TEXTO:JR 23.1-6
TEMA:O CUIDADO COM AS OVELHAS DO SENHOR!
No exercício de nossa vocação precisamos refletir sobre a grande responsabilidade do cuidado do rebanho do Senhor. O ministério pastoral exige, senso de responsabilidade, amor e paciência, alegria e abnegação, ordem e humildade ao conduzir as ovelhas. Ao apascentar o povo de Deus, os pastores devem garantir o suprimento de alimento, conduzindo as suas ovelhas em direção de bons pastos e de água fresca.
No entanto, que se tem visto são alguns pastores conduzindo as suas ovelhas para o abismo, e que não tem nada para agregar em relação ao verdadeiro conhecimento de Cristo descrito nas Escrituras Sagradas. São mercenários pelo qual trabalham para si e em função dos seus próprios interesses. Não pensam em duas vezes em querer abandonar o rebanho. Estão mais ligados às coisas do que às pessoas, infelizmente essa é a verdade que temos visto nas igrejas de hoje.
A mesma situação estava ocorrendo no tempo de Jeremias. Havia pastores infiéis que não apascentavam suas ovelhas. Foram acusados por Deus de destruírem e espalharem as ovelhas. Mas os negligentes não ficariam sem o devido castigo de sua iniquidade, de sua falta de responsabilidade. Por isso, o Senhor diz que Ele mesmo pastoreará suas ovelhas, haveria de enviar o supremo Pastor, o Grande Rei, o Renovo Justo, que reinaria com sabedoria e justiça. O Seu reinado seria grandioso e jamais teria fim. Ele sofreria por amor às ovelhas, para dar a elas o perdão dos pecados e a nova vida. Por meio desse Rei, as ovelhas seriam regeneradas, justificadas e capacitadas com o auxílio do Espírito Santo.
O texto começa com uma severa acusação feita pelo próprio Deus contra os pastores de Judá: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor”. (v.1). As palavras proferidas são direcionadas a todos os maus pastores de Judá. A todos os que possuíam alguma função diretiva entre o povo de Deus: reis, sacerdotes e profetas, de modo geral à liderança de Judá. Esses pastores não conduziam sabiamente o rebanho de Deus. Havia pastores infiéis que não apascentavam suas ovelhas. Foram acusados por Deus de destruírem e espalharem as ovelhas.
Diante dessa falta de responsabilidade do cuidado do rebanho, as palavras que são dirigidas aos líderes de Israel, são de condenação absoluta: “Ai dos pastores”. A expressão ai geralmente introduz uma mensagem de julgamento. Eles serão julgados pelas suas atitudes. Serão castigados por causa da maldade, pois o Senhor não está satisfeito com a atitude dos pastores que não respeitam as ovelhas que lhe foram confiadas. Eles não alimentavam as suas ovelhas com os pastos verdejantes. Dispersavam as suas ovelhas(v.1a). Afugentavam e não cuidavam. (v.2). Não as respeitavam. Não as amavam, achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica.
As palavras do Senhor, também vale para os pastores na atualidade. Encontramos muitos pastores que agem da mesma forma: dispersam, afugentam e não cuidam de suas ovelhas. Há pastores que estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Há pastores que mudam a mensagem para obter lucros. Pregam prosperidade e enganam o povo com mensagens tendenciosas para abastecer a si mesmos. Há pastores fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. Deus, certamente, tratará com firmeza aqueles que não vivem, não assumem a responsabilidade como pastor e servo a serviço do rebanho do Senhor.
Após advertir e prometer punir os líderes infiéis, o Senhor se comprometeu a prover várias bênçãos às suas ovelhas. Demostrou a sua misericordiosa, compaixão e cuidado por Suas ovelhas. Não as abandonou! “Eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras” (v.3a). O fracasso dos pastores requer que o Senhor, pessoalmente, assuma o controle de uma nova maneira, pois os líderes não amavam o povo. ¨Sendo assim, o Senhor garantiu que reuniria novamente o remanescente e cuidaria pessoalmente do seu povo. O Senhor afirma que haveria de recolher “o restante” das ovelhas e elas seriam “fecundas” “multiplicadas”. O recolhimento do remanescente mostra os cuidados contínuos do Senhor por seu povo e a sua determinação em cumprir seus propósitos quanto à aliança. O resgate do povo judeu aqui revelado não se refere somente à terra onde o povo possuiria e habitaria, mas o Senhor fala de uma glória perpétua, uma felicidade total do povo judeu no relacionamento com o Senhor. Outra coisa marcante, do amor de Deus ao seu povo, é a maneira como Ele descreve o rebanho: “o meu povo”, “as ovelhas do meu pasto” e “as minhas ovelhas”.
