terça-feira, 30 de abril de 2024

  TEXTO: LC 24.44-53

TEMA: POR QUE JESUS SUBIU AO CÉU?

A Igreja Cristã comemora a Ascensão de Jesus. Uma data que está caindo cada vez mais no esquecimento. São poucas as congregações cristãs que celebram cultos neste dia. E, o que é grave, são poucos os cristãos que se lembram desta data, e que sabem o seu significado. A palavra ascensão significa escalada, subida, elevação. Para os cristãos essa palavra tem um significado muito mais profundo, principalmente, quando se fala da Ascensão de Cristo. Ela lembra o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Lembra a Sua volta para o trono celeste. Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Lembra a Sua subida ao céu para preparar-nos o lugar na casa paterna. Os discípulos ouviram dos anjos essa promessa da volta de Jesus Cristo: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir" (At 1.11). Estes são os motivos da subida de Jesus ao céu!

Mas o que dizem as Escrituras sobre a subida de Jesus ao céu? Os textos canônicos dos Evangelhos não trazem uma mesma narrativa. No livro de Mateus há uma despedida, que acontece na Galileia, exatamente onde começou o ministério de Jesus. Nessa ocasião, Jesus se despede e envia os discípulos, referidos como Os Onze (Mt 28.16-20). O texto de Marcos é muito semelhante ao de Mateus, mas acrescenta ao final que “O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. (Mc 16.14-20). No Evangelho de João, nem há referência a isso. O evangelho termina bruscamente, Jesus e seus discípulos comendo peixe assado.

O nosso texto, conforme o Evangelho de Lucas, também há uma semelhança com Mateus e Marcos, momento em que Jesus fala sobre a missão dos discípulos e depois os levou até Betânia, onde viram Jesus subindo aos céus. Mas antes deste grande acontecimento, da subida de Jesus aos céus, os discípulos, após a ressurreição, ficaram confusos, temerosos e tanto desorientados. Diante deste medo e angústia, Jesus os prepara para uma missão sublime. Ele faz isto ao citar as Escrituras como base de sua pregação. E é justamente nas Escrituras onde está registrado o plano de Deus para a salvação da humanidade, um plano com centralidade nos acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Estimados irmãos! Jesus reuniu seus discípulos. Era os últimos ensinamentos. Ele inicia à sua preleção, afirmando: “São estas as palavras” (v.44). É a maneira de Jesus dizer que todos estes acontecimentos, especialmente sua morte e ressurreição, são relatos que Ele ensinou aos seus discípulos, e que na verdade já haviam sido previstos por Moisés, os profetas e pelos salmistas. Após os seus ensinamentos, Jesus os convoca para serem testemunhas. Deveriam ser testemunhas destes fatos, em seu nome deveriam pregar o arrependimento para remissão dos pecados, para que a certeza do cumprimento das promessas e também a redenção da humanidade, possam ser conhecidas de todos.

Na pregação de sua palavra, Deus não deixaria os seus discípulos abandonados. Ele os capacita com o poder do Espírito que acompanharia esta pregação da salvação em Cristo “Eis que envio sobre vos a promessa de meu Pai” (v.49). De fato, esta promessa se cumpriu mais tarde, no dia de Pentecostes. Eis a razão porque Jesus disse que não se ausentassem de Jerusalém. Neste dia, os discípulos foram confortados pelo Espírito Santo, anunciaram arrependimento para remissão dos pecados.

Após esses ensinamentos com os seus discípulos, Jesus os levou para fora da cidade, através do monte das Oliveiras, para Betânia e lá se despediu deles. Enquanto suas mãos estavam estendidas em bênçãos, Ele lentamente subiu aos altos céus. Era o cumprimento de mais uma etapa no plano de Deus: “enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (v.51). Jesus subiu aos céus. Ele não foi para um lugar ignorado, mas “foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus”. A sua subida era necessária, pois foi para preparar-nos lugar na casa do Pai Celeste. Este é o grande significado da Sua subida ao céu!

Os discípulos, depois de terem visto Jesus subir ao céu, retornaram a Jerusalém. “tomados de grande jubilo” (v.52), obedeceram a instrução do Senhor de que aguardassem a vinda do Espírito Santo. Não estavam mais tristes. Não mais se lamentavam, como antes. Agora, louvam a Deus, e com regozijo contavam às pessoas a maravilhosa história da ressurreição de Cristo e de sua ascensão ao céu. Não tinham mais qualquer desconfiança do futuro. Sabiam que Jesus estava no céu. Por isso, havia motivos para jubilar. Também jubilamos ao Senhor porque Ele nos libertou da terrível escravidão do pecado, da morte e de Satanás. Jubilamos porque, mesmo andando aqui na terra ainda sob a cruz e em humilhação, expostos aos sofrimentos, às injustiças e, muitas vezes, a cruéis perseguições, não tememos. Jubilamos porque ascensão diz respeito à verdade de que, agora, Cristo está coroado como o Rei dos reis. Ele deixou para trás toda humilhação, sofrimento e dor que experimentou nesta terra, para estar junto do Pai exaltado para sempre no meio dos louvores dos anjos e da Igreja.

Estimados irmãos! A Ascensão de Jesus torna-se importante, pois lembramos o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Ela torna-se importante, pois Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Enfim, torna-se importante, pois Ele subiu ao céu para preparar-nos o lugar na casa paterna. Enquanto, aguardamos a sua vinda, devemos ser suas testemunhas neste mundo: “Sereis as minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Amém!

segunda-feira, 29 de abril de 2024

 TEXTO: JO 15.9-17

TEMA: PERMANECEMOS NO VERDADEIRO AMOR!

 Amor, uma palavra tão sublime, e ao mesmo tempo, tão desgastada, desvirtuada. A verdade é que vivenciamos o amor que provoca ódio, ciúmes, homicídios, adultérios e falsos testemunhos.  Mas como demonstrar o verdadeiro amor às pessoas? Jesus nos ensina! Ele chamou seus discípulos e disse: Permanecei no meu amor.” E ainda: Assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.” Mas que amor é este que Jesus apresenta? Diferente do amor que vivenciamos, o amor de Jesus era, e é, um amor Divino. Ele é perfeito, puro e fiel em relação ao amor que o mundo nos oferece. E aquele que permanece neste verdadeiro amor, seja na vida pessoal, no trabalho, na família, no relacionamento terá alegria. Ora, o amor traz consigo alegria. Alegria plena que nos torna felizes neste mundo, pois é a partir deste amor que recebemos força e coragem para permanecermos unidos uns com os outros.  Só através do amor que amemos uns aos outros, acolhendo e perdoando, poderemos produzir frutos de amor. Permaneça no amor!

Jesus estava caminhado para Jerusalém junto com seus discípulos. Estava próximo o momento de Jesus, entregar sua vida para resgate dos pecados da humanidade. Assim, como Jesus havia falado sobre a videira anteriormente, agora, fala de amor aos seus discípulos: “Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.” (v.9). Jesus fala do amor verdadeiro, da manifestação do amor de Deus à humanidade, em que o Pai amou o Filho e o Filho nos amou, quando veio ao mundo, sofreu e morreu pelos nossos pecados que pesavam sobre nós. O que aos homens era impossível, Jesus realizou na cruz, demonstrando o grande amor à humanidade. Diante deste amor manifestado na cruz, Jesus convida seus discípulos a permanecer no seu amor.

Mas, afinal, o que significa permanecer no verdadeiro amor? Significa ficar, esperar; ter uma relação vital, uma relação profunda, uma dependência total com Jesus. Esta permanência é mútua, dos discípulos com o Senhor e do Senhor com os discípulos, define uma relação de profunda comunhão entre ambos, similar à comunhão que existe no amor do Filho e o Pai. Como demonstração deste amor verdadeiro, mútuo, Jesus chamou os seus discípulos de amigos: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (v.14). Jesus não chama os discípulos de servos, mas de amigos. (v.15). Ao chamar de amigos, ele compartilhou seus sentimentos, suas experiências, seus conhecimentos, seu amor.Somente pode ser autêntico amigo de Jesus Cristo aquele que se decide também por amar ao ser humano.

Jesus também nos convida para permanecermos no seu amor! Não no amor que o mundo apresenta. O amor que provoca ódio, ciúme, que comete homicídios, adultérios e falsos testemunhos. Este falso amor que paira nos corações de muitas pessoas. O convite de Jesus é a nossa permanência no amor Divino.  O apóstolo Paulo afirma: O amor é paciente, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria não se ensoberbece não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta. I Coríntios 13.4-7. É neste amor verdadeiro que devemos permanecer.

