TEXTO: MT 22.1-14
TEMA: O CONVITE DE DEUS PARA AS BODAS DE SEU FILHO
Em nossas vidas recebemos convites para toda sorte de acontecimentos. Convite para aniversário, casamento, churrascos, confraternizações, ceias ou outra solenidade qualquer. E geralmente nos sentimos felizes e honrados quando alguém nos convida para estes encontros. Ficamos felizes, porque temos a certeza de que, se somos convidados, é porque somos importantes para quem nos convidou. E você já foi convidado para participar de um grande acontecimento ou uma festa? Daqueles que se aguarda ansiosamente para chegar logo o dia?
Hoje, porém, queremos refletir sobre um convite que precisamos examinar com cuidado por ser um convite da parte de Deus. Mas que convite é este tão importante? É um convite para participarmos das bodas de Seu Filho. E o evangelho fala deste casamento, para a qual algumas pessoas foram convidadas, mas que, infelizmente, deixaram de comparecer. E os que se recusaram a participar da festa deram desculpas que, em si, pareciam plausíveis. Será que também vamos recusar o convite de Deus? Ou vamos aceitá-lo com alegria, vestindo as vestes do Cordeiro? Deus nos adverte a não rejeita-lo, porque se o fizermos, Ele nos excluirá da salvação e da companhia dele, assim, como aconteceu com seu povo.
O contexto desta parábola trata da discussão entre Jesus e as autoridades religiosas judaicas. Esse embate começou no capítulo anterior, após dois eventos importantíssimos: a entrada triunfal e a purificação do templo. Foi necessário que Jesus contasse três parábolas sobre o perigo daqueles que O rejeitam como Messias, não fazendo a vontade de Deus, pois perderão o lugar no reino dos céus. Os líderes religiosos ouvindo a explicação de Jesus acerca dessas parábolas, entenderam que falava deles, e a essa altura já buscavam prendê-Lo (Mateus 21.46), porque ficaram ofendidos com Seus ensinamentos.
É neste momento que Jesus toma a palavra e diz: “O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho.” (v.2). Nos dias de Jesus, dar banquetes era uma prática social dos ricos, um símbolo social de prestígio. Quem dava o banquete era honrado pelos convidados que compareciam, e ser convidado era sinal de distinção e importância. Quando o rei afirma que desejava celebrar as bodas de seu filho, isto demonstrava que se tratava de uma festa importante. Afinal, a festa era dedicada ao filho do rei que estava para se casar. Após toda a preparação, o rei compartilhou sua alegria com os nobres do seu reino e mandou convidá-los: “Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas(v.3a). Ser convidado pelo rei era uma grande honra, um grande privilégio. Possivelmente, os convidados eram líderes, pessoas nobres, religiosos, cidadãos importantes, com negócios. Mas os convidados ao receberem o primeiro convite, não mostraram nenhum interesse em participar da festa:” estes não quiseram vir.” (v.3b).
Que surpresa desagradável para o rei! Os convidados que ele tinha grande consideração, com quem desejava compartilhar a sua alegria pelo casamento do seu filho, não mostraram nenhum amor por ele e por seu filho, a ponto de rejeitar o seu convite. Na verdade, revelaram grande desprezo ao rei a ponto de cuidarem apenas dos interesses próprios. Mas o rei ficou sabendo disso, insistiu em chamá-los novamente para o banquete. Desta vez informando que o banquete já estava preparado: “ Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas.” (v.4). Observem, que todos os preparativos foram feitos pelo rei: ele organizou o casamento, preparou o jantar e abateu os animais. Tudo já estava preparado. No fim, tudo o que os convidados tinham que fazer era aceitar o convite. Porém, aqueles convidados novamente não se importaram com a festa do filho do rei. Desprezaram e apresentaram as suas desculpas, e ainda mataram os servos do rei que estavam encarregados de convidá-los. (vv.5 e 6).
Deus também nos convida diariamente para o banquete. Na verdade, todo o homem necessita deste honroso convite de Deus. Necessita da graça divina, do perdão que ele nos oferece diariamente. Necessita, porque o homem é por natureza cego espiritualmente, morto e inimigo de Deus, do qual não pode libertar-se. Uma vez vivendo neste estado, Deus nos convida para esta festa. Nos convida para a ceia de graça, que é a salvação, preparada por seu Filho, Jesus. Isto é obra exclusivamente da graça divina sem qualquer contribuição da parte dos convidados. Infelizmente, muitos rejeitam o convite oferecido por Deus. Servos, pastores, pregadores, são enviados a chama-los. Mas os convidados apresentam desculpas. Vemos aqui o retratado procedimento da maioria dos homens frente ao convite do Evangelho. Na verdade, procuram pretexto para justificar sua atitude. É a velha mania de querer desculpar-se. A exemplo disso, temos aquelas pessoas que dizem: não tenho tempo para ouvir a Palavra de Deus, e muito menos ir aos cultos, afinal tenho que tratar dos meus negócios. Daí decorre a necessidade de advertirmos seriamente os convidados contra o “perigo das desculpas.”
