segunda-feira, 17 de junho de 2024

TEXTO: SL 123

TEMA: CLAMEMOS POR MISERICÓRDIA AO SENHOR!

Somos desprezados em diversas ocasiões da vida. Somos desprezados pela vizinhança, pelos colegas de trabalho e de escola, pela mídia e por todos os que não amam ao Senhor. Somos zombados e ridicularizados. Somente quem já viveu essa forma de desprezo, rejeição ou discriminação sabe como é uma experiência tão dolorosa.

O salmista viveu esta situação junto com o seu povo. Ele e sua comunidade recorrem ao Senhor que os ajudem contra seus opositores. Realiza uma oração intensa em busca de ajuda, devido o desprezo causado pelos soberbos. Ele eleva os olhos, esperando uma manifestação da misericórdia do Senhor.

Quem de nós não precisa de misericórdia, e não tem clamado por ela? Se nos sentimos desprezados, rejeitados, discriminados, olhemos para o Senhor e clamemos por misericórdia. Esperamos, pacientemente, que Senhor nos ofereça o socorro. Esse é o exemplo que devemos carregar sempre conosco. Por isso, mantermos os olhos fixos na misericórdia do Senhor. Só a misericórdia do Senhor nos garante paz em meio a tanto desprezo, pois Ele é amoroso, gracioso e fiel para com seu povo.

                                                                I

O salmo 123 faz parte dos cânticos de degraus ou de peregrinação. Era entoado nas caminhadas das famílias quando subiam para adorar em Jerusalém, que aconteciam três vezes ao ano. A jornada passa por lugares sombrios e profundos. O solo é rochoso. Muito quente durante o dia e muito frio à noite. Os peregrinos precisavam de disposição para caminhar. Segundo a sequência dos “cânticos de romagem”, este provavelmente era cantado depois que os viajantes já tinham cruzado as portas de Jerusalém (Sl 122) e agora contemplavam não apenas a cidade, mas sua real condição.

O salmista inicia, dizendo: A ti que habitas nos céus, elevo os meus olhos.” (v.1a). Ele busca ajuda no Senhor, pois as circunstâncias em que viviam os israelitas eram terríveis. A cidade fora destruída. Não havia proteção. Os israelitas sofriam humilhações de toda sorte, sobretudo a dor da saudade do antigo esplendor do reino de Davi e Salomão.  O salmista se vê impotente, sem segurança, sem força para lutar. Por isso, ele busca ajuda através do Senhor. Ele dirige-se àquele que habita nos céus em busca de seu auxílio, socorro e proteção. No salmo 121, no segundo salmo de degraus, ele olhava para os montes e clamava por socorro a Deus. O fato de o salmista ter olhado para "os montes", pensava num possível socorro, numa possível solução para seus problemas. Pode ser que o salmista estava procurando nos montes, quem pudesse oferecer o socorro. Assim, o Deus poderoso que vem do alto, de cima dos montes, seria de onde viria à ajuda.

Neste salmo, o salmista está olhando para Deus na mesma expectativa. Ele elevou os olhos dele para o alto e para Deus, porque já imaginava que sozinho não teria condições de vencer as dificuldades. Sendo assim, ao se deparar diante dos perigos e dificuldades, olhou para dentro de si e chegou a uma conclusão importante: ajuda vem Daquele que habita nos céus.  O salmista não encontra socorro nos montes. Não é dos montes que ele espera o auxilio. Não seria nos montes que os peregrinos encontrariam ajuda, diante das dificuldades que estavam enfrentado. Por mais elevado que fosse um monte, dele não poderia vir o esperado socorro, mas somente do Senhor que habita nos céus. É com fé verdadeira que o olhar do salmista se eleva a ele, pois sabe que somente no seu poder há solução para os seus problemas.  

