TEMA: NÃO REJEITEMOS A CRISTO E OS SEUS MENSAGEIROS
TEXTO: MT. 21.33-46
Mateus, descreve a história de um homem que plantou uma vinha. Ele fez um grande investimento, cuidou e arrendou para determinados lavradores. A vinha tinha tudo para dar certo, mas na hora de colher os frutos, o homem ficou decepcionado. Os lavradores, que receberam tudo para ser gratos e felizes, não devolveram a parte que cabia ao senhor da vinha. Resolvem apoderar-se de tudo, mataram os servos e o próprio herdeiro do vinhedo.
Estes lavradores são os líderes religiosos. Ele deveriam cuidar do povo de acordo com os preceitos de Deus, mas o não fizeram. Rejeitaram o Senhor por toda sua história. Mas Senhor sempre enviou diversos servos( profetas) para adverti-los do pecado. Mas em vários momentos o povo de Israel rejeitou os mensageiros de Deus ao desprezar suas palavras e advertências. Jesus também foi rejeitado pelos líderes religiosos de sua época. Deliberadamente ou por ignorância desprezaram a pedra angular que é Jesus Cristo. Isto ocorreu, desde o início da Sua vida e durante todo seu ministério. Ao ser rejeitado pelas autoridades dos judeus, era de se esperar que os seus discípulos conhecessem a mesma sorte.
Deus chama e envia pregadores, arautos e mensageiros para anunciarem a mensagem salvadora em todos os tempos e em todos os lugares. Mas o que faz o homem, quando tem a oportunidade de ouvir a Palavra de Deus? Rejeita , zomba, despreza, ridiculariza. Mas quem rejeita Jesus e seus mensageiros, o castigo é um ato culminante que leva ao juízo. O Senhor vai exercer a sua justiça. Fica evidente no texto que o castigo será imposto aos lavradores que foram ingratos e gananciosos; que lutaram com todas as suas forças para fazer o mal, até chegar ao ponto de matar, para conseguirem concretizar seus objetivos perversos. Mas Jesus é enfático ao afirmar que “arrendará a vinha a outros lavradores.” Isto quer dizer, que o Evangelho será pregado aos gentios. Assim, pois, ele estabelecerá um novo reino, e desenvolverá plenamente a sua vinha. Terá uma grande colheita e obterá muito lucro. E, finalmente, enviará novos servos, mestres, profetas, pastores e ministros que produzirão frutos abundantes.
Será que seremos conduzidos pelas atitudes dos lavradores maus, pelas ambições dos líderes religiosos, ou guiados pela luz do Verbo que se fez carne e habitou entre nós? Como tem sido a nossa atitude?
Uma analogia muito utilizada por Jesus em seus discursos é a que se refere à vida no campo e plantação. Essas figuras eram muito próprias para ilustrar e tornar claro seu ensino em uma cultura predominantemente agrária. Nesta parábola, Jesus também usa este simbolismo. Ele narra a história de uma vinha e seus agricultores. O texto é enfático ao afirmar no v. 33 que “havia um homem,” um proprietário que fez um grande investimento e arrendou a Sua vinha aos lavradores, e depois ausentou-se do pais. Ao tempo da colheita, enviou seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos. Mas os lavradores espancaram esses servos enviados pelo dono. Isso ocorreu, sucessivamente, até que o dono das terras enviou seu próprio filho com a esperança de ser aceito: “A meu filho respeitarão.” (v.37b). A intenção era de convencer aqueles maus lavradores, de que Ele é o dono legítimo da vinha, e que lhe devem respeito, devoção ao seu próprio filho, o legítimo herdeiro da vinha. Mas esse filho também foi morto.
O homem aqui mencionado é Deus. Os lavradores representam o povo judeu, em especial os principais sacerdotes, os líderes religiosos. A "vinha" é comumente usada para descrever a nação de Israel (Is 5.2), a casa de Israel, a terra da Judéia, a nação judaica. O filho amado é Jesus. A sebe (cerca) é a Lei que Deus deu ao povo, pela qual separou Israel de todos os outros povos. O lagar (tanque) é a fonte da vida, a promessa da graça de Cristo. A torre de vigia é a dinastia de Davi. Os servos do rei são os profetas que Deus enviou a Israel para recolherem os frutos da fé, mas eles foram espancados e mortos.
Esta narrativa nos lembra a história do povo de Israel. Um povo que Deus formou através de Abraão, e que ao longo dos anos, sempre demonstrou a sua bondade, desde a saída do Egito até à terra prometida. Expulsou as nações que ali viviam. Deu-lhe leis e ordenanças. Concedeu-lhe privilégios especiais. Mas o povo de Israel, muitas vezes, rejeitava esta bondade e se esquecia de Deus. Não via o compromisso de servir ao Senhor. Mas Deus sempre teve paciência para com Seu povo. Enviou seus servos, a fim de advertir Israel da sua iniquidade. Era ,constantemente, aconselhado a pedir perdão. Mas o povo não se dobrava ante a mensagem dos profetas. O que fizeram? Perseguiram os profetas, espancaram ,apedrejaram e mataram a muitos deles. Tal tratamento é ilustrado nas vidas de Isaías, Jeremias e Zacarias
Jesus também teve o mesmo destino que os profetas. Quando, porém, o tempo se cumpriu, Deus enviou Seu Filho unigênito. Talvez, o seu povo aceitasse a sua mensagem. Mas a maioria dos que o viram e ouviram, não acreditou em Jesus. Em várias situações, Ele foi rejeitado pelas multidões que ouviram suas pregações e presenciaram suas grandes obras. Foi rejeitado desde o início do seu ministério. Encontrou a oposição das autoridades do seu povo, que quiseram matá-lo (Mc 3.6). Quando Jesus não correspondeu às expectativas materialistas da multidão, o povo o abandonou (João 6.66).A verdade é que Jesus veio para o seu povo, mas não o recebeu. Foi abandonado pelos que se chamavam os notáveis conhecedores da Lei.
