sexta-feira, 28 de março de 2025

 

TEXTO: LC 20.9-20

TEMA: NÃO REJEITEMOS A CRISTO E NEM OS MENSAGEIROS DE DEUS!

Uma analogia muito utilizada por Jesus em seus discursos é a que se refere à vida no campo e plantação. Essas figuras eram muito próprias para ilustrar e tornar claro seu ensino em uma cultura predominantemente agrária. Aqui, nesta parábola, não é diferente. Usando o simbolismo de uma vinha e seus agricultores, Jesus narrou, nesta parábola, a história do relacionamento de Deus com seu povo e sua comunhão. Narra ainda os mensageiros que foram rejeitados espancados, apedrejados e mortos. Fala que Deus enviou o Seu Filho amado. Mas os lavradores maus rejeitaram aquele que é o dono da vinha. Isto significa que os conhecedores da Lei e os fariseus não aceitaram os ensinamentos de Jesus. Ele foi também rejeitado pelas multidões que ouviram suas pregações e presenciaram suas obras. Mas o que fizeram com Jesus? Além de rejeitarem a Sua mensagem, foi açoitado, desprezado, ridicularizado e o mataram.

Essa atitude revelou que a nação de Israel precisava ouvir uma mensagem, de um compromisso permanente com Deus. Também precisamos manter comunhão permanente com o nosso Deus. Afinal, vivemos em um mundo onde são enviados pregadores, arautos e mensageiros para anunciarem a mensagem salvadora em todos os tempos e em todos os lugares. No entanto, o Evangelho de Jesus Cristo continua sendo rejeitado. Além de ser rejeitada a Palavra de Deus, as pessoas zombam, desprezam, ridicularizam os mensageiros de Deus. Na verdade, a maioria dos homens, hoje, tem rejeitado os ensinamentos de Jesus, e resiste ao poder operador do Espírito Santo. Pensam que não precisam de um Salvador.

Qualquer que seja o motivo pelo qual as pessoas rejeitam a Jesus Cristo, sua rejeição tem consequências eternas e desastrosas. Estas pessoas vão ter que enfrentar a eternidade das “trevas” do inferno onde haverá “pranto e ranger de dentes” Ele dirá: “Lançai-o para fora nas trevas. Ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 25.30). Jesus é enfático ao afirmar: “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.” (João 12.4). Portanto, não rejeitemos a Cristo e nem os mensageiros de Deus!

Estimados irmãos! O texto é enfático ao afirmar que “certo homem” (v.9), proprietário de muitas terras, plantou uma vinha e arrendou a lavradores, depois se ausentou do país. Na hora da colheita enviou seus servos aos lavradores, para receber os frutos que lhes tocava. Mas os lavradores que haviam arrendado a terra espancaram esses servos enviados pelo dono. Isso ocorreu sucessivamente, até que o dono das terras enviou seu próprio filho com a esperança de ser aceito. Na intenção de convencer aqueles maus lavradores, de que Ele é o dono legítimo da vinha e que lhe devem respeito, devoção ao seu próprio filho, o legítimo herdeiro da vinha. Esse filho também foi morto.

 O homem aqui mencionado é Deus. Os lavradores representam o povo judeu, em especial os principais sacerdotes, os líderes religiosos. A "vinha" é comumente usada para descrever a nação de Israel (Is 5.2), a casa de Israel, a terra da Judéia, a nação judaica. O filho amado é Jesus. Mateus traz mais detalhes acerca desta parábola: A cerca (sebe) é a Lei que Deus deu ao povo, pela qual separou Israel de todos os outros povos. O tanque (lagar) é a fonte da vida, a promessa da graça de Cristo. A torre de vigia é a dinastia de Davi. Os servos do rei são os profetas que Deus enviou a Israel para recolherem os frutos da fé, mas eles foram espancados e mortos. (21-33-46).

 Esta parábola foi contada para os judeus, e faz lembrar a história do povo de Israel. Um povo que Deus formou através de Abraão. Que ao longo dos anos, Deus sempre ajudou este povo. Desde a saída do Egito, Deus demonstrou a sua bondade. Colocou-o em uma terra excelente chamada Canaã. Expulsou as nações que ali viviam. Deu-lhe leis e ordenanças. Concedeu-lhe privilégios especiais. Entretanto, o povo de Israel rejeitou esta bondade de Deus, estes privilégios. E, muitas vezes, se esqueceu de Deus. Não via o compromisso de servir ao SENHOR e outros povos. Mas Deus sempre teve paciência. Enviou os profetas, a fim de advertir Israel da sua iniquidade, para lhe oferecer perdão, para levar o povo ao arrependimento, para chamar atenção à obrigação assumida. Mas não aceitou a mensagem dos profetas. O que fizeram? Os israelitas perseguiram e mataram a muitos deles. Tal tratamento é ilustrado nas vidas de Isaías, Jeremias e Zacarias.  

Jesus teve o mesmo destino que os profetas. Quando, porém, o tempo se cumpriu, Deus enviou o seu filho. O Filho foi a última oportunidade de Deus: “Enviarei o meu filho amado, talvez o respeitem” (v.13). O evangelista Marcos assinala ainda mais a natureza da ação do proprietário: “Restava-lhe ainda o seu filho amado”. (12.6) Jesus era o Filho único e amado. Deus em seu amor enviou seu Filho unigênito. Talvez aceitassem a sua mensagem. Mas Jesus veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Foi abandonado pelos que se chamavam os notáveis conhecedores da Lei. Sendo assim, eles rejeitaram o Messias, o Salvador prometido. Rejeitaram a pedra angular, que é Cristo Jesus e o mataram.

Embora houvesse fortes evidências de pessoas que apoiavam a identidade de Jesus como o Messias, a maioria dos que o viram e ouviram, não acreditou nele. Jesus ficou marcado pelo sinal da rejeição. Em várias situações, Jesus foi rejeitado pelas multidões que ouviram suas pregações e presenciaram suas grandes obras. Foi rejeitado desde o início do seu ministério. Encontrou a oposição das autoridades do seu povo, que quiseram matá-lo (Mc 3.6). Quando Jesus não correspondeu às expectativas materialistas da multidão, o povo o abandonou (João 6.66). Em Nazaré foi rejeitado pelo povo, lugar onde cresceu. (Lc 4-29). Esta rejeição, o salmista já havia predito: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos” (Salmo 118.22-23).

Diante do exposto, conclui-se que a nação judaica havia rejeitado o mais importante elemento na construção do templo espiritual: Jesus Cristo, o Messias. Sobre esta questão, Pedro também fez a aplicação direta quando repreendeu os líderes em Jerusalém: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular” (Atos 4.11). O próprio Senhor Jesus, na parábola, se identificou como sendo a pedra rejeitada pelo seu povo. Nesse caso, os líderes judaicos são retratados como construtores da nação que acabaram por rejeitar a pedra angular.  Ele foi rejeitado pelos governantes de sua época, bem como os construtores de Israel que julgavam Jesus, como uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam.

Jesus deixa claro, qual seria o castigo para aqueles que rejeitaram a pedra angular. Ele se dirige aos principais sacerdote e escribas e pergunta: “Que lhes fará, pois, o dono da vinha?” (v.15). Diz o texto: “Virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros”. (v.16a). Marcos: “Ele exterminará aqueles lavradores”. (12.9). Mateus traz mais detalhes: “Fará perecer horrivelmente a estes malvados e arrendará a vinha a outros lavradores, o reino de Deus será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos”. (21.41). Deus tinha sido longânimo com a nação judaica em sua constante rejeição, mas sua paciência, agora, tinha-se acabado. E, ainda, lemos no versículo 18 de Lucas, que todos aqueles que se opõem a pedra angular, que rejeitam e que continuam impenitentes serão “esmagados” por Jesus no dia do julgamento e perecerão para sempre: “Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.” Como resultado desta rejeição, o reino de Deus e seu poder são dados a outros. Àqueles que aceitarem o Evangelho, ou seja, judeus ou gentios. Assim, pois, Jesus estabeleceria um novo reino, e desenvolveria plenamente a sua vinha, teria uma grande colheita. Enviaria novos servos, mestres, profetas, pastores e ministros que produzirão frutos abundantes.

