quarta-feira, 21 de setembro de 2022

 

TEXTO: SL 146

TEMA: NOSSA ESPERANÇA ESTÁ NO SENHOR

Muitas pessoas vivem preocupadas, tristes e sem esperança, devido aos inúmeros fatores que assolam os seres humanos. São questões financeiras, familiares, medo ou até mesmo as dúvidas. O Salmos 146 traz um convite para que os homens busquem depositar sua esperança em Deus. Ocorre que, muitas vezes, preferimos colocar a nossa esperança nos valores transitórios deste mundo: no nosso dinheiro, nossa família, nas filosofias, nas ideologias. É mais fácil, colocarmos a nossa confiança nestas coisas do que no Senhor todo-poderoso, a quem não vemos. Cometemos um grande erro, pois não existe salvação nos homens, nos especialistas, no dinheiro, no nosso trabalho. Além disso, a nossa esperança não está príncipes e nobres, meros homens mortais e limitados. Eles não cumprem suas funções para com os necessitados, abatidos e estrangeiros. Lembre-se: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (1 Coríntios 15.19).

No entanto, a recomendação do salmista é depositar a nossa esperança no Senhor, pois o Senhor é qualificado como o Deus de Jacó, Deus fiel, Criador e soberano sobre todas as coisas. Ele é eterno e reina para sempre. É o único Deus que merece nosso louvor, por causa das grandiosas obras que Ele fez e continua fazendo em nossas vidas! É Ele quem reina como Rei sobre Sião de geração em geração.  Somente o Senhor tem condições de cumprir as promessas, ajuda, auxilio e bem estar que as camadas mais pobres do povo precisam, tornando-se, assim, o nosso único alvo de esperança no qual devemos depositar toda a nossa confiança.

Estes são exatamente os motivos pelos quais devemos louvar ao Senhor. Quem deposita a sua confiança no Senhor é uma pessoa feliz. Nele reside a nossa única esperança neste mundo, em épocas difíceis, quando homens injustos, governantes irresponsáveis e injustiças sociais assolarem nossa vida. Portanto, vamos louvar e depositar a nossa esperança no Senhor!                                                                       

O salmista inicia o salmo com o louvor a Deus: “Louva, ó minha alma, ao SENHOR.” (v.1). Contudo, ele ainda afirma que promete louvor ao SENHOR por toda a sua vida, enquanto viver – ou então, “até o seu último suspiro”, (v.2) de forma perene e contínua.  Mas o que leva o salmista a louvar ao Senhor? Primeiro, precisamos entender que confiar em príncipes e nos filhos dos homens não é uma boa ajuda em épocas de grande aflição. Não há salvação. (v.3). "Até mesmo os príncipes são mortais, e alguns não têm nem mesmo meios de ajudarem a si próprios ."(Sl 118.9). Isto demonstra que o homem é frágil. Por isso, o salmista aconselha não colocarmos nossa confiança e nossa esperança em pessoas, pois não podemos ficar dependendo delas. Sendo assim, o salmista conclui que a garantia da paz do seu povo não viria de príncipes ou dos filhos dos homens, pois eles também eram mortais e sujeitos às vicissitudes da vida, perecendo como qualquer homem. O homem é pó e tornará ao pó. (v.4). O que adianta colocar nossa esperança num ser mortal, que no dia em que ele morre, todos os seus desígnios perecem?

Em contraste com a fraqueza e mortalidade do homem estão a grandeza de Deus e sua fidelidade: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no SENHOR, seu Deus, que fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e mantém para sempre a sua fidelidade.” (v.5-6). Aquele que tem o Senhor como seu ajudador é uma pessoa feliz. Isto indica um prazer profundo e permanente, uma alegria imensa. É a descrição mais adequada daqueles cujo refúgio e esperança residem no Senhor. O salmista também aponta a razão para que o servo dependente e esperançoso no Senhor seja feliz ao mostrar quem é Deus. Ele deixa claro que Deus deve ser louvado pelos feitos maravilhosos que já fez. Ele fez os céus e a terra. Deus fez e mantem a sua fidelidade, ou seja, Ele sempre cumpre aquilo que se comprometeu a fazer. Já os homens não podem garantir. Por isso, coloque sua esperança no Senhor que criou todas as coisas e que mantém para sempre Sua fidelidade

Os últimos versículos (7- 9), o salmista descreve vários benefícios de Deus, em favor das pessoas mais humildes, sofridas, aflitas, oprimidas, famintas. Em outras palavras, Deus age em favor das pessoas mais vulneráveis – as pessoas que mais precisam de esperança. Primeiro, Deus é bondoso e justo. Ele faz justiça aos oprimidos, (v.7a) uma vez que vivemos num mundo cheio de opressão por causa da injustiça. Somos oprimidos pelo sistema que vivemos. São problemas financeiros, familiares, sentimentais, profissionais. Estes problemas e muitos outros, o SENHOR faz justiça às pessoas que vivem oprimidas. Fazer justiça aos oprimidos quer dizer uma lei justa que protege o mais fraco, com o objetivo de buscar o direito do oprimido; de buscar sua identidade. Isto significa o seu direito de lutar, protestar contra a discriminação e encontrar o seu lugar na sociedade. É neste sentido que contamos com ajuda do nosso Deus. Não estamos sozinhos diante desta situação. O Senhor é Justo. Ele está atento a tudo o que se faz contra os seus justos, e sempre se dispõe a intervir. Deus promete fazer justiça aqueles que O buscam.

Ele dá pão aos têm fome. (v.7b). Isto significa que a justiça de Deus se concretiza no pão aos famintos, aqueles que têm fome e não possuem recursos próprios, mas dependem de alguém que possa sustentá-los. Esta atitude é a primeira condição de justiça. Nenhum plano tem sentido se deixar o povo na fome. O plano de Deus é dar pão aos famintos. Vejamos alguns exemplos: por 40 anos Deus conduziu e sustentou o povo de Israel no deserto, até chegar à terra da promessa, a terra que mana leite e mel. (Ex 16.35) Quando Elias, profeta do Senhor, estava com fome, Deus ordenou aos corvos que o sustentassem (1 Reis 17.4 e 6). Quando a multidão que seguia a Jesus estava com fome, cinco pães e dois peixes foram multiplicados para suprir as necessidades do povo (Mateus 14.19. O Deus que sustentou o seu povo é o mesmo, não mudou. Ele continua nos sustendo. Peça a Deus o que você necessita!

