quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

TEXTO: NM 6.22-27

TEMA: DEUS QUER ABENÇOAR O SEU POVO!

 Final de mais um ano! Alegrias, tristezas, realizações e conquistas fizeram parte na vida de muitas pessoas durante 2024. O simples fato de olharmos para trás e avaliarmos o ano que termina, mexe com nossas emoções. Afinal, perdemos, ganhamos, festejamos e derramamos lágrimas. Foram tantas frustrações, pois os nossos planos não deram certo. Contudo, o mais importante é refletir o quanto Deus nos abençoou e nos protegeu, e pensar que para alcançar os nossos objetivos, para chegar ao final da nossa caminhada foi preciso superar os obstáculos com muita fé e perseverança. Aliás, a vida é cheia de obstáculos, pois nunca na vida estamos totalmente em paz, sempre alguma coisa nos incomoda quer no trabalho, quer na vida familiar, quer no aspecto financeiro. Apesar dos obstáculos, a nossa missão foi cumprida em 2024.

No entanto, um novo ano se aproxima, e com ele almejamos novos desafios, velhos sonhos e aspirações. Mas como vamos terminar este ano e iniciar o ano de 2025? Será que estamos preparados para novos desafios que virão em 2025? Muitos acreditam que sim! São pessoas que procuram opções que lhe traga segurança sobre um futuro incerto, através de horóscopos, mapas astrais, videntes, tarô, jogo de búzios, quiromancia e tantas outras opções. Outras para garantir um ano novo, realizam os mais diversos rituais. Usam roupa nova na noite da virada, comem lentilha. São supersticiosos e seguem algumas tradições e simpatias para garantir sorte, amor e prosperidade. 

No entanto, não é a melhor atitude neste momento para o início de um novo ano. O que precisamos são palavras de   fortalecimento e disposição de ir adiante. Definir onde estamos apoiando a nossa confiança e esperança. Precisamos também pensar nas responsabilidades, desafios, metas, compromissos, conflitos a serem enfrentadas no novo ano. Talvez, o mais importante seja a disposição para abraçar 2025 com firmeza e otimismo. É evidente que Deus não pode ficar fora nesta caminhada, uma vez que, o ano que inicia é terra desconhecida. Por mais que nos esforcemos, não podemos saber o que está a nossa espera e o que nos atingirá no percurso deste ano de 2025. Mas sejam quais forem os obstáculos, não podemos perder as metas de vista, é preciso ter ânimo! É preciso renovar a disposição de seguir em frente, de revigorar o otimismo de continuar a caminhada. E a melhor forma de começar o ano é com a Palavra de Deus. É através da Palavra de Deus que aprendemos a tomar atitudes, que agradam a Deus neste novo que se inicia.  É através da Palavra de Deus que aprendemos a forma como estamos conduzindo nossas vidas diante dos homens e, principalmente, do Senhor.

O texto de hoje tem muitos ensinamentos a nos transmitir. Ele fala da bênção sacerdotal, bênção que o Senhor ordenou a Moisés que instruísse Arão e seus filhos sobre o modo correto de como deveriam proceder ao abençoar o povo de Israel: Diga a Arão e aos seus filhos: Assim vocês abençoarão os israelitas: O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor levante sobre ti o Seu rosto e te dê a Sua paz...”. Esta é a bênção que recebemos dominicalmente no culto. Ela apresenta promessas que tem um profundo conteúdo e significado para o ano que hora inicia. Primeiro: “O Senhor te abençoe e te guarde”. (v.24). É a garantia da segurança e proteção de Deus para com o seu povo. Aconteça o que acontecer, seja de dia ou de noite, Ele sempre irá nos proteger, irá cuidar dos nossos passos em todos os momentos de nossa vida.  Você pode usufruir desta proteção de Deus. Veja o que disse Davi: “Ponha a sua vida nas mãos do Senhor, confie nele, e ele o ajudará” (Sl 37.5). 

Segundo: “O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti.” (v.25). É a forma como Deus se apresenta. Ele olha favoravelmente para o seu povo, ou seja, o rosto de Deus voltado em direção a alguém significa sua presença no sentido de um relacionamento próximo e íntimo. Isso só é possível por sua infinita misericórdia, que por sua graça derrama o perdão. Terceiro: “O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz”. (v.26). Quando alguém desfruta da bênção, da proteção, da misericórdia e de um relacionamento especial com Deus, o resultado não pode ser outro se não a paz. Esta paz é a certeza de que o seu povo vencerá as batalhas e os conflitos. Mas essa paz não é apenas a simples percepção humana de paz, como sendo meramente a ausência de problemas e discórdias, mas é um estado sublime de bem-estar que repousa apenas sobre aqueles a quem a bênção de Deus é derramada. Deus nos dá atenção e está sempre tomando conta de quem O ama. Ele não abandona na hora da dificuldade (Salmos 23.4). Podemos viver em paz porque nosso Deus tem seu rosto virado para nós!