Devemos permanecer unidos em Jesus do mesmo modo que Ele permaneceu unido ao amor do Pai. Mas como? A resposta a essa pergunta se encontra nas palavras do próprio Jesus: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor.” (v.10a) Ele nos ensina que – se guardarmos os seus mandamentos, a sua Palavra, os seus ensinamentos e colocarmos em prática aquilo que Ele nos ensinou a viver – o seu amor permanecerá em nós. Foi, justamente, isso que Jesus fez: Ele guardou, observou e viveu os mandamentos do seu Pai, por isso, permaneceu no seu amor. Sendo assim,aquele que permanece no amor Divino, terá alegria, Jesus diz: “Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo.” (v.11). O termo gozo nesta passagem é sinônimo de alegria. Ora, o amor traz consigo alegria plena na salvação que Cristo providenciou. É alegria que desfrutamos quando permanecemos em Cristo. Mesmo quando somos alcançados por uma enfermidade, uma perda, um problema qualquer; ou provas! Ou  as coisas que mais nos agradam são destruídas, ainda assim podemos ter alegria! A Bíblia fala de uma alegria diferente, uma alegria duradoura, permanente. O apóstolo Paulo afirma em Filipenses 4.4 Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai- vos.

Os discipulos deveriam ser transmissores deste amor. “Assim com eu vos amei que também vos ameis uns aos outros.” (v.12.)A proposta de Jesus é que o seu mandamento sirva de orientação na vida e no relacionamento de seus discípulos com o próximo. E qual é o mandamento? O mandamento “ameis uns aos outros.”.Afinal, Jesus os escolheu e lhes ensinou sobre o verdadeiro amor. Eles conheceram e experimentaram este amor de Cristo, que se manifesta no perdão dos pecados e na paz com Deus.  Compreenderam a necessidade de amor uns aos outros. O apóstolo Pedro também recomenda: “Tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados.” (I Pedro 4.8). E ainda os designou para irem ao encontro do próximo e anunciar sobre este amor. A iniciativa é  de Jesus: “eu vos escolhi” (v.16a) e esta escolha  tem objetivo definido: “para que vades e deis fruto.” (v.16b). Na verdade, produzir frutos significa o meu agir diante de Deus em toda a situação permanecendo em comunhão com ele, como o ramo que está ligado a videira. Quem permanece no amor de Deus dá frutos, assim como os ramos da videira só podem dar frutos se permanecerem unidos à videira. E aquele que permanece no amor de Cristo, obedece os mandamentos e frutifica, este terá as suas orações respondidas: “tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (v.16c).

 Estimados irmãos! O Senhor também nos ordena: “amai-vos uns aos outros” (v.17). Diante desta ordem do Senhor compreendemos que, nossa postura diante do mundo e das pessoas, nunca poderá ser de condenação ou desprezo, mas uma postura de amor, um amor que perdoa, e que serve o próximo com alegria. Demonstre com palavras e com gestos este amor!Que possamos sempre permanecer no amor de nosso Deus, o qual enviou seu Filho, que deu sua vida em nosso favor. Então, podemos ter a certeza de que possuímos o verdadeiro gozo, a verdadeira alegria que provem somente do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

 TEXTO: JO 15.1-8

TEMA: PERMANECEMOS UNIDOS NA VIDEIRA VERDADEIRA!

Estimados irmãos!  Creio que a maioria de vocês, já viu uma videira, uma trepadeira lenhosa, cultivada no mundo inteiro. Observe uma vez o desenvolvimento desta trepadeira, a começar pelos seus deliciosos frutos, as uvas. Eles são usados para fazer sucos, geleias, vinho, sorvete e consumidos ao natural. Entretanto, os frutos não existem sem os ramos da videira.  Já, os ramos não existem sem o tronco da videira. É do tronco que nascem os ramos. A videira é a fonte e sustentação da vida para os ramos, e os ramos estão ligados à videira para sobreviver e dar frutos. Por isso, a necessidade do ramo de permanecer firme ao tronco, na videira, para poder produzir muitos frutos. Enfim, é do tronco que vem toda a seiva e força. Portanto, existe certa dependência de ambas as partes para que a videira possa ter vida.

Em nosso texto, Jesus usou a ilustração da videira. Em sua mensagem, Ele convida seus discípulos a permanecerem unidos, tendo como meta de vida não em alvos passageiros, mas em Cristo Jesus, a verdadeira videira. E também não somente naquele momento, mas durante toda a caminhada de Jesus rumo ao Calvário, e ,consequentemente, após a Sua morte. Como é importante, permanecermos no Senhor! Escutar sua voz e procurar pôr em prática seus ensinamentos! Quão importante é nos aderirmos a Ele e buscar forças para que possamos dar frutos! Entretanto, separados de Cristo, somos ramos secos, ramos que não produzem frutos. Não produzindo frutos, serão cortados e lançados no fogo.  Gostaria de ser o ramo que vem da videira verdadeira? Gostaria de ser um ramo produtivo? Nada trará mais paz e liberdade do que estar do ligado a Jesus. Por isso, permanecemos unidos na videira verdadeira!

Depois da última ceia, Jesus e os discípulos foram para o Monte das Oliveiras. Jesus tinha costume de se retirar e ir para este Monte para refazer as forças e também para ficar em íntima comunhão com o Pai. E durante o caminho, Jesus usou a ilustração da videira. Ele disse: “Eu sou a videira verdadeira e o meu Pai é o agricultor.” (v.1). Uma declaração simples e objetiva: Ele é a videira verdadeira. A expressão “verdadeira” no grego ἀληθινός significa “real” ou “genuíno”. E Jesus afirma ainda que  “o meu Pai é o agricultor , pois foi Ele quem plantou e cultivou esta videira, mas sobretudo, porque cuida dos ramos. Ele cuidou de seu povo que representava uma videira. Na verdade, Israel era a videira que Deus havia tirado do Egito e plantado em uma terra escolhida. Havia recebido toda a atenção necessária para que produzisse frutos extraordinários, mas, em lugar disso, havia produzido apenas uvas bravas.

 No Antigo Testamento Israel era a videira ou a vinha,  agora é concentrada na pessoa do próprio Jesus. Era necessária outra videira, e eis a razão. Então, Jesus apresenta-se como a videira verdadeira. Ele faz uma analogia entre ele e uma videira.Usa a figura da videira para ensinar, consolar e animar os seus discípulos antes de cumprir a sua missão. Os discípulos deveriam deixar a fraqueza, medo e desanimo, e se preparar para enfrentar as pressões, resistir às perseguições, trabalhar, produzir, dar frutos. E só havia uma maneira de atingir o objetivo: permanecendo em Cristo: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós.” (v. 4a). O que significa permanecer? Permanecer, no original grego é μένω. Este termo traz a ideia de ficar, esperar; ter uma relação vital, uma relação profunda, uma dependência total, com a Palavra e com Jesus. Significa ainda confiar em Jesus e sua palavra, repousando sobre ele, andando com ele, contando com ele e sua morte e ressurreição em nosso favor. Esta permanência é mútua, dos discípulos com o Senhor e do Senhor com os discípulos, e define uma relação de profunda comunhão entre ambos, similar à comunhão que existe no amor do Filho e o Pai.

Como é importante, permanecermos no Senhor! Escutar sua voz e procurar pôr em prática seus ensinamentos! Quão importante é nos aderirmos a Ele e buscar forças para que possamos dar frutos! Precisamos estar em Cristo. Sem Cristo nada podemos fazer. Jesus afirma: “Como o ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim... nada podeis fazer.” (vv. 4b e 5c). É possível fazer alguma coisa sem Jesus? É possível! Há tantas coisas que podemos fazer sem Jesus. Mas será  isto que queremos? É evidente que não! Por isso, torna-se necessário mantermos uma comunhão constante com Cristo, uma vez que essa comunhão será fundamental para que possamos ter uma vida abençoada, capaz de produzir frutos espirituais.

Portanto, o nosso dever é produzir frutos. E Jesus nos motiva:  E todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.” (v.2b).  O agricultor cuida da videira para que produza mais frutos. Ele as trata com zelo, limpando as folhas, removendo as doenças que surgem, os fungos e insetos nocivos e assim produzem frutos continuamente. É comum que nas videiras alguns ramos cresçam por baixo de outros. Eles acabam sendo privados da luz solar e de nutrientes essenciais para seu desenvolvimento. Esses ramos,muitas vezes, ficam improdutivos. Então, o agricultor ergue-os para cima para que eles possam receber a luz e os nutrientes necessários. Com isso, eles possam produzir mais frutos. Assim, como o agricultor cuida da videira, Jesus cuida daqueles que permanecem em comunhão com ele. Estes recebem  os devidos cuidados do Senhor. O Senhor os abençoa (limpa) e faz prosperar e crescer espiritualmente para que deem mais frutos.

