quarta-feira, 2 de agosto de 2023


TEXTO: MT 14.13-21

TEMA: SEJAMOS SEMPRE AGRADECIDOS A DEUS!

No mundo de hoje, parece-nos faltar o exercício constante do que significa agradecer. Ser grato, agradecido, parece não estar mais "na moda" entre as pessoas. Mas quando recebemos diariamente ricas bênçãos de Deus, tanto para nosso corpo como para nossa alma, é justo darmos graças a Deus por tudo quanto Ele nos tem concedido diariamente e reconhecermos a generosidade, o amor, a graça do Senhor para conosco. O texto nos mostra que Jesus não deixou de atender as necessidades materiais da multidão. Procurou ajudar aquelas pessoas diante de suas necessidades corporais. No entanto, Jesus não está apenas interessado em satisfazer as necessidades corporais das pessoas, mas orienta a todos no sentido de buscar o Salvador para receber o “Pão da vida”, o alimento necessário para alma. (Jo 6.24-35). Por isso, convidamos os irmãos para refletirmos sobre o tema: “Sejamos sempre agradecidos a Deus”.

 Mateus nos relata um episódio extremamente interessante sobre o agradecimento. Assim inicia o texto: “E Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, a parte; sabendo-o as multidões, vieram das cidades seguindo-o por terra.” (v.13). Jesus sabendo da morte de João Batista, ouvindo sobre esta noticia, retirou-se com seus discípulos para repousar. Ele atravessa o mar da Galiléia num barco, para descansar um pouco em um lugar deserto. Porém as multidões vieram das cidades seguindo-o por terra. Afinal, o que espera essa gente de Jesus? Por que tanto interesse em seguir-lhes os passos, abandonado suas casas, suas oficinas, enfim, suas atividades costumeiras? O evangelista João afirma com mais detalhes: “... porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos.” (6.2).

Ao desembarcar, Jesus vê diante de si uma multidão com fome. Vê diante de si milhares de pessoas passando fome. Havia cerca de cinco mil homens ali, além de mulheres e crianças. A noite já estava chegando, o lugar era deserto, e todas aquelas pessoas precisavam comer; do contrário, desfaleceriam pelo caminho. O que fazer? Onde conseguir alimento para toda esta gente? Os discípulos acham uma solução: “... despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer.”(v.15). Acham que o povo mesmo deve procurar um meio de sobreviver. Não temos condições para ajudar a todos. Além disso, já é tarde, o lugar é deserto. O que devemos fazer é mandar embora essa gente. A solução é dispensá-la a fim de que procurasse alimento. Na verdade, eles estavam tentando passar o problema adiante, uma vez que se a multidão ficasse com eles até a noite, seriam os responsáveis em alimentá-la. E eles não viam condições viáveis para isso.

Qual é a nossa atitude? Será que não agimos da mesma forma como os discípulos? Estamos prontos a sacrificar a nossa própria vida, e oferecer o nosso grande amor em beneficio de nosso irmão? Quais são as nossas desculpas? Será que estamos amando nosso próximo como nós amamos? Na verdade, somos egoístas. Olhamos somente para nós mesmos.  Olhamos o lado negativo das pessoas ao nosso redor! Vivemos o nosso mundo e já nos damos por satisfeitos. Falta o verdadeiro amor para com as pessoas necessitadas. O apóstolo Pedro ressalta: “Tende amor intenso uns para com os outros”. (I Pe 4.7) Amor intenso na hospitalidade, na compreensão, no  apoio e ajuda diante da  situação que vivem as pessoas em nossa sociedade. Este deve ser o nosso proceder. Jesus procedeu assim: Ele teve compaixão daquela multidão; compaixão significa amor, misericórdia e bondade.

Jesus sabia que o lugar era deserto, que a hora era avançada e que a multidão estava faminta, mas ele tinha um plano especial para alimentá-la. Ele tinha outra solução. No entanto, tal foi à surpresa dos discípulos, quando o Senhor Jesus lhes disse que não havia necessidade daquela multidão sair à procura de alimento, mas que eles mesmos deveriam (e podiam) dar-lhes de comer. A resposta foi inesperada e direta: “Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos de comer”. (v.16). Os discípulos não conseguiram entender as palavras de Jesus. Entre desapontados e assustados, retrucaram: Temos aqui apenas cinco pães e dois peixinhos! Isto que possuímos é pouco para muita gente! Do ponto de vista humano era impossível alimentar aquela multidão com cinco pães e dois peixinhos. Somente um milagre poderia saciar a fome desta gente.

É de fato, Jesus realizou um milagre !O milagre também saciou a fome do profeta Elias e da viúva de Sarepta conforme lemos em 1 Reis 17.7-24. É uma história comovente. Demonstra o quanto Deus tem compaixão para com seu povo. Diante do sofrimento da fome, o profeta recebeu uma orientação do Senhor, para que se dirigisse à Sarepta, pois ali seria alimentado por uma viúva. Ao chegar naquela pequena cidade, Elias se deparou com a viúva catando gravetos, pois pretendia fazer um pequeno fogo. Isso mostra que a comida era escassa, e a dificuldade abundante. O marido havia morrido. Ela e o seu filhinho estavam também prestes a morrer, pois havia uma terrível seca na terra. Restava-lhe um pouco de óleo e de farinha – exatamente o necessário para preparar a refeição final para ela e para o filho. Depois de comerem, só podiam esperar a morte.