Deus também quer abençoar o seu povo do presente século, pois a mesma bênção que Deus concedeu a Abraão e sua descendência, também se estende, aqueles que creem em Deus, pois o Senhor nos escolheu para sermos seus filhos, mediante Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. Este ato de amor, Deus demonstra através de sua Palavra. Ele nos concede bênçãos materiais, como a saúde, a comida, as vestes, o lar, e nos concede salvação. Por isso, rogamos a Deus que nos abençoe, ilumine nosso caminho, afastando de todos nós o pensamento de desesperança e de descrédito em nosso semelhante. Tenhamos força e tranquilidade para enfrentarmos as tormentas que hão de vir e que os sentimentos de coragem, superação e justiça possam estar presentes em nossos novos dias.

Portanto, que o nosso caminhar seja um momento de felicidade, e que todas as nossas decisões sejam feitas com muita sabedoria. Muito sucesso e que Deus nos proteja e nos guarde, na esperança de estarmos juntos em 2025! Amém!

  TEXTO: Sl 111

TEMA: LOUVEMOS AO SENHOR POR SUAS OBRAS MAGNÍFICAS!

O salmo 111 é um cântico de louvor. Ele faz parte de uma trilogia (111,112,113) que nos convida a louvar a Deus por Seu amor e bondade.  Ele foi escrito em forma de acróstico, ou seja, são organizados de modo que cada linha, ou cada série de linhas, comece com as letras sucessivas do alfabeto hebraico. Desta forma, foi projetado para caracterizar a poesia no livro, bem como para transmitir a mensagem de que o propósito dos poemas era para encorajar a meditação sobre o louvor e dar-lhe um significado.

Quanto ao conteúdo, o salmista enumera as principais obras de Deus na história de Israel e convida o povo a exaltar a Deus, reconhecendo as suas obras maravilhosasEle livrou o seu povo da mão de faraó e do domínio do Egito. Além disso, abriu diante deles o Mar Vermelho, por onde o povo passou e os sustentou por 40 anos no deserto. Portanto, havia motivos para o povo louvar a Deus pelas obras maravilhosas!

Podemos aprender muito com o salmista Davi, expressando a Deus nosso amor. Dando, glória, honra, exaltando o seu nome e adorando à sua pessoa pelo que Ele é, e em agradecimento pelas bênçãos dele recebidas. Agradecer a Deus, lembrando o que Ele fez e faz por nós, ao reconhecermos as suas obras magnificas. Eis um momento maravilhoso para louvarmos ao nosso Deus. E quando louvamos ao Senhor, estamos reconhecendo que os seus feitos em nossas vidas são maravilhosos. Por isso, somos convidados a louvar a Deus em todo tempo. No dia de paz e no dia dos conflitos. Quando há boa saúde e quando a enfermidade bate à porta. Quando o sonho se realiza e quando perdemos algo precioso. Lembrando que somente Deus é digno de louvor.

                                                               I

O salmista inicia este Salmo, demostrando um grande anseio de louvor ao Senhor diante de todos: Louvai ao Senhor! (aleluia). É uma forma de externar a sua adoração. Além disso, a determinação de louvar ao Senhor parte do coração do salmista, e se propõe ainda a participar com a congregação e  com todos os justos no momento de louvor: “De todo o coração renderei graças ao Senhor, na companhia dos justos e na assembleia.” (v.1). A expressão de todo o coração revela que a atitude do salmista não se tratava de um agradecimento formal, apenas um louvor a Deus, mas se compromete a louvar ao Senhor de todo o coração. Uma verdadeira adoração, que vem do coração, não se isenta de elevar sua voz publicamente, louvando ao Senhor no meio dos seus irmãos, ao demostrar a glória do Todo-poderoso.

Afinal, o que levou o salmista a louvar ao Senhor. Ele explica: “Grandes são as obras do Senhor, consideradas por todos os que nelas se comprazem”. (v.2). O homem tem realizado grandes obras que chamam atenção e provocam espanto e admiração. São megaprojetos em execução no mundo, com construções que possuem orçamentos exorbitantes. Mas jamais se compara com as obras que Deus tem realizado. Não há dúvida, elas são grandes e incomparáveis. Basta olharmos ao nosso redor, e somos levados a refletir sobre   a criação do universo. Desde as grandiosas galáxias dos céus até a mais delicada flor, e o menor organismo conhecido ao homem, todas estas obras refletem a magnitude de Deus, pois “em suas obras há glória e majestade”. (v.3a). Glória e majestade só podem ser atribuídas ao único Deus. A glória é exibida através de suas grandes obras, e faz o ser humano se admirar dela, maravilhar-se, assombrar-se. A Bíblia é clara sobre isso: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Sl 19.1). O universo está declarando a glória de Deus e a razão pela qual nós existimos é: vermos o universo, ficarmos maravilhados com ele e glorificamos a Deus, porque as suas obras também majestosas, expressa a ideia da grandeza de Deus, nosso Criador e Senhor. Deus criou o mundo “para que ele seja glorificado”

