segunda-feira, 7 de agosto de 2023

TEXTO: MT 14.22-33

TEMA:HOMEM DE POUCA FÉ, POR QUE DUVIDASTE?

Que impressionante! Simão Pedro começou a caminhar sobre o mar, movido e sustentado pela fé. E, quando a fé vacilou, ao notar o vento se intensificar, começou a afundar. Impressionante também é o comentário de Jesus: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” Mas qual o significados destas palavras? Esta afirmação de Jesus contém uma grande lição sobre a fé cristã, isto é, sobre a confiança em Jesus. A confiança em Jesus é o que faltou para Simão Pedro. Vacilou,  deixou a fé de lado, e pensou na naturalidade e nas suas limitações. Pedro, no momento, deixou-se vencer pelo medo. Tudo o que era firme e sólido sob seus pés deixou de sê-lo, a segurança que tinha desaparece para dar lugar a uma experiência de total insegurança. Mas Jesus age no momento certo e da maneira correta. Estendeu  a sua mão, segurou-o e disse-lhe: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” O Senhor analisa atitude de Pedro como um momento de dúvida, de pouca fé e confiança nele. Só a fé e confiança em Deus lhe devolveu a solidez e consistência em sua vida.

O Senhor dirige esta mesma pergunta a cada um de nós. Quantas vezes duvidamos do amor e das promessas do Senhor? Quantas vezes o temor dos ventos (preocupações, tentações, fraquezas, etc.) fazem-nos desviar nosso olhar a Jesus? Quantas vezes na noite escura, alta madrugada, nos sentimos sós, fracos. Enfrentamos  diversas barreiras como, tribulações, mágoas preocupações, inquietudes, ansiedades, medo. Somos levados de um lado para outro num mar de agitações e medos. É justamente nestes momentos é que duvidamos do poder de Deus em nossa vida. Julgamos que tudo depende da nossa inteligência, capacidade e razão e não com olhos da fé. Então, o Senhor nos diz: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” Por isso, em vez de nos concentrarmos nas dificuldades ao nosso redor, devemos manter nossa fé firmemente ancorada em Jesus. Ele é aquele que acalma as tempestades e nos guia em segurança. Precisamos crer que o nosso socorro vem do Senhor. Ele  não permitirá que a tempestade venha a nos destruir.

O milagre que Jesus havia realizado ao alimentar milhares de pessoas impressionou o povo. Eles concluem que Jesus “é realmente o Profeta que devia vir ao mundo”. (Jo 6.14) Sendo assim, o povo queria transformá-lo num rei. Mas Jesus percebe tal situação, dispensa a multidão, convida os seus discípulos a embarcar no barco, envia a Betsaida e se retira para as montanhas a fim de orar sozinho naquela noite.(Mc 6.45).Ao cair da tarde, o barco estava no meio do mar, e Jesus estava sozinho em terra. Enquanto os discípulos remavam em direção ao outro lado do lago, se deparam diante de uma violenta tempestade. Naquele momento, o barco começou ser açoitado pelo vento , e aqueles homens, mesmo sendo experientes pescadores e acostumados às variações do mar, chegaram a um momento que pensaram não ter mais solução para eles.

Teria Jesus abandonado os seus discípulos? Aquela tempestade estava oculta aos olhos de Jesus? Afinal, os discípulos remaram por volta da “quarta vigília da noite”., ou seja, de 6h da noite às 3h da madrugada. Em Jo 6.19, lemos que os discípulos já haviam navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios., equivalente a cinco ou seis quilômetros. Já estavam distantes da praia e não teriam a quem recorrer.  Além disso, o vento soprava contra os discípulos, e insistentemente dificultava o remar daqueles homens. Há um outro detalhe: Jesus passa e parece não ter a intenção de parar para ajudá-los: “e queria tomar-lhes a dianteira” (Mc 6.48). Dá nos entender que não havia mais solução.

Essa é, muitas vezes, a nossa crise em nossa vida quando enfrentamos as tempestades. E, muitas vezes, questionamos: Onde Jesus está que não intervém quando mais precisamos da sua ajuda? Onde Ele está quando as tempestades nos assustam? Até quando vamos continuar remando contra o vento? A Palavra de Deus nos assegura que nosso Pai escuta nossos gritos e responde. Assim diz o salmista: “Elevo os meus olhos para os montes, de onde me vem o socorro? Meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra.” (Salmos 121.1-2). “Eu estava chorando ao Senhor com minha voz, e ele respondeu de Seu santo monte.” (Salmo 3.4). Jeremias: “Clama a mim e responder-te-ei e anunciar-te-ei, coisas grandes e firmes que ainda não sabes.” (Jeremias 33.3). Precisamos ser como Jacó, insistir com o Senhor. Ele não saiu da presença do Senhor sem a bênção nas mãos. (Gn 32.22-32). Clamando ao Senhor com urgência, deixamos de lado o nosso orgulho ou qualquer atitude de autossuficiência, e cremos que o Senhor é fiel às suas promessas e jamais permitirá que sejamos vencidos pela tempestade.

