TEXTO: LC 24.36-49
TEMA: SOMOS TESTEMUNHAS DO CRISTO RESSUSCITADO!
Ainda estamos vivendo o clima de Páscoa. Os nossos pensamentos ainda estão voltados para os acontecimentos ocorridos em Jerusalém, no qual de modo especial nos lembramos do padecimento, morte e finalmente a ressurreição de Jesus Cristo. Estes acontecimento também estavam ainda presentes na mente dos discipulos. Eles ficaram profundamente preocupados, decepacionados e cheios de dúvidas, com o que acontecera com Jesus após a Sua morte. Eles ainda estavam escutando o que diziam os discípulos de Emaús quando o próprio Jesus se coloca no meio deles e lhes mostra as cicatrizes em suas mãos e nos pés. À semelhança do que fez com Tomé, Jesus os convida a tocarem nas suas cicatrizes, para que tenham certeza de que não se tratava de um fantasma. Para dar ainda mais uma prova de sua ressurreição, come com eles peixe e mel.
Eram provas convincentes para que os discipulos mudessem de comportamento ou opinião sobre a ressurreição de Jesus. Ele não era um fantasma, nem de um morto, nem mesmo de um anjo, mas um Ressuscitado. Jesus,então, aproveita aquele momento para revelar aos discipulos, o que diz às Escrituras a seu respeito. Ele queria que eles compreendessem, completamente, o significado das profecias sobre a sua morte e ressurreição. E à medida em que Jesus ensinava às Escrituras, Ele fortalecia e iluminava o entendimento deles para pudessem compreender o significado da sua morte e ressurreição. Atraves destes ensinamentos,Jesus trouxe nova vida, nova esperança aos discipulos. A alegria estava de volta e o medo desaparece.
Eles,agora,deveriam testemunhar estas verdades a todas as nações: “Vós sois testemunhas destas coisas.” (v.48). Mesmo em face dos obstáculos, dos sofrimentos e mesmo da morte, eles deveriam pregar não somente em Israel, mas em todas as nações. Este convite, Jesus deixou evidente, antes de ser elevado aos céus: “E serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” (Atos 1.8). E de fato isto aconteceu no Dia de Pentecostes. Após receberem o Espírito Santo, Pedro se apresenta diante de muitos israelitas como testemunha do Ressuscitado. Seu testemunho é decidido e audaz.
O tempo pascal é uma grande oportunidade para refletirmos sobre a nossa missão de ser testemunha fiel sobre a Ressurreição do Senhor. Mas como posso ser testemunha de Jesus Cristo? Como falar sobre a ressurreição de Jesus quando as pessoas depositam esperança em tantas coisas neste mundo, menos no Cristo que ressuscitou? Os discipulos testemunharam sobre a Ressurreição do Senhor. Para eles, não se tratava simplesmente de pregar, mas sim de contar tudo o que viram e ouviram: “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido''. (Atos 4.20). Continuar o testemunho dos discipulos deve ser a missão da Igreja e de cada um dos cristãos de todos os tempos. Estamos testemunhando o poder de Deus, do milagre da ressurreição, da vida que venceu a morte, do Cristo que está vivo e presente no meio de nós?
Estimados irmãos! O texto anterior mostra dois discípulos que estavam a caminho de Emaús. E depois de terem reconhecido Jesus, se dirigiram cheios de alegria à Jerusalém para informar aos outros discípulos, o que tinha acontecido sobre a ressurreição de Jesus. As notícias eram ótimas, mas havia uma mistura de incredulidade e medo na vida dos discipulos. Quando estavam falando, o próprio Senhor se coloca no meio deles com uma saudação inesperada. Assim, Ele afastou os temores e pressentimentos que os discípulos acumularam durante o sofrimento de Jesus: “A paz esteja convosco!”.(v.36).
Mas,afinal, de que paz Jesus estava falando aos discípulos? Quando se coloca no meio deles com uma saudação inesperada e, ao mesmo tempo, redentora? Ora, esta saudação, tem um significado profundo. Ela é significativa. Não se trata de um desejo ou saudação simplesmente. Em Cristo, porém, a paz adquire dimensões mais sublimes. O que Jesus conquistou na cruz para nós vai muito além daquilo que o mundo poderia nos oferecer. Ele nos trouxe a paz de Deus, perdão dos pecados e vida eterna. Trata-se, portanto, da paz plena que Jesus concede aos seus discípulos. O Príncipe da paz veio trazer alegria. Ele vencera a morte e o pecado.
