábios as palavras que não conseguimos encontrar por nós mesmos. Ele nos mostra o caminho, removendo os obstáculos, abrindo as portas para o entendimento e fazendo todas as coisas claras e evidentes, bem como o caminho que devemos seguir em todas as questões espirituais. Enfim, Ele faz com que a pregação traspassasse os nossos corações, e nos leva a oração, à santidade e nos dá discernimento.

Estimados irmãos! Nenhum desafio que a vida nos apresenta supera a força do Espírito Santo. Com a Sua presença, somos fortes, capazes de enfrentar a vida, vencer batalhas. Não estamos sós. Ele está ao nosso lado. Ele nos faz novas criaturas, e vida nova cresce em nós por meio de sua ação. Sentimo-nos amados e protegidos pela presença do Espirito Santo. Então, podemos experimentar o que vivenciou o apóstolo Paulo: “Quando sou fraco, aí é que sou forte!”. É a ação revigorante e restauradora do Espírito!

Portanto, sigamos com coragem nosso caminho, sendo verdadeiro discípulo, mensageiro na missão de evangelizar o mundo. Agradecemos, ó Senhor, por enviares o Espírito Santo para guiar os teus discípulos e também a nós. Vem Espírito consolador, convencer o mundo e especialmente a nós do pecado, da justiça e do juízo, e conduze-nos ao verdadeiro caminho. Amém.