Ele liberta os encarcerados. (v.7c). A opção de Deus pelos oprimidos, famintos, prisioneiros, demonstra claramente a sua justiça. Ele não quer escravos. No êxodo ficou demonstrado como o SENHOR rompe as correntes e liberta o povo. De maneira privilegiada esse poder foi confirmado na volta do exílio babilônico. Sem templo, sem rei e sem a terra o pequeno grupo do povo, consegue reorganizar-se para encontrar de novo sua identidade e reconstruir os seus valores. O SENHOR liberta seu povo. Como é maravilhoso saber que o Ele é Nosso Libertador. Não há correntes e nem cadeias que possam resistir à força do Seu poder. Ele nos liberta dos vícios, das prisões emocionais relacionadas às mágoas, ressentimentos, dificuldade de perdoar, tristeza ou depressão. Enfim, nada prevalece diante do poder libertador do Senhor.

Ele levanta os abatidos (v.8b). Muitas pessoas estão abatidas devido aos inúmeros fatores. São questões financeiras ou familiares, ou pelo medo ou até mesmo as dúvidas que temos. Diante desta situação, Deus abre um horizonte de esperança para todos os que sofrem sob o peso da opressão e que não podem manter a dignidade de sua postura humana. O salmista nos diz que podemos contar com Deus. Ele irá nos sustentar em suas mãos. Ele irá nos levantar e nos colocar no caminho que devemos trilhar, pois é um Deus de amor, de misericórdia, de bondade, de mansidão e de perdão. Ele nunca nega o pedido de ajuda de qualquer um de seus filhos. Ele é o Deus das nossas esperanças. Ele é poderoso para nos levantar.

 Ele ama os justos. (v.8c). Os justos gozam da atenção constante do SENHOR que ouve o seu clamor a qualquer tempo: “Os olhos do SENHOR estão sobre os justos; e os seus ouvidos, atentos ao seu clamor.” (Sl 34.15). “Pois tu, SENHOR, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás da tua benevolência como de um escudo.” (Sl 5.12). Uma das indicações da presença constante do SENHOR é, exatamente, o fato de que Ele conhece o caminho dos justos. Não somente conhece, mas participa também dos nossos caminhos, nos acompanha, nos adverte e nos corrige. Ele conhece o caminho do Seu povo porque Ele escolheu para este povo o caminho que ele deve andar. O que o salmista faz é encher o coração dos aflitos de esperança, enquanto enche os injustos de temor, transtornando o seu caminho. (v.9b). Literalmente o hebraico diz “entortar o caminho”, levando os a cair em ruína; morrer. Significa que aqueles que andaram segundo o caminho da sua própria vontade, e não segundo a vontade de Deus, e que viveram para satisfazer a sua carne, seu coração e seus desejos, estes perecerão no último dia. Serão condenados ao sofrimento eterno, separados do SENHOR

Ele protege o peregrino. (v.9a): Israel passou por essa experiência. Permaneceu estrangeiro e escravo no Egito. A marca do exílio babilônico fez Israel amargar a vida como estrangeiro. Os patriarcas também foram estrangeiros em Canaã. Deus tem como objetivo recuperar os estrangeiros em seus valores, e lhes dá um lugar na sociedade. Jesus teve grande carinho para com os estrangeiros marginalizados, como demonstra seu trato com a mulher Cananéia (Mt 15.21-28), com o leproso samaritano ( Lc 17.11-19) ou na proposta a todos os que “virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus” (Lc 13,29).

Ele ampara o órfão e a viúva (v. 9b): órfão e viúva formam quase sempre uma só classe na Bíblia. Estas pessoas se encontravam desprotegidas, excluídas, ignoradas, esquecidas e desamparadas na sociedade da época. Eram pessoas não gratas no conceito judaico, tanto no AT quanto o NT. Eram pessoas que mais necessitavam da bondade de Deus. E Deus sempre se preocupou de forma muito peculiar com a vida destas pessoas. (Dt 26.13). Jesus vai ao encontro delas. Ele apresenta a viúva como uma pessoa necessitada em termos de proteção e sustento, e que deve ser honrada e respeitada. Aquela viúva não só deu oferta ao templo como deu “tudo” o que tinha, tal era a sua confiança em Deus e seu abandono nas mãos daquele que era o seu SENHOR. Tiago diz que “a religião pura e imaculada consiste em visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações” (Tg 1.27). Qual é a nossa atitude em relação a estas pessoas, muitas vezes, excluídas da sociedade e até mesmo da própria igreja?

Depois de todo esse panorama, uma demonstração o quanto o SENHOR é bom, o salmista encerra, trazendo o último motivo para louvarmos ao SENHOR. Ele afirma que o reinado de Deus é duradouro e contínuo: “O SENHOR reina para sempre; o teu Deus, ó Sião, reina de geração em geração.” (v.10). Deus reina por todas as gerações e o faz segundo seu poder, fidelidade, bondade e justiça.  Onde você tem colocando a sua esperança? Em você? Nos planos e sonhos do homem? Nas ideologias? Filosofias? Quando Deus é o nosso motivo de louvor sincero e consciente, não temos outros deuses diante de nós; não reverenciamos e não confiamos em nenhum outro ser ou personalidade; não depositamos nossas vidas e esperanças em outras mãos. Acima de tudo, confiamos em Deus, no Seu amor, na Sua fidelidade. Ele é a nossa esperança. Amém!


segunda-feira, 19 de setembro de 2022

 

TEXTO: LC. 16.19-31

TEMA: ONDE PASSARÁ A ETERNIDADE?

Onde você passará o Natal e o Reveillon? Onde passará suas férias ou aquele feriado prolongado? Perguntas como estas são feitas constantemente. Faz parte da nossa cultura ter o interesse em saber onde as pessoas passarão os bons momentos de suas vidas ou as datas mais importantes de nossos dias. Para estas perguntas   sempre há uma resposta empolgante, alegre e muito animadora. Sempre há muita preparação, análises para ter certeza de que a viagem de férias vai ser boa mesmo, que a festa do Natal seja marcante ou que um simples final de semana seja prazeroso.

Entretanto, há uma pergunta que está acima de todos estes questionamentos: Onde passará a eternidade? Esta é a pergunta que o homem sempre tentou desvendar, mas nunca foi possível compreender plenamente no que consiste a eternidade – pelo menos não no presente momento.  Além disso, ele pergunta:  O que há na eternidade? Onde fica? Estarei na eternidade após a morte? 