Jesus não está distante! Ele aparece para acalmar a tempestade, e exerce todo o poder sobre a natureza. Não só controla a tempestade, mas anda sobre as águas agitadas pelo forte vento.(v.26).  Ele foi ao encontro dos discípulos para ajudá-los. O seu socorro veio na hora oportuna. No entanto, não bastasse o cansaço dos braços remando contra a fúria do vento, agora, os discípulos veem diante si a visão de um fantasma andando pelo mar. Mas não havia motivo para isso. Se tivessem entendido “o significado dos pães”, o milagre que Jesus realizou algumas horas antes quando alimentou milhares de pessoas, eles não teriam ficado surpresos ao ver Jesus andar sobre a água e acalmar o vento.

Jesus, porém, percebendo a reação deles, os acalmou dizendo: “Tende bom ânimo, sou eu, não temais.”(v.27).Sua voz ecoou no meio do vendaval e chegou de forma nítida ao coração dos discípulos. Foram justamente estas palavras que os discípulos precisavam no momento diante do medo e angustia, provocada pelo vendaval em pleno mar. Eles precisavam ouvir: “Eu sou”. Ao dizer esta expressão, Jesus se identifica. Deste modo, os discípulos podiam conhecer que, quem lhes falava, a era o mesmo que falou com Moisés nestes termos: “Eis como responderás aos israelitas: EU SOU envia-me junto de vós.” (Ex 3.14). É assim que Deus normalmente se apresenta no Antigo Testamento. “Eu sou” o Deus Criador, Consolador e Sustentador (Is 43.25; 48.12; 51.12). Esse nome revela que o Senhor é o Deus que intervém na história de Israel, libertando-o das amarras da escravidão do Egito. É o Deus que se revela através de seu Filho, que morreu na cruz para nos salvar. Então, a expressão dita por Jesus, pode ser entendida, como um “não temam, sou Jesus, tenham confiança em mim, porque Eu sou Deus e estou com vocês”.

Ele também contempla nossas lutas, sofrimentos e angustias, bem como também vem ao nosso encontro em meio as tempestades e lutas da vida. Nós não estamos sozinhos durante as lutas, ele está conosco. Se estamos passando por tempestades, devemos aguardar com paciência ajuda do Senhor. Ele não se esqueceu de nós, mas ele virá ao nosso encontro, ainda que seja pela quarta vigília da noite. Ele disse: “tende bom ânimo”!  Como manter o bom ânimo em meio às muitas lutas, adversidades e desafios que a vida moderna nos impõe? Onde é comum encontrarmos pessoas desanimadas? Para mantermos o “bom ânimo" precisamos esperar no Senhor. Durante e depois da tempestade a presença de Cristo deve ser a razão do nosso ânimo e da nossa alegria. Qual tem sido a razão do seu ânimo, da sua alegria e da sua euforia? Não se deixe entregar aos problemas, mas tenha ânimo em Jesus! Lembre-se as palavras de Jesus: “No mundo tereis todo o tipo aflições: desgosto, mágoas preocupações, inquietudes, ansiedades, torturas, mas tende bom ânimo porque Eu venci o mundo”. (Jo 16.33).Lemos em Isaías 41.10: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa”.

Como os discípulos reagiram mediante a ação do “Eu sou”? Naquele momento, ele se revelava aos discípulos de uma maneira como eles ainda não o conheciam. Pedro com total ousadia pede para ir ter com Jesus. Pede uma confirmação ao Senhor:“ Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.” (v.28). Era necessário que alguém tomasse a decisão, que desse o primeiro passo, que tivesse a coragem e a vontade de ir até Jesus, ou ao menos, tentasse andar sobre as águas. Pedro  queria estar com Jesus, se aproximar dele. Queria ir além daquele barco, além do natural. Queria andar sobre as águas. As palavras de Pedro traduzidas como “se és tu”, em grego εἰ, não têm um sentido condicional, como quem põe em dúvida que se trate verdadeiramente do Senhor Jesus, e ,por isso, exige uma demonstração. Ao contrário, as palavras de Pedro, no original grego, expressam absoluta certeza. O sentido de suas palavras é este: “já que é o Senhor, uma vez que é o Senhor, mande-me ir para ti”. Pedro não pede um sinal que demonstre que Jesus é verdadeiramente quem diz ser, pede-lhe para ir para Ele. Então, Jesus disse: Vem!” (v.29a).

