TEMA: A NOSSA ATITUDE DIANTE AS TEMPESTADES DA VIDA
TEXTO:MC 6.45-52
Os discipulos enfretaram esta realidade, e ,consequetemente, sentiram o desespero, o medo e angustia. Mas, a causa do desespero dos discípulos não era a fúria da tempestade, mas a falta de fé, a incredulidade dentro deles. Afinal, “não haviam compreendido nada a respeito dos pães” (v. 52). Isto significa que não haviam entendido ainda quem era Jesus, o Messias profetizado nas Escrituras. Marcos os chama de “coração endurecido”. E Jesus, logo após acalmar a tempestade os questiona: “Porque sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?” (Marcos 4.40).
Essa falta de entendimento dos discípulos é também, muitas vezes, a nossa falta de compreensão, falta de fé diante do que Jesus tem realizado em nossas vidas. Aquilo que era certeza para nós começa a se tornar em dúvida,E qual deve ser a nossa atitude e a nossa postura para enfrentarmos as tempestades?
O texto apresenta duas atitudes e que servem de reflexão para a nossa meditação: Primeiro, precisamos crer que o Senhor é fiel às suas promessas e jamais permitirá que sejamos vencidos pela tempestade. Segundo, precisamos crer que o nosso socorro vem do Senhor e não permitirá que a tempestade venha a nos destruir. Não importa, se tempestade que você está enfrentando é pequena ou grande, o que importa é que o Senhor está com você e não permitirá que você seja vencido pela tempestade
O milagre que Jesus havia realizado, ao alimentar milhares de pessoas, impressionou o povo. Eles concluem que Jesus “é realmente o Profeta que devia vir ao mundo”. (Jo 6.14). Sendo assim, o povo queria transformá-lo num rei. Mas Jesus percebe tal situação, dispensa a multidão, convida os seus discípulos a embarcar num barco, envia a Betsaida e se retira para as montanhas a fim de orar sozinho.(vv.45 e 46).
Os discípulos obedeceram a ordem de Jesus, e entraram no barco. “Ao cair da tarde, o barco estava no meio do mar, e Jesus estava sozinho em terra”.(v.47). É justamente neste momento que os discipulo se deparam diante de uma violenta tempestade durante a viagem. Não era a primeira vez que os discípulos enfrentavam uma tempestade no meio do mar. Em Mt 14.22-33, lemos que as violentas ondas, daquele mesmo mar já haviam dado com ímpeto contra o barco deles. Mas naquela ocasião Jesus estava com eles. Agora, eles estavam sozinhos. E neste momento, o barco era açoitado pelo vento,e aqueles homens mesmo sendo experientes pescadores e acostumados as variações do mar, chegaram a um momento que pensaram não ter mais solução para eles.
Teria Jesus abandonado os seus discípulos? Aquela tempestade estava oculta aos olhos de Jesus? Afinal, os discípulos remaram por volta da “quarta vigília da noite”, ou seja, de 6h da noite, às 3h da madrugada. Além disso, o vento soprava contra os discípulos, e insistentemente dificultava o remar daqueles homens. Há um outro detalhe: Jesus passa e parece não ter a intenção de parar para ajudá-los: “e queria tomar-lhes a dianteira” (v.48). Dá nos entender que não havia mais solução. Mas, porque estavam perecendo? Poderiam clamar ao Senhor, recorrer a Jesus com toda a confiança dizendo: Senhor, salva-nos, estamos perecendo!
Diante desta situação, precisamos clamar ao nosso Deus, A grande questão é: até quando vamos continuar remando contra o vento, sem clamar ao Senhor? Na realidade, um clamor é uma súplica, um pedido, com fervor, com sentimento de piedade e compaixão. Quem clama por algo, pede ardentemente. Deus nos convida a usar esta forma de oração para comunicarmos que precisamos desesperadamente da Sua misericórdia. A Palavra de Deus nos assegura que nosso Pai escuta nossos gritos e responde. Assim diz o salmista: “Elevo os meus olhos para os montes, de onde me vem o socorro? Meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra.” (Salmos 121.1-2). “Eu estava chorando ao Senhor com minha voz, e ele respondeu de Seu santo monte.” (Salmo 3.4). Jeremias: “Clama a mim e responder-te-ei e anunciar-te-ei, coisas grandes e firmes que ainda não sabes.” (Jeremias 33.3). Precisamos ser como Jacó, insistir com o Senhor, ele não saiu da presença do Senhor sem a bênção nas mãos. (Gn 32.22-32). Clamando ao Senhor com urgência, deixamos de lado o nosso orgulho ou qualquer atitude de autossuficiência, e cremos que o Senhor é fiel às suas promessas e jamais permitirá que sejamos vencidos pela tempestade.