Somente nas Escrituras Sagradas encontramos as respostas. Elas afirmam que marchamos para a eternidade. E é com a morte temporal que a porta se abre para a vida na eternidade, que se decide de imediato o destino eterno do homem. É algo que acontece fatalmente com cada homem. E por mais que ele se rebele, procure afastar de seus pensamentos da ideia da morte, esta terá seu encontro com o homem, na hora precisa que Deus determinar. As Escrituras Sagradas também afirmam que, na eternidade com Deus, receberemos a coroa da vitória. Então, nossa luta terá chegado ao fim, e a dor, o luto, as lágrimas jamais existirão. Não sentiremos fome ou sede. Jamais teremos cansaço ou seremos assolados pela doença, pois estaremos para sempre com o Senhor.

Por esse motivo, devemos nos perguntar: Onde passaremos a eternidade? No céu? No inferno? Esta deve ser a nossa maior preocupação. Lázaro, o mendigo temente a Deus, está passando a eternidade junto de Jesus, em perfeita felicidade. Porém, o rico, que vestia de púrpura e de linho finíssimo, e que rejeitou a graça de Deus, está passando a eternidade junto do diabo, em horríveis chamas infernais.

I

O que buscava o homem rico? Qual o alvo, o objetivo de sua vida? Simplesmente o de bem viver, isto porque, era rico, se vestia de púrpura e linho finíssimo. Era um homem que vivia em todo luxo e todos os dias se regalava esplendidamente. Era um homem que desfrutava os bens que possuía. Isto em si não consistia em erro algum. Não é pecado. Afinal, Abraão, Jó, Davi, Salomão também foram ricos. A condenação do rico não lhe foi atribuída porque era rico, mas porque o mesmo não buscava Deus em sua vida. Era avarento, egoísta, apegava-se a si mesmo e ao dinheiro, preocupava com seus próprios interesses, pouco se importava com o pobre Lázaro que vivia na soleira de sua porta. Seu duro coração não sentia nenhuma compaixão. E, assim, havia esquecido de deixar que Deus guiasse a sua vida.

Todavia, não devemos ignorar que a riqueza constitui uma ameaça à vida espiritual do cristão. Endurece o coração para as necessidades espirituais e desvia a mente do homem, colocando em primeiro lugar as suas ansiedades materiais.  Com certeza, os bens materiais acabam se tornando um grande impedimento para aqueles que desejam a vida eterna. No dizer de Jesus não há como servir a Deus e ao mesmo tempo amar e servir as riquezas: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a riqueza" (Mt 6.24).

O rico também não levava a sério a sua vida com Deus. Conhecia os ensinamentos do “Pai Abraão”. Pertencia ao povo escolhido de Deus, a nação eleita, tinha a Lei de Deus, os Mandamentos, era filho legítimo de Abraão, mas não viveu os ensinamentos de Abraão, Moisés e os profetas. Ele falhou com respeito ao pobre Lázaro. Fechou sua porta ao faminto e enfermo mendigo. Apenas lhe deu “migalhas”. Faltou compaixão para com o pobre Lázaro. Igualmente falhou com respeito aos cinco irmãos em casa. Não lhes foi bom conselheiro. Não lhes serviu de exemplo. Fê-los trilhar o caminho errado. Por isso, os irmãos que ficaram atrás corriam o perigo de virem para o mesmo lugar.

O rico, agora, se encontrava no inferno no lugar dos tormentos. Aqui, neste mundo tivera lindo enterro, homenagens, encomendas de estilo, nada faltava. Viveu para o mundo, e o mundo solenizou a despedida. E agora? Agora, com a sua morte aumentaram os seus sofrimentos, porque desprezou a mensagem da salvação. Agora, o homem está só diante do tribunal divino, só com Deus a quem havia desprezado. Agora, no inferno, estando em tormentos, revela a grandeza do horror do lugar onde ele estava, e suplica uma gota de água que já seria suficiente para aplacar o seu terrível tormento: “Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta de seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nessa chama.” (v.24).

Entretanto, Abraão é forçado a dar as más notícias para o rico. Não será possível: “Está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós não podem, nem os de lá passar para nó.” (v.26). A resposta de Abraão ao rico é que Lázaro não poderia sair do lugar onde se encontra (Seio de Abraão) para ir até o local onde o rico está (Lugar de Tormento). A verdade é que havia um abismo intransponível entre aqueles dois mundos, impedindo um de adentrar no território do outro. No entanto, quando as palavras de Abraão fazem o homem rico reconhecer a realidade da sua situação, ele pensa nas outras pessoas e diz: “tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. (v.28).

Ocorre que, essa mesma solicitação altruísta não pode ser atendida, pois Abraão diz que os irmãos têm os ensinamentos de Moisés e dos profetas. Mas o homem rico insistiu: “Não, pai Abraão, mas, se algum dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. (v 30). O rico reforça os argumentos sobre o pedido que fizera anteriormente.  Ele está determinado a salvar os seus familiares de qualquer maneira. O rico entedia que, segundo ele, seria mais eficaz o testemunho de Lázaro se este ressuscitasse e fosse ter com os seus irmãos, do que o de Moisés e dos profetas. Mas Abraão lhe diz a dura verdade: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” (v.31). Se não queriam ouvir Moisés e os profetas, não se deixariam persuadir a abandonar os seus maus caminhos, tampouco pelo testemunho de um morto regressado à vida.

A história desse homem é tão triste. Quantas vezes o rico não deve ter sentido, dentro de si, a voz da consciência, recriminando - lhe o apego desregrado pelas roupas, pelos prazeres excessivos da mesa e, sobretudo, pelo dinheiro. A história desse homem é tão funesta, que deveria estremecer todos aqueles que possuem tanto riqueza, bens, poder, e outras coisas mais que os fazem destacar-se de seus semelhantes, e que nada fazem para ajudar o seu próximo. Cuidado, pois o inferno é uma realidade. É o lugar da separação completa do amor de Deus. É um lugar de dores, martírio, desespero, onde o verme da consciência nunca morre. É o lugar onde há pranto e ranger de dentes, onde o rico exclama: "Estou atormentado nesta chama!" O rico está passando a eternidade junto do diabo em horríveis chamas.

II

O que buscava o homem rico? Qual o alvo, o objetivo de sua vida? Buscava o bem viver, isto porque, era rico, se vestia de púrpura e linho finíssimo. Era um homem que vivia no luxo. Desfrutava os bens que possuía, e todos os dias se regalava esplendidamente. Isto em si não consistia em erro algum. Não é pecado. Afinal, Abraão, Jó, Davi, Salomão também foram ricos. A condenação do rico não lhe foi atribuída porque era rico, mas porque o mesmo não buscava Deus em sua vida. Era avarento, egoísta, apegava-se a si mesmo e ao dinheiro. Preocupava-se com seus próprios interesses, e pouco se importava com o pobre Lázaro, que vivia na soleira de sua porta. Seu duro coração não sentia nenhuma compaixão. E, assim, havia esquecido de deixar que Deus guiasse a sua vida.