O apóstolo Paulo responde em Rm 5.1 em que consiste a paz: “Justificados, pois mediante a fé tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” É a paz da reconciliação do perdão dos pecados; vida e salvação. É a paz que o mundo necessita. Esta paz só pode ser encontrada em Jesus, o Príncipe da paz. Ele tem o imenso prazer de dar a sua paz: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração" (Jo 14.27). No meio de toda angústia estamos ancorados em Jesus Cristo. É em Jesus que temos uma esperança viva de que o nosso sofrimento será coroado de paz.
No entanto, o medo ainda continuava na vida dos discípulos, e isso impedia que eles o reconhecessem. Assustados, julgavam estar vendo um espírito (fantasma). (v.37). Esta não era a primeira vez. Em outras ocasiões os discípulos também não reconheceram Jesus, como no alto mar (Mc 6.48-49), no caminho para Emaús ( Lc 24.16), quando estavam pescando, depois da ressurreição ( Jo 21.4). Por isso, Jesus questiona: Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração? (v.38) A reação dos discípulos era compreensível. Afinal, viram o Salvador sendo surrado, chicoteado e pendurado na cruz. Estava morto e não poderia sair de sua sepultura. Contudo, não deveriam estarem perturbados e com dúvidas, pois Jesus havia explicado várias vezes que seria vítima de uma morte dolorosa e ressuscitaria ao terceiro dia. Além disso, deveriam estar convencidos do testemunho de Pedro ou outros discípulos, como aconteceu com Tomé.
Jesus sabia o quanto os discípulos estavam perturbados e com medo. E que era difícil lidar com estas contrariedades. Por isso, a melhor maneira de dissipar as dúvidas persistentes de alguns discípulos, assim como suas ideias equivocadas a respeito de sua ressurreição, era o contato com a realidade objetiva, com a verdade dos fatos. Era mostrar suas mãos e seus pés furados pelos pregos que mantiveram Jesus preso à cruz. Isto mostraria que tinha ressuscitado verdadeiramente, e assim afastaria qualquer espécie de dúvida. Esta era uma demonstração de que não era um fantasma, e que de fato havia ressuscitado: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” (v.39).
Após Jesus mostrar as marcas da crucificação e ,principalmente, depois de dizer, claramente, quem era, os discípulos ainda permaneceram incrédulos. Ainda continuavam duvidando. Parece que suas mentes estavam fechadas. Eles não compreendiam, plenamente, sobre a morte e ressureição de Cristo. Foi preciso que Jesus mostrasse as suas mãos e pés. Para Tomé, Jesus disse: “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente”. (João 20.27). Jesus interpreta essa situação como falta de fé. E para que terminassem de acreditar que tinha ressuscitado com um corpo autêntico e real, Jesus, então, pediu algo para comer: “ Tendes aqui alguma coisa que comer?” (v.41). Os discípulos lhe dão “ um pedaço de peixe assado e um favo de mel”.(v.42). Então, Jesus comeu na frente dos discípulos. Um peixe assado foi a “prova” que convenceu os discípulos que Jesus havia ressuscitado, e que Ele não era um fantasma, nem de um morto, nem mesmo de um anjo, mas um Ressuscitado.
O Senhor Jesus depois de insistir em mostrar que ressuscitou, ao exibir as marcas da crucificação e comer diante deles, Ele agora aproveita o momento para revelar aos discipulos, o que diz às Escrituras a seu respeito: “São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: “importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” (v.44). Jesus queria que eles compreendessem ,completamente, o significado das profecias sobre a sua morte e ressurreição. Deveriam se conscientizar de que Ele havia cumprido às Escrituras, algo predito no Antigo Testamento. Isto significa que o plano de Deus, como foi delineado na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos, (esta era a divisão judaica de toda a Antiga Aliança) cumpriu-se em Jesus naquele momento. Portanto, Jesus não apresenta nada de novo, mas deveriam estar familiarizados desde a infância com a Antiga Aliança. E à medida em que Jesus ensinava às Escrituras, Ele fortalecia e iluminava o entendimento deles para pudessem compreender ,completamente, o significado das profecias, da sua morte e ressurreição. (v. 45).
Jesus ao expor às Escrituras aos discipulos, duas partes do plano de Deus foram cumpridas. “Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia.” (v.46). Primeiro, Ele “havia de padecer”. Segundo, “no terceiro dia havia de ressucitar dos morto.” Este assunto,Jesus sempre havia falado, pessoalmente, enquanto estava com os discipulos. E durante o Seu ministerio, Ele fez várias previsões sobre a sua própria morte e ressurreição: Assim, afirma, Mateus: “Começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia.” (16.21). “Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte.” ( 20.18,19).
