TEXTO: LC
24.44-53
TEMA:
POR QUE JESUS SUBIU AO CÉU?
A Igreja Cristã comemora a
Ascensão de Jesus. Uma data que está caindo cada vez mais no esquecimento. São
poucas as congregações cristãs que celebram cultos neste dia. E, o que é grave,
são poucos os cristãos que se lembram desta data, e que sabem o seu significado.
A palavra ascensão significa
escalada, subida, elevação. Para os cristãos essa palavra tem um significado
muito mais profundo, principalmente, quando se fala da Ascensão de Cristo. Ela lembra
o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da
salvação, estabelecido por Deus. Lembra a Sua volta para o trono celeste. Ele foi
recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Lembra a Sua subida ao céu para
preparar-nos o lugar na casa paterna. Os discípulos ouviram dos anjos essa promessa
da volta de Jesus Cristo: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do
modo como o vistes subir" (At 1.11). Estes são os motivos da subida de
Jesus ao céu!
Mas o que dizem as Escrituras
sobre a subida de Jesus ao céu? Os textos canônicos dos Evangelhos não trazem
uma mesma narrativa. No livro de Mateus há uma despedida, que acontece na
Galileia, exatamente onde começou o ministério de Jesus. Nessa ocasião, Jesus
se despede e envia os discípulos, referidos como Os Onze (Mt 28.16-20). O texto de Marcos é
muito semelhante ao de Mateus, mas acrescenta ao final que “O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi
recebido no céu e assentou-se à destra de Deus.” (Mc 16.14-20). No Evangelho de João,
nem há referência a isso. O evangelho termina bruscamente, Jesus e seus
discípulos comendo peixe assado.
O
nosso texto, conforme o Evangelho de Lucas, também há uma semelhança com Mateus
e Marcos, momento em que Jesus fala sobre a missão dos discípulos e depois os
levou até Betânia, onde viram Jesus subindo aos céus. Mas antes deste grande
acontecimento, da subida de Jesus aos céus, os discípulos, após a ressurreição,
ficaram confusos, temerosos e tanto desorientados. Diante deste medo e
angústia, Jesus os prepara para uma missão sublime. Ele faz isto ao citar as
Escrituras como base de sua pregação. E é justamente nas Escrituras onde está
registrado o plano de Deus para a salvação da humanidade, um plano com
centralidade nos acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Estimados irmãos! Jesus reuniu seus discípulos. Era os últimos ensinamentos. Ele inicia à sua preleção, afirmando: “São estas as palavras” (v.44). É a maneira de Jesus dizer que todos estes acontecimentos, especialmente sua morte e ressurreição, são relatos que Ele ensinou aos seus discípulos, e que na verdade já haviam sido previstos por Moisés, os profetas e pelos salmistas. Após os seus ensinamentos, Jesus os convoca para serem testemunhas. Deveriam ser testemunhas destes fatos, em seu nome deveriam pregar o arrependimento para remissão dos pecados, para que a certeza do cumprimento das promessas e também a redenção da humanidade, possam ser conhecidas de todos.
Na pregação de sua palavra, Deus não deixaria os seus discípulos abandonados. Ele os capacita com o poder do Espírito que acompanharia esta pregação da salvação em Cristo “Eis que envio sobre vos a promessa de meu Pai” (v.49). De fato, esta promessa se cumpriu mais tarde, no dia de Pentecostes. Eis a razão porque Jesus disse que não se ausentassem de Jerusalém. Neste dia, os discípulos foram confortados pelo Espírito Santo, anunciaram arrependimento para remissão dos pecados.
Após esses ensinamentos com os seus discípulos,
Jesus os levou para fora da cidade, através do monte das Oliveiras, para
Betânia e lá se despediu deles. Enquanto suas mãos estavam estendidas em
bênçãos, Ele lentamente subiu aos altos céus. Era o cumprimento de mais uma
etapa no plano de Deus: “enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo
elevado para o céu” (v.51). Jesus subiu aos céus. Ele não foi para um lugar ignorado, mas “foi
recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus”. A sua subida era necessária,
pois foi para preparar-nos lugar na casa do Pai Celeste. Este é o grande
significado da Sua subida ao céu!
Os discípulos, depois de terem visto Jesus subir ao céu, retornaram a Jerusalém. “tomados de grande jubilo” (v.52), obedeceram a instrução do Senhor de que aguardassem a vinda do Espírito Santo. Não estavam mais tristes. Não mais se lamentavam, como antes. Agora, louvam a Deus, e com regozijo contavam às pessoas a maravilhosa história da ressurreição de Cristo e de sua ascensão ao céu. Não tinham mais qualquer desconfiança do futuro. Sabiam que Jesus estava no céu. Por isso, havia motivos para jubilar. Também jubilamos ao Senhor porque Ele nos libertou da terrível escravidão do pecado, da morte e de Satanás. Jubilamos porque, mesmo andando aqui na terra ainda sob a cruz e em humilhação, expostos aos sofrimentos, às injustiças e, muitas vezes, a cruéis perseguições, não tememos. Jubilamos porque ascensão diz respeito à verdade de que, agora, Cristo está coroado como o Rei dos reis. Ele deixou para trás toda humilhação, sofrimento e dor que experimentou nesta terra, para estar junto do Pai exaltado para sempre no meio dos louvores dos anjos e da Igreja.
Estimados irmãos! A Ascensão de
Jesus torna-se importante, pois lembramos o momento de sua morte, a sua
ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Ela
torna-se importante, pois Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de
Deus. Enfim, torna-se importante, pois Ele subiu ao céu para preparar-nos o
lugar na casa paterna. Enquanto, aguardamos a sua vinda, devemos ser suas
testemunhas neste mundo: “Sereis as minhas testemunhas tanto em Jerusalém como
em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Amém!
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