Mas como podemos produzir muitos frutos? Permanecendo em Jesus, uma vida marcada intensamente com ele. Esta é a condição fundamental para ser verdadeiro discípulo e produzir muitos frutos.A Palavra de Deus promete que quando entregamos nossa vida a Jesus Cristo e permitimos que Ele seja nosso único Senhor e suficiente Salvador, o Espírito Santo passa a fazer morada em nós. Assim,produzimos o fruto do Espirito Santo,conforme lemos em Gálatas, capítulo 5, versos 22 e 23: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. Através do Espirito Santo, o Senhor nos conduz a um aperfeiçoamento para uma vida sempre frutífera.

Jesus nos chama para uma vida de comunhão com ele, mas,  para aqueles que deixam de permanecer no Senhor, as consequências serão dolorosas. Jesus afirma: “ Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.” (v.6). A função de uma vinha é produzir frutos. A responsabilidade do agricultor é cultivar videiras de qualidade, de forma que elas sejam produtivas. Mas há momentos que a necessidade fazer uma limpeza para que possa produzir bons frutos. Os ramos são cortados,arrancados e lançados no fogo. São medidas necessários para corrigir os ramos inférteis, inúteis da videira.

Jesus também toma medidas necessarias quando não produzimos frutos. Deus intervém através da disciplina. Ele usa cinco verbos para expressar as consequências para aqueles que não frutificam, que impedem a sua permanência unida a Cristo, como parte do processo necessário ao crescimento e produção de frutos. Enfim, retira aquilo que poderia impedir de frutificar em abundância e qualidade  daqueles que insistem em desobedecer ao Senhor, se recusando a frutificar os fruto para Ele; aqueles que andam pelos caminhos do egoísmo, do ódio, da injustiça e do desrespeito à dignidade do outro.Realmente, são medidas dolorosas, algo terrível que acontece quando o homem se separa de Cristo (Mt 27.5). Mas são medidas necessárias para nos corrigir. Seu propósito é nos limpar e libertar do pecado para que possamos viver uma vida em comunhão com ele para sua glória.

Mas Jesus também diz: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” (v.7).Jesus prometeu algo para os seus discipulos, mas  estabelece duas condições. Primeira, a importância dos diacipulos permanecerem em Cristo. É permanecendo em Cristo que  produzimos os frutos que agradam ao Senhor. Eis o segredo para aqueles que permanecem no Senhor.Estes irão produzir muitos frutos.E quando  frutificam,estarão glorificando a Deus. Permitindo que a Sua glória venha a brilhar através de nós, no mundo. Segunda condição: "e as minhas palavras estiverem em vós". Estando em comunhão com Cristo,os discipulos deveriam guardar os ensinamentos de Jesus. Ocorre que para sermos “ramos frutíferos”, precisamos ouvir e guardar bem Sua Palavra. Acolher e procurar colocá-la em prática. Portanto, permancendo em Cristo e as palavras dele estiverem em nós,as nossas orações serão certamente atendidas,   segundo a vontade de Deus.

A permanência  em Cristo não é somente gloriosa para os discipulos, mas também  para o Pai: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto e vos tornareis meus discípulos.”(v.8). As expressões “produzir frutos” e “ser discípulo” são apresentados por Jesus como caminhos que não se apartam, como duas  ações semelhantes.Quando os discipulos produzissem muitos frutos, trariam grande glória ao Pai e demonstravam que eram verdadeiros discipulos de Jesus. De fato, somente produz frutos aquele é verdadeiro discipulo, aquele que permanece em Jesus.Ninguém pode realizar obra alguma em Deus, se não estiver ligado em Jesus, porque sem Jesus, não pode gerar frutos. Por isso, nota-se que as palavras de Jesus se tornam ainda mais evidente, que produzir fruto é a forma de agradarmos e de louvarmos o Pai que está nos céus. Ele também é glorificado.

Na verdade,esse deve ser  o nosso propósito de vida, deve ser o nosso maior alvo, a nossa maior motivação neste mundo como verdadeiro discipulo de Cristo.Abrindo  a nossa boca para falar das grandezas do nosso Deus. Glorificando a Deus através  das nossas palavras, louvando, orando, cantando,  testemunhando. No entanto, nem sempre às pessoas tem manifestado essa glorificação a Deus. No AT sempre que o povo de Deus deixou de glorificar ao Senhor, enfrentou sérios problemas. A história bíblica e a história da igreja evidenciam essa verdade. Da mesma forma, muitos filósofos, sociólogos e cientistas, sempre se negaram a glorificar a Deus e renderem graças a Ele. Muitos líderes religiosos na atualidade, dizem glorificar  a Deus, mas acabam glorificando a si mesmo. Corremos o risco, diariamente, de vivermos para nossa própria glória. Será que estamos glorificando a Deus? Ou estamos buscando a nossa glória pessoal? Como podemos viver de forma que Deus venha a ser glorificado?

Gostaria de ser o ramo que vem da videira verdadeira? Gostaria de ser um ramo produtivo? Nada trará mais paz e liberdade do que estar do ligado a Jesus. Por isso, permanecemos unidos na videira verdadeira. Peçamos forças a Deus para permanecermos para manter-nos apegados à videira verdadeira e assim possamos ser bons ramos. Concede-nos a seiva da vida pelo Espirito Santo para que produzamos muitos frutos. Amém.

domingo, 21 de abril de 2024

 TEXTO: SL 1

TEMA: É FELIZ AQUELE QUE NÃO SEGUE O CONSELHO DOS IMPIOS

 O que é felicidade? Onde posso encontrá-la? Como posso ser feliz?  Por que nem todos são felizes?  Embora existam muitas definições para o que é felicidade, pode-se afirmar que se trata de um estado emocional constituído por sentimentos de satisfação, contentamento e realização. Um momento quando as pessoas expressam alegria, se sentem bem consigo mesmo e imaginam possibilidades positivas para o futuro. Mas nem sempre é assim. Às vezes, as pessoas não conseguem sustentar a felicidade por muito tempo. Estão insatisfeitas com o que está acontecendo em sua vida, pois entendem que seus objetivos não foram realizados. Sendo assim, vivem na amargura, no vazio, na ansiedade e depressão.

Diante desta inquietude, o Salmo 1 nos apresenta dois caminhos para uma felicidade duradouraApresenta uma nítida distinção entre o homem feliz, ou “bem-aventurado”, e o homem ímpio que vive distante de Deus. Para o homem que vive distante de Deus, Ele nos alerta: se queremos ser felizes, não podemos ouvir conselhos de ímpios, não podemos trilhar caminhos pecaminosos, nem fazermos aliança com escarnecedores, pois eles não buscam os caminhos de Deus e consequentemente não experimentam esta felicidade. No entanto, Deus deseja a nossa felicidade e nos aponta o caminho: a verdadeira felicidade consiste na obediência à palavra de Deus, no seguir os conselhos de Deus; no servir ao Senhor, no andar nos Seus retos caminhos; buscar a sabedoria de Deus e viver uma vida de santidade. Este é o caminho da felicidade.

                                                                I

 É interessante notarmos que este salmo começa falando da felicidade numa perspectiva negativa: “Feliz é o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (v. 1).  “Não anda”; “não se detém ou não para”; “não se assenta”. Estes três verbos, de modo progressivo, nos mostram exatamente o processo degenerativo daqueles que andam segundo o curso deste mundo, segundo os valores do mundo. Daqueles que dão ouvidos aos conselhos dos ímpios. Daqueles que não amam a Deus.

Esta não deve ser nossa prática, pois o salmista afirma que a felicidade está ligada ao não fazer estas coisas, e apresenta o segredo para sermos felizes: a Lei do Senhor, ou seja, a Palavra de Deus, como a fonte para encontrarmos a felicidade.  E o versículo que vai se contrapor a esta verdade, podemos encontrar no versículo 2: “Antes, o seu prazer está na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite”. O prazer do cristão não é andar no conselho dos ímpios. No caminho dos pecadores e nem se assentar na roda dos escarnecedores, mas ouvir que o diz a Palavra de Deus, pois o seu prazer está em obedecer às Escrituras Sagradas e nunca dar ouvidos às práticas de homens ímpios que vivem praticando, o que é contrário a vontade de Deus. Ele busca resposta na Palavra de Deus e não nos conselhos de pessoas sem o temor a Deus. Por isso, andar segunda a Lei de Deus é ser feliz; bem-aventurado.

