sexta-feira, 12 de julho de 2024

TEXTO: Mc 6.30-44

TEMA: SEJAMOS SEMPRE AGRADECIDOS A DEUS!

No mundo de hoje, parece-nos faltar o exercício constante do que significa agradecer. Ser grato, agradecido, parece não estar mais "na moda" entre as pessoas. Mas quando recebemos diariamente ricas bênçãos de Deus, tanto para nosso corpo como para nossa alma, é justo darmos graças a Deus por tudo quanto Ele nos tem concedido diariamente e reconhecermos a generosidade, o amor, a graça do Senhor para conosco.

O texto nos mostra que Jesus não deixou de atender as necessidades materiais da multidão. Procurou ajudar aquelas pessoas diante de suas necessidades corporais. No entanto, Jesus não está apenas interessado em satisfazer as necessidades corporais das pessoas, mas orienta a todos no sentido de buscar o Salvador para receber o “Pão da vida”, o alimento necessário para alma. (Jo 6.24-35). Por isso, convidamos os irmãos para refletirmos sobre o tema: “Sejamos sempre agradecidos a Deus”.

Marcos nos relata um episódio extremamente interessante sobre o agradecimento. Primeiro, afirma que  os discipulos voltaram de um jornada missionária que Jesus havia designado.Eles voltaram e relataram tudo quanto haviam feito e ensinado. Neste momento, Jesus os convida: “Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto; porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham,” (v.31). Então, retiram-se dali num barco, para um lugar solitário.No entanto, “muitos, porém, os viram partir e, reconhecendo-os, correram para lá, a pé, de todas as cidades, e chegaram antes deles.” (v.33). Afinal, o que esperava essa gente de Jesus? Por que tanto interesse em seguir-lhes os passos, abandonado suas casas, suas oficinas, enfim, suas atividades costumeiras? O evangelista João afirma com mais detalhes: “... porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos.” (6.2).

Quando Jesus desembarcou, ele vê esta realidade diante de si: “Viu  uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas.” (v.34). Mas o que fazer com aquela multidão? Afinal, a noite já estava chegando, o lugar era deserto, e todas aquelas pessoas precisavam comer. Havia cerca de cinco mil homens ali. Se estas pessoas não alimentassem, desfaleceriam pelo caminho. Onde conseguir alimento para toda esta gente? Os discípulos acham uma solução:  É deserto este lugar, e já avançada a hora;  despede-os para que, passando pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer.” (vv.35 e 36). Para os discipulos o povo mesmo deveria procurar um meio de sobreviver. Eles não tinham  condições de ajudar a todos. Além disso, já é tarde, o lugar é deserto. O que devemos fazer é mandar embora essa gente. A solução é dispensá-la a fim de que procurasse alimento. Na verdade, eles estavam tentando passar o problema adiante, uma vez que se a multidão ficasse com eles até a noite, seriam os responsáveis em alimentá-la. E eles não tinham condições viáveis para isso.

Qual é a nossa atitude? Será que não agimos da mesma forma como os discípulos? Estamos prontos a sacrificar a nossa própria vida, e oferecer o nosso grande amor em beneficio de nosso irmão? Quais são as nossas desculpas? Será que estamos amando nosso próximo como nós amamos? Na verdade, somos egoístas. Olhamos somente para nós mesmos.  Olhamos o lado negativo das pessoas ao nosso redor! Vivemos o nosso mundo e já nos damos por satisfeitos. Falta o verdadeiro amor para com as pessoas necessitadas. O apóstolo Pedro ressalta: “Tende amor intenso uns para com os outros”. (I Pe 4.7) Amor intenso na hospitalidade,na compreensão,no  apoio e ajuda diante da  situação que vivem as pessoas em nossa sociedade.Este deve ser o nosso proceder.Jesus procedeu assim: Ele teve compaixão daquela multidão;compaixão significa amor,misericórdia e bondade.

Jesus sabia que o lugar era deserto, que a hora era avançada e que a multidão estava faminta, mas ele tinha um plano especial para alimentá-la. Ele tinha outra solução. No entanto, tal foi à surpresa dos discípulos, quando o Senhor Jesus lhes disse que não havia necessidade daquela multidão sair à procura de alimento, mas que eles mesmos deveriam (e podiam) dar-lhes de comer. A resposta foi inesperada e direta:   Dai-lhes vós mesmos de comer.” (v.37a). Os discípulos não conseguiram entender as palavras de Jesus. Entre desapontados e assustados, retrucaram: Iremos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?” (v.37b). Jesus novamente questiona os discipulos: Quantos pães tendes? Ide ver! E os discipulos responderam: Cinco pães e dois peixes.” (v.38). Segundo os discipulos era impossível alimentar aquela multidão com cinco pães e dois peixinhos. Somente um milagre poderia saciar a fome desta gente.