O que buscava o pobre Lázaro? Nada para esta vida, mas tudo para a eternidade. Era um pobre miserável mendigo e esmoleiro, um adoentado, com o corpo coberto de chagas e úlceras. Era um senhor que jazia defronte ao palacete do rico, e que se alimentava das migalhas, dos restos que caíam da mesa do rico. Tamanho era a situação que até os cachorros vinham lamber suas feridas. Não teve enterro pomposo. Teve, sim, morte miserável, como fora miserável a vida que levou, segundo o conceito do mundo. Morreu no desamparo, sem que alguém lhe houvesse prestado assistência ou proporcionado um pouco de conforto.

O que podemos aprender desta parábola? Estando ambos em seu destino eterno, o rico o e o pobre recebem as consequências de seu modo de viver a vida. O rico sofre as consequências de seu egoísmo e falta de fé. O pobre recebe de Deus o que havia prometido em sua palavra aos que nele confiassem. Não há como reverter esta situação. Não há mudança ou alteração no além. Aprendemos que o destino eterno de cada pessoa é decidido nesta vida, e jamais poderá ser revertido na era vindoura, nem mesmo pela intervenção de Abraão. Aprendemos ainda que para obter vida eterna, o ser humano precisa viver em plena conformidade com a vontade de Deus revelada através das Escrituras.

Olhando a situação destes dois senhores, eu pergunto: Onde passarás a eternidade? No céu? No inferno? Um dos dois lugares te espera. Tu poderás passar no céu, junto de Deus, dos santos anjos e de todos aqueles que estão com o Senhor. Não precisas ir para o lugar dos tormentos. Deus te espera no céu! Isto só é possível no meditar, no crer da Palavra de Deus. Sabemos que não é fácil nesta vida conservar o rumo para o alto. Dentro de nós e fora de nós há lutas, entre o material e o espiritual, entre o terreno e o celestial, entre o tempo e a eternidade. Porém, Jesus nos mostra o caminho rumo a eternidade.  Naquela cruz no Calvário, o Filho de Deus morreu pelos nossos pecados, e depois de três dias no túmulo, Jesus Cristo ressuscitou, e apareceu a mais de quinhentas pessoas diferentes durante um período de quarenta dias! Tudo isto, o Filho de Deus realizou para que não tenhamos de passar nossa eternidade no inferno.

Estimados irmãos! O que Deus fez por nós, através de Cristo, agora, Ele nos dá o privilégio de entrar nos portais eternos de sua glória e contemplar um lugar onde não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. Todo nosso sofrimento de hoje não existirá mais, e será transformado em uma glória jamais comparada. É um lugar totalmente puro e santo, pois lá não haverá nada que nos contamine. Estaremos num corpo glorificado e para sempre livres do pecado e da presença dele.

Portanto, cabe a nós responder a pergunta às pessoas e darmos a elas o conhecimento da salvação em Jesus Cristo. Mostrar que só encontramos a resposta nas Escrituras. Amém!

 


quarta-feira, 14 de setembro de 2022

 

TEXTO: SL 113

TEMA:DEUS É DIGNO DE LOUVOR ACIMA DOS CÉUS E SOBRE A TERRA!

 Você já se perguntou, por que devemos louvar a Deus? Por que Deus é digno de louvor? Com certeza, teríamos muitas respostas! A Palavra de Deus nos ensina que devemos render louvor e adoração a Deus o tempo todo, porque o ser humano foi criado para louvor o nome de Deus, bem como tudo o que foi criado por Deus. Por isso, o louvor é uma forma eficaz de demonstrarmos nossa gratidão. Seja por agradecimento, misericórdia, alegria, o Senhor é digno de louvor em todo tempo em nossas vidas. Sendo assim, estamos reconhecendo que seus feitos em nossas vidas são maravilhosos e incontáveis.

Seja qual for seu momento, sua vida pessoal, não deixe de louvar ao Senhor. Precisamos adquirir o hábito saudável de louvar o Senhor em todo o tempo, independentemente, do que estiver acontecendo em nossa vida. Vamos exaltar todos os atributos do Deus que acreditamos e servimos. Exaltar aquele que se inclina, a fim de levantar os desprezados, rejeitados e humilhados pela sociedade. Aquele que se lembra dos indignos e necessitados, e oferece o seu grande amor. Aquele que concede esperança para quem já não espera mais nada neste mundo, e dá alegria a quem já perdeu todas as expectativas de se alegrar. Enfim, aquele que olha com amor para nós, seres pecadores, fracos e indignos. Portanto, o Senhor e digno de toda a honra, glória e louvor acima dos céus e sobre a terra!

O salmo inicia com o convite para louvar ao Senhor. A convocação é endereçada aos servos do Senhor. Aqueles que serviam no templo, ou eram responsáveis pela música. São eles que deveriam louvar o nome do Senhor. O salmista também recomenda que o louvor deveria ser exclusivamente ao Senhor. Ele é digno de todo o louvor: “louvai o nome do Senhor!” (v.1). O nome do Senhor refere - se à pessoa de Deus. Nos tempos bíblicos, havia forte associação entre o nome e a identidade da pessoa. O nome simbolizava a pessoa. Assim, louvar o nome de Deus significa concentrar o pensamento no caráter de Deus. Significa que o louvor tem endereço certo: no nome do Senhor. O Senhor é único. Não há lugar para outras divindades.

E, ainda, se torna perceptível esta recomendação, quando o salmista afirma que “o nome do Senhor, seja bendito, agora e sempre.” (v.2). Em outras palavras, o nome do Senhor é abençoado, e a Sua presença confere bênção. E somente em seu nome que outros podem conferir estas bênçãos a alguém. Na verdade, o nome de Deus, a glorificação de seu poder, a manifestação de sua natureza redentora, é o centro de toda a bênção que o povo de Israel recebia, diante da aliança firmada com Deus. Já as palavras "agora e para sempre" o salmista   usa o paralelismo para indicar o tempo que o nome do Senhor deveria ser louvado, ou seja, por toda eternidade. Se o louvor a Deus se estende pelos séculos, também se estende por toda a face da Terra: “Do nascimento do sol até ao acaso, louvado seja o nome do Senhor.” (v.3). Do oriente ao ocidente nos apontam para a extensão do louvor. A necessidade de repetir continuamente o convite ao louvor, pressupõe a continuidade do culto, realizado com regular periodicidade a Deus, ou seja, o louvor deveria ser constante. Enfim, é uma expressão que visa apontar para o mundo inteiro.