Na verdade, as ovelhas do Senhor devem ser bem cuidadas, adequadamente alimentadas e diligentemente protegidas. Elas foram compradas com o próprio sangue de Cristo. Desta feita, elas são de imensurável valor, e não podem ficar expostas a nenhuns descuidos de quem quer que seja. O apóstolo Paulo adverte a todos os pastores que lideram o rebanho do Senhor: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (Atos 20.28). Jesus nos deixou um grande exemplo. O seu cuidado pastoral é extremo, a ponto de dar a sua vida por nós. Ele disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10b). A passagem paralela em Jeremias 3.15 nos conta: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência”. Pastores irão liderar o povo alimentando-o com conhecimento e com entendimento dos caminhos e da Palavra de Deus.
Jeremias profetiza que o próprio Deus irá estabelecer novos pastores que cuidem de seu povo. Deus levantaria uma nova geração que defenderia o bem-estar do povo e a vontade do Senhor, acima de seus próprios desejos: “Levantarei sobre elas, pastores que as apascentem, e elas ( ovelhas) jamais temerão, nem se espantarão; nem uma delas faltará, diz o Senhor.” (v. 4). Esses pastores não temerão os tempos, as circunstâncias de um mundo cada vez mais em trevas; não temerão nem mesmo a morte, porque conhecem o Senhor. Conhecerão melhor os tempos, as épocas, os modos de um mundo em confusão e graves crises, que caminha para o seu final. Naquele dia, nenhuma delas(ovelha) faltará. Ela sentirá bem sabendo que o Senhor – o Bom Pastor – a acompanha diariamente. Que maravilha e confortante esta segurança plena!
Além de prometer restauração ao povo, o Senhor prometeu que levantaria um “Renovo” justo. Apresenta o Renovo de Davi, conhecido posteriormente como o Bom Pastor (João 10.11). Esse grande rei governaria com juízo e justiça, pois Deus vê que os pastores não são confiáveis. Pelo contrário, vão contra os seus desígnios. Ele precisa vir pessoalmente à terra através de Jesus, seu Filho, para que este ensine o caminho da paz e da justiça: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra”. (v.5). As qualidades do Messias, destacadas neste trecho, identificam um pastor totalmente diferente daqueles corruptos em Judá. Este descendente de Davi é um Rei justo e sábio, que executa a justiça. Sua sabedoria seria completa, bem como seus planos e a forma correta de agir. Ele estaria ligado ao Pai em todos os momentos, seu reinado consistiria em fazer a vontade daquele que o enviou (Jo 6.38). Ele seria o único Rei completamente justo. E essa justiça consistiria em, primeiramente, viver de forma perfeita, sem pecado, a fim de estar apto a pagar os pecados de suas ovelhas e dar a elas uma nova vida. O Rei justo se sacrificaria pelos seus para salvá-los da condenação divina.
Enquanto os nomes dos infiéis cairiam em podridão (Provérbios 10.7), o nome deste Pastor é o mais exaltado de todos: “...será este o seu nome, com que será chamado: Senhor, Justiça Nossa” (v 6). Os dias do reinado do Messias iriam trazer salvação. Tanto Judá como Israel seriam restaurados. O nome que caracteriza esse rei ideal é o Senhor, Justiça Nossa.
Estimados irmãos! Cuidar das ovelhas do Senhor é um grande privilégio, mas ao mesmo tempo um dever de responsabilidade enorme, pois tratamos com vidas, com pessoas. Portanto, não sejamos negligentes com nenhum dos aspectos mencionados nesta mensagem, mas em tudo busquemos. Amém!
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