Quando parecia que Jesus não viria livra-los, quando não havia mais solução, Ele aparece para acalmar a tempestade. Ele foi ao encontro e exerce todo o Seu poder sobre a natureza. Ele não só controla a tempestade, mas anda sobre as águas agitadas pelo forte vento: ... “veio ter com ele, andando por sobre o mar; e queria toma-lhes a dianteira.” (v.48). Quando os discípulos acreditaram que foram salvos do naufrágio, aumentou o medo. Neste momento, os discípulos viram Jesus andando sobre o mar, mas se assustaram, pensavam que ele era um fantasma. (v.49). E,assim, perderam todo o equilíbrio necessário diante daquela situação. Não bastasse o cansaço dos braços remando contra a fúria do vento, agora, eles veem diante si a visão de um fantasma andando pelo mar. Mas não há motivo para isso. Se tivessem entendido “o significado dos pães”, o milagre que Jesus realizou algumas horas antes quando alimentou milhares de pessoas, eles não teriam ficado surpresos ao ver Jesus andar sobre a água e acalmar o vento.
Jesus, porém, percebendo a reação deles, os acalmou dizendo: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!(v.50).Sua voz ecoou no meio do vendaval e chegou de forma nítida ao coração dos discípulos.Foram justamente estas palavras que os discípulos precisavam no momento diante do medo e angustia, provocada pelo vendaval em pleno mar. Ele precisavam ouvir: “Eu sou”. Ao dizer esta expressão,Jesus se identifica. Deste modo, os discípulos podiam conhecer que, quem lhes falava, era o mesmo que falou com Moisés nestes termos: “Eis como responderás aos israelitas: EU SOU envia-me junto de vós.” (Ex 3.14). É assim que Deus normalmente se apresenta no Antigo Testamento. “Eu sou” o Deus Criador, Consolador e Sustentador (Is 43.25; 48.12; 51.12). Esse nome revela que o Senhor é o Deus que intervém na história de Israel, libertando-o das amarras da escravidão do Egito. É o Deus que se revela através de seu Filho, que morreu na cruz para nos salvar. Então, a expressão dita por Jesus,pode ser entendida,como um “não temam, sou Jesus, tenham confiança em mim, porque Eu sou Deus e estou com vocês”.
Ele também contempla nossas lutas, sofrimentos e angustias, bem como também vem ao nosso encontro em meio as tempestades e lutas da vida. Nós não estamos sozinhos durante as lutas, ele está conosco. Se estamos passando por tempestades, devemos aguardar com paciência ajuda do Senhor. Ele não se esqueceu de nós, mas ele virá ao nosso encontro, ainda que seja pela quarta vigília da noite. Ele disse: “tende bom ânimo”! Como manter o bom ânimo em meio às muitas lutas, adversidades e desafios que a vida moderna nos impõe? Onde é comum encontrarmos pessoas desanimadas? Para mantermos o “bom ânimo" precisamos esperar no Senhor. Durante e depois da tempestade a presença de Cristo deve ser a razão do nosso ânimo e da nossa alegria. Qual tem sido a razão do seu ânimo, da sua alegria e da sua euforia? Não se deixe entregar aos problemas, mas tenha ânimo em Jesus! Lembre-se as palavras de Jesus: “No mundo tereis todo o tipo aflições: desgosto, mágoas preocupações, inquietudes, ansiedades, torturas, mas tende bom ânimo porque Eu venci o mundo”. (Jo 16.33).
Como os discípulos reagiram mediante a ação do “Eu sou”? A expressão identifica-o imediatamente com o Senhor. Naquele momento ele se revelava aos discípulos de uma maneira como eles ainda não o conheciam. Diz o texto que após a calmaria os discípulos se encheram de temor: “ficaram entre si atônitos” (v.51). Ficaram encantados com a pessoa de Jesus A tempestade vem para nos revelar quão grandioso é o Deus que nós temos, o Deus que nos livra, que nos liberta, nos salva; o Deus que socorre e que guarda aquele que é Dele. A tempestade é uma ocasião para a adoração. Em vez de questionamentos, murmurações, precisamos aprender a adorar a Deus. Reconhecê-lo como objeto de nosso louvor e devoção. A tempestade é uma ocasião para o crescimento. Parece ter sido essa a ideia que Jesus tinha em mente quando os compeliu a entrar no barco e cruzar o lago. Eles precisavam crescer, amadurecer. Jesus então criou a situação ideal para isso. Colocou-os diante de uma tempestade.
Não importa, se tempestade que você está enfrentando é pequena ou grande, o que importa é que o Senhor está com você e não permitirá que você seja vencido pela tempestade. Tome uma atitude sabia: creia que o Senhor é fiel às suas promessas e jamais permitirá que seja vencido pela tempestade.Amém!