Confiante, Pedro respondeu ao convite de Jesus. De forma ousada, ele “desce do barco e começa a andar por sobre as águas indo ao encontro de Jesus”  (v.29b),mas em um dado momento, o mesmo Pedro que foi ousado em dizer: “Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas”, agora se deixou levar pelo medo.(v.30a).Foi vencido pelo vento forte, pelas as dificuldades, vacilou na fé e começou a afundar, e a  sua reação  naquele momento era apenas clamar. Não teve receio de pedir ajuda. Não lhe importava o que os demais discípulos pensariam dele. Ao contrário, foi sincero e objetivo:  “Salve-me, Senhor!”(v.30b).Pedro por mais experiente, habilidoso e inteligente precisava da ajuda do Senhor para vencer os desafios e as adversidades que surgiram naquele momento. Jesus disse: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15.7).Hoje também as dificuldades que se nos apresentam podem se tornar insuportáveis. Sempre haverá “ventos contrários”, adversidades, problemas, conflitos. Ninguém passa pela vida em total calmaria. Sempre há desafios e dificuldades a serem superadas. É justamente nestes momentos  que  começamos a vacilar, o desespero bate à porta e começamos a duvidar se seremos capazes de seguir em frente, Então, clamamos: “Salve-me, Senhor!”

Jesus age no momento certo e da maneira correta. Estendeu  a sua mão, segurou-o e disse-lhe: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”(v.31). O Senhor analisa atitude de Pedro como um momento de dúvida, de pouca fé e confiança nele. Ao experimentar o ímpeto das ondas e a força do vento, Pedro se deixou vencer pelo medo.  Tudo o que era firme e sólido sob seus pés, deixou de sê-lo. A segurança que tinha, desaparece para dar lugar a uma experiência de total insegurança. Mas Pedro não pediu que os discípulos que estavam no barco lhe dessem algum apoio. Ele também não pensou em confiar em suas próprias habilidades para tentar escapar daquela situação difícil, nadando. Pedro simplesmente clamou ao Senhor por socorro. Ele havia vacilado, mas não havia se esquecido de que em sua frente estava o único que podia lhe ajudar. Nem por um instante, ele duvidou que a pessoa, que estava andando sobre as águas, era Jesus. Só a fé em Jesus lhe devolveu a solidez e consistência em sua vida.

O Senhor dirige esta mesma pergunta a cada um de nós. Quantas vezes duvidamos do amor e das promessas do Senhor? Quantas vezes o temor dos ventos (preocupações, tentações, fraquezas, etc.) fazem-nos desviar nosso olhar a Jesus? Quantas vezes na noite escura, alta madrugada, nos sentimos sós, fracos. Enfrentamos  diversas barreiras como, tribulações, mágoas preocupações, inquietudes, ansiedades, medo. Somos levados de um lado para outro num mar de agitações e medos. Mas Jesus sempre está por perto desejoso de que confiemos em suas palavras: “Tende bom ânimo, sou eu, não temais” Precisamos crer que o nosso socorro vem do Senhor, pois ele não permitirá que a tempestade venha a nos destruir. Não importa, se tempestade que você está enfrentando é pequena ou grande, o que importa é que o Senhor está com você e não permitirá que você seja vencido pela tempestade.

Todos os discípulos estavam vivendo momento de fraqueza, dúvida, medo, e “pouca fé”. Mas quando Jesus volta a subir naquele barco, (v.32) o clima muda imediatamente: todos se sentem unidos na fé em Jesus. Todos reconhecem em seu Mestre o Filho de Deus. Mateus registra a reação dos discípulos em harmonia ao propósito principal desse milagre. Eles adoraram a Jesus dizendo: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus” (v.33).Trata-se de uma confissão de sua divindade. Revela quão grandioso  é o nosso  Deus que  nos livra,  nos liberta, nos salva. É o Deus que nos socorre e que nos guarda.  

Estimados irmãos!  Que  no meio das ondas e dos ventos possamos ouvir  voz do Senhor nos convidando para caminhar sobre as águas. E quando  começarmos a afundar, que o Senhor estenda a sua mão em nossa direção, e nos dê livramento, pois confiamos no Senhor. Por isso, não deixe que as dúvidas destruam, esfriem a sua fé. Persista com fé, e com um coração humilde diante do Senhor. Amém!

 

 

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