 É isso que Deus quer de nós, que sintamos mais prazer em estar na sua presença, buscando a sua Lei, e nela meditando de dia e de noite. Para ilustrar esta atitude, o salmista compara

 a uma árvore plantada e cujas raízes se estendem para dentro de um ribeiro de águas: “Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha”. (v.3). A árvore é constantemente alimentada pelas águas. Está sempre viçosa, verdejante, e dá seu fruto na época própria. Suas raízes são alimentadas pelo subsolo fértil e úmido, pois as águas lhe dão vida. Assim é o homem bem-aventurado, tal qual a árvore plantada junto a correntes de águas. Cada dia, ele precisa saciar a sua sede junto fonte de águas vivas, que é Jesus. Nesta fonte, torna-se firme, estável, tem as suas raízes firmemente apegadas na profundidade do solo, e é inabalável diante de fortes tempestades. E no devido tempo, ele dá o seu fruto. Paulo menciona na carta aos Gálatas estes frutos: frutos de amor, alegria, paciência, bondade, retidão, fidelidade, mansidão, domínio próprio e paz.

 Que tipo de árvore tem sido você? Frondosa, bem enraizada e carregada de frutos maduros ou árvore murcha e infrutífera? Do que você tem se nutrido? Da palavra de Deus ou de palavras do mundo? É preciso refletimos sobre estes questionamentos, pois há pessoas tão distantes da palavra de Deus que se tornam árvores má. Suas raízes não resistem às provações, dificuldades e outras secas que surgem neste mundo, pois a fonte que a alimenta está fundamentada na desonra, no mundo e nas coisas do maligno. Lembre-se: Só poderemos nos tornar árvores boas, se fizermos uso da palavra de Deus, praticarmos em nossa vida. Só será realmente feliz aquele que for como “árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha”.

Portanto, feliz é aquele que anda em conformidade com a vontade de Deus, Anda na lei do Senhor, na Sua Palavra, e medita continuamente. Não se deixa levar pelos conselhos e opiniões dos ímpios.

                                                                         II

 Agora, o salmista se volta para os ímpios, dizendo: “Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa” (v. 4). Aqui novamente, o salmista usa outra ilustração para demonstrar a atitude dos ímpios. Na Palestina se debulhava o grão na eira, uma porção de solo liso e duro no campo, situada muitas vezes sobre uma colina varrida pelo vento. Os preciosos grãos ficavam na eira, mas o vento levava a palha. Em comparação com os justos, os ímpios são como a palha inútil que o vento afugenta. Algo morto, seco, inútil, e quando vem o vento, dispersa. Não têm raiz nenhuma; falta-lhes estabilidade e não podem durar por muito tempo.

Estes são os ímpios. Eles vivem em rebelião contra Deus e não tem o mínimo de temor; são perversas e praticam o mal contra outras pessoas – Salmo 10.7-8; prejudicam outras pessoas para conseguir o que quer – Sl 10.2-4; são irreverentes -Isaías, 26.10.Por isso, “Eles não prevalecerão no juízo” (v.5a).O salmista usa o verbo “prevalecer”: literalmente significa que não se “levantarão” no juízo, ou seja, no dia do juízo não serão vitoriosos, mesmo que aqui neste mundo aparentemente prevaleçam. Mesmo que obtenham vitorias e sucesso em muitas áreas da vida. No entanto, no dia do juízo final, eles não prevalecerão.  “nem os pecadores na congregação dos justos”. (v.5b). Muito triste, mas os profetas, Jesus, os discípulos alertaram, e a igreja cristã continuou alertando.

De forma clara e objetiva, o salmista vai conclui o texto, fazendo a separação entre o justo e o ímpio, quando diz: “O Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá” (v.6). O Senhor não somente conhece, mas participa também dos nossos caminhos, nos acompanha, nos adverte e nos corrige. Quando se refere o caminho dos ímpios. O salmista usa o termo “perecer” que significa cessar de viver ou deixar de existir, ser destruído, tornar-se nada, consumir-se, morrer. Eles andam segundo o caminho da sua própria vontade e não segundo a vontade de Deus. Vivem para satisfazer a sua carne, seu coração e seus desejos. Portanto, estes perecerão no último dia – serão condenados ao sofrimento eterno, separados do Senhor. Este é o caminho dos ímpios que os leva a perecer. Eles serão destruídos, consumidos porque escolheram o caminho do pecado. Deus já demonstrou na história do dilúvio e de Sodoma que os ímpios de fato serão destruídos.

As Escrituras deixam bem claro para onde nos conduzem os nossos próprios caminhos: "Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte." (Pv 14.12). Por isso, abandone os seus próprios caminhos, volte-se para a Palavra do Senhor, abandone os desejos do seu coração que é enganoso e corrupto e obedeça ao Senhor e viva a Sua Palavra. Abandone tudo que não está de acordo com a Lei de Deus e se volte para Ele que é rico em perdoar. Aqueles que fazem assim prevalecerão e se levantarão no dia do juízo e receberão as boas vindas do Juiz e a herança prometida, o reino eterno; mas os que não fizerem isso, não se levantarão, serão apartados para o sofrimento eterno. Amém.

 TEXTO: LC 24.44-53

TEMA: POR QUE JESUS SUBIU AO CÉU?

A Igreja Cristã comemora a Ascensão de Jesus. Uma data que está caindo cada vez mais no esquecimento. São poucas as congregações cristãs que celebram cultos neste dia. E, o que é grave, são poucos os cristãos que se lembram desta data, e que sabem o seu significado. A palavra ascensão significa escalada, subida, elevação. Para os cristãos essa palavra tem um significado muito mais profundo, principalmente, quando se fala da Ascensão de Cristo. Ela lembra o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Lembra a Sua volta para o trono celeste. Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Lembra a Sua subida ao céu para preparar-nos o lugar na casa paterna. Os discípulos ouviram dos anjos essa promessa da volta de Jesus Cristo: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir" (At 1.11). Estes são os motivos da subida de Jesus ao céu!

Mas o que dizem as Escrituras sobre a subida de Jesus ao céu? Os textos canônicos dos Evangelhos não trazem uma mesma narrativa. No livro de Mateus há uma despedida, que acontece na Galileia, exatamente onde começou o ministério de Jesus. Nessa ocasião, Jesus se despede e envia os discípulos, referidos como Os Onze (Mt 28.16-20). O texto de Marcos é muito semelhante ao de Mateus, mas acrescenta ao final que “O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. (Mc 16.14-20). No Evangelho de João, nem há referência a isso. O evangelho termina bruscamente, Jesus e seus discípulos comendo peixe assado.

O nosso texto, conforme o Evangelho de Lucas, também há uma semelhança com Mateus e Marcos, momento em que Jesus fala sobre a missão dos discípulos e depois os levou até Betânia, onde viram Jesus subindo aos céus. Mas antes deste grande acontecimento, da subida de Jesus aos céus, os discípulos, após a ressurreição, ficaram confusos, temerosos e tanto desorientados. Diante deste medo e angústia, Jesus os prepara para uma missão sublime. Ele faz isto ao citar as Escrituras como base de sua pregação. E é justamente nas Escrituras onde está registrado o plano de Deus para a salvação da humanidade, um plano com centralidade nos acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Estimados irmãos! Jesus reuniu seus discípulos. Era os últimos ensinamentos. Ele inicia à sua preleção, afirmando: “São estas as palavras” (v.44). É a maneira de Jesus dizer que todos estes acontecimentos, especialmente sua morte e ressurreição, são relatos que Ele ensinou aos seus discípulos, e que na verdade já haviam sido previstos por Moisés, os profetas e pelos salmistas. Após os seus ensinamentos, Jesus os convoca para serem testemunhas. Deveriam ser testemunhas destes fatos, em seu nome deveriam pregar o arrependimento para remissão dos pecados, para que a certeza do cumprimento das promessas e também a redenção da humanidade, possam ser conhecidas de todos.

Na pregação de sua palavra, Deus não deixaria os seus discípulos abandonados. Ele os capacita com o poder do Espírito que acompanharia esta pregação da salvação em Cristo “Eis que envio sobre vos a promessa de meu Pai” (v.49). De fato, esta promessa se cumpriu mais tarde, no dia de Pentecostes. Eis a razão porque Jesus disse que não se ausentassem de Jerusalém. Neste dia, os discípulos foram confortados pelo Espírito Santo, anunciaram arrependimento para remissão dos pecados.