No entanto, cada vez que Jesus falava sobre este assuto, os discípulos demonstravam não compreender de alguma forma, mas Jesus sempre utilizou-se da ocasião para repeendê-los e ensinar-lhes, a importância de se manterem firmes na fé. Isto Ele o fez durante todo o seu ministerio, antes da sua morte. Agora, após a sua morte e ressurreição, Jesus aparece aos seus discipulos, que estavam decpcionados e desorientados, para ensinar-lhes às Escrituras, que de fato Ele foi preso, condenado e morto, mas ressuscitou. Eles só conseguiram entender às Escrituras quando Jesus abriu o entendimento deles, como já havia acontecido com os dois discípulos no caminho para Emaús ( Lucas 24:25-31). Com a sua ressurreição, Jesus trouxe nova vida, nova esperança . Foi isto que aconteceu com os discípulos que, dominados pela decepção, tristeza e desorientação, encheram-se de alegria e esperança diante do Cristo ressurreto. A alegria estava de volta e o medo desaparece na vida daqueles discípulos. Resgataram a confiança de que poderiam enfrentar qualquer desafio e ser vencedores. A partir daquele momento, passaram a confiar, mesmo diante de provas e sofrimentos.
Observa-se que a presença de Cristo produz paz, segurança e esperança na vida daqueles discipulos. Agora, deveriam prosseguir, crendo Nele, e ainda lhes deu uma missão muito importante: deveriam “em nome de Jesus pregar o arrependimento para a remissão dos pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.”(v.47). O arrependimento e a remissão de pecados deveriam ser pregados a todas. Ninguém ficaria fora do propósito salvador de Deus, independentemente, de sua idade, sexo, raça, cor ou condição social. Esta é a mensagem que Pedro pregaria no Pentecostes, uma mensagem que faria com que milhares de pessoas declarassem Jesus, como seu Salvador. Através do arrependimento, eles deveriam convidar às pessoas a saírem de seus caminhos egoístas e se voltarem para Jesus, aquele que havia morrido e ressucitado. E tudo isto deveria ser realizado “em seu nome”. Esta é uma referência à autoridade de Jesus. O perdão e a bênção vêm somente por meio da obra de Cristo ressuscitado (At 2.30-39).
Eles deveriam ser também testemunhas da morte e ressurreição de Cristo e espalhar esta mensagem até aos confins da terra. Essa é a grande verdade do Evangelho que os discípulos deveriam testemunhar: “Vós sois testemunhas destas coisas.” (v.48).Este convite, Jesus deixou evidente,antes de ser elevado aos céus: “E serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” (Atos 1.8). Agora, vocês devem testemunhar estas verdades a todas as nações. Mesmo em face dos obstáculos, dos sofrimentos e mesmo da morte, vocês devem ir e pregar não somente em Israel, mas a todas as nações.
A vontade de Deus é que todos conheçam os seus ensinamentos, apesar de que muitos têm negligenciado o plano traçado por Jesus e ensinado por ele aos seus discípulos. De qualquer forma, Jesus nos convida a ser testemunhas da crucificação, morte e ressurreição de Jesus, pois a mensagem do evangelho continua tendo a mesma força, propósito e impacto na vida das pessoas, tal como ocorrera na vida dos discípulos de Jesus. Por isso, precisamos aprender com os discípulos e apóstolos. Eles foram as primeiras testemunhas de Jesus, e agora somos herdeiros deste testemunho sobre a Ressurreição do Senhor. Somos testemunhas de sua misericórdia e de seu amor.
As últimas palavras do Senhor é uma promessa aos discipulos: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.” (v. 49), A promessa é uma referência â vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2). Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. Os discípulos deveriam ficar em Jerusalém até que o Espírito os capacitasse no Dia de Pentecostes. E assim permamneceram na cidade! Após receberem o Espírito Santo no Dia de Pentecostes, Pedro se apresenta diante de muitos israelitas como testemunha do Ressuscitado. Seu testemunho é decidido e audaz. Em meio a perplexidade de alguns que buscavam entender o que estava acontecendo naquele momento, Pedro se levanta juntamente com os onze, e tomando a palavra, dirige-se aos judeus e a todos os que se encontram em Jerusalém. Proclama uma pregação envolvente, destacando a necessidade de se explicar os fenômenos à luz da Palavra de Deus,proferida no AT. Nela, Pedro liga os eventos desse dia com a morte e ressurreição de Jesus e termina com um convite ao arrependimento.
Que possamos cumprir a nossa missão, com o auxílio do Espirito Santo, testemunhando Jesus em todos os lugares, seja indo, orando pelos missionários e pastores, seja contribuindo com aqueles que se dispõe a ir. Faça a sua parte! Seja uma testemunha de Cristo! Amém!
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