A rejeição continua na atualidade. Deus designou pregadores, arautos e mensageiros a anunciarem a mensagem salvadora em todos os tempos e em todos os lugares. Mas o que faz o homem, quando tem a oportunidade de ouvir a Palavra de Deus? Além de rejeitar a Palavra de Deus, zombam, desprezam, ridicularizam os mensageiros de Deus. Na verdade, a maioria dos homens, hoje, tem rejeitado os ensinamentos de Jesus, e resiste ao poder operador do Espírito Santo. Pensam que não precisam de um Salvador.  Mas Jesus é enfático ao afirmar: “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.” (João 12.4).  Para outras pessoas, as coisas que o mundo tem, e oferece são mais importantes e atraentes do que as coisas eternas. A história do jovem rico é um exemplo. Esse jovem não estava disposto a perder seus bens terrenos. (Mateus 19.16-23). Qualquer que seja o motivo pelo qual as pessoas rejeitam a Jesus Cristo, sua rejeição tem consequências eternas e desastrosas. Estas pessoas vão ter que enfrentar a eternidade das “trevas” do inferno onde haverá “pranto e ranger de dentes” Ele dirá: “Lançai-o para fora nas trevas. Ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 25.30).

Como está a sua vida espiritual? Você tem aceitado o Filho amado? Tem aceitado a Sua mensagem? Lembrando que Deus nos chamou para sermos o seu povo amado e eleito que assumiu o compromisso de entregar os frutos a seu tempo. Como afirma Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”  (1 Pedro 2.9). Por isso, temos o grande privilégio de sermos os servos do SENHOR, de sermos o povo de Deus que trabalha na vinha. E por termos uma relação especial com a pedra angular, devemos viver de maneira distinta do mundo: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmas, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2.4-5).

Estimados irmãos” Não rejeitemos o que a Escritura Sagrada nos diz de Cristo. Não rejeitemos os servos que são enviados para anunciar a Palavra de Deus, para não acontecer que venhamos a rejeitar o amado Filho Deus. E em consequência disso, sermos exterminados e a vinha, ser passada a outros. Mas prosperemos sua vinha, fazendo isto através da Sua Palavra e dos sacramentos. Agradeçamos a Deus e mostremos gratidão a ele pela salvação concedida, através do seu Filho. Amém.


 TEXTO: SL 126

TEMA: RESTAURA, SENHOR, A NOSSA VIDA!

O salmo 126 faz referência ao retorno dos cativos, depois de muitos anos de escravidão no exílio na BabilôniaQuando receberam a notícia de que poderiam retornar, parecia um sonho. E diante das dificuldades que enfrentariam, esta eram uma mensagem de esperança.  Sabiam que teriam que recomeçar tudo de novo e, por isso, pediram a Deus: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe.” É a suplica para que Deus tirasse daquela situação de cativeiro, e que desse uma nova oportunidade para que pudessem ser restaurados e que prosperassem novamente. Era Deus restaurando o Seu povo novamente.

Este mesmo salmo se tornou um cântico de romagem, para cantar nas peregrinações a Jerusalém. Sendo que a temática e a importância desse salmo, na história do povo de Deus, refletem o sofrimento, as dores, as decepções, as provações que o povo de Deus em sua história de vida, vivenciou. Também retrata o triunfo, a conquista, o cumprimento das promessas de Deus, a fidelidade. Enfim, o agir de Deus em favor dos cativos ao libertá-los do cativeiro. 

Estimados irmãos! Há momentos em nossas vidas que tudo parece estar fora de controle. Não há solução e tudo se torna mais distante ou confuso. Assim é com nossa vida, estamos como o deserto, sem esperança, sem saber o que fazer, vendo que nossos planos e sonhos não se concretizam, mas nosso Deus vem restaurar a nossa vida! O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Diante desta situação, Deus quer restaurar a nossa vida, os nossos sonhos, projetos, o nosso amor por Cristo, a nossa vida espiritual, os nossos talentos e dons. Só ele pode restaurar. A Sua restauração é total, abrangente, completa, perene, duradoura. Apresenta-te como o salmista e diga: “Restaura-nos como as torrentes de Neguebe”. É maravilhoso saber que Ele continua com o mesmo poder, com a mesma disposição de quando restaurou seu povo no passado. É confortante saber que o SENHOR restaura também no presente e no futuro.

O salmista inicia o salmo, afirmando que o resgate dos cativos de volta a Sião foi como um sonho! (v.1). Parecia um sonho, mas era realidade. O Senhor os tinha libertado do cativeiro. A situação foi revertida. A restauração causou júbilo. Não choravam, pelo contrário, só havia alegria e gratidão. Deus havia transformado aquele momento em realidade. O fato de voltar à sua terra, de estar livre do cativeiro, de poder cultuar ao Senhor eram motivos suficientes para "ficar como quem sonha”. E o salmista está vendo isso acontecer diante de seus olhos. Aqueles cativos anteriormente “machucado” estava cantando e rindo; que antes era tido como “derrotado e envergonhado”, passou a usufruírem das grandes coisas que Deus havia realizado. O Senhor manifestou-se salvador, e as lágrimas converteram-se em sorrisos de enorme alegria: “Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de júbilo”. (v.2a). 

Os risos de alegria e os gritos de júbilo que acompanhavam os exilados que saiam do cativeiro na Babilônia, e que ecoavam nos desertos que atravessavam, provocou também testemunho diante das nações pagãs. O povo deveria manifestar os feitos do Senhor entre as nações. As coisas que Deus fizera em prol do seu povo, de modo que o mundo inteiro saiba, que o Senhor fez coisas grandiosas na vida do povo. (v.2b).  Toda a história de Israel no AT mostra-nos os grandes atos de salvação realizados por Deus em favor do seu povo no passado. Há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa. Ele devastou o Egito com as dez pragas para libertar o seu povo; abriu o Mar Vermelho para o seu povo passar e fechou o para destruir o exército de Faraó.  Mandou o maná para alimentar o seu povo no deserto e fez sair água da rocha para saciá-lo. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre lembrar o que Deus fez. Deus sempre foi fiel e bondoso para Israel. Esta é a razão de “estarem alegres”. (v.2c).

Deus também tem realizado coisas grandiosas em nossa vida. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. O seu amor e cuidado em todas as situações dramáticas das nossas vidas, situações que tiraram noites de sono e, muitas vezes, nos deixaram sem esperança para continuar com nossos sonhos e projetos, ou seja, no casamento em crise, nas crises financeiras sem fim, crises na saúde, e o Senhor sempre nos ajudou em todos momentos. Temos um Deus maravilhoso, que não mede esforços para nos ajudar. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Mas que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Na volta à Jerusalém, aquele povo reencontraria as suas tragédias e desolações passadas. O templo em escombros, Jerusalém demolida. Pessoas doentes, miseráveis e com sonhos perdidos. Esta era a verdade da existência daquele povo. De uma alegria ímpar, com preocupação, o povo passa a suplicar uma mudança de sorte desoladora: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”. (v.4). Restaurar significa voltar, retornar, começar mais uma vez. Este foi o pedido do povo. É uma súplica para que Deus lhe torne a dar uma nova perspectiva de vida, porque a vida do povo estava árida como o deserto do Neguebe. Neguebe ou Negev (נֶ֫גֶב) significa lugar seco ou ressecado. É uma região desértica, com vários leitos de rios secos, que fica no Sul da Palestina. Quando chovia estes leitos se enchiam de água e a vegetação novamente florescia. Tudo era restaurado!

Ao fazer referência as torrentes do Neguebe, o salmista estava suplicando que a aridez dos tempos de cativeiro, desse lugar à abundância de bênçãos de Deus derramadas sobre o povo. Também suplicamos ao Senhor: “Restaura-nos!”. O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Há uma aridez e tudo parece estar perdido. Surgem o desânimo, a vontade de ficar parado, de não mais caminhar. São tribulações em algum momento de nossa vida. Temos problemas dos mais diversos, lutamos contra adversidades, somos provados e experimentados. Precisamos também clamar por restauração ao Senhor. A sequidão de hoje não pode ser motivo de desânimo, mas sim motivo de clamor. Lembrando que o Deus que nos salvou é poderoso para mudar qualquer situação da nossa vida, mas isto no seu devido tempo.