Para onde você tem olhado? Olhamos para os montes, para a situação difícil que vivemos, para os problemas da vida e nossos enigmáticos caminhos. Deixamos, muitas vezes, de olhar para o nosso Deus de onde vem o socorro nos momentos mais duro e cruéis da nossa vida. Deixamos de olhar para Aquele que habita nos céus. Hoje, somos convidados a olhar para o céu onde habita o Senhor. Ele nos dará o socorro esperado. Somente o Senhor é capaz de nos tirar das situações difíceis e atender ao nosso pedido de socorro. Foi o que fez o salmista. Depois de pensar coerentemente nas possíveis soluções para os seus problemas, o salmista chega a uma conclusão magnífica. Ele encontrou uma resposta: ajuda vem Daquele que habita nos céus

                                                           II

 Em sua oração, o salmista reconhece que o socorro vem Daquele que habita nos céus. Ele faz uso de um modo comparativo, no qual representa a figura do servo: Eis que, como os olhos dos servos atentam para a mão dos seus senhores e como os olhos da criada atentam para a mão da sua senhora.” (v.2a). A ilustração traz a ideia do servo mantendo constantemente os olhos nas mãos do senhor, aguardando com paciência por aquilo que ele precisa.  Olhar para suas mãos significa, primariamente nesse texto, aguardar a mão bondosa do senhor ao conceder o necessário para vida. Assim, o servo depende totalmente do seu senhor, ou seja, orientação, instrução e sustento em sua vida.  Ele depende do gesto da mão do seu senhor. Da mesma forma, o salmista entende que o povo de Deus deveria clamar pela mão do Senhor que significa auxilio, ajuda e socorro: assim os nossos olhos atentam para o Senhor, nosso Deus, até que ele se compadeça de nós.” (v.2b). Essa é a súplica do salmista. Ele aguardava pacientemente o dia no qual Deus, misericordiosamente, aliviaria o sofrimento de seu povo, uma vez que o povo de Deus tinha sido reduzido à extrema necessidade e levado a beira do desespero.

 Reconhecendo de onde vem o socorro, o salmista explica o motivo da sua súplica pelo socorro divino: estamos sobremodo fartos de desprezo.” (v.3b). Ele se sente oprimido e desprezado. O desprezo era a razão de seu pedido de socorro,pois os judeus sofriam muito com o desprezo e a crueldade de seus opressores. Sendo assim, o salmista enfatiza novamente o desprezo e define quem são os escarnecedores que o oprimem: A nossa alma está saturada do escárnio dos que estão à sua vontade e do desprezo dos soberbos.” (v.4). Ele estava farto do escárnio dos arrogantes e do desprezo dos orgulhosos. A expressão usada pelo salmista “dos que estão à sua vontade” significa “calmo, quieto, tranquilos”, mostra o quanto o povo e o salmista eram desprezados pelos seus opositores, mas se sentiam seguros e firmes na sua posição.

O cristão sofre muito com o desprezo neste mundo. Esta é a mentalidade do mundo, desprezar todos os que vivem para Deus. Do passado ao presente, ainda vivemos esta realidade. Somos desprezados em diversas ocasiões da vida. Somos desprezados pela vizinhança, pelos colegas de trabalho e de escola, pela mídia e por todos os que não amam ao Senhor. Somos zombados e ridicularizados. Somente quem já viveu essa forma de desprezo, rejeição ou discriminação sabe como é uma experiência tão dolorosa.

O salmista viveu este desprezo. Mas, ele olha para o Senhor. O único que habita nos céus. Ele consegue levantar os olhos para o único  que pode salvá-lo. E ,assim, aguardava com paciência e esperança a atuação graciosa de Deus. Esta expressão revela a confiança e esperança do salmista na graça de Deus: Tem misericórdia de nós, Senhor, tem misericórdia.” (v.3a). O desprezo faz o salmista clamar por misericórdia. Portanto, confiava nas misericórdias do Senhor, pois elas expressam bênçãos, revelam o sentimento de compaixão para com Seu povo.  Deus está sempre disposto a dar uma nova chance, a começar de novo.  Foi nesta confiança que o salmista, em meio à angústia, ele invocou ao Senhor. Ele creu que só havia uma escapatória diante de sua angústia: confiar na misericórdia do Senhor.

Também somos convidados a reconhecer as misericórdias do Senhor. Somos conclamados a continuar no mesmo espirito de oração e louvor, reconhecimento e súplica pelas misericórdias. Quem de nós não precisa de misericórdia, e não tem clamado por ela? Se nos sentimos desprezados, rejeitados, discriminados, olhemos para o Senhor e clamemos por misericórdia. Esperamos, pacientemente, Deus nos oferece o socorro.  Esse é o exemplo que devemos carregar sempre conosco. Mantermos os olhos fixos na misericórdia do Senhor. Só a misericórdia do Senhor nos garante paz em meio a tanto desprezo. Amém.

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