Além do nome do Senhor que deveria ser louvado, o salmista, agora, revela a soberania do Senhor sobre todas as nações que cercavam e oprimiam o povo de Deus. Ele apresenta Deus como um ser que está acima de todas estas nações. Ele não se limita a certos tribos ou territórios, mas é exaltado acima de todas as nações: “Excelso é o Senhor, acima de todas as nações, e sua glória, acima dos céus”. (v.4). O termo hebraico רוּם, traduzido por excelso significa erguer, levantar, estar alto, ser elevado, ser exaltado. De fato, Ele está em um trono que se eleva acima de todos os reis e reinos do mundo. Na verdade, toda a criação, seja na terra, seja nos céus, estão abaixo do Senhor. A ideia não é exatamente de localização, mas de valor, dignidade e poder. Quando Deus revela o seu poder e santidade, a sua glória é manifestada como um fenômeno luminar, que enche o lugar com a sua presença, conforme foi no Sinai, no deserto, no santo tabernáculo e no templo. Portanto, é a glória do Senhor que se manifesta “acima dos céus”, a morada de Deus, o firmamento, chamado de trono de Deus, e é a partir desse lugar que Ele estende a mão para realizar sua vontade na terra. E é certo que isso deve ser reconhecido por todos os povos.

Diante da exaltação do Senhor, o salmista faz uma pergunta retórica: “Quem há semelhante ao Senhor, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra? (vv.5 e 6). Ninguém é como o Senhor, nosso Deus. Não há, portanto, ninguém semelhante ao Senhor, que habita nas alturas. Ele é plenamente incomparável. Ele cuida pessoalmente de cada um de nós, se inclina para ver o que se passa sobre o céu e sobre a terra. O termo em hebraico שָׁפֵל traduzido por “inclinar” significa prostrar ou abaixar, ser ou tornar-se humilde. Significa colocar-se em uma postura de facilitar a vida do que está no nível mais abaixo. Isto significa que Deus se inclina, se abaixa para atuar em nossa vida. O olhar de Deus é um agir. Neste contexto, significa dizer quão grande é a preocupação de Deus, diante dos nossos problemas e necessidades. Quem na terra seria capaz de fazer isto? Ninguém! Só mesmo o Senhor é capaz de se identificar com o sofrimento de seu povo e tomar para si mesmo a aflição. Ele se compadece dos necessitados, revela sua compaixão para com os seus e vê as aflições de seu povo. Ele não nos ignora. Pelo contrário, sempre podemos contar com seu grande amor.

Nesse sentido, a primeira ação do Deus sobre a Terra é se preocupar com os homens: “Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado.” (v.7). O termo em hebraico דַּל, traduzido por “desvalido” significa pobre, fraco, pessoa inferior. E o termo “monturo” אַשְׁפֹּת significa monte de cinzas, de refugo. Então, podemos afirmar que o Senhor levanta o pobre do pó e que retira o desamparado do monte de cinzas. Esta é uma demonstração o quanto Deus se preocupa com as condições que os homens vivem neste mundo. Ele transforma vidas, ergue o homem do pó, enche de esperança o coração aflito e dá uma nova posição de honra que antes não tinha. Não somente Deus tira os abatidos de sua condição desfavorável, mas também os exalta e os iguala para “assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.” (v.8). O termo em hebraico נָדִיב traduzido por “príncipes” significa uma pessoa nobre. Deus mostra que ele tem poder para dar um título e honra os desvalidos e desemparados, ou seja, de estar ao lado dos nobres, e ter a honra de poder governar uma nação com aqueles que exercem soberania sobre Israel.

Concluído, o salmista apresenta a última ação de Deus no versículo 9: “que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filho.” Ele mostra mais um atributo divino, que é a onipotência, ou seja, o poder supremo, capaz de realizar, aos olhos humanos o impossível, como por exemplo, dar a capacidade de uma mulher estéril gerar filhos, cuja condição, no mundo antigo, era de humilhação e tristeza. Mas ele diz também que até mesmo a estéril ficará alegre pela intervenção direta de Deus na sua vida concedendo-lhe filhos, fazendo dela uma mãe. Nas Sagradas Escrituras temos vários exemplos que demostram a onipotência de Deus: Sara, Raquel, Ana, Isabel, entre outras, como inumeráveis outras mulheres anônimas deste mundo. Portanto, são motivos para louvarmos ao nosso Deus!

Estimados irmãos! Deus ainda tem preparado muitas bênçãos maravilhosas para seu povo. Enquanto, vivermos neste mundo, confiamos plenamente nas suas promessas, pois Ele se inclina até ao pó a fim de levantar ao desprezado, rejeitado e humilhado pela sociedade. Por isso, temos muitas razões para louvar ao Senhor, em todo tempo da nossa vida. Meus amados, reforço o conselho do salmista: Louvemos ao Senhor, a todo tempo e por toda a eternidade. Nunca perca a oportunidade de prestar louvor ao Senhor que é digno de toda honra e glória. Não só Deus é digno de louvor como, na verdade, somente Ele deve ser adorado. Seja por agradecimento, por misericórdia ou por alegria, o Senhor é digno de louvor em todo tempo em nossas vidas. Você tem aproveitado as oportunidades de louvar a Deus? Amém.

 

terça-feira, 6 de setembro de 2022

 

TEXTO: EZEQUIEL 34.11-24

TEMA: O SENHOR É UM BOM PASTOR PARA O SEU POVO!

No capítulo 34 de Ezequiel, o profeta anuncia o julgamento divino contra pastores infiéis de Israel, ou seja, os governantes e líderes de Israel e, também, anuncia contra os que estavam no rebanho e adotavam atitudes prejudiciais ao bem-estar coletivo. A maioria destes pastores estavam interessados somente naquilo que as ovelhas poderiam oferecer. Consequentemente, deixaram de ensinar e orientar o rebanho. Deixaram de dizer ao povo várias exortações, e, por conseguinte, as ovelhas tornaram-se desgarradas e sem pastor.  Caminhavam sem direção e tornaram-se alvos fáceis diante dos lobos.

Hoje, encontramos muitos pastores que agem da mesma forma: dispersam, afugentam e não cuidam de suas ovelhas. Há pastores que estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Há pastores que mudam a mensagem para obter lucros. Pregam prosperidade e enganam o povo com mensagens tendenciosas para beneficiar-se. Há pastores fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. Deus, certamente, tratará com firmeza aqueles que não vivem, não assumem a responsabilidade como pastor e servo a serviço do rebanho do Senhor.