O salmista, agora, olha para o futuro na esperança que a restauração virá, mas no tempo de Deus. Será longo e árduo. Enquanto não ocorre a restauração é preciso continuar semeando, mesmo quando parece que não haverá retorno. É precisa ter paciência, perseverança, saber esperar. O salmista nos ensina a persistir, mesmo diante dos problemas que enfrentamos e nos garante que o Senhor estará a nossa frente, enxugando nossas lágrimas enquanto semeamos: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão”. (v. 5). Semear é algo trabalhoso e muito cansativo. Não é um trabalho fácil. Quem já fez algum plantio, sabe bem das dificuldades. A terra deve ser preparada e o lugar de plantio deve ser escolhido corretamente. Enquanto faz isso, o semeador, soa, suspira e se esforça grandemente.

No entanto, quando o salmista fala sobre “semear com lágrimas”, alguém que “sai andando e chorando, enquanto semeia”, não é porque a semeadura seja triste, ou porque semear seja difícil. Semear é simplesmente levar a preciosa semente, que é a Palavra de Deus. Ao sair a semear a semente da Palavra de Deus, defrontamos com muitos fatores desconhecidos, o que poderá nos levar as lágrimas. Passamos por muitas aflições. De qualquer forma, somos convidados a semear. Somos semeadores. Temos a boa semente, que é a Palavra e o campo já está preparado para recebê-la. Lancemos essa semente nos corações e preparemo-nos para uma colheita abundante e jubilosa! Mas não os esquecemos que o nosso semear também é feito de lágrimas, frustrações e derrotas. Não sabemos se vamos colher. Mas precisamos acredita nas promessas de Deus que diz: Os que semeiam em lágrimas ceifarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, “andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”.  (v.6).

Estimados irmãos! O Senhor restaurou a sorte dos cativos. Agora, estavam alegres pelas vitórias. Você está precisando de restauração? Você precisa clamar! Você precisa olhar para os céus e dizer: “Restaura-me, ó Deus”. Amém

TEXTO:   LC 15.1-3,11-32

TEMA: DEUS NOS CONCEDE O PERDÃO EM NOSSO RETORNO AO LAR

Sem dúvida alguma esta é uma das parábolas mais conhecidas, ricas e tocantes que Jesus contou. Não é apenas uma história sobre um filho que se perde e se encontra novamente, mas uma reflexão sobre o amor, perdão, misericordia e graça para com os pecadores perdidos que se arrependem. E Jesus deixa evidente  sobre esta questão ao contar três parábolas, entre elas a Parábola do Filho Pródigo. Mas o que podemos aprender sobre o ensino desta parábola para as nossas vidas? Menciono aqui três lições: em primeiro lugar, Deus nos assegura  o perdão quando nos arrependemos dos nossos pecados. O perdão de Deus está sempre disponível para aqueles que reconhecem o seu pecado, se arrependem sinceramente e buscam a misericórdia divina através da obra redentora de Cristo. Em 1 João 1.9, lemos: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 

Em segundo lugar, nos encoraja a retornar e receber com alegria os privilégios e os direitos de um filho de Deus. O homem quando se afasta de Deus,  passa  a viver na escravidão, na infelicidade, angústias e tristezas.Tudo o que esteja fora de Deus não passa de miséria. É necessário tomarmos consciência que é preciso retornar à casa do Pai.  Levantar-se e partir ao encontro dos braços do Pai e receber os privilégios e os direitos de um filho de Deus. É tempo de olhar para frente. É tempo de levantar-se e reconciliar-se com Deus. Você encontra-se distante da casa do Pai?  Não se acha digno de ser chamado de filho de Deus? Lembre-se: o Pai te ama e deseja te receber de braços abertos. Ele misericordioso  e te espera com paciência.

Em terceiro lugar, nos convida a refletir sobre qual tem sido a nossa posição para com os perdidos, afastados de Deus. Atitude do pai ao filho pródigo serve como um modelo de como devemos amar e perdoar  uns aos outros, demonstrando a mesma graça que Deus nos deu. Também nos alerta sobre o perigo dos que têm dificuldades em perdoar.

Deus nos concede o perdão! Ele é misericordioso e está sempre disposto a nos receber de volta. Não como servos, mas como filhos amados. Não importa o quão longe temos nos afastado, seu amor sempre prevalece. Por isso, é tempo de voltar para casa! Você que tem se afastado dos caminhos do Senhor? O Senhor nunca esqueceu de você, Ele está de braços abertos, à sua volta!  

O contexto da Parábola nos mostra que Jesus tem um público diversificado: por um lado estão os religiosos, fariseus e do outro estão os publicanos (cobradores de impostos para Roma) e pecadores. Estes tinham uma conduta,  que contrariava a Lei de Deus. Por isso, eram totalmente excluídos das atividades religiosas dos judeus. Eram marginalizados pelas pessoas , desprezados e considerados escória da sociedade. Mas nunca foram excluídos por Jesus. Ele acolhia e  disponibilizava tempo com esses pecadores e publicanos. De modo que eles  estavam dispostos a ouvir sobre os seus ensinamentos:  “Mas, se aproximavam de Jesus  todos os publicanos e pecadores para o ouvir.” (v.1).

No entanto, enquanto os publicanos e pecadores se sentiam atraídos por Jesus e vão ao seu encontro para escutá-lo,  os pretensos justos, os observadores escrupulosos da lei, desprezavam estas pessoas. Quando viram atitude dos publicanos e pecadores, começaram a murmurar: “Este recebe  pecadores e comem com eles.”(v.2). Murmurar significa falar em tom difamatório ou se queixar. Eles murmuravam, porque atitude de Jesus contrariava a concepção tradicional deles. Além disso,  não compreendiam como Jesus combinava a proclamação do Reino de Deus e a sua comunhão com os pecadores. De qualquer forma, estas  pessoas eram discriminadas e desprezadas pelo povo, pelos sacerdotes e pelos romanos. E tais sentimentos e atitudes são completamente alheios ao exemplo de Jesus. Ele recebeu e manifestou  o seu amor, graça, bondade e misericórdia aos publicanos e pecadores. Além disso, libertou do pecado e da condenação eterna.

Mas como devemos agir com pessoas que sofrem preconceitos e que são desprezadas, discriminadas e odiadas? Como devemos agir em relação aos pecadores? A melhor coisa que podemos fazer é seguir o exemplo de Jesus em relação aos pecadores. Por meio de parábolas como a do Filho Pródigo, Ele ilustrou o amor e o perdão ilimitados de Deus para com os pecadores. Conforme o nosso texto, “ certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe.”(vv. 11 e 12a). “E ele lhes repartiu os haveres.”(v.12b). Ao receber a sua parte, ajuntou tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. (v.13). 

Com certeza este comportamento do filho mais moço, causou uma grande tristeza na vida do pai. Todos nós também temos a tendência de nos afastar dos nossos pais, seguindo nosso próprio caminho em busca de satisfação e prazeres neset mundo. Consequetemente, aquele filho também se afastou de Deus. Na verdade, são inúmeras as pessoas que preferem viver longe de Deus e de sua Palavra. São pessoas ingratas e desobedientes a Deus. Pessoas que acham prazer no pecado e na injustiça. Pessoas que se afastam da igreja, para procurar no mundo riquezas e prazeres. Afinal, vivemos em uma sociedade caracterizada pela busca incansável de satisfação individual. Estes prazeres efêmeros nos afastam de Deus. Ora, quando nos afastarmos de Deus, perdemos tudo aquilo que Deus reservou para nós no céu. Quanto mais longe estamos de Deus, perdemos de vista nossa consciência de filhos de Deus, esquecemos quem somos. Esquecemos do amor de Deus para conosco. Enfim, o afastamento traz sempre consigo uma grande destruição.