Diante da rejeição do convite, oferecido pelo rei, ele resolve tomar uma atitude: “O rei ficou irado.” (v.7a).A sua atitude é drástica contra os convidados rebeldes que rejeitaram seu convite. O verbo ὀργίζω, que significa “ser provocado a ira,” “estar zangado” estar enfurecido, transparece o quanto o rei estava decepcionado com aqueles convidados. De modo que a sua reação foi avassaladora: “enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade.” (v.7b). Ele executou a sua justiça sobre os que rejeitaram seu convite e mataram seus servos. É justamente o que acontece com aqueles que rejeitam o evangelho de Cristo, para seguirem seus próprios caminhos; que preferem cuidar dos seus próprios interesses sem levar Deus em conta. Uma vez rejeitando, só resta o castigo. Deus anuncia um julgamento severo: Ele tira o pão daquele que não o aprecia e o oferece ao faminto que se mostra agradecido a Deus. Foi o que aconteceu com Seu povo.
Interessante a expressão que o rei usa no versículo 8: καλέω οὐκ ἦσαν ἄξιοι - “os convidados não eram dignos.” Eles não eram dignos, porque desprezaram o banquete. Rejeitaram a graça de Cristo, por amor aos seus interesses materiais. Aqui podemos notar a gravidade dessa rejeição. E nós? Será que somos dignos? Será que merecemos? Devemos, definitivamente, entender que não há pessoa cuja dignidade, a bondade ou santidade sejam bastantes para merecer o convite de Deus. Enfim, somos levados a acreditar que não somos dignos de merecer tal convite por méritos próprios, pois nada vale no reino dos céus. Por mais digno ou miserável que alguém seja aos olhos humanos, há um convite que Deus nos oferece. É através de Cristo que selou o nosso convite com Sua morte na cruz. Agora, podemos recebe-lo pela graça, porque Deus nos ama, e em Cristo nos oferece graça e misericórdia. E assim podemos nos assentar à mesa do Cordeiro, pois o convite da graça está disponível a todos os pecadores!
O convite, então, foi estendido para outras pessoas. O rei mandou seus servos, chamarem a todos que pudessem encontrar para virem à festa: “Ide, pois, para as encruzilhada dos caminhos.”(v.9a) A ordem era “ir”, porque havia pressa em levar o convite para todas pessoas que encontrassem pelo caminho. A expressão διεξόδους τῶν ὁδῶν -“encruzilhada dos caminhos,” originalmente trás a ideia de “transcender os limites da cidade” ou “ir à campo aberto”, “caminho que sai de uma área habitada. Resumindo seria: o lugar onde uma rua atravessa os limites da cidade e se dirige ao campo aberto. Ao saírem pelas “encruzilhada dos caminhos, a recomendação do rei, era: “convidai para as bodas quantos encontrares.” (v.9b). As pessoas convidadas aceitaram o convite do rei e a sala do banquete ficou repleta de convidados de diversas classes sociais Também havia “maus e bons.” (v.10). E, assim, houve a festa e todos puderam celebrar o casamento do filho do rei com grande alegria.
O que Jesus nos ensina com isto? Que o convite da salvação é estendido a todos e aquele que aceitam, independente de sua raça ou classe social. Esse sempre foi o propósito de Deus: estender sua salvação em Cristo a todos os povos. Por isso, que Jesus mandou seus discípulos pregarem o evangelho a toda criatura e fazerem discípulos de todas as nações (Mc. 16.15; Mt.28.19). Ele não tem prazer na morte do pecador, mas em que ele se arrependa e viva. Ele está chamando pecadores para desfrutarem da festa da salvação do Seu Filho. Que oportunidade preciosa você tem ao ouvir essa mensagem hoje! O Senhor está estendendo o convite da salvação a você! Na festa do rei há lugar para todos. É um banquete suficiente para todos desfrutarem!
O rei ficou ainda mais irado quando notou que um dos convidados não trazia veste nupcial. A expressão ἔνδυμα γάμου (v.12) significa alguém que possui uma veste para participar de um banquete de casamento ou festa de núpcias. Usar esta veste era costume no Oriente, ou seja, um convidado que participava de uma festa, deveria ir com um traje especial ou veste nupcial. Por outro lado, quem não tinha este traje recebia-o do próprio festeiro. Ao entrar na sala do banquete, o rei examinou com alegria todos os convidados que estavam com vestes brancas. Porém, ficou surpreso e indignado ao ver um dos convidados sem a veste apropriada para a festa.(v.11) Então, perguntou: “Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial?”(v.12). O homem nada respondeu. Permaneceu calado. O rei, então, indignado com o insulto do tal homem, ordenou que o lançassem para fora, nas trevas: “Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o para fora, nas trevas, ali haverá choro e ranger de dentes.” (v.13).
Ocorre que aquele homem recusou a veste fornecida pelo rei. Ele é um exemplo daqueles que pensam que podem entrar no céu por seu mérito e não pelo sangue de Cristo. Esse era o problema dos judeus naqueles dias. Eles não se sujeitaram a Cristo, a justiça estabelecida por Deus para salvação, mas quiseram estabelecer sua própria justiça (Rm. 10.3) Eles não se revestiram do sangue de Cristo, mas queriam estar diante de Deus do seu próprio modo. Jesus censurou ,muitas vezes, esta justiça desses líderes religiosos. Ele repreende, critica e condena essa justiça. Será que, por vezes, esta justiça não se encontra morada em nossos corações? Será que com nossas atitudes e posicionamentos de vida, agradam a Deus? Será que Ele está satisfeito com a nossa justiça? Precisamos fazer um exame profundo e sincero, de nosso íntimo. Afirma Jesus que ninguém de nós entrará no reino de Deus se a nossa justiça não for melhor, se não for superior à dos escribas e fariseus.
No entanto, Jesus apresenta uma justiça que é em muito superior à dos escribas e fariseus. E que justiça é essa? É uma justiça que o homem não possui. É uma justiça que o Filho de Deus adquiriu para os homens. Para esse fim veio ao mundo. Deus enviou seu Filho nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei (Gl. 4. 4-5).Portanto ,agora, a nossa justiça está no Senhor. Sua justiça são as vestes brancas que Deus nos oferece para estarmos na sua presença (Ap.3.18).Ele cobre a miséria dos nossos pecados com as vestes brancas de sua justiça e nos chama a cear com ele no banquete da salvação. Que convite maravilhoso!
Jesus conclui a parábola dizendo: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (v.14). O termo κλητός significa chamado, convidado (para um banquete). Muitos são chamados para viver uma vida junto com Cristo. Para ser seus discípulos e seguir seus passos. E, finalmente, um convite para passar a eternidade com ele! Este chamado vem ecoando por todas as partes do mundo. Ele é amplo, abrangente, universal. Isto significa que todos são chamados. Neste sentido, o evangelho é oferecido para o mundo inteiro. Mas nem todos se arrependem e creem. Tem aqueles que são chamados, mas recusam o convite de Jesus. Os muitos chamados que ignoraram o convite, serão lançados num lugar de prantos e ranger de dentes.(v.13). No dia das Bodas do Cordeiro, o Senhor dirá que nunca os conheceu (Mateus 7.22,23). Só estarão vestidos realmente com vestes de linho fino aqueles “poucos escolhidos” (Apocalipse 19.8).
Por outro lado, aqueles que respondem com fé verdadeira o convite, e se vestem com as roupas brancas da justiça de Cristo, crendo em Jesus como único caminho de salvação, são os “poucos escolhido.” Estes se assentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó, e desfrutarão eternamente da presença amorosa do Deus que os chamou. Estes, realmente escutaram o chamado “vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos” (Mateus 11.28), e foram recebidos com graça, porque foi o Pai quem os trouxe (João 6.44). Por isto, eles jamais serão lançados fora (João 6.37). Portanto, os pouco escolhidos devem estar vestidos dos méritos de Cristo (Gálatas 3.27; Apocalipse 3.4-18; 7.14; 19.8). Isso significa que pelo próprio esforço humano, homem algum é capaz de responder de forma positiva ao chamado do Evangelho, pois todos pecaram (Jó 9.2; Isaías 64.6,7; Romanos 3.9-24; Efésios 2.8).
Estimados irmãos! Que oportunidade preciosa de podermos participar do banquete ! O Senhor está estendendo o convite ! Há lugar para todos desfrutarem! Portanto, ouça o seu chamado! Aceite o seu convite! Abandone seus pecados e vista-se com as roupas brancas da justiça Cristo! Creia nele e desfrute da festa da salvação desde agora e para sempre! Amém
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