Qualquer que seja o motivo pelo qual as pessoas rejeitam a Jesus Cristo, sua rejeição tem consequências eternas e desastrosas. O castigo é um ato culminante que leva ao juízo. O Senhor vai exercer a sua justiça. O castigo está nas palavras dos principais sacerdotes e fariseus. Primeiro Jesus fez uma pergunta: “Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?” (v.40). Baseado nesta pergunta, Jesus usou a sabedoria para levar seus ouvintes a se condenarem. Eles ,então, responderam: “Fará perecer horrivelmente a estes malvados.”(41a). Lucas afirma: “Virá, exterminará aqueles lavradores”. (20.16). Fica evidente no texto que o castigo será imposto aos lavradores que foram ingratos e gananciosos; que lutaram com todas as suas forças para fazer o mal, até chegar ao ponto de matar, para conseguirem concretizar seus objetivos perversos. Por isso, estes lavradores malvados seriam castigados. Na afirmação deles estava a declaração da própria sentença que os aguardava.
De fato, a promessa se cumpriu. Por volta do ano 70 a.D., comandado pelo general romano Tito, filho de Vespasiano, tomou a cidade de Jerusalém e juntamente com seus soldados empregaram a crucificação em larga escala, pendurando no madeiro a todos os judeus que caíam em suas mãos. Os que sobreviveram foram levados cativos para fora em outros países para servirem como espetáculos nas arenas. Há outro detalhe importante no texto: “E arrendará a vinha a outros lavradores.”(v.41b). Isto quer dizer, que o Evangelho foi pregado aos gentios. Deus recolherá os frutos do trabalho dos profetas, mas, principalmente, dos labores de Jesus Cristo. E, assim, estabelecerá um novo reino. Desenvolverá plenamente a sua vinha, terá uma grande colheita e obterá muito lucro. Enviará novos servos, mestres, profetas, pastores e ministros que produzirão frutos abundantes.
Esta rejeição, o salmista já havia predito: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos” (Salmo 118.22-23). Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra de esquina que servia para alinhar toda a construção. A escolha de uma boa pedra facilitaria a construção conforme a planta. Uma pedra fora de esquadria resultaria numa construção errada. Nesse caso os líderes judaicos são retratados como construtores da nação que acabaram por rejeitar a pedra angular. Eles julgavam Jesus como uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam. Isto significa que a nação judaica havia rejeitado o mais importante elemento na construção do templo espiritual: Jesus Cristo, o Messias. Para estes maus administradores, o reino de Deus lhes será tirado.(v.43). Em várias passagens nos evangelhos, Jesus sempre alertou os líderes religiosos de que perderiam direito ao reino. Não seria mais exclusividade dos judeus o reino de Deus. Seria tirado e dado a outra nação que produzisse respectivos frutos. E o grande problema seria a rejeição e condenação de Jesus
Quantos lideres religiosos colocam suas próprias pedras no fundamento de suas igrejas .Constroem conforme as suas próprias ideias, enfatizando alguns princípios da palavra de Deus e ignorando outros. Geralmente, estas pedras são distorções de ensinamentos bíblicos. Outros acham que são os verdadeiros donos da vinha, que na verdade é do Senhor. E como maus lavradores pervertem a mente do povo, mentem, interpretam as Escrituras ao seu bel-prazer, enganam, visam a própria glória e não a de Deus. E, por fim, tentam se assentar no próprio trono do Altíssimo. Então, podemos concluir que no reino de Deus, muitos serão lançados fora, por causa da rejeição contra Jesus, a pedra angular. E a punição já está reservada: “Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.” (v.44).
Os líderes religiosos entenderam a mensagem. Perceberam que tudo, o que Jesus falou era dirigido diretamente a eles, e como toda parábola exigia uma resposta imediata, e uma reação eminente. Eles reagiram: “ ouvindo estas parábolas, entenderam que era a respeito deles que Jesus falava; e, conquanto buscassem prendê-lo, temeram as multidões, porque estas o consideravam como profeta.” (vv.45 e 46). Esses homens perversos preferiram continuar em seus erros. Não tinham a intenção de mudar de atitude, e assim, permaneceram até consumarem à morte de Jesus na cruz.
Precisamos lembrar que Deus nos chamou para sermos o seu povo amado e eleito que assumiu o compromisso de entregar os frutos a seu tempo. Como afirma Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2.9). Por isso, temos o grande privilégio de sermos os servos do Senhor, de sermos o povo de Deus que trabalha na Sua vinha. Por terem uma relação especial com a pedra angular, eleita e preciosa, devemos viver de maneira distinta do mundo: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2.4-5).
Estimados irmãos! Não rejeitemos a Cristo e os mensageiros, para não acontecer que venhamos a rejeitar o Filho amado de Deus, que é a pedra angular. E em consequência disso, sermos exterminados e a vinha ser passada a outros. Mas para que eu e você possamos fazer parte dessa vinha, desse reino, prosperamos através da Sua Palavra e dos sacramentos. Que Deus nos abençoe ricamente e aplique essa palavra em nossos corações, em nome de Jesus. Amém !
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