Após esses ensinamentos com os seus discípulos, Jesus os levou para fora da cidade, através do monte das Oliveiras, para Betânia e lá se despediu deles. Enquanto suas mãos estavam estendidas em bênçãos, Ele lentamente subiu aos altos céus. Era o cumprimento de mais uma etapa no plano de Deus: “enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (v.51). Jesus subiu aos céus. Ele não foi para um lugar ignorado, mas “foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus”. A sua subida era necessária, pois foi para preparar-nos lugar na casa do Pai Celeste. Este é o grande significado da Sua subida ao céu!

Os discípulos, depois de terem visto Jesus subir ao céu, retornaram a Jerusalém. “tomados de grande jubilo” (v.52), obedeceram a instrução do Senhor de que aguardassem a vinda do Espírito Santo. Não estavam mais tristes. Não mais se lamentavam, como antes. Agora, louvam a Deus, e com regozijo contavam às pessoas a maravilhosa história da ressurreição de Cristo e de sua ascensão ao céu. Não tinham mais qualquer desconfiança do futuro. Sabiam que Jesus estava no céu. Por isso, havia motivos para jubilar. Também jubilamos ao Senhor porque Ele nos libertou da terrível escravidão do pecado, da morte e de Satanás. Jubilamos porque, mesmo andando aqui na terra ainda sob a cruz e em humilhação, expostos aos sofrimentos, às injustiças e, muitas vezes, a cruéis perseguições, não tememos. Jubilamos porque ascensão diz respeito à verdade de que, agora, Cristo está coroado como o Rei dos reis. Ele deixou para trás toda humilhação, sofrimento e dor que experimentou nesta terra, para estar junto do Pai exaltado para sempre no meio dos louvores dos anjos e da Igreja.

Estimados irmãos! A Ascensão de Jesus torna-se importante, pois lembramos o momento de sua morte, a sua ressurreição e o cumprimento do plano da salvação, estabelecido por Deus. Ela torna-se importante, pois Ele foi recebido no céu, e assentou-se à destra de Deus. Enfim, torna-se importante, pois Ele subiu ao céu para preparar-nos o lugar na casa paterna. Enquanto, aguardamos a sua vinda, devemos ser suas testemunhas neste mundo: “Sereis as minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Amém!

 

terça-feira, 9 de abril de 2024

 TEXTO: SL 23

TEMAO SENHOR É O BOM PASTOR!

Composto por Davi, o Salmo 23 tem sido um dos mais famosos textos da Bíblia através dos tempos. Nele encontramos conforto e encorajamento diante das adversidades; crises materiais, medo e angustia; consolo, proteção e orientação. Ao descrever este Salmo, Davi conhecia todas as implicações e realidades do trabalho pastoril. Ele apresenta as realidades que eram vividas no cotidiano de seu trabalho e as aplica ao contexto espiritual. Davi olha para Deus e vê que, assim como lidava e tratava suas ovelhas, era também cuidado e tratado por Deus que era o seu pastor. Ao chamar o SENHOR de pastor, Davi se coloca na posição de ovelha, um animal frágil, limitado e totalmente dependente do pastor para se manter segura e viva.

O SENHOR também é o nosso pastor, diante da nossa jornada. Hoje, vamos aprender quatro características que o Salmo 23 nos ensina sobre o SENHOR é o bom pastor. Primeira, assim como o pastor está ciente das necessidades das suas ovelhas e as conduz aos pastos verdes e águas tranquilas, o SENHOR também está ciente de nossas necessidades. Ele supre  e conhece cada coisa que precisamos e está pronto para entrar em ação em nossa vida. Por isso, não precisamos nos preocupar com nossas necessidades. Segunda, o pastor renova as forças e guia suas ovelhas por caminhos certos. Da mesma forma,  SENHOR também nos guia. Só o SENHOR pode nos mostrar o verdadeiro caminho ,pois Ele é o nosso guia.

Terceira, o pastor é a fonte da segurança. Ele sempre está presente ao lado das suas ovelhas. O SENHOR também está sempre está ao nosso lado. Não precisamos ter medo de nada, porque Deus está conosco. Ele é a nossa segurança. Ainda que eu ande por um vale escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois tu, ó Senhor Deus, estás comigo.

Quarta, o pastor cuida das suas ovelhasO SENHOR também cuida e protege as suas ovelhas diariamente. O seu objetivo é fortalecer a nossa fé e um dia habitar na Casa do SENHOR para sempre: “Certamente a bondade e misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida, e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre.” (v.6).

                                                              I

Davi sabia o que era ser pastor, pois exercera esta atividade quando jovem.  Sua tarefa como pastor era conduzir o rebanho de um pasto para outro a fim de providenciar alimento para as ovelhas. Ele sabia dos perigos que as ovelhas haveriam de enfrentar. Baseado neste contexto, Davi inicia o salmo com uma declaração, reconhecendo que o SENHOR é o pastor que supre suas ovelhas em quaisquer circunstâncias. Para descrever estes acontecimentos, ele toma emprestada a figura de um bondoso pastor de ovelhas para falar do SENHOR como sendo O pastor, e compara o cuidado que Deus tem conosco, ao afirmar: “O SENHIOR é o meu Pastor; nada me faltará.” (v.1). O “SENHOR é”. Ele nunca foi, e nunca será. Ele é Deus Ele é nosso Salvador, nosso Redentor, nosso Mestre, nosso Guia, nossa Luz, nosso Pai. Precisamos entender que Deus nunca deixará de ser. Portanto, Ele é o nosso Pastor e, por isso, deve ser respeitado, reverenciado, e, acima de tudo, obedecido!

Ao reconhecer que o SENHOR é seu pastor, Davi deposita toda a sua confiança, pois entendia que o SENHOR supre todas as suas necessidades. Ele afirma: “nada me faltará”. A expressão traduzida como “faltar” ou “faltará”, vem do verbo hebraico  חָסַר  que significa faltar; diminuir; não ter. Junto com a partícula de negação לא, que significa “não, sem, nenhum, nada”, também poder ser traduzido como: “nada sentirei falta”. Mas, afinal, o que Davi tinha em mente ao escrever "nada me faltará"? Tendo o SENHOR como nosso Pastor, porventura não nos faltará nada? Imunes aos problemas da vida? Livres de todos os perigos? Não é isto que Davi está ensinando com as palavras “nada me faltará"? O salmista quer nos transmitir algo muito mais rico, mais profundo e mais sublime do que meros bem materiais  ou status deste mundo. Não são “coisas” efêmeras, passageiras,  transitórias, de curta duração desta vida, mas aquilo que o SENHOR dá graciosamente, por sua bondade e por seu amor. O cristão sabe contentar-se com o que Deus lhe concede por sua infinita bondade (Fp 4.11-13)

Davi sabia que nem o seu poder, nem as suas riquezas, e muito menos suas próprias forças, poderiam suprir suas necessidades. Somente o SENHOR é quem poderia lhe fazer descansar em pastos verdejantes e conduzi-lo às águas tranquilas (v.2).A palavra pasto vem do original דָּשָׁא que significa campinas, relva, grama. São pastos caracterizados como "exuberante”, ou seja, rica em vegetação, e o termo מְנֻחוֹת caracteriza a água refrescante; tranquilas, descanso. Neste contexto, observa-se que o pastor demonstra o cuidado especial, oferecendo “pastos verdejantes” e o “descanso” às ovelhas. A região da Palestina em determinadas épocas do ano carecia de pastos verdejantes e águas cristalinas. Isto obrigava os pastores seguirem em uma cansativa peregrinação em busca de pastos verdes. Uma vez encontrando o alimento para o rebanho, as ovelhas tinham descanso e tranquilidade, pois pastos “verdejantes” e “águas tranquilas” são tudo o que uma ovelha necessita.

O bom pastor conhece melhor as necessidades particulares de  todas as suas ovelhas. Sabe qual é mais forte e a mais fraca. Compreende que os cordeirinhos não podem andar tão depressa com as ovelhas mais velhas, e, por isso, muitas vezes, as toma nos braços porque sabe que algumas necessitam de mais atenção do que outras. Como é maravilhoso saber que o SENHOR, o bom pastor  cuida de cada uma de suas ovelhas e não deixa faltar nada, mesmo em meio aos desertos da vida. Ele nos tira dos campos secos e nos leva em segurança para os pastos verdejantes, onde há mesa farta no deserto. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o auxílio e a graça de Deus. Hoje, a principal missão do pastor é cuidar das ovelhas de Cristo, que lhe são confiadas. Cabe a ele, apascentar as ovelhas, dando-lhes o alimento espiritual, através do ensino fundamentado (doutrina) da Palavra de Deus. O verdadeiro pastor cuida bem das ovelhas. Leva as ovelhas de Jesus a alimentar-se do “pasto verde”, que nutre a alma e o espírito, fortalecendo-as, para que cresçam na graça e conhecimento do Senhor Jesus Cristo (2 Pe 3.18).