Depois de horas de viagem e de cansaço, o profeta do Senhor pede àquela mulher que lhe trouxesse um pouco de água num vaso, para beber. Quando se voltou para ir a casa buscar água, ele disse: "Traze-me também um bocado de pão na tua mão". Ela explicou-lhe a situação, dizendo: "Tão certo como vive o Senhor teu Deus, nada tenho cozido; há somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou preparar esse resto de comida para mim e para meu filho; comê-lo-emos e morremos''. Realmente, ela não podia atender o seu pedido. No entanto, o profeta demonstra compaixão e responde: "Não temas; vai, faze o que disseste; mas  primeiro faze dele para mim um bolo pequeno, e traze-mo para fora; depois farás para ti e para o teu filho. Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra''.

Essa história se repete em nossos dias. Também desconhecermos o que o Senhor pode fazer com os nossos cinco pães e dois peixinhos; com pouca de farinha e azeite que possuímos. Precisamos colocar o pouco que temos nas mãos daquele que pode multiplicar. Este milagre o Senhor tem realizado diariamente em nossas vidas. Mas qual tem sido a nossa resposta a Deus. Temos valorizado tudo o que Ele tem nos dado? Devemos deixar o pessimismo, a incredulidade, o negativismo de lado, pois sempre existe uma alternativa para sairmos de uma situação difícil.  Deus sabe o que precisamos em nossas vidas, conhece a verdadeira necessidade que temos, e nós mesmos, muitas vezes, estamos perturbados e não sabemos direito o que precisamos realmente.

Jesus quer saciar a fome deste povo faminto. Contudo, não censura os discípulos, não argumenta com eles, não discute sobre a dureza de seus corações, deixando de lado a fé e confiança no seu Senhor, apenas dá-lhes uma ordem: “Trazei-os”. (v.18). Mesmo não sabendo ainda o porquê da ordem, obedecem a Jesus. Ao invés de mandar este povo embora, como era a ideia dos discípulos, Jesus se compadece deles. Ordena aos seus discípulos que a multidão se assentasse sobre a grama, porque algo haveria de acontecer.

Jesus toma os pães e os peixinhos. Milhares de pessoas olham para Jesus. Ele agradece ao Pai celestial, antes da refeição. O texto nos diz: “Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus”. (v.19).  . Que magnífico exemplo nos dá o próprio Filho de Deus diante de todo o povo, Ele ergue os olhos ao céu. Seu exemplo nos ensina a olharmos constantemente ao alto, em oração e agradecimento pela alimentação que recebemos diariamente. Lembrando sempre que dar graça é uma ação que caracteriza os filhos de Deus. Agradecer pelo amparo , o cuidado, proteção que Deus tem concedido cada momento. Em tudo dependemos de Deus. Ele nos deu a vida, o existir, o ar que respiramos a água que bebemos e o alimento que nos sustenta. Tudo nos é dado por sua bondade, onipotência e amor. Que nunca esqueçamos: o pão que vem de cima é dádiva do Pai celeste.

Jesus após orar, pega os pães e peixes, parte e entrega aos discípulos para que fizessem a distribuição ao povo. Os discípulos ao receberem a ordem de Cristo, mesmo sem entender completamente o que estava acontecendo, foram e serviram o povo. E o milagre aconteceu. É impressionante a maneira simples como ocorre. O pão não acaba no cesto, sempre tem mais. Cestos e mais cestos entram em ação. A distribuição segue em ordem. Grupos após grupos, mãos estendidas recebem sua porção de pão e peixe. Talvez os mais distantes reclamassem: Será que chega até nós? Não vai acabar antes? Mas isto não aconteceu. Todos foram atendidos. Até podiam repetir, à vontade.

Jesus teve compaixão daquela multidão. Alimentou àquela gente. Da mesma forma, Ele tem nos alimentado diariamente. Desde a criação Deus mantém até hoje a ordem natural para prover o pão necessário.  Somos rodeados de milagres. Milhões de pessoas são alimentados diariamente neste mundo. Jamais sentimos desamparados, pois confiamos no poder e na misericórdia do Pai que estás nos céus.

Todos, agora, estavam satisfeitos. Saciaram a sua fome. Agora, podiam voltar aos seus lares. Mas Jesus nos dá uma lição de agradecimento e mordomia quando ele vê sobras e pedaços de pão e de peixes estendidos pelo chão. Ele ordena aos seus discípulos a recolherem os pedaços para que nada se perca. Como resultado: Eles encheram exatamente doze cestos. Ele nos ensina que nada deve ser desprezado.

No entanto, Jesus tem algo mais importante a nos oferecer, do que simplesmente comida. Ele nos oferece o verdadeiro alimento, aquele que nos satisfaz plenamente. Ele se apresenta a nós como o pão da vida, o alimento que nos dá força para caminhar com maior firmeza, ajudando-nos a superar dificuldades e obstáculos, diante da nossa jornada,  até chegarmos à vida plena junto de Deus. Ele afirma: Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. (João 6.35). Jesus, o pão da vida é a única possibilidade do alimento que subsiste para a vida eterna. Aquele que aceitar, jamais terá fome ou sede, pois quem está com Jesus nunca mais terá fome nem sede.

Portanto, Cristo nos convida diariamente a fazermos uso diário do maná celeste para que a fome não enfraqueça a nossa fé e venha aos poucos destruir tudo o que temos e que perfaz nossa esperança, nossa alegria, nosso único consolo na vida e na morte. Por isso, a nossa preocupação, como filhos de Deus, é antes de tudo a busca do alimento para a nossa alma. Resta saber, qual será a nossa posição, que tomaremos com relação a este convite, pois sabemos perfeitamente, o quanto o ser humano tem rejeitado Jesus, o pão da vida.                                                  

Que nós saibamos agradecer pela alimentação do corpo e da alma que recebemos diariamente.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário