sexta-feira, 25 de outubro de 2024

TEXTO: SL 46

TEMA: DEPOSITAMOS TODA A NOSSA CONFIANÇA EM DEUS !


Historicamente este salmo pode estar ligado a um cântico de vitória sobre os inimigos do povo de Deus. É provável que tenha sido escrito na época em que o rei da Assíria, Senaqueribe cercou Jerusalém, e Deus providenciou livramento a Judá, no tempo do rei Ezequias em 701 a.C. (2 Cr 32; Is 36, 37). Ele se intitula como Cântico sobre Alamote, palavra esta que talvez se refira à voz de soprano. Foi composto pelos filhos do levita Corá. Eles eram músicos no templo. Quanto à estrutra, ele é divido em três estrofes, caracterizadas no final pelo termo “selá”. (notação que provavelmente assinalava um interlúdio musical entre os versiculos 3,7,11).

Este salmo é uma oração de confiança em Deus. Nesta oração ,o escritor relata a sua situação de angústia e busca ajuda no Senhor. Ele declarou que Deus era o seu refúgio e fortaleza, e encontrou segurança, coragem que o levou a confiar no Senhor. Da mesma forma, os habitantes de Jerusalém são chamados a confiar em Deus, a contemplar a sua obra, não importa a dificuldade das circunstâncias em estavam vivendo. Este salmo serviu de consolo para Martinho Lutero em suas muitas lutas. Ele foi usado como fonte de inspiração, em 1529, para a composição do hino "Castelo Forte". Ele serve também de consolo em nossa vida, pois vivemos em muitas situações que afligem nossa alma. São as guerras, lutas que provocam aflição e insegurança, e, muitas vezes, nos sentimos ameaçados e com medo.

O salmo nos relata inúmeros argumentos e motivos pelos quais devemos depositar toda a nossa confiança em Deus. Apresento três que servem de reflexão: primeiro, porque somente o Senhor pode nos socorrer em tempo de perigo. Na vida, cada um de nós, inevitavelmente, passará por dificuldades, seja conflitos familiares, doenças, e problemas no trabalho. Diante desta dificuldades, nos tornamos fracos e, muitas vezes, perdemos a nossa fé. Neste momento, somente o Senhor pode nos ajudar. Ele é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Segundo, porque a presença de Deus nos livra dos perigos que enfrentamos neste mundo. O salmista nos mostra como podemos confiar em Deus, até mesmo nos momentos mais difíceis, porque Ele é o Todo-Poderos, uma fortaleza impenetrável. É o Altíssimo. Terceiro, porque é Deus que põe termo à guerra e confere paz. É o poder de Deus em estabelecer a paz e pôr fim às guerras. Somente o Príncipe da paz que está sentado no trono, nos concede a verdadeira paz.

                                                                        I

Os habitantes de Jerusalém eram dependentes da força de seu exército e dos muros que cercavam a cidade. Mas, quando chegaram os assírios, as defesas foram destruídas. Não tinham para onde ir, nem onde se esconder. Tudo estava desmoronando, dando errado e não havia esperança. Foi esse tipo de cenário que moveu o poeta a escrever este salmo. Ele traz a primeira declaração da sua fé: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (v.1). O termo מַחֲסֶה, traduzido por refúgio, significa ,literalmente, no hebraico, “um abrigo”, um lugar apropriado para se proteger de um perigo. Já o termo עֹז ,traduzido por fortaleza, significa “poder” ou “força”, transmite a ideia de “ser forte”, “prevalecer” ou “tornar firme”. No antigo Oriente Médio, as cidades eram construídas em lugares altos, com altas muralhas, para sua defesa. Ainda assim, não havia cidade ou estrutura defensiva impenetrável. O salmista usa esta imagem para descrever a proteção de Deus, que lhe servisse de refúgio por meio de um muro forte, diante dos ataques que recebia dos inimigos. Ele demonstra esta proteção quando afirma: “O Senhor é o meu refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.”

Assim podemos entender que em tempos de adversidades, quando tudo parece ruir, Deus é aquele que nos oferece abrigo para enfrentar as tempestades da vida, sejam elas pequenas ou grandes. Ele é o lugar seguro para onde podemos recorrer em tempos de dificuldades. É o nosso socorro imediato e está sempre presente para nos auxiliar em meio às tribulações. Por isso, não precisamos ter medo, pois Deus é o nosso refúgio é a nossa fortaleza. Não precisamos ficar atemorizados com as tribulações, pois Ele é o nosso socorro bem presente nas tribulações. A palavra tribulações indica situações problemáticas de intensas aflições e dificuldades. Em outras palavras, o salmista está dizendo que quando estamos em situações difíceis das quais somos incapazes de escapar, Ele é o nosso refúgio e fortaleza, e nos socorre em tempo de perigos. Faça de Deus seu refúgio, como nos ensina o salmista, nele encontramos segurança, coragem, abrigo. proteção, paz , força para vencer.

Para o salmista não importam as circunstâncias, o Senhor sempre será o nosso socorro nos momentos de adversidades e tribulações. Esse é o motivo pelo qual o salmista diz: “ Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam.” (vv.2 e 3). Nestes versiculos o salmista apresenta situações nas quais não teria medo, porque entendia que somente o Senhor podia oferecer o socorro diante de suas adversidades. Interessante a expressão: “Ainda que.” O escritor ao usar esta expressão, estava depositando tanta confiança no Senhor. Ele afirma que “ainda que” houvesse mudanças na terra, mudanças nos montes no seio dos mares e as águas tumultuassem, espumejassem e na sua fúria os montes se estremeçessem, ainda assim não havia motivos para temer. O salmista Davi aplica essa mesma expressão quando diz: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” (Salmos 23.4).

                                                                       II

Depois de descrever o cenário caótico, o clamor e o tumulto cessam. Agora, o salmista fala da onipresença de Deus, da presença graciosa de Deus. Ele afirma: “Há um rio.”(v.4a). Muitas cidades grandes têm rios que fluem através delas, sustentando assim a vida de muitas pessoas na agricultura e facilitando o comércio com outras cidades. Mas qual o rio que o salmista se refere? Porque na cidade de Jerusalém não há existência de um rio dentro de seus muros, apenas algumas fontes e aqueduto. Ocorre que para explicar a presença e proteção de Deus, o salmista recorre algo que lhe seja similar. Ele usa um tipo de linguagem poética ao comparar a presença e a proteção de Deus, com uma cidade atravessada por um rio. A presença de Deus é como um rio em nossas vida. Tal como um rio flui e proporciona vida por onde passa, assim é a presença de Deus que concede vida a todos que creem. Em Apocalipse, o rio corre diretamente do trono de Deus, da sua presença (Apocalipse 22.1,2). O rio da vida em Apocalipse representa a presença de Deus, que concede vida. Deus nunca nos abandona. Ele está sempre conosco.

O salmista ainda afirma que as correntes deste rio alegram a cidade de Deus. (v.4b). A cidade de Deus é uma referência a Jerusalém, onde Deus faz o seu lugar de habitação; onde deveria ser adorado pelo seu povo. Agora, a cidade de Deus vive num estado de tranquilidade e segurança em contraste marcante com o oceano revolto do v. 3. Agora, Jerusalém seria calma e serena em meio a todas as agitações externas do mundo – calma como uma corrente que flui suavemente. Neste sentido, o salmista aponta para a nova Jerusalém espiritual, um símbolo do céu, que foi preparada por Deus como a morada final dos crentes. Nesse quadro de referência, o "rio" do versículo 4 é o rio que flui do trono de Deus ( Ezequiel 47.1-12; Zacarias 14.8; Apocalipse 22:1-2) e o "lugar santo" é a morada de Deus no céu.

Ao falar de Jerusalém, o salmista fala de uma santuário da morada do Altíssimo” (v.4c). Os tabernáculos do Altíssimo estavam espalhados por toda a Judéia, mas ainda era necessário que o povo fosse reunido e unido em um santuário, para que estivesse sob o domínio de Deus. Quando os israelitas olhavam na direção do santuário das moradas do Altissimo, sentiam segurança e proteção divina, porque simbolicamente Jerusalém tinha o Deus Altíssimo que habitava na cidade. O lugar onde havia paz, a graça de Deus, o perdão dos pecados, que dá vida e salvação, que brota da cruz e da sepultura aberta de Cristo.

Não há, portanto, ninguém semelhante ao Senhor, que habita nas alturas. Ele é o Altissimo. O termo עֶלְיֹון traduzido por “Altíssimo,” é um título muito usado no AT para falar de Deus, aquele que está no alto. Então, podemos descrever sobre o altissímo: “Eis que o Deus Altíssimo, desce dos altos céus e faz morada na cidade.Ninguém é como o Senhor, nosso Deus. Não há, portanto, ninguém semelhante ao Senhor, que habita nas alturas. Ele é plenamente incomparável. Ele cuida pessoalmente de cada um de nós, se inclina para ver o que se passa sobre o céu e sobre a terra.” Enquanto Deus viveu entre seu povo, a cidade foi invencível. Mas quando o povo o abandonou, Deus o deixou e Jerusalém caiu ante o exército babilônico.A presença de Deus em Jerusalém traz um encorajamento especial para o escritor: “Deus está no meio da cidade e jamais será abalada.” (v.5a). Isto demonstra que Deus não está ausente. Ele habita com seu povo, pois é verdadeiramente o lugar que o Senhor escolheu para habitar. Ele estabelecer ali o seu nome para a sua habitação.

O que se conclui é que a cidade de Deus jamais será abalada, permanecerá "pelos séculos dos séculos" (Ap 22.5). Ela não será abalada, por que Deus é o seu ajudador e os inimigos não podem prevalecer contra ela. Mesmo que os inimigos sejam muitos e poderosos, mesmo que as nações se enfureçam e os reinos deste mundo se levantem contra Cristo e sua igreja, a cidade de Deus, jamais fica abalada, porque o Senhor dos Exércitos está com ela. O Deus de Jacó, o Deus da aliança, é o seu refúgio. No livro de Apocalipse, Deus nos mostra que o Senhor é Deus, dirige e protege a sua Igreja. Ele haveria de ajudar “ desde antemanhã.” ou seja até o dia amanhecer, simbolizando um novo começo e uma renovação de forças (v.5b).

A confiança do salmista se manifesta também na atuação do poder de Deus sobre as nações, fazendo-as tremer diante do seu poder: “ Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve.” (v.6). Há um situação de conflito e agitação entre as nações. Os reinos se movem e os gentios se enfurecem.Talvez,o escritor esteja mencionando a destruição do exército do rei assírio Senaqueribe durante o reinado de Ezequias (2 Reis 18-19).De qualquer forma, a voz de Deus é poderosa a ponto de dissolver a terra. O termo מוּג que é traduzido por dissolver ou derreter, é uma figura de linguagem que demonstra o poder absoluto de Deus, seu domínio e autoridade sobre todas as coisas.

Após, o salmista faz uma declação que é repetida no final do salmo. Ele ainda reforça a presença e o poder de Deus, ao afirmar que “o Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” (v.7). Ele é o Deus que protege e defende o seu povo. O escritor usa novamente o termo מַחֲסֶה que signfica literalmente “um abrigo”. Mas também pode ser usado no sentido de “defesa” e “amparo”. E ainda a expressão “abrigo alto”, ou seja, uma cidadela. Esta nada mais é que uma fortaleza dentro da fortaleza. Assim, caso a cidade fosse invadida, havia outra muralha em uma posição mais alta para proteger os moradores que perderam a primeira muralha. Para o escritor Deus é como uma dessas cidadelas que, mesmo diante da queda dos muros da cidade, Ele continua protegendo o seu povo. Ele é o refúgio e fortaleza daqueles que confiam nele, assim como foi para Jacó diante de suas adversidades.

                                                                              III

Os ataques violentos, sede, medo, tristeza e caos não conseguem tirar a confiança do salmista. Sendo assim, ele passa a encorajar os habitantes de Jerusalém. Eles são desafiados a lembrara das coisas que Deus fez no passado. A contemplar as obras do Senhor: “Vinde e contemplai as obras do Senhor.”(v.8). O convite é para que saiam e vejam por si mesmos, quão completa foi a libertação e a ruína de seus inimigos. Os verbos vir e contemplar tratam-se de um olhar para o campo de batalha. Lá estão os inimigos derrotados como resultado da ação de Deus. (Is 37.36). As Escrituras relatam, quão abundante é a prova de que Deus foi capaz de proteger seu povo em tempos de perigo.

Em outras ocosições, Deus também convidou o seu povo a contemplar as suas obras: “Vinde e vede as obras de Deus: tremendos feitos para com os filhos dos homens!” (Sl 66.5; Jo 1.39; 4.29). E de fato,toda a história de Israel no AT mostra-nos os grandes atos de salvação realizados por Deus em favor do seu povo no passado. Há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa. Ele devastou o Egito com as dez pragas para libertar o seu povo; abriu o Mar Vermelho para o seu povo passar e fechou o para destruir o exército de Faraó. Mandou o maná para alimentar o seu povo no deserto e fez sair água da rocha para saciá-lo. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre lembrar o que Deus fez. Deus sempre foi fiel e bondoso para Israel. Esta é a razão de “estarem alegres”cnforme o salmo 126.3: “Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres.”

Somos desafiados a contemplar as obras do Senhor,porque Ele também tem realizado coisas grandiosas em nossa vida. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. O seu amor e cuidado em todas as situações dramáticas das nossas vidas, situações que tiraram noites de sono e, muitas vezes, nos deixaram sem esperança para continuar com nossos sonhos e projetos, ou seja, no casamento em crise, nas crises financeiras sem fim, crises na saúde, e o Senhor sempre nos ajudou em todos momentos. Temos um Deus maravilhoso, que não mede esforços para nos ajudar. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Mas que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

No entanto, algo deve ser observado pelos homens,conforme o salmista: “A obra do Senhor, pela qual trouxe desolações à terra.” (v.8b). O termo שַׁמָּה pode se referir a qualquer “ruína” ou “derrota” que ele trouxera sobre a terra de Israel ou sobre as nações no exterior, isto é, entre seus vizinhoss que eram hostis. Enfim, era a destruição de cidades, vilas ou exércitos, como prova de seu poder, e de sua capacidade de salvar aqueles que confiam nele. Tendo isso em mente, o salmista usa seu melhor argumento para trazer paz aos israelitas em tempos de uma guerra atroz. Ele diz que nenhuma guerra há quando Deus ordena que ela cesse: “Ele poe termo à guerra até os confins do mundo.” (v.9a).Essa imagem ilustra o poder divino em trazer paz e segurança ao seu povo ao estabelecer a paz firme e bem fundamentada. até os confins da terra,ou desde um extremo ao outro.E ainda é capaz de destruir os instrumentos de guerra, como arcos, lanças e carros de batalha.(v.9b)

Enquanto,o homem faz tantas reuniões e conferências para acabar com as guerras e trazer a paz, nunca foram capazes de realizá-la. Ele nunca teve sucesso, porque sempre o fez com base na confiança do pensamento equivocado do próprio homem. Em outras palavras, essa paz não deve ser comparada aos tratados de paz que vemos nos jornais, pactos de desarmamento negociados entre nações.Esta é uma paz negociada,muitas vezes,frustrada e sem resultado.Mas somente o Príncipe da paz que nos concede a verdadeira paz. Ele com seu poder estabelece a paz e pôe fim às guerras. Todos os meios militares são quebrados ou despedaçados e transformados em instrumentos úteis (Is 2.4; Mq 4.3).

A paz era tudo que o povo, sob ataque do inimigo, desejava e que somente Deus podia conceder. Em resposta a tudo isso o salmista afirma: "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra. Não é um conselho para levarmos uma vida contemplativa, por mais importante que isso seja. O termo רָפָה ,que literalmente significa “entreguar-se”, “desistir”, traz a conotação de abandonar a nossa agitação e reconhecer que o Senhor é Deus. Sendo assim, o povo deveria reconhecer a sua soberania. O Deus supremo deveria ser exaltado tanto entre as nações como sobre a terra. Essa afirmação é um chamado à confiança e à adoração diante da grandeza e majestade de Deus.Ele é o único que será louvado entre as nações e na terra. Essa deveria ser nossa meta nos tempos de turbulência emocional. E um conforto profundo saber que, embora todas as coisas pareçam estar abaladas, uma coisa não está: Deus não é abalado. Por isso, renda-se e reconheça que Deus é o Senhor. Assim, como fez Jacó, Lutero, Melanchthon, John Huss, e tantos outros martires.

O escritor termina o salmo da mesma forma como começou, reforçando a presença de Deus e sua proteção para os seus contra o perigo. O Senhor dos Exércitos, o Deus de Jacó, é novamente proclamado como nosso refúgio. Essa repetição serve para enfatizar a confiança inabalável no poder e cuidado divinos.O Deus de Jacó é o mesmo Deus que age em nosso favor e traz tranquilidade em meio ao caos. Que possamos aprender a confiar nele e buscar refúgio em sua presença, sabendo que Ele é o nosso Deus, o Senhor dos Exércitos, Deus Todo-poderoso que ama tanto seus filhos que se importa com seus destinos e com o sofrimento que atravessam. Amém!

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

TEXTO: MC 10.46-52

TEMA:VAI, A TUA FÉ TE SALVOU

Jesus usou esta expresão em várias ocasiões. A mesma  ordem, ele também deu  a uma mulher que estava enferma: “Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal.”(Mc 5.34). E também ao leproso que foi curado:  “Levanta-te a vai a tua fé te salvou.”( Lc 17. 11-19). No  Evangelho de hoje, também encontramos um homem   cego, que foi modele de fé,  de confiança e perseverança em Jesus: “Vai a tua fé te salvou.”  A fé era algo importante na vida de Bartimeu. Foi a  fé que o levou a buscar em Jesus a resposta para seu sofrimento. A fé que o levou a crer que Jesus poderia curá-lo e não duvidou nem por um momento.  Era uma fé  inabalável, sincera e confiante que levou Jesus atender ao clamor do cego, e ainda lhe devolveu a visão.

Mas o que podemoa aprender da atitude de Bartimeu? Apresento três momentos que servem de reflexão:  primeiro, devemos  aprender a ver Jesus como o Messias e Salvador. Bartimeu reconheceu Jesus como o Filho de Davi, o Messias enviado por Deus para trazer a Salvação. Segundo,  devemos aprender a clamar a Deus em oração, confiando em sua misericórdia. Bartimeu, mesmo diante de sua deficiência visual e das dificuldades da vida, não desistiu de clamar por ajuda. Ele persistiu, mesmo quando as pessoas ao seu redor o repreendiam.Terceiro, devemos agir com fé, abandonando tudo o que nos impede de seguir Jesus com dedicação. Bartimeu nos  ensina como devemos reconhecer e proclamar nossa fé em Jesus. Também nos inspira a seguir a Jesus de todo o coração, dedicando-nos a uma vida de fé e discipulado, em  um mundo onde, muitas vezes, somos pressionados a desistir e manter a nossa fé em silêncio.

Não tenha medo de clamar por Jesus e a confiar plenamente em seu poder e misericórdia. Lembre-se que Jesus está sempre ao nosso lado, pronto para nos ajudar. Quando colocamos nossa fé em ação e buscamos a Jesus com confiança, encontramos força e coragem para superar qualquer desafio. Você tem buscado a Jesus com a mesma determinação de Bartimeu? Reserve um tempo para refletir sobre sua própria fé.

Estimados irmãos! Jesus deixou a Peréia, atravessou o rio Jordão a uma curta distância do Mar Morto, e começou a subir em direção à Jerusalém. E durante a sua caminhada,juntamente,com seus discipulos foram para Jericó. E quando estavam saindo da cidade, com uma grande multidão, encontraram o filho de Timeu, Bartimeu, um cego que estava sentado à beira do caminho, (v.46)  pedindo esmolas. (Lc 18.35). Ele vivia a sua vida na escuridão, tanto física quanto espiritual. Não via a luz desse mundo. E durante muitos anos, sem dúvida, estava acostumado a ficar assentado, sem consolo, sem esperança sozinho, abandonado, pedindo esmolas, dependendo da bondade, caridade e da compaixão de outras pessoas. Um cego que perante a sociedade da época não tinha valor algum e era excluido da sociedade. Sendo  desprezado, não tinha escolha, senão mendigar.

Que situação miserável vivia Bartimeu! Mas  ele sentia que   precisava de ajuda. Então, quando soube que Jesus estava por perto, percebendo a aglomeração que Jesus causava ao passar, tomou uma posição e começou a clamar por ajuda: “Jesus, Filho de Davi.”(v.47a). Diante da sua situação,Bartimeu reconhece em Jesus,como o “Filho de Davi.” Mas para ele, apesar de ser um título messiânico, evocava a ideia de um Messias conquistador, um Rei da linha de Davi, que levaria Israel à recuperação de sua grandeza como povo. Mas  esta concepção sobre Jesus era muito inadequada. Contudo,tinha algo que era mais importante em sua vida: a sua fé. Ele demonstra confiança em Jesus sob três aspectos: primeiro,ele não identifica o pai biológico de Jesus, mas descendente de Davi, Segundo, não eram somente um chamamento, mas uma declaração de sua fé em Cristo. Terceiro, quando  reconhece Jesus sendo o “Filho de Davi,” suplica ajuda: “tem comapixão de mim!”(v.47b). A expressão“compaixão”  significa ajudar alguém  que está aflito ou que busca auxílio. Isto significa que passou a demonstrar confiança e perseverança em Jesus. Somente Jesus poderia curá-lo.

No entanto, Bartimeu enfrentou obstáculos. Além de suas limitações, pois era cego, foi reprimido para que ficasse quieto. Diz o texto: “ E muitos o repreendiam, para que se calasse.”(v.48a). Mesmo diante dessa atitude, ele não desistiu. Ele continuou clamando, demonstrando uma fé persistente e inabalável: “Jesus Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”(v.48b). Ele acreditava que Jesus poderia curá-lo e não duvidou nem por um momento. A sua confiança foi perseverante, mesmo diante das dificuldades.  Atitude de Bartimeu é um exemplo de como devemos buscar a Jesus com fé e determinação. Persistir e clamar por Jesus, acreditando que Ele pode nos ajudar, pois como filhos de Deus defrontamos com tantos problemas. São tanto problema que ao olharmos a nossa volta, não sabemos o que fazer. Nessas horas temos muitas razões  para clamar ao Senhor por compaixão. E somente Ele pode nos ajudar, pois sempre está atento às nossas súplicas, Você já clamou alguma vez por compaixão?

Ao demonstrar confiança e perseverança, ele foi recompensada pelo próprio Jesus. Ele ouviu o clamor de Bartimeu. Então, parou e disse: “ Chamai-o.”(v.49a). Então, Jesus ouviu o apelo do homem cego e pediu que às pessoas o chamassem. Elas que ,anteriormente, tinham lhe repreendido por importunação, agora tiveram que lhe dizer: “Tenha bom ânimo! Levanta-te, Ele te chama” (v.49b). O cego Bartimeu não hesitou e ,prontamente, respondeu ao chamado de Jesus: Lançando sua capa para o lado, de um salto, pôs-se em pé e dirigiu-se a Jesus.” (v.50). A sua resposta ao chamado foi imediata e determinada quando escutou a voz de Jesus, que o chamava para vir até ele. De modo que atirou com ímpeto sua capa, que o impedia de mover-se com prontidão, e deu um salto, um gesto de confiança total nas palavras de Jesus. Precisou  sair de sua inércia na beira do caminho e tomou a decisão de ir até Jesus. Novamente,Bartimeu demonstrou confiança e perseverança em Jesus. Esta decisão foi uma atitude de fé.Há muitos que ouvem o chamado de Jesus, mas não respodem de maneira imediata. E,assim, perdem a grande oportunidade de ter um encontro com Jesus. Precisamos deixar as capas das aparências para seguir somente Jesus, abandonando o nosso passado para ter uma nova vida

Jesus continua testando a fé de Bartimeu. Ele faz uma pergunta muito importante: “Que queres que eu te faça?” (v.51a). Quando Jesus fez esta pergunta, Jesus deu a ele a oportunidade de expressar sua fé e seu desejo de ser curado. Bartimeu respondeu prontamente, deixando claro aquilo que ele mais queria em sua vida: recuperar a visão. Ele, então, respodeu: Mestre, eu torne a ver.” (v.51b). E Jesus, em sua infinita misericórdia, atendeu ao seu pedido. Com compaixão, tocou os olhos de Bartimeu, e ,imediatamente, ele recuperou a visão. Imaginem a alegria, a gratidão e o espanto de Bartimeu ao ver o mundo ao seu redor pela primeira vez!  Jesus disse-lhe: Vai, a tua fé te salvou.”(v. 52 ). Jesus garantiu que a sua fé o havia curado. E o resulta foi que ele, imediatamente, começou a seguir a Jesus.

A história não termina com a cura de Bartimeu. Ele não apenas recuperou a visão, mas também teve uma transformação espiritual que mudou a sua vida para sempre.era muito mais que isto, era uma mudança absoluta, completa e coroada com sua salvação. Isto foi possível, porque  Deus nos curou da cegueira espiritual,  na pessoa de seu Filho Jesus Cristo, que nos reconciliou com o Pai. Ele sofreu, morreu e ressuscitou. Pagou a dívida do homem com o seu precioso sangue na cruz do Gólgota. Sacrificou sua vida como cordeiro inocente para obter em favor dos culpados o eterno perdão.

Mas o que podemoa aprender da atitude de Bartimeu? Ele nos  ensina como devemos reconhecer e proclamar nossa fé em Jesus. Ele também nos inspira a seguir a Jesus de todo o coração, dedicando-nos a uma vida de fé e discipulado, em mundo onde, muitas vezes, somos pressionados a desistir e manter a nossa fé em silêncio. Não tenha medo de clamar por Jesus e a confiar ,plenamente, em seu poder e misericórdia. Lembre-se que Jesus está sempre ao nosso lado, pronto para nos ajudar. Quando colocamos nossa fé em ação e buscamos a Jesus com confiança, encontramos força e coragem para superar qualquer desafio. Você tem buscado a Jesus com a mesma determinação de Bartimeu? Reserve um tempo para refletir sobre sua própria fé.

Estimados irmãos! A história da cura de Bartimeu nos lembra do amor, compaixão e poder de Jesus. Sua resposta ao clamor de Bartimeu nos encoraja a sermos persistentes em nossa fé e a confiar plenamente em seu poder para nos transformar. Que possamos, como Bartimeu, reconhecer nossa necessidade, clamar por misericórdia, responder ao chamado de Jesus e seguir e seu caminho, sendo  testemunhas vivas de sua graça e poder. Que, ao meditarmos sobre essas lições, possamos aplicá-las em nossas vidas diárias e, assim como Bartimeu, possamos experimentar a maravilhosa graça e cura que Jesus tem reservado para cada um de nós.Amém!

 

 

 

 

 

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

 TEXTO: RM. 1.17

TEMA: COMO POSSO ENCONTRAR UM DEUS MISERICORDIOSO?

No dia de hoje lembramos a Reforma realizada pelo Dr. Martinho Lutero, iniciada no dia 31 de outubro de 1517 quando afixou as 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg, na Alemanha. Tantos anos se passaram, e ainda guardamos na memória os grandes acontecimentos que marcaram a História, que movimentou o mundo religioso, cultural, político e econômico da época. Mas será que as pessoas sabem quem foi Lutero? Será que os luteranos conhecem o legado que Lutero deixou? Conhecem as suas obras? Para muitas pessoas, Lutero continua sendo um desconhecido ou, no máximo um monge rebelde que protestou contra a Igreja e que abandonou o convento, porque queria casar. Outros afirmam que Lutero foi um antissemita, perseguiu os judeusAfirmam ainda que, ao mesmo tempo em que Lutero apresentava sólida argumentação teológica, exegética e histórica, também se utilizava de frases, figuras e exemplos do cotidiano, muitos dos quais eram preconceituosos e agressivos contra os acusadores. E por fim, tem aqueles que afirmam que os seus vícios, às vezes, eram mais visíveis do que as virtudes. 

No entanto, para outros, ele deixa de ser um desconhecido, pois ocupa espaço nos estudos   de muitos acadêmicos e graduados de diversas áreas do conhecimento humano, ou seja, da teologia, da política, da economia e da cultura. Além disso, as obras de Lutero têm despertado interesse. São obras que têm fascinado estudiosos. Na qualidade de teólogo, pregador, conselheiro espiritual, poeta de hinos e orador, Lutero deu testemunho da mensagem bíblica a respeito da salvação em Cristo Jesus, levando às pessoas através das suas mensagens, o consolo e o cuidado aos necessitados. É de se admirar a coragem que ele teve de manifestar seus sentimentos, de forma tão obstinada numa época de terror em que a inquisição perseguia, e condenava pessoas à morte de forma arbitrária e impiedosa.

Indiscutivelmente, a Reforma está entre os acontecimentos incisivos na História alemã, europeia e mundial. Por isso, há bons motivos para recordar a Reforma por ocasião dos 506 anos do aniversário da “divulgação das teses”, pois ela foi importante revolução cultural e histórico-religiosa. Ela influenciou tanto a língua alemã, como teve efeitos também sobre a música e a arte. Deu impulsos importantes ao setor educacional e criou as bases para a participação social e política. Como se observa, Lutero desempenhou um papel de tremenda importância na transformação da igreja e da sociedade medieval, que teve efeitos duradouros, e que ainda se mostram na atualidade. 

Entretanto, não vamos nos deter no legado que Lutero deixou para humanidade, uma vez que as suas obras são extensas. Mas vamos refletir sobre a situação espiritual que vivia o povo naquela época. A Idade Média se caracterizou por um profundo desprezo à fiel pregação da Palavra de Deus por parte dos clérigos da igreja romana. As pessoas acreditavam em bruxarias, eram cheias de superstições e só ouviam falar de Jesus como Juiz irado e não como o amoroso Salvador. Além disso, o que mais perturbava o povo na época, era a venda das indulgências. Por outro lado, as obras desempenhavam o papel principal no ensinamento dos mestres e professores daquela época. O relacionamento entre homem e Deus, era através das boas obras. Diante deste ensinamento, Lutero vivia preocupado: “Como posso encontrar misericordioso?”

I

 Lutero foi um jovem educado nas verdades cristãs. Ele conhecia sobre Deus, pois a igreja o lembrava, constantemente, sobre a existência do Deus Criador, mantenedor e justo. Ele conhecia os mandamentos de Deus. Os dez mandamentos lhe foram incutidos no lar, na escola e na igreja. Ele conhecia Jesus, o Filho de Deus, Salvador. No entanto, todas estas verdades foram lhe ensinadas com um enfoque na lei de Deus. Na verdade, foi educado sob o rigor baseado na lei de Deus. Na medida em que crescia e meditava na lei, crescia também o pavor diante do Santo e justo Deus. A lei despertou no coração de Lutero a pergunta: “Como conseguirei um Deus misericordioso?”

Esta era a pergunta vital que atormentava Lutero. A pergunta que pairava na mente de todas as pessoas da época. É a pergunta da humanidade ainda nos dias de hoje. O homem de hoje também pergunta, uma vez que a nossa geração não está longe dos costumes, crenças e preocupações que havia no tempo de Lutero. A maioria das igrejas tem pregado sobre prosperidade no lugar de arrependimento. Têm pregado curas e milagres em lugar de novo nascimento. Têm pregado psicologia de autoajuda, em lugar de ajuda do alto. Têm pregado um antropocentrismo idolátrico, em vez de pregar a soberania de Deus, a centralidade de Cristo e o poder do Espírito Santo. Muitos pregadores inescrupulosos, em busca de resultados imediatos ou até mesmo de lucro, mudam a mensagem, e acrescentam práticas místicas como água ungida sobre o rádio, rosa ungida, cair no espírito e coisas semelhantes, levando o povo a colocar sua confiança em amuletos e coisas de nenhum valor aos olhos de Deus. Alguns segmentos da igreja contemporânea perdeu o foco quando abraçou o liberalismo teológico de um lado e o misticismo por outro

Como conseguirei um Deus misericordioso? Quando Lutero interrogava e queria resposta, a igreja tentava sufocar tal pergunta ou respondia levianamente: cumpre a lei e as ordens da igreja. Mas se você quer ter plena certeza do perdão, torne-se monge. Lutero tentou o caminho das obras ensinadas pela igreja. Certo dia, ao regressar da casa de seu pai, foi surpreendido por uma tempestade. Refugiou-se numa floresta. De repente, bem perto dele, um raio atingiu uma árvore, que se partiu ao meio. Lutero, apavorado, temendo a morte e o juízo de Deus, exclamou: “Santa Ana, valei-me! Far-me-ei monge, se me for poupada a vida.” De volta a Erfurt, tratou de cumprir sua promessa. E contra a vontade de seus pais, professores e muitos amigos, entrou no mosteiro. E naquele lugar, pensava em buscar a perfeição. Estudou e orou muito. Mendigou. Flagelou-se até desmaiar. Tornou-se sacerdote.

Entretanto, a paz da alma parecia-lhe cada vez mais distante. Lutero confessou: “Por mais que me dedicasse e buscasse a Deus, eu não podia amar a este Deus que exige, ameaça e condena. Eu odiava a Deus.” Mesmo em todo a esse desespero, Lutero continuava lendo a Bíblia. Foi na Bíblia que Lutero descobriu o evangelho obscurecido desde a época dos discípulos. Ele ficou extremamente emocionado com essa descoberta: “Finalmente, pela misericórdia de Deus, meditando de dia e de noite, dei atenção ao contexto das palavras, a saber:  'O justo viverá pela fé.' Então comecei a entender que a justiça de Deus é aquela pela qual o justo vive por um dom de Deus, em outras palavras, pela fé. Aí toda a escritura me mostrou uma face totalmente diferente. (...) Assim como antes eu havia odiado violentamente a frase “justiça de Deus”, com igual intensidade de amor eu agora a estimava como a mais querida. Assim esta passagem de Paulo de fato foi para mim a porta do paraíso.”

                                                             II

Quando Lutero viu que o homem é salvo pela graça de Deus, revoltou-se contra os abusos da Igreja e escreveu as 95 teses. Foram afixadas no dia 31 de outubro de 1517, na porta da capela da cidade de Wittenberg na Alemanha. As quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. Martinho Lutero provocou mudanças profundas ao denunciar esta situação. Sendo assim, esta verdade, que Lutero descobriu, precisava ser anunciada.  Precisava ser proclamado que “o justo viverá pela fé” e não pelas suas riquezas, ou por posição social, e nem pelas boas obras. De fato, esta notícia se espalhou rapidamente pelo mundo católico europeu. Em apenas duas semanas, as teses foram traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. De tal forma que, se espalhou por toda a região da Alemanha e, nos próximos dois meses, conquistou toda a Europa. Começava ali uma luta, o empenho firme e decidido baseado em três grandes pilares: Sola Gratia, Sola Fide e Sola Scriptura. Este assunto foi o centro da Reforma e seu mais precioso legado à cristandade.

Lutero encontrou esta verdade do evangelho autêntico em Romanos 1, versos 16 e 17: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.16 -17). Ele encontrou ainda a certeza de que não há como alguém merecer o favor de Deus por causa de alguma coisa que faz. Mas a única forma de alguém obter o favor Deus é através da fé em Jesus Cristo; que é através da fé em Jesus que os pecados são perdoados por Deus. Este entendimento, conhecido como a doutrina da justificação pela fé, tornou-se um dos pilares do pensamento religioso de Lutero. Até ao fim da sua existência, Lutero quer como monge como professor, quer como pastor, sempre considerou a Sagrada Escritura como a fonte autêntica da verdade para todos os aspectos da vida do homem e da sociedade

Assim como Deus agiu na História, através de Lutero, ocasionando a Reforma, Deus também quer usar a cada um de nós, para transmitir a sua mensagem ao mundo e mostrar ao nosso próximo que o “justo vive pela fé”. Também é um momento para agradecermos porque temos a Palavra de Deus e as Confissões Luteranas que expõem a Escritura com clareza, cujo resumo conhecemos no Catecismo Menor. Nossa liturgia e nossos hinos nos transmitem o doce evangelho, bem como assim nossos devocionais. Nosso pedido e nossa súplica é que Deus, por sua misericórdia nos conserve firmes e fiéis às Sagradas Escrituras. Nesse mundo de tantas tentações, de tantas adequações e tantas acomodações, que Ele jamais permita que o liberalismo, costumes, praxes, tradições e ou adaptações deste mundo, se sobreponham a verdade única e absoluta da Bíblia Sagrada. Hoje louvamos a Deus, porque depois de 506 anos, ainda continuamos pregando, confessando e proclamando que o “Justo viverá por fé.” 

Portanto, pedimos a Deus que nos faça crescer no consolo da graça, nos mantenha firme na fé, no amor à sua palavra e nos capacite para nossa missão. Na missão de anunciar que o “justo viverá pela fé”. Amém!

 


terça-feira, 15 de outubro de 2024

 TEXTO: SL 126

TEMA: RESTAURA, SENHOR, A NOSSA VIDA!

O salmo 126 faz referência ao retorno dos cativos, depois de muitos anos de escravidão no exílio na BabilôniaQuando receberam a notícia de que poderiam retornar, parecia um sonho. E diante das dificuldades que enfrentariam, esta eram uma mensagem de esperança.  Sabiam que teriam que recomeçar tudo de novo e, por isso, pediram a Deus: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe.” É a suplica para que Deus tirasse daquela situação de cativeiro, e que desse uma nova oportunidade para que pudessem ser restaurados e que prosperassem novamente. Era Deus restaurando o Seu povo novamente.

Este mesmo salmo se tornou um cântico de romagem, para cantar nas peregrinações a Jerusalém. Sendo que a temática e a importância desse salmo, na história do povo de Deus, refletem o sofrimento, as dores, as decepções, as provações que o povo de Deus em sua história de vida, vivenciou. Também retrata o triunfo, a conquista, o cumprimento das promessas de Deus, a fidelidade. Enfim, o agir de Deus em favor dos cativos ao libertá-los do cativeiro. 

Estimados irmãos! Há momentos em nossas vidas que tudo parece estar fora de controle. Não há solução e tudo se torna mais distante ou confuso. Assim é com nossa vida, estamos como o deserto, sem esperança, sem saber o que fazer, vendo que nossos planos e sonhos não se concretizam, mas nosso Deus vem restaurar a nossa vida! O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Diante desta situação, Deus quer restaurar a nossa vida, os nossos sonhos, projetos, o nosso amor por Cristo, a nossa vida espiritual, os nossos talentos e dons. Só ele pode restaurar. A Sua restauração é total, abrangente, completa, perene, duradoura. Apresenta-te como o salmista e diga: “Restaura-nos como as torrentes de Neguebe”. É maravilhoso saber que Ele continua com o mesmo poder, com a mesma disposição de quando restaurou seu povo no passado. É confortante saber que o SENHOR restaura também no presente e no futuro.

O salmista inicia o salmo, afirmando que o resgate dos cativos de volta a Sião foi como um sonho! (v.1). Parecia um sonho, mas era realidade. O Senhor os tinha libertado do cativeiro. A situação foi revertida. A restauração causou júbilo. Não choravam, pelo contrário, só havia alegria e gratidão. Deus havia transformado aquele momento em realidade. O fato de voltar à sua terra, de estar livre do cativeiro, de poder cultuar ao Senhor eram motivos suficientes para "ficar como quem sonha”. E o salmista está vendo isso acontecer diante de seus olhos. Aqueles cativos anteriormente “machucado” estava cantando e rindo; que antes era tido como “derrotado e envergonhado”, passou a usufruírem das grandes coisas que Deus havia realizado. O Senhor manifestou-se salvador, e as lágrimas converteram-se em sorrisos de enorme alegria: “Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de júbilo”. (v.2a). 

Os risos de alegria e os gritos de júbilo que acompanhavam os exilados que saiam do cativeiro na Babilônia, e que ecoavam nos desertos que atravessavam, provocou também testemunho diante das nações pagãs. O povo deveria manifestar os feitos do Senhor entre as nações. As coisas que Deus fizera em prol do seu povo, de modo que o mundo inteiro saiba, que o Senhor fez coisas grandiosas na vida do povo. (v.2b).  Toda a história de Israel no AT mostra-nos os grandes atos de salvação realizados por Deus em favor do seu povo no passado. Há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa. Ele devastou o Egito com as dez pragas para libertar o seu povo; abriu o Mar Vermelho para o seu povo passar e fechou o para destruir o exército de Faraó.  Mandou o maná para alimentar o seu povo no deserto e fez sair água da rocha para saciá-lo. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre lembrar o que Deus fez. Deus sempre foi fiel e bondoso para Israel. Esta é a razão de “estarem alegres”. (v.2c).

Deus também tem realizado coisas grandiosas em nossa vida. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. O seu amor e cuidado em todas as situações dramáticas das nossas vidas, situações que tiraram noites de sono e, muitas vezes, nos deixaram sem esperança para continuar com nossos sonhos e projetos, ou seja, no casamento em crise, nas crises financeiras sem fim, crises na saúde, e o Senhor sempre nos ajudou em todos momentos. Temos um Deus maravilhoso, que não mede esforços para nos ajudar. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Mas que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Na volta à Jerusalém, aquele povo reencontraria as suas tragédias e desolações passadas. O templo em escombros, Jerusalém demolida. Pessoas doentes, miseráveis e com sonhos perdidos. Esta era a verdade da existência daquele povo. De uma alegria ímpar, com preocupação, o povo passa a suplicar uma mudança de sorte desoladora: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”. (v.4). Restaurar significa voltar, retornar, começar mais uma vez. Este foi o pedido do povo. É uma súplica para que Deus lhe torne a dar uma nova perspectiva de vida, porque a vida do povo estava árida como o deserto do Neguebe. Neguebe ou Negev (נֶ֫גֶב) significa lugar seco ou ressecado. É uma região desértica, com vários leitos de rios secos, que fica no Sul da Palestina. Quando chovia estes leitos se enchiam de água e a vegetação novamente florescia. Tudo era restaurado!

Ao fazer referência as torrentes do Neguebe, o salmista estava suplicando que a aridez dos tempos de cativeiro, desse lugar à abundância de bênçãos de Deus derramadas sobre o povo. Também suplicamos ao Senhor: “Restaura-nos!”. O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Há uma aridez e tudo parece estar perdido. Surgem o desânimo, a vontade de ficar parado, de não mais caminhar. São tribulações em algum momento de nossa vida. Temos problemas dos mais diversos, lutamos contra adversidades, somos provados e experimentados. Precisamos também clamar por restauração ao Senhor. A sequidão de hoje não pode ser motivo de desânimo, mas sim motivo de clamor. Lembrando que o Deus que nos salvou é poderoso para mudar qualquer situação da nossa vida, mas isto no seu devido tempo.

O salmista, agora, olha para o futuro na esperança que a restauração virá, mas no tempo de Deus. Será longo e árduo. Enquanto não ocorre a restauração é preciso continuar semeando, mesmo quando parece que não haverá retorno. É precisa ter paciência, perseverança, saber esperar. O salmista nos ensina a persistir, mesmo diante dos problemas que enfrentamos e nos garante que o Senhor estará a nossa frente, enxugando nossas lágrimas enquanto semeamos: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão”. (v. 5). Semear é algo trabalhoso e muito cansativo. Não é um trabalho fácil. Quem já fez algum plantio, sabe bem das dificuldades. A terra deve ser preparada e o lugar de plantio deve ser escolhido corretamente. Enquanto faz isso, o semeador, soa, suspira e se esforça grandemente.

No entanto, quando o salmista fala sobre “semear com lágrimas”, alguém que “sai andando e chorando, enquanto semeia”, não é porque a semeadura seja triste, ou porque semear seja difícil. Semear é simplesmente levar a preciosa semente, que é a Palavra de Deus. Ao sair a semear a semente da Palavra de Deus, defrontamos com muitos fatores desconhecidos, o que poderá nos levar as lágrimas. Passamos por muitas aflições. De qualquer forma, somos convidados a semear. Somos semeadores. Temos a boa semente, que é a Palavra e o campo já está preparado para recebê-la. Lancemos essa semente nos corações e preparemo-nos para uma colheita abundante e jubilosa! Mas não os esquecemos que o nosso semear também é feito de lágrimas, frustrações e derrotas. Não sabemos se vamos colher. Mas precisamos acredita nas promessas de Deus que diz: Os que semeiam em lágrimas ceifarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, “andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”.  (v.6).

Estimados irmãos! O Senhor restaurou a sorte dos cativos. Agora, estavam alegres pelas vitórias. Você está precisando de restauração? Você precisa clamar! Você precisa olhar para os céus e dizer: “Restaura-me, ó Deus”. Amém

TEXTO Mc 10.23.31

TEMA:  O PERIGO DOS QUE CONFIAM NA RIQUEZA

Vivemos em um mundo capitalista em que o consumo das coisas são  altamente estimuladas e a posse do dinheiro, das riquezas, aquisição de propriedades e conquistas bens duráveis ou perecíveis vão sendo mercantilizando entre as pessoas.  E quanto mais  conquistas e realização pessoal, pelo que se pode observar, às pessoas se consideram  seguras,felizes,satisfeitas.

Diante desta busca desenfreda  pelas riquezas, baseado na história do jovem rico, Jesus ensina aos seus dicipulos sobre o perigo daqueles que confiam nas riquezas. Ele explica  o grande problema do jovem rico era seu apego às riquezas. O dinheiro daquele jovem serviu de empecilho e pedra de tropeço.  O seu amor pelo dinheiro foi a raiz e a causa de todo o seu mal, que impediu de receber um tesouro valioso e seguir a Jesus. O que se conclui é que a soberba, a arrogância, a autosuficiência, a sensação de poder e a falta de dependência de Deus foram apenas alguns dos  maleficios na vida do jovem rico

Isto demonstra que o   problema não está na riqueza, mas na forma como lidamos com ela.Muitos confiam plenamente nas suas riquezas, tornando as como  prioridade, senhor de suas vidas. E diante desta  plena confiaça nas riquezas, teríamos dificuldades para entrar no reino de Deus,pois ela um grande obstáculo para que as pessoas entrem no reino de Deus. Por isso,se não tomarmos cuidado, podemos cair no erro de colocar nossa esperança na riqueza. As riquezas têm lhe impedido de seguir a Jesus?

No texto anterior, um jovem rico se  aproximou de Jesus com o anseio de descobrir o grande segredo para herdar a vida eterna. Então, Jesus o interpela com amor e afirma: “Vai vende tudo o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me.” (v.21). O rico, interpelado por essa proposta, não é capaz de deixar o apego à riqueza, e vai embora cheio de tristeza, porque possuía muitos bens. Depois que o jovem rico havia partido, Jesus se voltou aos seus discípulos e declarou solenemente: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (v.23).

De fato, era difícil para um jovem rico, honrado, digno despojar-se de suas riquezas e posição, e ,abertamente, seguir a Jesus. Mas  será que Jesus era realmente contra as riquezas daquele jovem? Será que é errado ser rico? Devo me preocupar?É evidente que não! Jesus nunca  se opôs à riqueza em si, nem aos ricos. A Bíblia registra  vários exemplos de servos de Deus do Antigo e do Novo Testamento que eram ricos e tementes a Deus: é o caso de Jó, Abraão, José de Arimateia, Barnabé. Abraão, Davi. Mas eles confiaram muito mais em Deus do que em suas posses. O grande problema do jovem rico era seu apego às riquezas. O dinheiro daquele jovem serviu de empecilho e pedra de tropeço.  O seu amor pelo dinheiro foi a raiz e a causa de todo o seu mal, que impediu de receber um tesouro valioso e seguir a Jesus.  

A Bíblia também nos adverte sobre o perigo das riquezas. Ela traz alguns benefícios, mas com certeza traz consigo também uma enormidade de malefícios para o ser humano. Na Bíblia, nós podemos encontrar uma quantidade enorme de pessoas que se perderam por causa do dinheiro. A soberba, a arrogância, a autosuficiência, a sensação de poder e a falta de dependência de Deus são apenas alguns dos terríveis males que a Palavra de Deus nos aponta. A Biblia apresenta exemplos de reis patriarcas, profetas, sacerdotes, guerreiros, servos e até um discipulo foi tentado à cobiça do dinheiro. Paulo alerta o  jovem Timóteo que… “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos” (1 Tm 6.10). Há aqueles que como Simão, sentem-se tão poderosos que pensam que o dinheiro pode comprar até a bênção de Deus, porém, o apóstolo Pedro com ousadia disse-lhe a verdade: “Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro?” (Atos 8.20).

Quando Jesus fala da impossibilidade de um rico entrar no reino de Deus, Ele está se referindo àqueles ricos que se apegam as coisas materiais ao ponto de desprezarem o reino de Deus e que também acreditam que a riqueza é a fonte de vida. Jesus vai na contramão do poder do dinheiro, da fama e das riquezas, pois não se entra no reino apegando-se aos  bens materiais. E, para ficar claro, Jesus usou um exemplo: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.”(v.25).Mais uma vez Jesus fez uso de uma anologia. Este é uma assunto debatido ao longo do tempo, e com algumas interpretações diferentes. Alguns interpretam   literalmente; outros descrevem figurativamente. Penso a melhor interpretação é a de que Jesus comparou intencionalmente um camelo e uma agulha.

Os discípulos admiraram-se muito e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo? (v.25). Isto demonstra que  eles não tinham entendido a resposta de Jesus ao jovem rico: “Vai, vende tudo, dá para os pobres e vem e segue-me!” Se tivessem entendido, não teriam ficado admirados com a exigência de Jesus. Quem pode ser salvo? Uma coisa é certa. Se a salvação fosse baseada em nossos próprios esforços, ninguém poderia ser salvo: "pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3:23). Salmo 143.2 acrescenta: "... à tua vista não há justo nenhum vivente." Mas quem pode ser salvo? Lemos em Romanos 3.10: "Não há justo, nem um sequer."  somos salvos quando cremos em Jesus Cristo. Efésios 2.8-9, ensina: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie."

De fato, somos salvos pela graça de Deus, e a graça, por definição, não pode ser conquistada. Não merecemos a salvação. Recebemos  simplesmente pela fé. Jesus ensinou claramente em João 3.16 :"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Esse "todo o que nele crê" inclui você e qualquer outra pessoa no mundo.

Como uma forma de responder, Jesus primeiramente olhou para os discipulos. literalmente, "olhou em direção a eles", e disse: “Para os homens é impossivel.” (v.26a).Jesus deixa claro que é impossível ao homem ser salvo por seus próprios esforços ou atos de justiça. Nada que um ser humano faz, é capaz de libertá-lo de seus pecados e da condenação eterna. Mas Jesus continuou: “contudo, não para Deus, porque para Deus tudo possivel.”(v.26b). Jesus afirma que somente Deus conhece o coração de cada pessoa e somente Ele pode transformá-lo. Ele tem todo o poder para salvar qualquer ser humano. A Bíblia está cheia de exemplos de pessoas que foram salvas de um passado  pecaminoso. Ele salvou um ladrão na cruz com apenas alguns minutos de vida (Lucas 23:42-43), um perseguidor da igreja (Paulo), um pescador que lhe havia negado (Pedro), um soldado romano e sua família (Atos 10), um escravo fugitivo (Onésimo em Filemom) e muitos outros. Não há ninguém que vá além da capacidade de Deus de salvar (Isaías 50.2).Por isso, devemos responder com fé e receber o seu dom gratuito da vida eterna.

Pedro, o porta-voz do grupo ao ouvir a recusa do jovem rico  e ao desistir de seus bens, afirmou: “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos.”(v.28).E Mateus acrescenta: "que receberemos?" (Mt 19.27). Os discipulos quando foram chamados por Jesus, eles deixaram tudo e o seguiram. Jesus queria que os deixassem seus negócios de pesca, mesmo que representassem um grande valor. Queria que os seguissem, para que aprendessem o que deveriam falar sobre Ele aos outros. E como resultado, tornaram-se discípulos de Jesus, pois seguiram imediatamente. Era um desfio para eles, pois tiveram que abandonar suas redes, os familiares, o conforto e seus negócios de pesca, mesmo que tivessem que sofrer.

Pedro e os demais discipulos renovam este chamado e prometem deixar tudo e seguir a Jesus. Embora sejam sinceros, a meu ver, ainda não estavam preparados para seguir a Jesus. Em várias ocasiões, demonstraram dúvidas sobre a missão que tinham que realizar. Discutiam quem entre eles seria o mais importante no reino de Deus.  Quando Jesus estava sendo preso, eles fugiram. Isto significa que não tinham entendido ainda o sofrimento e a morte de Jesus, e ,consequetemente, não estavam preparados para seguir a Jesus. Mas, em vários momentos  Jesus pediu aos  discípulos que esquecessem seus próprios interesses e que estivessem prontos para segui-lo. Deveriam esquecer a si mesmo e colocar Jesus como prioridade na vida. Sendo assim, seguir a Jesus é renunciar a si mesmo. É entregar-se com todo o coração.

Diante da preocupação dos discipulos,Jesus sabe das necessidades dos seus servos que, por conta da natureza do chamado deles, precisam abandonar parentes, propriedades e outras coisas comuns na vida de qualquer pessoa. Eles precisam fazer isso, pois o chamado do Senhor assim o exige:  “Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho…” (v.30a). Assim, ao iniciar o caminho do discipulado, Jesus  também deixa claro ao seus discipulos que, uma vez seguindo o seu caminho, ele também prometeu que seriam amados por pessoas no decorrer da caminhada , mesmo diante da perseguições, quando enfretariam o sofrimento por amor a Jesus: “já no presente, ”cem vezes  mais nesta vida...casas,familia , campos e com perseguições. (v.30b). . A recompensa desses servos não para por aqui. Ela os segue até o céu, até a eternidade: “…e, no mundo por vir, a vida eterna” ((v.30c) ). Quando tudo isso passar, os discípulos não ficariam desamparados, mas viveriam a vida mais rica de todas: a vida ao lado de Deus por toda a eternidade, presenteados pelo galardão que o Senhor tem para todos os que lhe foram fiéis (Mateus 5.12)!