                                                                   II

O SENHOR é o nosso pastor porque renova as nossas forças e nos guia por caminhos certos, como ele mesmo prometeu. Algumas pessoas acreditam que a sua força vem da família, outras do dinheiro e outras ainda dizem que são fortes por causa de sua personalidade ou do seu temperamento. No entanto, todas essas motivações são limitadas em comparação ao SENHOR,  que é o nosso guia que conhece e ama as suas ovelhas, e que não faltará descanso e justiça aqueles que lhe pertencem: “Refrigera-me a alma, guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” (v.3). O verbo שׁוֹבֵב significa restaurar a força, trazer de volta, refrescar, refrigerar. O termo alma נַפְשִׁי, para este caso específico, refere-se a vida, mente, pensamentos e emoções. Este era o trabalho do pastor: restaurar o vigor ,voltar a vida e proporcionar descanso às ovelhas, pois em vários momentos de perigo, o rebanho era atacado por animais ferozes e deixava as ovelhas estressadas e cansadas, Elas precisavam de cuidados e descanso, bem como também o pastor precisava descansar. Por isso, o rebanho é conduzido  aos pastos verdejantes e ao descanso das águas tranquilas.

Outra tarefa era conduzir as ovelhas pelas “veredas da justiça”. A expressão “vereda” significa uma trilha estreita, sinuosa. Então, podemos entender que “veredas da justiça”. refere-se ao que é “aprumado”. Na verdade, o Senhor nos conduz pelo caminho reto, aprumado. Não nos permite andar em caminhos que levam à ruína. Essa certeza de ser guiado por vereda plana, por vereda de justiça, consola nosso coração. Por isso, eu pergunto: Quer andar nos caminhos aprumados? Quer deixar de viver uma vida injusta? Quer andar nos caminhos de integridade, de obediência? Quer fazer a vontade de Deus?  Só existe um caminho: siga o Pastor. Ele jamais nos conduzirá no caminho da injustiça. Jamais será injusto, pois age com retidão, revelando seu amor a todos nós.

O SENHOR é a nossa fonte da segurança neste mundo. Vivemos dias de insegurança em diferentes áreas da vida. O medo da violência, das doenças, de perder o emprego ou de perder alguém que se ama, tem mexido com o emocional de muitas pessoas. Contudo, não é isso que Deus tem para nós. Não precisamos ter medo de nada, porque Deus está conosco. Ele é a nossa segurança. Há uma declaração de absoluta confiança ao andar pelo vale da sobra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo. (v.4a). Esta é a maneira de atravessar o vale sem medo, pois andar pelo vale da sobra da morte era perigoso para o pastor que conduzia as suas ovelhas.

Você está passando pelo vale da sombra da morte? Não fique amedrontado. Confie no SENHOR. Ele é contigo por onde quer que andares. Por que temer o vale da sombra da morte? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Quem poderá nos separar do seu amor e da sua presença? Os perigos e males desta vida? Nossas tribulações? O diabo? A morte? Não!  Ninguém poderá separar-nos do amor e da presença do SENHOR.  Não importa quão escuro seja o vale no qual estamos peregrinando, não temeremos mal nenhum, pois o bom Pastor está sempre conosco guiando-nos em nossa caminhada e consolando-nos com Sua Palavra.

Ao atravessar o vale da sombra da morte, e também em outras ocasiões, o pastor leva consigo dois instrumentos : “ o  bordão e o cajado.”(v.4a). A palavra “vara” traduz o hebraico שֵׁבֶט  que nesse contexto significa “bordão”, “cetro” ou “bastão”. Isso quer dizer que na frase o salmista se refere ao bastão usado pelos pastores de rebanhos para combater animais selvagens. Nesse sentido, a vara era o principal instrumento de proteção. Já o termo  מִשׁעֵנָה (cajado) significa “apoio” ou “suporte” e se refere ao cajado usado pelo pastor como auxílio para caminhar e também como instrumento para orientar as ovelhas. É um costume antigo no Oriente Médio, quando o pastor sai para o pasto carrega apenas uma vara e um cajado. Esta é sua “arma” de poder, defesa. força, segurança e autoridade, pois com ela afastava os predadores, e também servia como instrumento para disciplinar e corrigir ovelhas rebeldes que insistiam em se afastar do grupo. Já  o cajado é utilizado para dirigir as ovelhas. Várias vezes o pastor precisava conduzi-la para entrar em um portão ou ao longo de uma estrada, e ele o faz encostando levemente a ponta longa da vara no flanco do animal, e assim guia a ovelha ao caminho que deseja. É uma demonstração de amor e da dedicação do seu pastor por ela.

Este é cuidado que o SENHOR tem para com suas ovelhas. Ele nos protege  com sua vara e nos orienta com  o seu cajado, e acima de tudo nos consola.(v.4c).O verbo נָחַם (consolar) significa confortar, ter compaixão, aliviar, arrependimento. Então, as ovelhas do bom Pastor podem se juntar ao salmista e dizer: “a tua vara e o teu cajado me consolam," Ele  também quer consolar o seu povo do presente século. Apenas Ele pode nos oferecer consolo, pois Ele é um Deus de amor. A sua Palavra garante que Deus está perto de todos os que o invocam, e ouvirá seu clamor por ajuda. Ele busca os aflitos, abatidos, desanimados. Este consolo é plenamente eficaz, renova as nossas esperanças e nos fornece alivio e paz. Este verdadeiro consolo, encontramos somente na Bíblia. Ela nos revela através de inúmeros exemplos de que Deus é o verdadeiro consolador. O maior de todos os consolos, Ele nos deu através de seu Filho, Jesus, que morreu na cruz para nos salvar, oferecendo assim o verdadeiro consolo à humanidade. Sem dúvida podemos dizer que todas essas coisas apontam para Cristo. Ele é o Pastor capaz de nos proteger e nos orientar.  Ele é o Pastor que dá a vida por suas ovelhas (João 10:11-15). Com sua vara Ele afugenta todos os predadores que buscam tragar aqueles que lhe pertencem, de modo que ninguém é capaz de destruir o seu rebanho.

Depois de passar pelo vale da sombra da morte, agora, as ovelhas estão seguras, e já podem fazer uma alimentação sadia e o descanso necessário. Este momento é tão sublime, quando o pastor oferece pastos verdejantes e águas cristalinas para suas ovelhas.  É maravilhoso, quando o pastor prepara uma “mesa de pasto” que sirva de alimento para seu rebanho.  Davi diz que o SENHOR prepara uma mesa para ele na presença de seus inimigos. (v.5a).  A expressão mesa שֻׁלְחָן  é o lugar de intimidade de nossa casa. Nela nos sentamos, reunimos a família , nos alimentamos, conversamos com nossos filhos. Quando gostamos muito de alguém, nós convidamos esta pessoa para nossa casa e a levamos a este lugar de intimidade, que é a nossa mesa. Nós nos alegramos em servi-la, em proporcionar prazer e conforto, e  compartilhar com ela o que temos de melhor, fazendo com que se sinta à vontade em nossa casa.

No entender do salmista Deus fornece o sustento de sua parte, mesmo havendo muitos inimigos se levantando para lhe fazer mal, Deus nunca desiste de fazer o bem para seus servos. Isto não é apenas no sentido espiritual, mas também no sentido físico. Portanto, Ele continua a pôr diante de qualquer que O teme e O ama uma mesa preparada, um banquete. No entanto, para sentar à mesa do Senhor precisamos estar preparados.  Ele quer que os seus sejam bem servidos e sejam bem acomodados à sua mesa. Como poderei eu estar preparado para aproveitar tudo de bom que esta mesa oferece? Como estarei preparado para sentar à mesa do SENHOR e aproveitar das bênçãos maravilhosas que proveem de sua bondade e misericórdia?