Não sabemos para onde aquele jovem foi. Apenas sabemos que ele foi para um lugar distante, ao se afastar da casa do pai. E  longe da presença do pai, longe de seus cuidados, aquele jovem acabou gastando todos os seus recursos e se encontrou em uma situação miserável. Alé disso, “sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.”(v.14). Para piorar a situação, ele estava em terra estrangeira e ninguém podia socorrê-lo, não tinha mais amigo, não tinha mais status, não tinha mais herança. O texto afirma que “ ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.” (v.15). Além disso, “ali desejava ele fartar-se das alfarrobas (vagens) que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.”Verdadeiro humilhação  que aquele jovem foi submetido. (v.16).

Num mundo onde ninguém lhe dava nada, sem lar, amigos,  alimento, o filho passou a viver na miséria e sentiu as amarguras de sua  decisão. E sob o signo do sofrimento e do abandono, o jovem pensou e refletiu o que havia feito. Naquele momento, pensou na fartura que havia desfrutado na casa de seu pai. E assim “caindo em si,” disse: “Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!” (v.17). A expressão “ caindo em si” traz a ideia de “voltar a si mesmo”. Quando isto ocorreu, ele tomou uma decisão: “ Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.” (vv.18 e 19). Isto significa que que ele decidiu retornar, confessar seu pecado e dispor-se à condição de servo. Ele soube que seu abandono foi precipitado, que sua decisão foi insensata.Também entendeu que o que fez não foi apenas um erro, foi um pecado contra Deus e seu pai. Ele compreendeu quão ingrato ele havia sido, e sabia que não poderia mais ser chamado de filho, então, queria ser um empregado, um dos seus trabalhadores.  

Após o reconhecimento da sua situação, o filho retorna ao lar. O seu retorno foi comovente à casa paterna. O texto afirma que  “ele vinha ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.”(v.20). Que encontro maravilhoso! O pai olhava à distância o seu filho todo  sujo e maltrapilho. Então, ele corre ao seu encontro e o recebe de volta, não como servo, mas como filho, pois não havia mais motivo para tristeza. Agora, o filho foi achado. Isto era o mais importante. Mas é interessante que naquele momento o pai não levou em consideração as condições que seu filho estava vivendo. Não exige prestação de contas ao filho. Não exige reposição do dinheiro esbanjado. Também não estabeleceu uma série de condições a serem preenchidas antes de ser readmitido em casa.  

Contudo, o mais importante foi o reconhecimento do seu pecado. Agora, perante o pai, reconhece a sua situação pecaminosa:  “Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.” (v.21).  Reconhecer o pecado é admitir que cometeu uma falta, que desagradou a Deus e que merece castigo. Esta atitude é o primeiro passo para o perdão e a mudança de vida. O Pai Celeste também deseja que o pecador perdido retorne para Ele. E quando este retorno maravilhoso ocorrer, quando as lágrimas de arrependimento ocorrerem,  quando as primeiras palavras de confiança e de fé brotarem em nosso coração, então, Deus nos envolverá e nos receberá como filho.

Ocorre que o pai encoraja o retorno de seu filho e o recebe com alegria. E , além de demostrar esta alegria e seu grande amor, que era imenso e inexplicável, ele ofereceu um anel, uma túnica e sandálias: “O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.” (v.22). O anel era muitas vezes um símbolo de autoridade e posição. Ao dar a seu filho o anel, o pai estava restabelecendo sua posição na família e concedendo-lhe autoridade. A túnica era uma peça de roupa de alto valor e status.  Ao lhe dar uma nova túnica, o pai estava restaurando a dignidade e o valor do filho. Ao receber sandálias, o filho pródigo estava sendo reconhecido novamente como filho, não como servo. E finalizando este momento, o pai também manda preparar um bezerro cevado: “trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos.”(v.23).

Este grande amor do pai se resume nas seguintes palavras: “porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.”(v.24). Note os contrastes das palavras: morto, vivo; perdido, achado. Este era o estado que se encontrava o filho. Estava morto, pois havia recebido toda sua parte da herança, não tinha mais nada e não fazia mais parte da família. Também estava perdido, pois havia desperdiçado tudo o que lhe poderia sustentar durante a vida. A palavra “morto” reflete o grau mais avançado de miséria que vivia o filho. Aquele filho estava morto e perdido, pois estava no mais profundo estado de desgraça. Porém há uma boa notícia, uma notícia que explica a reação do pai: estava morto, mas reviveu. Estava perdido e foi achado. Por isso, havia motivo para o pai e o filho se alegrarem. Temos também motivos para nos alegrar. O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios, ensina que “Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2.1). No mesmo Evangelho de Lucas, o próprio Jesus declara: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19.10).

Este gesto de acolhimento imediato e afetuoso, demonstrado pelo pai, simboliza a natureza do amor de Deus. É o amor que Deus tem para conosco, um amor que não se baseia em nossos méritos, mas em sua graça e misericórdia. O Pai ama tanto os seus filhos que deu Jesus Cristo como Salvador e Redentor, para sofrer e morrer por nós. Ele  é considerado a expressão do amor de Deus Pai, pois refletiu o amor do Pai em sua vida e em suas ações. Ele não só alegra com o nosso retorno, mas se compadece, perdoa, ama e nos protege. Toma pela mão e nos guia passo a passo na jornada de cada dia, ao qual podemos apresentar os nosso problemas, nossos temores e tudo que nos preocupa. Romanos 5.8 nos lembra que “Deus demonstra seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” Isto demonstra que também devemos perdoar uns aos outros, baseado neste grande amor que Deus demonstrou através de seu Filho.

No entanto, o filho mais velho, que permaneceu em casa e seguiu todas as regras, não demonstrou alegria com o retorno do irmão que saiu e desperdiçou tudo: “Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.”(vv.25 e 26). Então,o criado informou: “Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde.” (v.27). “Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo.”(v.28). Sua reação é de indignação, egoismo e ressentimento diante da atitude que o pai demonstrou em relação ao seu irmão. Além disso, não conseguiu entender, porque o pai o amava, ao invés de expulsar de casa. Na verdade, ele se vê como merecedor da recompensa por sua obediência e serviço diligente ao pai ao longo dos anos, e sente-se injustiçado pelo tratamento gracioso concedido ao irmão que retornou após desperdiçar sua herança.  Sendo assim, apresentra a sua justificativa: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” (vv.29 e 30).

Não entanto o pai, não responde com raiva. Ele manteve a calma e aborda diretamente às acusações raivosas contra seu filho mais velho com graça e verdade: “Filho, tu sempre estiveste comigo, tudo o que é meu é teu.”  O pai também demonstra o seu grande amor  ao irmão mais velho. Ele o chama de "filho,” lembrando que ele sempre esteve com o pai: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.”(v.31). O pai explicou que tudo que ele tinha pertencia ao filho mais velho.” Isso ressalta que essa graciosa observação era um convite para o filho mais velho se arrepender (mudar sua perspectiva) e começar a desfrutar de sua família. Portanto, o filho mais velho deveria entender que o seu irmão havia subitamente voltado para casa. E,por isso, deveria comemorar e se alegrar com seu retorno: “era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.”(v. 32). O pai naquele momento não estava celebrando os erros do filho, mas sim sua mudança de vida. Por isso, era importante celebrar, porque antes  o filho mais novo estava morto e agora tinha voltado à vida! Interessante as palavras que o pai usa: “estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.”

Hoje, muitas pessoas se comportam como o filho mais velho. Possuem uma compreensão equivocada da natureza da graça e do amor de Deus. Por vezes nos achamos melhores do que os outros. Julgamos e condenamos os que erram, nos orgulhamos das nossas obras e não nos alegramos com a conversão dos pecadores. Ocorre que nos esquecemos de que somos todos pecadores, dependemos da graça de Deus, e que o Senhor quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Por isso, precisamos ter um coração misericordioso, que se compadece dos que sofrem, que perdoa os que nos ofendem, e que se alegra com a salvação dos que se arrependem. Como tem sido o nosso relacionamento com Deus e com os nossos irmãos?

Portanto, assim como o pai na parábola, Deus está sempre pronto para nos receber. Ele nos chama de volta, e nos perdoa, restaura e celebra nossa volta ao lar. Por isso, somos desafiados a examinar nossos próprios corações e atitudes em relação à graça de Deus. Devemos estar dispostos a estender o mesmo amor e misericórdia aos outros. Que possamos acolher essa mensagem e viver de acordo com ela, para que possamos experimentar a alegria do Reino de Deus. Amém.