Finalizando o texto, Jesus afirma que haverá muitas surpresas no céu. Ele afirma que “muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros.”(v.31). Através desta advertência, Jesus retoma o que havia exposto sobre o jovem rico. Ele parecia ser um candidato ao primeiro da fila na entrada no céu, mas se enganou. Aqueles que seguem o exemplo do jovem rico, que amam suas riquezas mais do  que a Deus perdem a oportunidade.Neste mundo encontramos muitas  pessoas que  esforçam-se, visando apenas o seu engrandecimento pessoal. Querem receber recompensas terrenas,  honrarias por serviços prestados, como medalhas, taças, troféus, e muitos outros tipos de recompens, realizadas em múltiplas atividades humanas. E,assim,muitos pensam em receber a recompensa pelo fato de estar servindo a Cristo. E ainda pensam que deveriam receber maior honra que os outros.Achando que por terem servido a Jesus, criam em seus corações um sentimento de superioridade, de acharem que são “os primeiros da fila”. Estes que se consideram  “os primeiros da fila,” que  se consideram  autosuficiente, não terão espaço no reino vindouro.Isto Jesus deixou claro aos seus discipulos.

Estimados irmãos! Somos, a cada momento, convidados para entrar em sintonia com o reino dos céus.Ele será alcançado, não por merecimento, mais sim pela graça. É a graça divina que faz dos últimos, primeiros. No Dia do Julgamento, muitos se surpreenderão quando descobrirem que não são os primeiros (os melhores entre todos), mesmo achando que são. E se surpreenderão ainda mais ao ver muitos que julgavam que seriam os últimos estarem em sua frente.

Portanto ,precisamos pensar seriamente  sobre como estamos vivendo a nossa vida cristã.  Precisamos refletir sobre os valores que estão guiando a nossa vida. Lembre-se e reflita sobre o fato de que os valores do reino de Deus são mensurados de forma diferenciada das riquezas deste mundo. Por isso, se não tomarmos cuidado, podemos cair no erro de colocar nossa esperança na riqueza. Se o Senhor abençoar sua vida com recursos materiais, seja grato, alegre-se por suas bênçãos E assim, decida glorificar ao Senhor com seus recursos, bens e dinheiro. Amém!

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

TEXTO: Sl 119.9-16

TEMA: OS BENEFÍCIOS DA OBEDIÊNCIA À PALAVRA DE DEUS

O Salmo 119 é o mais longo dos 150 salmos que compõem o Saltério e foi composto quando o povo de Israel voltou do exílio na Babilônia. O Salmo é escrito em forma de acróstico, ou seja, cada estrofe de oito versos começa com uma das 22 letras do alfabeto hebraico. O estilo acróstico aparece em outros lugares no Antigo Testamento: em outros salmos e também nos primeiros quatro capítulos do livro de Lamentações, etc. E um possível motivo de usar esse tipo de composição seria para facilitar a memorização do hino para cantar na adoração a Deus.

Não se sabe com certeza quem escreveu o Salmo 119, mas muitos pensam que foi  Davi quando era jovem; outros incluem Esdras, Neemias e Jeremias. Spurgeon tinha a convicção de ter sido Davi, o seu autor. O fato é que o autor passou por grandes problemas na vida, mas através da Palavra,  aprendeu  viver em todas as circunstâncias. Aprendeu a valorizar cada palavra comunicada por Deus, pois trouxe muitos beneficios à sua vida,

É justamente o que ocorre no texto de 119.9-16. Ele focaliza um único tema do começo ao fim, utilizando uma variedade de sinônimos: lei, caminho, prescrições, mandamentos, preceitos, juízos, decretos, palavra, testemunhos, veredas, etc. Mas o que o salmo tem de tão especial para todos nós?A resposta é simples, é um salmo que fala sobre o maior tesouro de um filho de Deus em sua peregrinação na terra: a Palavra. Em cada verso, o valor da Palavra de Deus é frisado neste salmo.

Podemos, assim, definir o nosso tema: Os benefícios da obediência à Palavra de Deus. A obediência à Palavra de Deus é um conceito fundamental na vida de um cristão. É uma forma de reconhecer e submeter-se à autoridade divina.  É uma forma de demonstrar gratidão pelo sacrifício de Jesus na cruz e de retribuir o amor que Deus tem por nós. Através da obediência, os cristãos podem experimentar a paz, a alegria e as bênçãos  de viver de acordo com os princípios divinos. Além disso, a obediência à Palavra de Deus é uma forma de testemunhar ao mundo sobre a fé cristã e influenciar positivamente a sociedade. Enfim, a obediência à Palavra de Deus traz diversos benefícios para a vida do cristão.

Deus nos chama à obediência à sua Palavra. Ele nos convida a confiar nele, a segui-lo e a obedecer aos seus mandamentos. A obediência não é uma opção, mas sim um chamado para todos os cristãos. É através da obediência que podemos experimentar a plenitude da vida em Cristo e cumprir o propósito para o qual fomos criados. Com a ajuda do Espírito Santo e o compromisso de buscar a Deus, podemos superar esses desafios e viver uma vida de obediência à Palavra de Deus. 

Estimados irmãos! Não podemos negar que a juventude é um dos momentos mais bonito da vida dos jovens. Contudo, esta fase da vida  também apresenta o outro lada, constítuido de perigo e ameaça aos jovens. São dificuldades de lidar com emoções e decisões que podem refletir pelo resto da vida. São muitos desafios, tristezas, e até depressão profunda e mesmo o suicídio!  Por isso, há um certa preocupação com o caminho que o jovem  deve trilhar. O salmista questiona, e faz  uma pergunta fundamental, pois demonstra uma grande preocupação com o futuro dos jovens: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? (v.9a). Esta pergunta é um  importante para refletirmos sobre a sobrevivência moral e espiritual de muitos jovens. O verbo  זָכַך   aqui merece destaque, pois traz um signficado profundo. Ele significa ser (fazer) limpo, ser puro, ser transparente. O apóstolo Paulo  certa vez também aconselhou Timóteo a ter um vida pura: “Conserva-te  a ti mesmo puro.” (1Tm 5.22). Aqui, Paulo usou o verbo  τηρέω  que significa guardar, atender cuidasamente a pureza. Viver  um vida e conservar a pureza era a luta de Timóteo como pastor na congregação e de Eféso.

Mas como o jovem permanecerá limpo ou ser puro em seu caminho? Ao responder esta pergunta, é  preciso analisar a situação que vivem muitos jovens na atualidade. Muitos vivem angustiados e desanimados, porque lhes falta direção e propósito. A maioria busca respostas de fontes erradas. Além disso ,existe muitos atrativos que chamam a atenção dos jovens neste mundo, e que acabam levando os  para um caminho sem saida. Convites, muitas vezes, recheados de mentiras  com objetivo de destruir os princípios bíblicos que lhe foram ensinados no âmbito familiar e da igreja. E muitos acabam presos ao consumo de drogas, à sesualidade, ao desejo de prazeres  sexuais, à prostituição  e vícios. Por isso,  o jovem precisa aprender a perguntar: por onde tenho caminhado? O que tenho buscado? Contudo, não é não apenas para jovens, mas para qualquer um.

O salmista apresenta preciosas instruções para os jovem andar puro no caminho do Senhor. Ele o orienta a observar a Palavra do Senhor: “Observando-o segundo a tua palavra.” (v.9b). Para manter seu caminho puro,o jovem preciso guardar a Palavra de Deus. Quando um jovem toma conhecimento da Palavra e passa aplica-la em sua vida, sabe defender os seus valores e não perde seu tempo com assuntos sem valor e relevância, descartando assim os convites oferecidos pelo mundo! O Senhor traz para o jovem todo o direcionamento que necessita para viver com retidão e santidade. E assim poderá andar em pureza e santidade, exercendo uma vida piedosa conforme ás Escrituras,  ensinam. Além disso, deve buscar sabedoria, conhecimento e experiência em Deus pela sua Palavra, para poder ser bem sucedido em sua vida.

No entanto, o jovem não apenas deve observar a Palavra, mas também precisa viver e praticar através de seu procedimento e atitude. Diante disso, o salmista demonstra este procedimento quando afirma: “De todo o coração te busquei.”(v.10a). Mas o que significa “buscar a Deus”? Significa voltar-se para Ele. Dispor-se a investir tempo em sua presença. Buscar de todo coração é dar a Ele exclusividade sem distrações, na oração, na leitura e no aprendizado de sua Palavra. Davi está disposto a seguir este caminho: a dedicar todo o seu coração a Deus. Ele não quer que nada o afaste da Palavra de Deus. Diante dos desafios da vida, pede a juda para se manter firme na fidelidade às suas leis e ensinamentos.