Quantas dúvidas na mente dos discipulos!Contudo,  Jesus não os censura, não argumenta com eles, não discute sobre a dureza de seus corações, deixando de lado a fé e confiança no seu Senhor, apenas dá-lhes uma ordem.Mesmo não sabendo ainda o porquê da ordem, obedecem a Jesus:  “ordena que todos se assentassem, em grupos, sobre a relva verde.” (v.39). E assim o fizeram, repartindo-se em grupos de cem em cem e de cinquenta em cinquenta.”(v.40).   Ao invés de mandar este povo embora, como era a ideia dos discípulos, Jesus se compadece deles, e algo haveria de acontecer naquele momento.

Jesus toma os pães e os peixinhos. Milhares de pessoas olham para Jesus. Ele agradece ao Pai celestial, antes da refeição. O texto nos diz:   Tomando ele os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou.” (v.41a). Que magnífico exemplo nos dá o próprio Filho de Deus diante de todo o povo, Ele ergue os olhos ao céu. Seu exemplo nos ensina a olharmos constantemente ao alto, em oração e agradecimento pela alimentação que recebemos diariamente. Lembrando sempre que dar graça é uma ação que caracteriza os filhos de Deus. Agradecer pelo amparo , o cuidado, proteção que Deus tem concedido cada momento. Em tudo dependemos de Deus. Ele nos deu a vida, o existir, o ar que respiramos a água que bebemos e o alimento que nos sustenta. Tudo nos é dado por sua bondade, onipotência e amor. Que nunca esqueçamos: o pão que vem de cima é dádiva do Pai celeste.

Jesus após orar, pega os pães e peixes, parte e entrega aos discípulos para que fizessem a distribuição ao povo:  e, partindo os pães, deu-os aos discípulos para que os distribuíssem; e por todos repartiu também os dois peixes.” (v.41b).Os discípulos ao receberem a ordem de Cristo, mesmo sem entender completamente o que estava acontecendo, foram e serviram o povo. E o milagre aconteceu. É impressionante a maneira simples como ocorre. O pão não acaba no cesto, sempre tem mais. Cestos e mais cestos entram em ação. A distribuição segue em ordem. Grupos após grupos, mãos estendidas recebem sua porção de pão e peixe. Talvez os mais distantes reclamassem: Será que chega até nós? Não vai acabar antes? Mas isto não aconteceu. Todos ( cerca decinco mil homens-v.44) foram atendidos. Até podiam repetir, à vontade. A verdade é que “todos comeram e se fartaram;  e ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe.” (vv.42 e 43).Todos,agora, estavam satisfeitos. Saciaram a sua fome. Agora, podiam voltar aos seus lares. Mas, Jesus nos dá uma lição de agradecimento e mordomia quando ele vê sobras e pedaços de pão e de peixes estendidos pelo chão. Ele ordena aos seus discípulos a recolherem os pedaços para que nada se perca. Como resultado: eles encheram exatamente doze cestos. E, assim, nos ensina que nada deve ser desprezado.

Jesus teve compaixão daquela multidão. Alimentou àquela gente. Da mesma forma, Ele tem nos alimentado diariamente. Desde a criação Deus mantém até hoje a ordem natural para prover o pão necessário.  Somos rodeados de milagres. Milhões de pessoas são alimentados diariamente neste mundo. Jamais sentimos desamparados, pois confiamos no poder e na misericórdia do Pai que estás nos céus.No entanto, Jesus tem algo mais importante a nos oferecer, do que simplesmente comida. Ele nos oferece o verdadeiro alimento, aquele que nos satisfaz plenamente. Ele se apresenta a nós como o pão da vida, o alimento que nos dá força para caminhar com maior firmeza, ajudando-nos a superar dificuldades e obstáculos, diante da nossa jornada,  até chegarmos à vida plena junto de Deus. Ele afirma: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede.” (João 6.35). Jesus, o pão da vida é a única possibilidade do alimento que subsiste para a vida eterna. Aquele que aceitar, jamais terá fome ou sede, pois quem está com Jesus nunca mais terá fome nem sede.

Estimados irmãos! Cristo nos convida diariamente a fazermos uso diário do maná celeste para que a fome não enfraqueça a nossa fé e venha aos poucos destruir tudo o que temos e que perfaz nossa esperança, nossa alegria, nosso único consolo na vida e na morte. Por isso, a nossa preocupação, como filhos de Deus, é antes de tudo a busca do alimento para a nossa alma. Resta saber, qual será a nossa posição, que tomaremos com relação a este convite, pois sabemos perfeitamente, o quanto o ser humano tem rejeitado Jesus, o pão da vida.

Que nós saibamos agradecer pela alimentação do corpo e da alma que recebemos diariamente. Amém!

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