 

 APONTAMENTOS:

 A palavra pródigo não aparece no texto bíblico, mas no título da seção dos versos em estudo. Em nosso português, a expressão tem dois significados distintos, sendo que o primeiro deles identifica perfeitamente a natureza do filho mais novo: "o que dissipa seus bens, que gasta mais do que o necessário; gastador, esbanjador, perdulário".Aliás, poderíamos facilmente chamá-la de parábola do pai amoroso. A parábola do Filho Pródigo (a palavra pródigo significa desperdiçador, gastão, extravagante)é talvez a mais conhecida das parábolas de Jesus, apesar de aparecer apenas em um dos evangelhos canônicos. Ela poderia até receber outros títulos ainda, tais como: “o pai misericordioso”, “o pai e seus dois filhos”, etc.

 Alfarroba é uma expecie de vagem que possui folhas escuras e brilhantes, sendo este fruto pisado para alimento de gado e porcos. Os pobres também os empregam na alimentação


 

 

 

 

terça-feira, 25 de março de 2025

TEXTO: IS 12.1-6

TEMA: VAMOS CANTAR LOUVARES AO NOSSO DEUS!

Este texto de Isaias é um cântico de agradecimento e louvor. Ele foi entoado quando o povo de Judá vivia no pecado e praticava maldade perante Deus. Diante desta triste realidade, o povo não era abençoado. Ao contrário, Deus lhes trouxe calamidade, castigo, miséria e sofrimento. No entanto, o profeta anuncia uma mensagem de esperança e de conforto ao povo que vivia nesta situação no cativeiro babilônico. Deus haveria de libertar seu povo de uma situação de opressão e conduzi-lo de volta para casa, para junto de si. Sendo assim, ele anuncia a restauração, pois a ira do Senhor foi retirada, o perdão foi oferecido e o Messias foi anunciado. Agora, o povo é convidado a cantar louvores ao Senhor. Cantar louvores ao Senhor, foi a forma expressiva do povo ao agradecer a Deus pela restauração. 

Também somos convidados a cantar louvores ao nossos Deus. Mas por que devemos cantar louvores? O profeta enumera os motivos pelos quais o povo deveria cantar louvores ao Senhor.Sendo assim, ressalto dois motivos: primeiro, porque o Senhor é o Deus da salvação. Era justamente no Senhor que o povo podia buscar ajuda, socorro, salvação e força. Uma vez que Deus é salvação, o povo estava seguro e aprendeu a confiar. Segundo, porque Deus fez coisas grandiosas ao seu povo. Na Bíblia há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa em benefício de seu povo e de outras pessoas individualmente. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre lembrar o que Deus fez.  Da mesma forma, Deus tem feito muitas coisas nas nossas vidas, na vida das nossas famílias, na vida dos nossos amigos, no nosso trabalho. Deus sempre fez, faz e fará grandes coisas por nós.

Isaias inicia o cântico com a expressão: Naquele dia. É uma época ou período determinado para a ação de Deus dentro da história, que possui um significado escatológico e se refere ao grande dia da manifestação final da justiça de Deus. Esta expressão, o profeta já havia mencionado no capítulo anterior, referindo-se o tempo do Messias, quando os efeitos de seu reinado serão vistos em toda parte. “Naquele dia” também aponta para o futuro quando Deus cumprirá a Sua promessa de salvação, e haverá grande alegria. Isto significa que o Senhor salvaria Seu povo, não pela espada e guerra, mas por meio do sofrimento de Seu Filho na cruz. Este será o momento em que todos louvarão a Deus pelo o que Ele fará pelo seu povo. E, por ocasião “daquele dia”, o povo estará confiando não em homens, mas em Deus, na ajuda que virá: salvação, libertação, ajuda, bênção e restauração.

O profeta Isaias havia anunciado ao povo sobre a restauração, pois a ira do Senhor foi retirada, houve arrependimento e o perdão foi oferecido. E ao ser restaurado, o povo recebe o consolo: “E tu me consolaste” (v.1c). Também precisamos de consolo, pois nos sentimos abandonados em que a tristeza tem ocupado a nossa vida, gerando dor, desolação, dificultando uma vida de paz. É gratificante saber que Deus sempre nos consola e nos conforta em meio às tormentas, nos consola diante dos mais variados tipos de sofrimentos: perdas, incontáveis, decepções, frustrações, separações e dores.  Diante desta triste realidade, temos o consolo: “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas” (Sl 34.19). Também nos lembram o texto de Isaías 40: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniquidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados.” (vv.1 e 2). Por isso, havia motivos para cantar louvores a Deus.

Com a ira de Deus retirada, todo o louvor, o cantar, o exaltar, o jubilar, a imensa alegria do povo se resume nas palavras: “Eis que Deus é a minha salvação”. (v.2a). O termo salvação significa um grito, um clamor por socorro, ajuda, ou seja, eis que Deus é o meu socorro. Ele tornou o meu socorro.  Ele é a salvação, ajuda e força. Uma vez que Deus é salvação, o povo estava seguro, e aprendeu a confiar. A confiança em Deus era fator imprescindível para alcançar tantas vitórias e celebrar com alegria: “confiarei e não temerei no Senhor.” (v.2b). A primeira certeza que o povo de Deus tinha sobre a salvação era confiança. O confiar denota o que é firme, uma segurança em Deus. A segunda certeza, não ter medo. Havendo confiança em Deus. não havia motivos para temer a ira de Deus. O próprio Isaias afirma: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”. (Is 41.10). Confiando no Senhor não havia mais espaços para murmuração, críticas, medos, blasfêmias, brigas, discórdias. Tudo isto era motivo de alegria, regozijo e cântico.

No entanto, uma vida de alegria na presença do Senhor, sempre estará condicionada à disposição diária em firmar aliança com Deus. Por isso, o povo precisava renovar constantemente esta aliança, buscar força e viver na esperança da vinda do Messias. Mas onde buscar esta renovação. O profeta Isaías declara: “Vós, com alegria, tirareis águas das fontes da salvação.” (v.3). As “fontes da salvação” não são poços comuns, mas fontes que nunca secam. Isaías comparou a salvação de Deus a uma fonte da qual pode ser tirada a mais refrescante de todas as águas. E quem é a fonte de salvação? É Deus. Deus oferece ao seu povo água cristalina, porque anteriormente Israel havia abandonado Deus, e passou cavar suas próprias cisternas, tentando saciar sua sede em outros lugares. Esta promessa do Senhor, para um povo arrependido de seus pecados, é da mais rica e gloriosa na vida do povo. Agora, o povo não precisaria mais buscar águas em fontes vazias e secas, mas na verdadeira fonte: Deus.

Muitos, porém, não estão tirando mais águas das fontes da salvação. Estão tirando de fontes de águas paradas, águas sujas, poluídas. Israel, como povo de Deus, havia abandonado o Senhor Deus, andando em rebelião, em vaidade e em leviandade para cavar suas próprias cisternas, tentando saciar sua sede em outros lugares (Jr 2.13). Devemos sempre ter o cuidado para ir à fonte certa. Por isso, precisamos conhecer a verdadeira fonte que brota a água que vai saciar a nossa sede. Aquela de onde brota um só tipo de água: águas de salvação. Jesus é a fonte da salvação que sacia a sede de todos aqueles que o buscam sedentos e cansados. Quando lemos nas páginas dos evangelhos, notamos a confirmação das promessas de Deus: Em João 4.13,14, Jesus, referindo-se a uma fonte, disse: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”. E ainda: “Aquele que tem sede venha a mim e beba”. (João 7.37).                                                                          

Todas as nações, agora, precisam saber o que Deus tem feito em salvar e resgatar o seu povo. O povo não deve manter as bênçãos de Deus para si mesmos. Por isso, todos juntos “aquele dia” devem, primeiro: “dar graças ao Senhor”. (v.4a). Dar graças ao Senhor significa agradecer pelas bênçãos recebidas. Vejamos a recomendação do Apóstolo Paulo: “Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1 Tessalonicenses 5.18). Em segundo, invocar nome do Senhor. (v.4b). O que é invocar? A palavra hebraica usada para invocar significa: “bradar, clamar, gritar”. Em grego, a palavra invocar refere-se a “invocar uma pessoa”, “chamar uma pessoa pelo nome”. Esta deveria ser atitude, porque não há outro nome na face da terra, no qual podia encontrar salvação. Em Atos 4.12 diz “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.