No entanto, se muitos pastores não demostram o cuidado para com as suas ovelhas, o próprio Deus revela as suas ações em favor das suas ovelhas, e anuncia a mensagem de esperança futura. Ele vai resgatar as suas ovelhas que estão desgarradas e vai cuidar do rebanho ao implantar o reino do Messias. Essa profecia foi cumprida em Cristo, o grande pastor das ovelhas (Jo 10.11-14). Ele é o Bom Pastor, porque cuida de nós como um pastor cuida de suas ovelhas. Ele é o Bom Pastor, porque Ele dá a vida pelas ovelhas e as ovelhas conhecem a Sua voz

                                                           I

A palavra do Senhor veio a Ezequiel para anunciar várias exortações, especificamente, aos pastores de Israel. Ele exortou, condenou e fez duras críticas, pois em vez de apascentar o rebanho, os pastores cuidavam apenas de si mesmos: “ Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.” (vv.2-4). Ocorre que a maioria destes pastores não davam a maior importância ao cuidado das ovelhas. Eles se esquecerem das principais características de um líder temente a Deus, que deve zelar e cuidar do bem estar de suas ovelhas. Deveriam apascentar, fortalecer, buscar as ovelhas perdidas, mas não fizeram. Consequentemente, as ovelhas tornaram-se desgarradas, foram dispersas e abandonadas. Andavam desgarradas por todos os montes, e por todo alto outeiro; espalhadas por toda a face da terra.  Não tinham quem as procurasse, ou as buscasse. Eram como ovelhas sem pastor.

No entanto, o próprio Deus vai resgatar as Suas ovelhas que estão desgarradas e vai cuidar do rebanho: “Eis que eu mesmo buscarei minhas ovelhas e tomarei conta delas” (v.11). Mas o Senhor ainda olha mais longe e se apresenta como um Bom Pastor de seu povo, diferente como se apresentavam os líderes de Israel. O que Ele promete fazer pelo seu rebanho são coisas graciosas e maravilhosas. Sua forma de cuidado inclui: a busca das ovelhas e o livramento delas (v. 12); o Senhor irá introduzir as Suas ovelhas na terra onde habitavam anteriormente (v. 13); Ele irá cuidar continuamente de suas ovelhas. (v.14); e será o pastor ao oferecer um cuidado especial: “apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar” (v.15). E ainda: “A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei.” (v.16). Isso, evidentemente, refere-se aos israelitas que estavam dispersos em muitos lugares, e que viviam o dia de nuvens e de escuridão, ou seja, um tempo de incerteza e medo. Sendo assim, Deus anuncia a sua misericórdia ao buscar o pecador e o constrangendo a voltar para o rebanho. E de fato. Estas palavras se cumpriram quando o povo arrependido, retornou para casa. O Senhor o regatou e restabeleceu na Terra Prometida.

Como é bom saber que o Senhor busca as suas ovelhas desgarradas, a fim de vê-las em sua presença novamente. De certa forma todos nós já fomos ovelhas perdidas. Já estivemos longe de Deus e, Ele, amorosamente, nos resgatou e nos trouxe de volta à sua presença através de seu Filho, Jesus Cristo. Ele, agora, nos oferece o verdadeiro descanso. Ele nos alivia das insuportáveis aflições e nos dá descanso, paz, e seu Espírito Santo como guia. Ele cuida de cada uma de suas ovelhas e nada nos deixa faltar. Mesmo em meio aos desertos da vida, Ele nos tira dos campos secos e nos leva em segurança para os pastos verdejantes, onde há mesa farta no deserto. Ele nos afasta das torrentes caudalosas e das corredeiras ameaçadoras e nos leva para as águas tranquilas. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o auxílio e a graça de Deus. A certeza de estarmos sob o cuidado de Deus, deve nos fazer caminhar com firmeza em nossa jornada cristã!

No exercício de nossa vocação precisamos refletir sobre a grande responsabilidade do cuidado do rebanho do Senhor. Exige amor, paciência, alegria e abnegação; ordem e humildade ao conduzir as ovelhas. Por isso, aqueles que apascentam as ovelhas, devem garantir o suprimento de alimento, conduzindo as suas ovelhas em direção de bons pastos e de água fresca. No entanto, o que se observa na atualidade são alguns pastores, conduzindo as suas ovelhas para o abismo, e que não tem nada para agregar em relação ao verdadeiro conhecimento de Cristo descrito nas Escrituras Sagradas. São mercenários pelo qual trabalham para si e em função dos seus próprios interesses. Não pensam em duas vezes em querer abandonar o rebanho. Infelizmente essa é a verdade que temos visto nas igrejas de hoje.

                                                                       II

O profeta, ao terminar a sua mensagem aos pastores, ele, agora, fala da mensagem de Deus ao seu rebanho. O Senhor o orienta a fazer diferença entre alguns e outros, separar entre o precioso e o vil; os fracos e fortes: “Quanto a vós outras, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Deus: Eis que julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes.” (v.17). Interessante as figuras que Ezequiel uso neste texto. Ele fala de bode e ovelha. São animais que possuem características bem distintas. Mas o que representa cada um? Vejamos essas diferenças: muitos bodes andam entre as ovelhas e se misturam com elas. Eles são, por natureza, briguentos, brabos, agressivos. Por isso, é preciso ter muito cuidado. As ovelhas, porém, são tranquilas, obedientes, mansas. Não conseguem viver longe do seu rebanho, e é extremamente dependente do seu pastor, pois caso se afaste é presa fácil para os lobos.

O bode é símbolo de homens desordeiros, profanos e impuros. Eles estão infiltrados no meio do rebanho. Se apresentam como cristãos genuínos, mas em seus corações não existe amor, compaixão, e qualquer senso de coletividade. Não desejam compartilhar com ninguém. Este tipo de pessoa agia como falsos líderes de Israel na época de Ezequiel. Eles, provavelmente, representavam membros das classes altas da sociedade de Jerusalém que tinham oprimido os pobres, ignorando seus direitos. Eram fortes e não davam oportunidade para os fracos, pois comiam toda a comida e nada sobrava para as ovelhas mais pequenas e frágeis. Eles também são acusados de esbanjamento e desperdício. Aquilo que não usavam, eles estragavam para que ninguém mais pudesse usar. Além disso, turvavam as águas de outros onde pisavam. (v.18). O Senhor haveria de destruir a gordura e a força destes bodes: “mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça.” (v.16c). Na verdade, Deus se apresenta como um juiz justo, que cuida, guia, protege e também julga com justiça e retidão as suas ovelhas, diferente da forma como agiam os pastores.