O SENHOR não somente prepara, mas também unges-me a cabeça com óleo. (v.5b). A palavra ungir vem do hebraico. דָּשֹׁן  que significa ser gordo, deixar gorduroso, cinzas gordurosas. Na época de Davi os pastores acompanhavam diariamente a saúde de todas as suas ovelhas. Procuravam feridas que infeccionavam e causavam danos maiores. Diante das enfermidades, usavam gordura para tratar das feridas das ovelhas, principalmente na cabeça. Este era o cuidado que pastor demonstrava em relação às suas ovelhas quando estavam enfermas. Da mesma forma, o SENHOR, também cuida das suas ovelhas. Ele chama pelo nome, está disposto a tirar os carrapichos de nossa lã, derrama bálsamo em nossas feridas e nos defende dos lobos com a própria vida. Somos ovelhas do seu rebanho e Nele temos provisão de bom alimento, aconchego e a segurança dos seus braços. Nele temos segurança e paz, carinho e refúgio, alimento e cura. Podemos confiar no consolo da vara e cajado do Senhor. Podemos confiar nas promessas e bênçãos, pois assim diz o Senhor: “O meu cálice transborda.” (v.5c).

                                                          III

 Na cena final deste salmo, vemos que as ovelhas obedientes vão morar com o SENHOR. O  Pastor  promete nos guiar e nos proteger ao longo da nossa vida, para nos levar  e morar com Ele, para sempre. Ele disse: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre.” (v.6). Esta é a verdadeira situação da ovelha que segue o SENHOR. É uma situação privilegiada. É uma situação onde ela pode estar sempre, perfeitamente, em paz, porque a bondade e misericórdia estarão sempre presentes.

Neste versículo, três coisas merecem nossa ponderação: Primeiro, a expressão “certamente”. A expressão confirma que Davi acreditava em um Deus seguro, que faz promessas seguras e oferece uma base segura. Também confirma a promessa de Deus que será cumprida na terra através da bondade e misericórdia. A sua bondade se manifesta no sustento, na preservação e em várias bênçãos sobre toda a humanidade. Ela é manifestada na misericórdia. A misericórdia jamais acaba não tem fim, ou seja, Deus está sempre disposto a dar uma nova chance, a começar de novo. Ele sempre se renova. A compaixão divina renova a nossa esperança, o nosso ânimo, a nossa disposição no dia a dia da vida. Sua misericórdia manifesta sua grandeza: grande é a tua fidelidade. Temos um Deus fiel. Suas promessas serão cumpridas.

A segunda é a duração do cumprimento da promessa de Deus na terra: “Todos os dias da minha vida”. A terceira é a extensão do cumprimento da promessa de Deus na eternidade: “E habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.” Quem entrava nos palácios de um rei estava seguro, a segurança de um palácio era inviolável, esse é o seu lugar! Tendo estas certezas o salmista desejava com muita ansiedade, o prazer de habitar na Casa do SENHOR. Não só nos dias desta vida, mas também depois. A vida aqui não é a nossa casa. Nossa pátria está no céu diz o apóstolo Paulo (Fp. 3.20).

Portanto, depositamos a nossa confiança no SENHOR. Ele é o nosso Pastor, cuida de cada um de maneira pessoal, pois sem seus cuidados, sem sua proteção estaremos vulneráveis aos ataques dos lobos ferozes, sem seu cajado para nos guiar não encontraremos caminho seguro  neste mundo. Ele é o nosso Pastor! Amém.

 

 

TEXTO: LC 24.36-49

TEMA: SOMOS TESTEMUNHAS DO CRISTO RESSUSCITADO!

Ainda estamos vivendo o clima de Páscoa. Os nossos pensamentos ainda estão voltados para os acontecimentos ocorridos em Jerusalém, no qual de modo especial nos lembramos do padecimento, morte e finalmente a ressurreição de Jesus Cristo. Estes acontecimento também estavam ainda presentes na mente dos discipulos. Eles ficaram profundamente preocupados, decepacionados e cheios de dúvidas, com o que acontecera com Jesus após a Sua morte. Eles ainda estavam escutando o que diziam os discípulos de Emaús quando o próprio Jesus se coloca  no meio deles e lhes mostra as cicatrizes em suas  mãos e nos pés. À semelhança do que fez com Tomé, Jesus os convida a tocarem nas suas cicatrizes, para que tenham certeza de que não se tratava de um fantasma. Para dar ainda mais uma prova de sua ressurreição, come com eles  peixe e mel.

Eram provas convincentes para que os discipulos mudessem de comportamento ou opinião sobre a ressurreição de Jesus. Ele não era um fantasma, nem de um morto, nem mesmo de um anjo, mas  um Ressuscitado. Jesus,então, aproveita aquele momento para  revelar aos discipulos, o que diz às Escrituras a seu respeito. Ele queria que eles compreendessem, completamente, o significado das profecias sobre a sua morte e ressurreição.  E à medida em que Jesus ensinava às Escrituras, Ele fortalecia e iluminava  o entendimento deles para pudessem   compreender  o significado da sua morte e ressurreição. Atraves destes ensinamentos,Jesus trouxe nova vida, nova esperança aos discipulos. A alegria estava de volta e o medo desaparece.

Eles,agora,deveriam testemunhar estas verdades a todas as nações: “Vós sois testemunhas destas coisas.” (v.48). Mesmo em face dos obstáculos, dos sofrimentos e mesmo da morte, eles deveriam  pregar não somente em Israel, mas  em todas as nações. Este convite, Jesus deixou evidente, antes de ser elevado aos céus: “E serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” (Atos 1.8). E de fato isto aconteceu no Dia de Pentecostes. Após receberem o Espírito Santo, Pedro se apresenta diante de muitos israelitas como testemunha do Ressuscitado. Seu testemunho é decidido e audaz.

O tempo pascal é uma grande oportunidade para refletirmos sobre a nossa missão de ser testemunha fiel sobre a Ressurreição do Senhor. Mas como posso ser testemunha de Jesus Cristo? Como falar sobre a ressurreição de Jesus quando as pessoas depositam esperança em tantas coisas neste mundo, menos no Cristo que ressuscitou? Os discipulos testemunharam  sobre a Ressurreição do Senhor. Para eles, não se tratava simplesmente de pregar, mas sim de contar tudo o que viram e ouviram: “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido''. (Atos 4.20). Continuar o testemunho dos discipulos deve ser a missão da Igreja e de cada um dos cristãos de todos os tempos. Estamos testemunhando o poder de Deus, do milagre da ressurreição, da vida que venceu a morte, do Cristo que  está vivo e presente no meio de nós?

Estimados irmãos!  O texto anterior mostra dois discípulos que estavam a caminho de Emaús. E depois de terem reconhecido Jesus, se dirigiram cheios de alegria à Jerusalém para informar aos outros discípulos, o que tinha acontecido sobre a ressurreição de Jesus. As notícias eram ótimas, mas havia uma mistura de incredulidade e medo na vida dos discipulos. Quando estavam falando, o próprio Senhor se coloca no meio deles com uma saudação inesperada. Assim, Ele afastou os temores e pressentimentos que os discípulos acumularam durante o sofrimento de Jesus: “A paz esteja convosco!”.(v.36). 

Mas,afinal, de que paz Jesus estava falando aos discípulos? Quando se coloca no meio deles com uma saudação inesperada e, ao mesmo tempo, redentora? Ora, esta saudação, tem um significado profundo. Ela é significativa. Não se trata de um desejo ou saudação simplesmente. Em Cristo, porém, a paz adquire dimensões mais sublimes.  O que Jesus conquistou na cruz para nós vai muito além daquilo que o mundo poderia nos oferecer. Ele nos trouxe a paz de Deus, perdão dos pecados e vida eterna. Trata-se, portanto, da paz plena que Jesus concede aos seus discípulos. O Príncipe da paz veio trazer alegria. Ele vencera a morte e o pecado.

O apóstolo Paulo responde em Rm 5.1 em que consiste a paz: “Justificados, pois mediante a fé tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” É a paz da reconciliação do perdão dos pecados; vida e salvação. É a paz que o mundo necessita. Esta paz só pode ser encontrada em Jesus, o Príncipe da paz. Ele tem o imenso prazer de dar a sua paz: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração" (Jo 14.27). No meio de toda angústia estamos ancorados em Jesus Cristo. É em Jesus que temos uma esperança viva de que o nosso sofrimento será coroado de paz.