Em terceiro, “manifestar os seus feitos do Senhor” (v.4b) entre as nações. Na Bíblia há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa em benefício de seu povo e de outras pessoas individualmente. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre lembrar o que Deus fez. Vejam a atitude do salmista: “Recordarei os feitos do Senhor; recordarei os teus antigos milagres.” (Salmo 77.11). Por fim, o povo deveria declarar que “excelso é o seu nome”, (v.4c). Deveriam relembrar que seu nome é admirável, deveriam honram pelo tipo de Deus que Ele é. Isto significa que o caráter de Deus deve ser exaltado perante o mundo, para que as pessoas em todos os lugares percebam que Ele cumpre Suas promessas. Portanto, todas a nações deveriam conhecer o Senhor que concedeu salvação ao povo.

Temos uma ordem missionário dado por Jesus, para que todos manifestem os seus feitos e proclamem o seu nome a todas as nações: “Sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1.8). A ordem de Jesus Cristo é muito clara. Significa que cada cristão deve ser uma testemunha das obras de Deus neste mundo. Ocorre que a manifestação dos feitos, e a proclamação do nome de Deus, não podem ser confinadas às paredes dos nossos templos. Isto significa que cada cristão deve ser uma testemunha das obras de Deus em todos os lugares, vivendo e anunciando a mensagem de nosso Senhor. Esta é a nossa missão. Sermos testemunhas de Jesus onde for possível. Vamos testemunhar com alegria  o nome do Senhor! Que o Senhor Jesus nos ajude! Não esqueçamos, no entanto, que para que nosso testemunho seja eficaz, precisamos do poder do Espírito Santo. Que ele venha ao nosso socorro e nos impulsione para que sejamos verdadeiras testemunhas.

Há um outro motivo que levou o povo a cantar louvores com alegria ao Senhor, um modo maravilhoso para espalhar as boas novas do poder e da graça de Deus em um mundo escuro e sombrio: “porque fez coisas grandiosas” (v.5b). As “coisas grandiosas” que Deus fez na sua majestade divina clamam por cânticos de louvor acompanhados por instrumentos musicais. Estas canções não devem ser cantadas em particular, mas em público, de modo que o mundo inteiro saiba, que o Senhor fez coisas grandiosas na vida do povo. Ele devastou o Egito com as dez pragas para libertar o seu povo; abriu o Mar Vermelho para o seu povo passar e fechou o para destruir o exército de Faraó.  Mandou o maná para alimentar o seu povo no deserto e fez sair água da rocha para saciá-lo. Este é o Deus que o povo deveria cantar louvores. O Deus que salva, livra e cuida.

Da mesma forma, Deus tem feito muitas coisas nas nossas vidas, na vida das nossas famílias, na vida dos nossos amigos, no nosso trabalho. Deus sempre fez, faz e fará grandes coisas por nós. Ele nos salvou, foi uma grande coisa que Deus fez por nós. O seu amor e cuidado em todas as situações dramáticas das nossas vidas, situações que tiraram noites de sono e, muitas vezes, nos deixaram sem esperança para continuar com nossos sonhos e projetos, ou seja, no casamento em crise, nas crises financeiras sem fim, crises na saúde – e o Senhor nos resgatou de todos eles. Temos um Deus maravilhoso, que não mede esforços para nos ajudar. Que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Portanto, a grandeza do “Santo de Israel”, que está no meio do povo, requer exultações e cânticos, isto é, um grito de alegria, uma vez que foi restaurado. Mas não era uma alegria comum e tão fugaz que o povo sentia. Mas era um sentimento muito especial, pois provém do Senhor, dando a firmeza e convicção do encontro com Deus. Por isso, o povo deveria gritar, cantar para que o mundo ouvisse Deus e a sua salvação. Ele estava irado conosco, mas,agora, não está mais. Ele perdoou os nossos pecados. Ele, gora, habita em nosso meio. É a presença de Deus junto ao Israel restaurado. Somente Deus poderia ter realizado a obra da restauração de seu povo.

Estimados irmãos! Vamos cantar louvores ao Senhor! Ele é o Deus da nossa salvação. Ele fez coisas grandiosas. Por isso, estamos alegres. Amém!

quarta-feira, 12 de março de 2025

 TEXTO: EZ 33.7-20

TEMA: O VERDADEIRO ATALAIA DE DEUS!

 Em toda a história do mundo, muitos povos tiveram que se proteger de tribos e nações vizinhas. Como parte de seu plano de proteção, eles construíam torres nas muralhas das cidades e colocavam atalaias (vigias, sentinelas) nas torres, ou nos portões da entrada da cidade, cuja a função era vigiar dia e noite. Assim que percebiam, aproximação do inimigo, tocavam a trombeta e anunciavam o perigo. Era uma função árdua e cansativa, pois exigia fidelidade, entrega ao serviço e vigilância incansável dia e noite.

O termo atalaia é bem peculiar nas páginas da Bíblia Sagrada e aparece com muita frequência no livro do profeta Ezequiel.  Neste livro, ele é chamado de atalaia. Deus o havia chamado para ser atalaia sobre a casa de Israel: “A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel.” (v.7a). Como atalaia, tinha a tarefa de "tocar a trombeta" para alertar o povo sobre os perigos do pecado, alertar para que o povo buscasse o arrependimento e a necessidade da fidelidade a Deus, para conseguir a restauração da comunhão com o SENHOR.A missão do profeta não foi fácil. Era uma missão crucial para o profeta, mas deveria cumprir a sua missão como atalaia. Se não cumprisse, teria de prestar contas diante de Deus e pagaria com sua própria vida pela vida do perverso. (v.8). Porém, se ele executasse suas funções corretamente e advertisse o perverso, e o perverso ainda escolheria a maldade, o profeta estaria livre de ser culpado. (v.9).

Diante desta missão, Ezequiel se manteve fiel a Deus e não deixou de anunciar a mensagem ao povo. Tornou-se um servo totalmente engajado nos planos de Deus. Hoje, a nossa missão também não é fácil. Mesmo que as dificuldades e problemas que a vida cristã nos apresenta, não podemos deixar de anunciar a Sua Palavra. Deus nos chamou para tocar a trombeta como verdadeiro atalaia e anunciar o caminho da verdade aos que estão andando na perversidade. Temos o dever de anunciar em qualquer circunstância, mesmo quando essa Palavra não é exatamente o que as pessoas querem ouvir. Temos que vigiar em favor do rebanho, para que os perigos que rodam este mundo, não venham atingir as ovelhas e a igreja. Temos o dever de denunciar às pessoas sobre o pecado e chama-las ao arrependimento. Temos o dever de falar sobre a salvação, pois Deus deseja que voltemos a Ele em arrependimento sincero, a fim de que recebemos seu gracioso perdão, que providenciou ao mundo inteiro através de Seus Filho que morreu na cruz e ressuscitar por nós.

Infelizmente, hoje, encontramos vário atalaias que fazem parte das igrejas, mas muitos não são verdadeiros, pois não agem em conformidade com seu chamado. Alguns conduzem as suas ovelhas para o abismo, e que não tem nada para agregar em relação ao verdadeiro conhecimento de Cristo, descrito nas Escrituras Sagradas. Outros trabalham para si e em função dos seus próprios interesses. E não pensam em duas vezes em querer abandonar o rebanho. Por isso, precisamos refletir sobre a grande responsabilidade que o verdadeiro atalaia deve possuir no cuidado do rebanho do SENHOR. Ser atalaia exige, senso de responsabilidade, amor e paciência, alegria, abnegação e humildade ao conduzir as ovelhas. Ao apascentar o povo de Deus, devemos garantir o suprimento de alimento, conduzindo as Suas ovelhas em direção de bons pastos e de água fresca. Quando deixamos de cumprir esta missão, de se portar como verdadeiros atalaias, então. virá o juízo do SENHOR, conforme foi descrito em Ezequiel 33.6. Ezequiel mostra o dever da atalaia espiritual, como aquele cuja responsabilidade é de avisar quando chegar “a espada”, ou seja, o juízo de Deus. Tenhamos cuidado com esses falsos atalaias!