Da mesma forma, como o salmista buscou o Senhor de todo o coração, precisamos incentivar os jovens a buscá-lo diariamnete. O próprio Jesus prometeu que seria encontrado por aqueles que o buscassem. Mas não quer que o busquemos de qualquer maneira, com negligência ou desleixo. Mas de que maneira Deus quer o busquemo? Buscando os mandamentos de Deus  e vivendo com sinceridade. Por isso, o salmista afirma: “não me deixes fugir aos teus mandamentos.”(v.10b).Já paramos para pensar  quantas vezes já fugimos dos mandamentos de Deus? Muitos têm fugido em função de um relativismo moral desenfreado no mundo de hoje,  Escolhem quais mandamentos devem cumpri-los, aqueles que são mais “fáceis” e acabam ignorando os demais,pois consideram muito restritivos.  Além disso, à medida que a moral e a ética se distanciam, torna-se dificil seguir fielmente os mandamentos de Deus.

Contudo,  guardar a Palavra Deus e a obedecer seus mandamentos, é tão precioso e essencial para nós: O salmista decla esta verdade: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.” (v.11). O verbo צָפַן significa esconder, entesourar, armazenar,guardar. Significa que o salmista tomou  uma decisão consciente, espontânea e pessoal, ao desejar  guardar a Palavra de Deus em seu coração, a fim de que ela estivesse sempre diante dele em seus pensamentos, em suas atitudes. Foi uma decisão contra o pecado. Por isso, se quisermos nos proteger das tentações e do pecado, devemos guardar os ensinamentos de Deus em nosso coração. Guardar a Palavra de Deus em nosso coração nos dá a oportunidade de nos conhecer melhor e de nos aproximar de Deus.  Quando gurdamos a Palavra estamos vivendo de acordo com seus planos para nós.

O salmista reconhece que o Senhor é uma grande bênção: “Bendito és tu, Senhor.” (v.12a). O termo  בָרַךְ   aqui significa abençoar, ajoelhar, exaltar, agradecer, felicitar, saudar; que foi alvo de bênçãos; abençoado, louvado. Portanto,bendito expressa uma forma de reconhecer a presença de Deus e de expressar gratidão por Ele. Estas palavras de adoração são oriundas de intensa admiração pelo caráter divino, o qual o salmista humildemente almeja imitar. Sendo assim, o salmista suplica ao Deus bendito que o “ensine os seus preceitos.”(v.12a). O termo “preceito” no hebraico ( חֹק) também é traduzido como estatutos. Este termo refere-se a um tipo específico de leis, uma promulgação, decreto ou portaria autorizada. Já os estatutos bíblicos revelam o pensamento de Deus e refletem suas prioridades, que são extremamente instrutivas como orientações divinas para o comportamento justo de seu povo. Era justamente este o desejo do salmista: compreender, aprender os preceitos do Senhor,pois são corretos, retos, um caminho oposto ao perverso. Precisamos também de um coração agradecido e de um espírito receptivo que nos permita aprender do Senhor os seus preceitos.

Embora salmista tenha  guardado (escondido) a Palavra no seu coração, ele não a confina  no coração, mas a pronuncia com seus lábios: “Com os lábios tenho narrado todos os juízos da tua boca.” (v.13). O termo  משׁפּט (juizo) significa  julgamento, justiça, ordenação, juízo.  São decisões proferidas por juízes para explicar, ampliar ou restringir a aplicação da legislação em vigor. Deus dá exemplos de como Ele julga nas Escrituras. Os juízos de Deus ilustram como devem ser tomadas decisões justas de acordo com os princípios revelados em suas leis e estatutos. Ele instrui a todos os juízes que são responsáveis por julgamentos que não são previstos especificamente na Torah. O salmista afirma que  tem narrado todos estes juizos do Senhor. Literalmente, teria dito: “Enumero em detalhes todos os juízos de tua boca. Faço tanto para ser mais familiarizado com eles, como também para ensiná-los aos outros. Assim como eu o ensino aos outros, assim tu os ensina-me”

A obediência às leis pelas quais Deus testemunha a sua vontade é a verdadeira riqueza que traz alegria à vida. Ele fica alegre em seguir os mandamentos do Senhor.  Ele pede que os seus leitores se alegrem na lei de Deus, pois ela é uma boa herança para eles. Este é o pensamento do salmista: “Mais me regozijo com o caminho dos teus testemunhos.” (v.14a).Observem que o salmista não está sobrecarregado com o peso de deveres ou obrigações. Sua motivação é o regozijo em seguir a Deus através da sua Palavra. Ao falar sobre “caminho dos teus testemunhos,”  o salmista está se referindo ao conhecimento das Escrituras. Isso inclui o estudo e o entendimento das promessas e ensinamentos de Deus, como a leitura e a meditação nas Escrituras. Para o salmista, as promessas de Deus são válidas e relevantes para aqueles que as compreendem profundamente.

Precisamos nos  alegrar com Deus, com as coisas de Deus. Ele quer que aprendemos a obedecer à sua Palavra e a nos aproximarmos dele. Isso significa que devemos nos empenhar em procurar a Deus, com o propósito de conhecê-lo melhor. O resultado disso é que nossa vida começará a ser preenchida com a alegria de Deus Não importa o que estamos passando, devemos nos lembrar de que a lei de Deus sempre nos traz alegria e esperança, Isso vale muito mais do que qualquer riqueza, afirma o salmista. (v.14).  Enquanto muitos procurem a satisfação nas riquezas, na sabedoria, no poder, na satisfação dos seus desejo, jamais a encontrarão.

O salmista não se contenta apenas em conhecer a conduta de vida, mas deseja meditar  nos preceitos de Deus. Isso significa que ele passou muito tempo ponderando e pensando sobre os caminhos de Deus, obras,suas instruções e seus ensinamentos, e especialmente em seus tratos graciosos com ele. Ele afirma: “Meditarei nos teus preceitos.” (v.15a). Mas, o que é meditar? No hebraico é שִׂיחַ significa refletir, conversar e queixar-se. Mas o termo também quer dizer pensamento. E nada mais é do que o ato de trazer à mente o que sabemos sobre as obras, os caminhos, os propósitos e as promessas de Deus, pensando sobre eles e, principalmente, aplicando-os às nossas próprias vidas.

Ocorre que muitos cristãos estão tão envolvidos nos cuidados do mundo, e não têm tempo  para meditar na  Palavra de Deus.  A verdade é que a meditação tem se tornado uma arte rara, um exercício em esquecimento.  Não é sem razão que o salmista nos exorta a exercitar-se, constantemente, e nos ordena a direcionar toda a nossa  vida na meditação nos preceitos de Deus. Ele ainda declara que considerará atentamente os caminhos de Deus: “e às tuas veredas terei respeito.” (v.15b). O termo אֹרַח  ( veredas) no hebraico significa  um caminho, trajetória. Podemos afirmar que o salmista prestava atenção  aos caminhos do Senhor. Eles são perfeitos. E, por isso, devemos andar nestes caminhos. E para andar nos caminhos do Senhor é necessário andar por fé e na certeza de que Ele está conosco. Você  tem andado nos caminhos do Senhor? Comece a caminhar com Ele, permanecendo plenamente em sua vontade. Lemos em  Deuteronômio 5.33 : “Andem em todo o caminho que o Senhor, seu Deus, lhes ordenou, para que vocês vivam, para que tudo lhes vá bem, e para que se prolonguem os seus dias na terra que irão possuir. ”

O salmista demonstra ainda a sua atitude com relação à importância da Palavra de Deus. Ele  pensa na Palavra do Senhor como guia para sua vida. Ele afirma: “Terei prazer nos teus decretos.” (v.16a). O decreto de Deus é o seu propósito ou a sua determinação com respeito às coisas que irão acontecer, coisas registradas para os dias vindouros, para sempre, perpetuamente. Eles ocorrem de acordo com o propósito divino e não pelas leis fixas da natureza, ou destino ou por acaso. Negar os decretos de Deus é negar a sua soberania e providência. O salmista também afirma:  “não me esquecerei da tua palavra.” (v.16b). O termo Palavra não significa apena um unidade de linguagem. Mas é algo muito mais significativo para o salmista, pois  comunica a vontade de Deus. E assim ele demonstra  que jamais deixará que o mundo tire de sua mente esta Palavra.

Estimados irmãos! Quando estamos em meio ao caos, em meio à correria do dia a dia, acabamos nos esquecendo da Palavra de Deus. Não valorizamos tudo aquilo que Deus tem feito por nós.  Não lembramos do seu amor e seu cuidado. Sendo assim, precisamos também ter  a vontade em buscar conhecer a Palavra de Deus,  e jamais esquece-lá. Deus nos chama à obediência à sua Palavra. Ele nos convida a confiar, seguir e a obedecer aos seus mandamentos. Neste sentido,  a obediência não é uma opção, mas sim um chamado para todos os cristãos.  É um princípio fundamental na vida cristã. É através da obediência que podemos experimentar a plenitude da vida em Cristo e cumprir o propósito para o qual fomos criados.

Sejamos obedientes à Palavra de Deus! Quando obedecemos, recebemos muitas bênçãos: vivenciamos a santificação, o crescimento espiritual, fortalecimento da nossa fé, traz paz, segurança e permite experimentar a plenitude da vida em Cristo. Além disso, a obediência à Palavra de Deus é recompensada por Deus, que promete abençoar aqueles que a seguem fielmente.Amém!