Somente Deus sabe quem é realmente bode ou ovelha. Quando Jesus retornar em glória todas as pessoas, de todas as nações, tanto os justos como os ímpios, os bons e os maus, sem exceção, todos estarão diante do trono do grande Rei, a saber, Cristo. Neste dia, Ele separará uma das outras: ovelhas à sua direita e bodes à sua esquerda (Mateus 25.31-33). Com isso entendemos que a separação será clara e evidente. As ovelhas e os bodes estarão de lados opostos. Como não sabemos quando será este dia. Ele nos deu a formula do discernimento: “pelos frutos vos conhecereis. Nem todo aquele que me diz: “Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do Pai”. Em que grupo você se encaixa? Saiba que caso esteja agindo como bode, essa é a hora para mudar de lado! Jesus irá levar consigo as ovelhas, ou seja, aqueles que forem obedientes e buscarem prosseguir no propósito.

As ovelhas foram injustiçadas e feridas, e Deus não mostrará misericórdia aos pastores infiéis. No entanto, aquelas ovelhas que ouve a sua voz e segue o Bom Pastor, elas receberão a grande promessa do cuidado e proteção: “eu livrarei as minhas ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas” (v. 22). Além disso, o Bom Pastor tem planos gloriosos para o seu povo: “Suscitarei para elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor.” (v.23). Que promessa maravilhosa! Deus afirma que haveria de suscitar um só pastor que irá pascentar o seu povo, que tomaria conta de Seu povo. Governaria em paz e retidão, e ultrapassaria aquilo que se conheceu durante o governo do Davi histórico. Seria um governante ideal que asseguraria a paz para o povo Essa profecia messiânica está relacionada com a vinda de Cristo da linhagem de Davi. Em Jo 10.11-14 são utilizadas palavras que refletem as ideias principais de Ezequiel.

Ele de fato, buscou as ovelhas perdidas, trouxe de volta as desgarradas, ligou e sarou as enfermas, deixando exemplo de Bom Pastor que “dá a vida pelas ovelhas”. Sem dúvida alguma, a vida que Jesus deu, foi na cruz quando se entregou à morte espontaneamente, como resgate, como sacrifício único e completo pela culpa de todos os pecadores. Ele deu a sua vida pelas ovelhas, livrando-as da morte, trazendo o pleno perdão. Agora, devemos também, amorosamente, buscar as ovelhas perdidas que estão por esse mundo afora, pois   Jesus não rejeita as ovelhas desgarradas e nem manda embora aquelas que vêm a ele. Ele recebe pecadores! O amor de Cristo acalma qualquer coração angustiado por causa do pecado. Ele está de braços abertos esperando, chamando pelo seu nome. Ele pode curar a ferida profunda que está dentro do seu coração. Ele estende os seus braços e te chama “Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. É consolador saber que Deus esquece os nossos pecados e lança-os no mais profundo mar.

Estimado irmão! Talvez, você seja uma ovelha perdida, desgarrada. Esteja fora do rebanho. Lembre-se que o Bom Pastor, Ele não lhe rejeita. Ele não desiste de lhe amar. A misericórdia de Deus é infinita. Não tem medida. Vai muito além de tudo que podemos pensar e imaginar. Ele mostra que há alegria, que há uma festa no céu, quando um pecador consegue compreender esse amor e arrependido volta para o Pai. Portanto, O SENHOR é um bom pastor para o seu povo! Amém!

 

 

 

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

 

TEXTO: LC 15.1-10

TEMA: JESUS VAI EM BUSCA DOS PECADORES

 O que seria de nós sem esta verdade? Estaríamos eternamente perdidos e condenados. Mas Jesus vai em busca do pecador, oferecendo o perdão. Ele deixou claro que "veio buscar e salvar o perdido" (Lucas 19.10). Esta busca pelos pecadores fica evidente nas três parábolas que Jesus conta para os fariseus: Ovelha Perdida, Dracma Perdida e o Filho Pródigo. As parábolas foram proferidas pelo Salvador para revelar a atitude dos "cobra­dores de impostos e pecadores". Nestas parábolas, Jesus demonstra o seu amor abundante, o qual busca e sal­va os perdidos.

No entanto, nesta busca que Jesus faz, é necessário que haja arrependimento. Ninguém pode vir a Cristo, enquanto não houver o reconhecimento, verdadeiro, como pecador. Quando nos arrependermos dos nossos pecados e tivermos o firme propósito de corrigir a nossa vida, é que poderemos contar com o grande amor de Deus e a Sua graça. Sendo assim, Cristo está de braços abertos esperando você. Está chamando pelo seu nome. Ele quer curar a ferida profunda que está dentro do seu coração quebrantado. Não rejeite este convite!

                                                                   I

Aproximavam-se todos os publicanos e pecadores, para ouvirem as Boas Novas proferidas por Jesus. Para ouvirem a mais bela confortadora e consoladora verdade: Jesus recebe o pecador. Mas quem são estas pessoas que se preocuparam tanto em ouvir as palavras de Jesus? Os publicanos eram cobradores de impostos que o império Romano escolhia entre o próprio povo judeu. Eram pessoas marginalizadas, porque colaboravam com o poder opressor romano, e além disso tiravam o seu lucro cobrando a mais, através de extorsão. Com isso, muitos publicanos enriqueciam, explorando seu próprio povo e atraindo o ódio deles para si. Já a expressão “pecadores” era um termo usado na época para designar membros de profissões desprezadas e consideradas pessoas impuras, e que não poderiam receber a bênção prometida por Deus a Abraão. O pastor de ovelhas estava entre as profissões desprezadas pelos fariseus, juntamente com os condutores de camelos, curtidores e cobradores de impostos. Para os fariseus estas pessoas eram consideradas. "impuras", deviam ser evitadas.

Os fariseus em todas as ocasiões sempre faziam tudo para produzir falsas aparências, buscavam a primazia nas sinagogas, faziam questão de ser lisonjeados, procuravam honra e glória para si. Estavam preocupados pela posição religiosa, e não com a salvação do pecador. Estavam revestidos com a máscara da hipocrisia, mostrando-se fervorosos praticantes no ensino da Palavra de Deus. No texto, observavam Jesus, procurando, através de armadilhas, encontrar motivos de acusação contra o Mestre e condená-lo à morte. Por isso, reclamam e murmuram, porque Jesus recebe “cobradores de impostos e pecadores”. Na concepção dos escribas e fariseus, o Filho de Deus, jamais deveria fazer parte ou se misturar com publicanos e pecadores. Ora comer com publicanos e pecadores, no conceito dos escribas e fariseus, era algo vergonhoso e imundo. Portanto, eram homens imorais e desonestos perante a sociedade.