O profeta Ezequiel era uma atalaia verdadeiro. Ele ouve as palavras do SENHOR: “Tu, pois, filho do homem, dize à casa de Israel,” (v.10a). Ao ser chamado de “filho do homem”, foi uma forma como Deus conversava com Ezequiel. Esta forma, retrata a sua posição de criatura diante do Criador, de sua missão de porta-voz, que não fala por si próprio, mas da parte daquele que o enviaNeste momento, o profeta tinha que ouvir a Palavra do SENHOR “Assim falais vós: Visto que as nossas transgressões e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como, pois, viveremos?” (v.10b). O povo argumentava que estava desfalecendo por causa do pecado. Sentia-se profundamente culpado por viver tantos anos em rebelião contra Deus. O que chama a atenção aqui é a ocorrência de dois termos bíblicos (“transgressão” e “pecado”), que juntamente com o termo “iniquidade” do v. 8, refletem a profundidade desastrosa que o povo vivia diante de Deus. Transgrediram e se rebelaram contra as leis de Deus. Erraram o alvo e se afastaram de Deus. Assim, o povo rompeu a comunhão com o Senhor, deixando de fazer o que lhe era agradável. Diante desta situação o povo, pergunta: Como, pois, viveremos? 

Deus responde. Ele fala do perverso, e a mensagem que o profeta deveria dizer   ao perverso (ímpio), dos desvios comportamentais que trariam sobre eles e as consequências devidas de seus atos, e, por isso, deveriam se arrepender: “Assim diz o SENHOR: não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva.” (v.11a). Primeiro que Deus não tem prazer na morte do perverso, desde que o perverso se arrependa e mude a sua atitude diante do Senhor. Segundo o perverso deveria se converter: “Convertei-vos dos vossos caminhos, por que haveis de morrer, ó casa de Israel?” (v.11b). Se converter da sua “perversidade” (v12a). “não morrerás; se ele se converter do seu pecado, e fizer juízo e justiça.” (v.14). Enfim, se houver arrependimento viverá: “se pagar o furtado, e andar nos estatutos da vida, e não praticar iniquidade, certamente, viverá; não morrerá. (v.15). Portanto, Deus deixa claro, que aqueles que são perversos, e que não se convertem dos seus maus caminhos, o juízo de Deus é devastador   Eles jamais ficarão impunes.

No entanto, o que Deus queria de seu povo era o arrependimento, abandono do pecado e a necessidade da fidelidade a Deus, para conseguir a restauração da comunhão com o SENHOR. O que se conclui é que o SENHOR dá ao seu povo a oportunidade de se arrepender e receber o perdão, pois Deus não deseja a condenação de ninguém, mas tão somente a salvação de todos. “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2.4). Quanta compaixão e misericórdia do SENHOR com seu povo! Ele sempre tratou seu povo em conformidade com a Sua Justiça.

Num segundo momento, o profeta fala do justo. Quem é o justo? O salmo 1 afirma que o justo é aquele que “não anda no conselho dos ímpios”, “que não se detém no caminho dos pecadores” e “não se assenta.” junto com o ímpio. Mas ser justo também é sobre ser íntegro, correto, piedoso, ser autêntico na fé que professa; é andar com Deus diariamente. Na Bíblia, há muitos relatos de homens que foram justos e íntegros. Certamente você se lembra da história de Noé. Ele andava com Deus. Era um homem justo, integro e humilde numa sociedade completamente corrompida.  (Gênesis 6.9). Deus deseja que nós sejamos justos, que ajamos corretamente de acordo com os Seus mandamentos, "porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade" (Efésios 5.9). Se o justo proceder desta forma, certamente viverá. Mas quando deixar de andar com Deus e praticar a iniquidade, o SENHOR não o livrará no dia da sua transgressão... nem   poderá viver no dia em que peca. Certamente, ele morrerá na sua própria justiça. (vv. 12 e 13).

Ezequiel, ao finalizar a sua mensagem de exortação ao povo, o profeta tinha que mostrar que Deus sempre age com retidão. Diferente do que o povo pensava sobre os caminhos do SENHOR, ao afirmar que os caminhos não eram retos, e que o SENHOR não estava agindo com justiça (v.17a). Mas o SENHOR sempre foi reto, digno, honrado, honesto. Sempre foi um Deus de esperança, bom, misericordioso e fiel. Ele jamais será injusto, pois age com retidão, revelando seu amor a todos nós.  Ocorre que os caminhos do povo não eram retos. Assim diz o SENHOR: “o caminho deles (os filhos do teu povo) é que não é reto.” (v.17b). Não era reto, pois o povo continuava transgredindo os mandamentos do SENHOR e persistia em cometer pecado. O que Deus desejava era que seu povo se arrependesse, buscasse o perdão e o consolo de Deus. Quando tiver ocorrido a confissão plena e sincera do pecado, Deus o perdoaria e alcançaria a liberdade.

Vamos pedir ao Senhor: que nos ensine a conhecer os seus caminhos. Os caminhos que nos conduz à presença do Senhor, pois vivemos num mundo emaranhado de caminhos bons e ruins, retos e tortos. E, muitas vezes, trilhamos caminhos equivocados, que no começo parece ser o rumo certo, conduzindo para a vitória. No entanto, ficamos desapontados quando damos conta de que aquele caminho, atraente e promissor tornou-se perigoso, confuso, prejudicial. Estes não são os caminhos que conduz à presença do Senhor. Mas para conhecer os caminhos do Senhor é preciso mudanças na nossa vida, pois o nosso coração precisa de limpeza; precisa ser trocado, pois ele é egoísta, mundano, influenciado pelo pecado.

Estimados irmãos! Como verdadeiro atalaia temos a responsabilidade tocar a trombeta é proclamar a Palavra de Deus. Exortar aqueles que vivem no pecado. Avisar os justos a não pecar e os ímpios a se converterem. Que Deus nos ajude a cumprir esta tão difícil missão! Amém.

  TEXTO: SL 85

 TEMA: MOSTRA-NOS SENHOR A TUA MISERICÓRDIA!

O salmo 85 é uma oração de pedido de socorro, de restauração, de livramento, súplica de retorno ao Senhor. Em sua oração, em espirito e humildade, o salmista súplica às misericórdias de Deus. Ele traz à memória os grandes feitos do Senhor, realizados ao longo da história de Israel sobre as misericórdias de Deus. Foram bênçãos indizíveis que Deus concedeu ao povo arrependido. No presente, o salmista também súplica às misericórdias de Deus: “Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação”. Deus concede as misericórdias e salvação, mas a partir do momento em que houvesse contrição e arrependimento. Este pedido do salmista se concretiza. Deus abençoou ricamente seu povo. Agora, ele exalta ao Senhor e descreve as bênçãos recebidas.

Precisamos também diariamente dizer: “Mostra-nos Senhor a tua misericórdia!” O que seria de nós se o Senhor não fosse benigno e misericordioso para conosco? Se não nos perdoássemos cada dia? Por isso, é necessário lembrarmos das inúmeras vezes que Deus manifestou as suas misericórdias por nós. A começar por ter enviado seu filho para morrer por nós. Além disso, Deus realizou muitas intervenções em nossas vidas, conduzindo cada um de nós à salvação, proporcionando livramento, suprimento, cura, bem-estar, entre muitas outras coisas. E como é maravilhoso saber que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã.

Mostra-nos Senhor a tua misericórdia! Primeiro, porque todos nós precisamos das misericórdias do Senhor. Somos dependentes em cada momento de nossa vida, sem as misericórdias, nada seriamos, nada poderíamos fazer, nada conseguiríamos realizar, e vencer as batalhas que travamos diariamente contra as hostes do mal. Enfim, porque as misericórdias são inesgotáveis. Elas se renovam cada manhã. Podemos iniciar um novo dia por causa do amor, misericórdia, compaixão e fidelidade que o Senhor renova sobre nossas vidas todas as manhãs.