No entanto, o medo ainda continuava na vida dos discípulos, e isso impedia que eles o reconhecessem. Assustados, julgavam estar vendo um espírito (fantasma). (v.37). Esta não era a primeira vez. Em outras ocasiões os discípulos também não reconheceram Jesus, como no alto mar (Mc 6.48-49), no caminho para Emaús ( Lc 24.16), quando estavam pescando, depois da ressurreição ( Jo 21.4). Por isso, Jesus questiona:  Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração? (v.38) A reação dos discípulos era compreensível. Afinal, viram o Salvador sendo surrado, chicoteado e pendurado na cruz. Estava morto e não poderia sair de sua sepultura. Contudo, não deveriam estarem perturbados e com dúvidas, pois Jesus havia explicado várias vezes que seria vítima de uma morte dolorosa e ressuscitaria ao terceiro dia. Além disso, deveriam estar convencidos do testemunho de Pedro ou outros discípulos, como aconteceu com Tomé.

 Jesus sabia o quanto os discípulos estavam perturbados e com medo. E que era difícil lidar com estas contrariedades. Por isso, a melhor maneira de dissipar as dúvidas persistentes de alguns discípulos, assim como suas ideias equivocadas a respeito de sua ressurreição, era o contato com a realidade objetiva, com a verdade dos fatos. Era mostrar suas mãos e seus pés furados pelos pregos que  mantiveram Jesus preso à cruz. Isto mostraria que  tinha ressuscitado verdadeiramente, e assim afastaria qualquer espécie de dúvida. Esta era uma demonstração de que não era um fantasma, e que de fato havia ressuscitado:  Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” (v.39). 

Após Jesus mostrar as marcas da crucificação e ,principalmente, depois de dizer, claramente, quem era, os discípulos ainda permaneceram incrédulos. Ainda continuavam duvidando. Parece que suas mentes estavam fechadas. Eles não compreendiam, plenamente, sobre a morte e ressureição de Cristo. Foi preciso que Jesus mostrasse as suas mãos e pés. Para Tomé, Jesus disse: “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente”. (João 20.27). Jesus interpreta essa situação como falta de fé. E para que terminassem de acreditar que tinha ressuscitado com um corpo autêntico e real, Jesus, então, pediu algo para comer: “ Tendes aqui alguma coisa que comer?” (v.41). Os discípulos lhe dão “ um pedaço de  peixe assado e um favo de mel”.(v.42). Então, Jesus comeu na frente dos discípulos. Um peixe assado foi a “prova” que convenceu os discípulos que Jesus havia ressuscitado, e que Ele não era um fantasma, nem de um morto, nem mesmo de um anjo, mas  um Ressuscitado.

O Senhor Jesus depois de insistir em mostrar que ressuscitou, ao exibir as marcas da crucificação e comer diante deles, Ele agora  aproveita o momento para  revelar aos discipulos, o que diz às Escrituras a seu respeito: “São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: “importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” (v.44). Jesus queria que eles compreendessem ,completamente, o significado das profecias sobre a sua morte e ressurreição. Deveriam se conscientizar de que Ele havia cumprido às Escrituras, algo predito no Antigo Testamento. Isto significa que o plano de Deus, como foi delineado na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos, (esta era a divisão judaica de toda a Antiga Aliança)  cumpriu-se em Jesus naquele momento. Portanto, Jesus não apresenta nada de novo, mas deveriam estar familiarizados desde a infância com a Antiga Aliança. E à medida em que Jesus ensinava às Escrituras, Ele fortalecia e iluminava  o entendimento deles para pudessem   compreender ,completamente, o significado das profecias, da sua morte e ressurreição.  (v. 45).

Jesus ao expor às Escrituras aos discipulos, duas partes do plano de Deus foram cumpridas. “Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia.” (v.46). Primeiro, Ele  “havia de padecer”. Segundo, “no terceiro dia havia de ressucitar dos morto.”  Este assunto,Jesus sempre  havia falado, pessoalmente, enquanto estava com os discipulos. E durante o Seu ministerio, Ele fez várias previsões sobre a sua própria morte e ressurreição: Assim, afirma, Mateus: “Começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia.”  (16.21). “Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte.” ( 20.18,19).

No entanto,  cada vez que Jesus falava sobre este assuto, os discípulos demonstravam não compreender de alguma forma, mas Jesus sempre utilizou-se da ocasião para repeendê-los e ensinar-lhes, a importância de se manterem firmes na fé. Isto Ele o fez durante todo o seu ministerio, antes da sua morte. Agora, após a sua morte e ressurreição, Jesus  aparece aos seus discipulos, que estavam decpcionados e desorientados, para ensinar-lhes às Escrituras, que de fato Ele foi preso, condenado e morto, mas ressuscitou. Eles só conseguiram entender às Escrituras quando Jesus abriu o entendimento deles, como já havia acontecido com os dois discípulos no caminho para Emaús ( Lucas 24:25-31). Com a sua ressurreição, Jesus trouxe nova vida, nova esperança . Foi isto que aconteceu com os discípulos que, dominados pela decepção, tristeza e desorientação, encheram-se de alegria e esperança diante do Cristo ressurreto. A alegria estava de volta e o medo desaparece na vida daqueles discípulos. Resgataram a confiança de que poderiam enfrentar qualquer desafio e ser vencedores. A partir daquele momento, passaram a confiar, mesmo diante de provas e sofrimentos.

Observa-se que a presença de Cristo produz paz, segurança e esperança na vida daqueles discipulos. Agora, deveriam prosseguir, crendo Nele, e ainda lhes deu uma missão muito importante: deveriam “em nome de Jesus pregar o arrependimento para a remissão dos pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.”(v.47). O arrependimento e a remissão de pecados deveriam ser pregados a todas. Ninguém ficaria fora do propósito salvador de Deus, independentemente, de sua idade, sexo, raça, cor ou condição social.   Esta é a mensagem que Pedro pregaria no Pentecostes, uma mensagem que faria com que milhares de pessoas declarassem Jesus, como seu Salvador. Através do arrependimento, eles deveriam convidar  às pessoas a saírem de seus caminhos egoístas e se voltarem para Jesus, aquele que havia morrido e ressucitado. E tudo isto  deveria ser realizado “em seu nome”. Esta é uma referência à autoridade de Jesus. O perdão e a bênção vêm somente por meio da obra de Cristo ressuscitado (At 2.30-39).

Eles deveriam ser também testemunhas da morte e ressurreição de Cristo e espalhar esta mensagem até aos confins da terra. Essa é a grande verdade do Evangelho que os discípulos deveriam  testemunhar: “Vós sois testemunhas destas coisas.” (v.48).Este convite, Jesus deixou evidente,antes de ser elevado aos céus: “E serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” (Atos 1.8). Agora, vocês devem testemunhar estas verdades a todas as nações. Mesmo em face dos obstáculos, dos sofrimentos e mesmo da morte, vocês devem ir e pregar não somente em Israel, mas a todas as nações.

A  vontade de Deus é que todos conheçam os seus ensinamentos, apesar de que muitos têm negligenciado o plano traçado por Jesus e ensinado por ele aos seus discípulos. De qualquer forma, Jesus nos convida a ser testemunhas da crucificação, morte e ressurreição de Jesus, pois a mensagem do evangelho continua tendo a mesma força, propósito e impacto na vida das pessoas, tal como ocorrera na vida dos discípulos de Jesus. Por isso, precisamos aprender com os discípulos e apóstolos. Eles foram as primeiras testemunhas de Jesus,  e agora  somos herdeiros deste testemunho sobre a Ressurreição do Senhor. Somos testemunhas de sua misericórdia e de seu amor.

As últimas palavras do Senhor é uma promessa aos discipulos:   Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.” (v. 49),  A promessa é uma referência  â vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2).  Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. Os discípulos deveriam ficar em Jerusalém até que o Espírito os capacitasse no Dia de Pentecostes. E assim permamneceram na cidade! Após receberem o Espírito Santo no Dia de Pentecostes, Pedro se apresenta diante de muitos israelitas como testemunha do Ressuscitado. Seu testemunho é decidido e audaz. Em meio a perplexidade de alguns que buscavam entender o que estava acontecendo naquele momento, Pedro se levanta juntamente com os onze, e tomando a palavra, dirige-se aos judeus e a todos os que se encontram em Jerusalém. Proclama uma pregação envolvente, destacando a necessidade de se explicar os fenômenos à luz da Palavra de Deus,proferida no AT. Nela, Pedro liga os eventos desse dia com a morte e ressurreição de Jesus e termina com um convite ao arrependimento.

Que possamos cumprir a nossa missão, com o auxílio do Espirito Santo, testemunhando Jesus em todos os lugares, seja indo, orando pelos missionários e pastores, seja contribuindo com aqueles que se dispõe a ir. Faça a sua parte! Seja uma testemunha de Cristo! Amém!