No entanto, Jesus não estava preocupado com o que os escribas e fariseus pensavam a seu respeito. A sua preocupação, no momento, era buscar e salvar estas pessoas que eram desprezados pela sociedade, que viviam uma vida sem orientação, sem rumo, sem consolo, sem esperança; que viviam na dúvida e desespero; que vivam no pecado. Mas estas pessoas tinham sentido o desafio. Sabiam o que significava seguir a Jesus. Sabiam que somente Cristo poderia livrá-los da enfermidade, ou seja, do pecado. Sabiam que pelo perdão em Jesus Cristo, crendo, entrariam no reino e receberiam o poder de segui-lo.

                                                                 II

Jesus não deixa os fariseus e escribas na dúvida. Ele responde às suas críticas com duas parábolas que ensinam uma verdade simples: O Senhor ama os pecadores. Ele vai em busca do pecador, pois todos os homens são doentes. São portadores de uma doença contagiosa: o pecado! E o pecado é uma realidade na qual o homem não pode negar a sua existência. O próprio salmista afirma: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Sl 51.5).  Logo, todos os homens são pecadores, “porque não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque,” (Ec 7.20) e   ainda as palavras do apóstolo João: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós.” (1 João1.8). Portanto, o pecado existe e não podemos fugir dele, pois nos coloca distante e impede a verdadeira comunhão com Deus.

No entanto, Jesus ilustra a sua mensagem através de suas parábolas. Ele apela ao costume da época, relembrando uma imagem muito popular ao AT e NT. A primeira, o pastor conduziam suas ovelhas ao pasto verdejante e às águas cristalinas. Ele demostra todo cuidado com seu rebanho. Sai ao encontro da ovelha perdida. Deixa as 99 que estão salvas e inicia uma verdadeira jornada em busca daquela que ficou para trás. O Senhor também age desta forma. Ele busca as suas ovelhas desgarradas a fim de vê-las em sua presença novamente. De certa forma todos nós já fomos ovelhas perdidas. Já estivemos longe de Deus e, Ele, amorosamente, nos resgatou e nos trouxe de volta à sua presença através de seu Filho, Jesus Cristo.

 Este também deve ser o nosso procedimento:  buscar as ovelhas perdidas que estão por esse mundo afora, e falar que    Jesus não rejeita um coração quebrantado. Talvez, você seja uma ovelha perdida, desgarrada. Esteja fora do rebanho. Mas lembre-se que o Bom Pastor, Ele não lhe rejeita. Ao contrário, Ele não desiste de lhe amar. A misericórdia de Deus é infinita. Não tem medida. Vai muito além de tudo que podemos pensar e imaginar. Ele mostra que há alegria, que há uma festa no céu, quando um pecador consegue compreender esse amor e arrependido volta para o Pai. Sendo assim, Ele estende os seus braços e te chama “Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. É consolador saber que Deus esquece os nossos pecados e lança-os no mais profundo mar.

Na segunda parábola, Jesus afirma que uma mulher tinha dez dracmas. Eram pequenas moedas de origem grega que representava o salário pago a um trabalhador, por um dia de serviço. Ela havia perdido uma moeda. E uma vez perdendo a sua moeda, também demostra todo cuidado: acende a candeia, varre a casa, procura-a com determinação até encontrá-la. Em sua felicidade transbordante, a mulher reúne outros para compartilhar da alegria, por ter encontrado algo que foi perdido de grande valor.

Assim como a mulher se preocupou muito com uma dracma, apesar de ter outras nove, Deus se preocupa com cada pessoa individualmente. Ele busca aqueles a quem o mundo despreza. Ele trata com amor e carinho, pois cada pessoa tem valor para Deus. Todos, inclusive os perdidos e desprezados. E quando estes se arrependem e voltam para Deus, Ele também fica muito feliz. Ele comemora diante de seus anjos quando se redimem. Isso é motivo de grande alegria no céu. Por isso, precisamos varrer o nosso egoísmo, inveja, tristeza, amargura, mentira do nosso coração, e dar lugar à harmonia, à alegria, aos sonhos, à comunhão com Deus. Portanto, faça como aquela mulher e compartilhe com as pessoas a bênção, de que, hoje, você é alguém que estava perdido e foi achado. Estava morto e reviveu.

                                                                   III

Como é maravilhoso saber que Jesus busca o pecador. No entanto, nesta busca que Jesus faz, é necessário que haja arrependimento. Ninguém pode vir a Cristo, enquanto não houver o reconhecimento, verdadeiro, como pecador. O próprio salmista afirma: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Sl 51.5).  Quando nos arrependermos dos nossos pecados e tivermos o firme propósito de corrigir a nossa vida, é que poderemos contar com o grande amor de Deus e a Sua graça. E o Senhor quer que façamos isto urgente: “Arrependei-vos, e crede no evangelho.” (Marcos 1.15). Quando isto ocorrer, então, a nossa vida passa a ter sentido. Somos transformadas, e recebemos as novas vestes, e como prêmio temos nossos nomes escritos no Livro da Vida do Cordeiro. Sendo assim, haverá festa no céu quando alguém se converte, quando alguém se arrepende. O céu se mobiliza para tamanha comemoração. Há júbilo diante dos anjos de Deus (v.10).

No entanto, não era este o pensamento dos fariseus e escribas. Eles acreditavam que bastava ser descendente de Abraão para o homem ter acesso ao reino dos céus. E, por isso, sentiam que não necessitavam de arrependimento. Mas, independente, do que os fariseus e escribas pensavam sobre os pecadores, temos urgência em buscar as “ovelhas desgarradas” e encontrar a “moeda perdida”. Mas será que estamos empenhados na busca dos perdidos?   Como nós temos desempenhado a nossa função de resgatar vidas? As nossas congregações procuram levar a mensagem da salvação para aqueles que ainda não a conhecem? Ou, a exemplo dos fariseus e dos escribas, somos daqueles que acham que não deveríamos nos misturar com este tipo de gente?

Lembre-se: Jesus está de braços abertos esperando você. Está chamando pelo seu nome. Ele quer curar a ferida profunda que está dentro do seu coração quebrantado. Não rejeite este convite! Amém!