O salmista percebe o quanto Deus demostrou a sua bondade ao povo. Esta bondade de Deus se manifestou na história de Israel. Foram muitas bênçãos extraordinárias concedidas ao povo, trazendo-lhe a correta direção por meio da contrição e, também, a esperança de ser perdoado e restaurado. Tal bondade se percebe nos primeiros versículos. Havia fartura na terra. (v.1). Deus havia concedido o perdão. (v.2). Deus havia concedido o livramento. (v.3). Diante desta bondade, o povo de Deus pode regozijar-se, pois a iniquidade fora perdoada e os pecados cobertos. A indignação de Deus fora removida e o ardor da sua ira afastado. Favorecimento, restauração, perdão, encobrimento dos pecados, retenção da ira divina, desvio de furor, foram ações tomadas por Deus em favor de seu povo. Sendo assim, o salmista se alegra, porque Deus perdoou o Seu povo, cancelou os seus pecados, e cessou a Sua ira.

Ao mesmo tempo em que o salmista orava, agradecendo a Deus pelas ações da bondade de Deus realizadas no passado, no presente, ele pede ao Senhor que restabelecesse completamente e retirasse a Sua ira sobre o povo: “Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação e retira de sobre nós a tua ira”. (v.4). Estarás para sempre irado contra nós? Prolongarás a tua ira por todas as gerações? (v.5). Neste pedido, a sensação do salmista é que a dor do sofrimento decorrente da ira divina dura por muito tempo. O povo já havia sentido esta ira antes da sua reconciliação. Agora, ela ainda era evidente e parecia não ter fim. Da entender que Deus continuava julgando o seu povo. Além disso, o povo não tinha forças para mudar a situação que estava vivendo, pois quando o povo voltou do exílio da Babilônia para Jerusalém, era um período de sofrimento e tribulação. Voltaram e encontraram uma cidade arruinada, sem estrutura, um desolamento total. Esta situação causou a morte espiritual, incredulidade e falta de esperança na vida povo. E, para manter uma vida renovada, o salmista, reconhecendo o grande amor de Deus, confiando no Senhor, sabendo que será atendido pela misericórdia e fidelidade de Deus, o salmista faz um pedido: “Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação”. (v.7).

Todos nós temos recebido muitas bênçãos de Deus em nossas vidas. São as misericórdias de Deus que se renovam cada manhã. Deus tem realizado coisas grandiosas. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo, morreu na cruz para nos salvar; as nossas lágrimas, a nossa dor, todo o sofrimento, Deus realiza coisas grandiosas.  Por isso, nosso louvor e nossa alegria são motivados por estas grandes obras que Deus realiza. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Ao mesmo tempo em que o salmista orava, agradecendo a Deus pela restauração, pelas ações da bondade de Deus realizadas no passado, ele pede a Deus que restabelecesse completamente e retirasse a Sua ira sobre o povo. (v.4). O motivo principal da ira de Deus, era que seu próprio povo, constantemente, quebrava a aliança que ele fez com eles. Eles adoravam a ídolos, misturavam falsos deuses com a adoração ao Senhor. Diante desta situação, o salmista apresenta uma pergunta retórica visto que Deus se prontificou, na aliança mosaica, a retribuir a confissão de pecados com o desvio da sua ira e com a renovação das bênçãos (Lv 26.40-45): Estarás para sempre irado contra nós? Prolongarás a tua ira por todas as gerações? (v.5). Para o salmista a dor do sofrimento é decorrente da ira divina. A ira de Deus ainda é evidente e parece não ter fim.  

No entanto, Deus sempre demostrou paciência, amor e prontidão em perdoar o seu povo. Por isso, reconhecendo o grande amor de Deus, confiando no Senhor, sabendo que será atendido pela misericórdia e fidelidade de Deus, o salmista faz um pedido.  Não orava como quem duvida, pois tinha a plena certeza de que o Senhor ouviria as orações de Seu povo e que voltaria a lhes falar de paz. Uma oração de quem confia por ter visto a libertação; uma oração de quem reconhece que precisa de Deus; uma oração de quem olha para o seu problema e vê a solução que Deus providencia como já fez no passado: Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação. (v. 7). O salmista clama a Deus por restauração. Que Deus se lembre novamente de sua bondade ao povo. Este pedido lembra o poder e a soberania de Deus. Esse pedido para que Deus se lembre é uma renovação da aliança de Deus com seu povo.

 Diante de seu pedido a Deus, o salmista ouve a mensagem divina em resposta a oração do povo. (v.8a). Ele entendeu que Deus não é cruel. Ele é justo e se preocupa com a situação de seu povo. Entende que Deus tem uma mensagem de paz ao povo, pois Deus é misericordioso e perdoa as transgressões. A misericórdia divina, que Deus mostrou ao longo da história, resplandece-se na vida de Jesus. Em sua infinita bondade, Deus enviou o seu Filho e habitou entre nós. Ele morreu e perdoou os nossos pecados. O salmista vislumbra esta verdade, Ele profetisa, de forma maravilhosa, a respeito do Salvador. Esta mensagem torna-se transparente quando o salmista afirma: Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram” (v.10). Parecia haver um afastamento entre justiça e misericórdia, entre justiça e perdão, mas na cruz de Cristo é cenário onde houve esse bendito encontro da justiça e da paz Elas se beijaram, isto é, a justiça e a paz deram as mãos, selando a nossa eterna redenção. A justiça foi feita, pois Deus puniu nosso pecado em seu Filho. E, assim, podemos dizer que a paz e justiça se encontraram no amor de Deus revelado na obra de Cristo,

Todos nós precisamos das misericórdias do Senhor. Somos dependentes dessas misericórdias em todo momento da nossa vida. Nada poderíamos realizar sem as misericórdias de Deus. Imaginem, sem as misericórdias, como venceríamos o pecado? Como vencíamos as batalhas que travamos diariamente contra as hostes do mal? Contra o nosso inimigo que está ao nosso derredor rugindo como um leão, e pronto para nos atacar? Por isso, precisamos também em nossas orações, suplicar ao Senhor: Mostra-nos Senhor a tua misericórdia! O profeta Jeremias orou muitas vezes e suplicou ao Senhor por misericórdia. Lembrou que as misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos, porque elas não têm fim. Elas renovam-se cada manhã. Estas palavras nos encorajam e nos alegram, pois, o Senhor renova a Sua misericórdia sobre nossas vidas todas as manhãs. Deus nos dá diariamente, mais uma oportunidade para que possamos declarar o nosso amor, gratidão e temor a Ele.

O salmista ao encerrar a sua oração, ao descrever a circunstância maravilhosa depois da reconciliação do povo arrependido com seu Deus misericordioso, ele exalta ao Senhor. Ele lança mão das qualidades advindas da comunhão, mescla-as ao efeito físico que terão na agricultura de Israel: “Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar.”  (v.11): A fidelidade brotará da terra e a justiça dirigirá o olhar desde os céus. O salmista associa o desfrute dessas bênçãos ao retorno da comunhão pelo perdão dos pecados. Feita essa conexão de ideias, o salmista deixa claro qual será o resultado agrário, mostrando, por meio da palavra “também”, a íntima ligação que há entre o perdão e o retorno da provisão divina (v.12): “Também o Senhor dará o que é bom, de modo que a nossa terra dará sua colheita”. Esse não seria o único benefício a ser desfrutado pelos arrependidos. O Senhor restabeleceria sua caminhada junto com o povo como um desbravador que abre um caminho seguro, do mesmo modo que fez no deserto ao guiar a multidão até Canaã: “A justiça irá à sua frente e suas pegadas abrirão caminho”. (v.13).  

Estimados irmãos! Todos nós temos recebido muitas bênçãos de Deus em nossas vidas. São as misericórdias de Deus que se renovam cada manhã. São coisas grandiosas! Se vocês se sentirem fracos ou desanimados, lembrem-se das misericórdias do Senhor que duram para sempre e se renovam a cada amanhecer. Lembrem-se que Ele é aquele que estende graça e bondade. Que o Senhor nos abençoe com Sua bondade, fidelidade e misericórdia a cada manhã, a fim de que sejamos dignos de receber as bênçãos maravilhosas que Ele tem preparado para mim e para você. Amém!