O salmista apresenta outro atributo de Deus: “a sua justiça permanece para sempre”. (v.3b). O salmista faz uso dessa expressão (צְדָקָה) várias vezes em nosso texto. Ele afirma que esta justiça dura eternamente. Mas já parou para pensar que nada nessa vida é permanente ou dura eternamente? Os nossos momentos mais felizes são apenas passageiros, mas por outro lado os mais tristes também não são eternos. Tudo é momentâneo, isso pode ser frustrante em alguns casos e um alívio em outros. Mas tem algo que permanece para sempre em nossas vidas: a justiça de Deus. Mas, afinal, o que é a justiça de Deus? Na verdade, estamos tão acostumados com este mundo injusto que, às vezes, nem conseguimos pensar o que é realmente a justiça de Deus. A justiça é um atributo de Deus, que significa que Ele é perfeitamente justo. Ser justo é uma qualidade fundamental da natureza de Deus. Não há qualquer injustiça em Deus e em seus feitos, pois Ele é plenamente correto e íntegro. Ele cumpre com sua palavra.

Ao longo de todo Antigo Testamento, Deus sempre foi visto como aquele que exerce a justiça. Essa justiça, no entanto, não deve ser vista somente em seu aspecto jurídico, mas no sentido de ação libertadora de Deus diante do povo que sofria opressão. Ele sempre foi fiel à aliança feita com Israel. Nisso consiste a sua justiça. A justiça de Deus, portanto, é justiça que liberta e dá vida. A justiça de Deus está ligada à sua bondade e misericórdia. Por isso, Deus projetou seus atos de salvação para serem lembrados pelo seu povo: “Ele fez memoráveis as suas maravilhas.” (v.4). Isto significa que o Senhor fez um memorial para que o povo lembrasse de suas obras maravilhosas. Por exemplo, a Páscoa foi instituída como memorial perpétua de Seus maravilhosos atos mediante os quais 1srael foi tirado do Egito (Êx 12.14). Esse conjunto de eventos e dádivas sempre era celebrado como a demonstração do poder de Deus e dos seus propósitos para o seu povo escolhido. Eles revelaram que Ele é o seu Rei, dotado dos atributos reais de glória e majestade. A verdade é que Senhor sempre foi benigno e misericordioso para com seu povo, perdoando, restaurando e preservando-o, quando merecia ser totalmente destruídos.

Israel, agora, não deve apenas se lembrar, mas também proclamar às grandes obras da salvação de Deus. O salmista recorda com gratidão essas obras maravilhosas de Deus, naqueles períodos em que Israel andava como um grupo de refugiados pelo deserto. Deus não desamparou o seu povo: “Ele deu sustento aos que o temem e lembrou sempre da sua aliança”. (v.5). O sustento, provavelmente, se refere ao maná no deserto. Durante a caminhada no deserto, o cuidado de Deus com o seu povo é tal que o leva a fazer ampla provisão para o suprimento de todos. Sua provisão de codornízes e maná no deserto foi uma demonstração da sua fidelidade em cumprir as promessas da aliança. E, assim, ao demostrar o seu cuidado e bondade ao povo, Deus nunca esqueceu da aliança que fez com Abraão e seus descendentes ou a aliança que fez com Israel no monte Sinai.

Lembrando ainda das obras de Deus, o salmista recorda a conquista da terra prometida. Primeiro, o salmista “manifesta ao seu povo o poder das suas obras.” (v.6a). A expressão כֹּחַ מַעֲשֶׂה- “poder se suas obras” - mencionado aqui, foi aquele que foi evidenciado na destruição dos egípcios e na subjugação das nações de Canaã. Após este ato, Deus concretiza o que havia prometido ao seu povo, ou seja, a promessa de uma terra rica e abençoada. E durante centenas de anos os hebreus sonhavam com a realização dessa promessa. Muitos morreram aguardando o cumprimento dela. Mas Deus cumpriu a promessas feita a Abraão, de dar uma terra e descanso à sua descendência, e o salmista    vê na posse dessa terra uma dádiva de Deus. O termo נַחֲלָה (herança) é frequentemente usada no sentido de posses, e o significado aqui é que Deus havia mostrado a grandeza de seu poder, dando ao seu povo uma terra abençoada.

                                                                        II

Como é magnífico as obras do Senhor! São obras que podemos confiar plenamente, visto que Suas obras estão repletas de “verdade e justiça”. Só o fato de ter conduzido seu povo à terra de Canaã, mostrou Sua verdade e justiça, isto é, o Senhor foi fiel às promessas. Nenhum de seus atos realizados pode ser interpretado para sustentar injustiça, fraude, engano, ambição, opressão, pois tudo o que Senhor fez, defendeu e protegeu é a “verdade.” E seus atos, portanto, podem ser considerados como uma expressão do que é verdadeiro e correto. Esta “verdade e justiça” encontramos nos seus preceitos (mandamentos). Eles são, inteiramente, dignos e confiança. Por isso, eles devem ser seguidos com retidão e fidelidade. Eles são a base para uma vida abençoada. São imutáveis e permanecem para sempre. (v.8).

Diante de tantas obras que Deus realizou, demostra o quanto foi misericordioso para com seu povo. E uma das grandes obras de Deus foi o resgate de seu povo da opressão e do pecado, fazendo isso no contexto de sua aliança: “Enviou ao seu povo a redenção; estabeleceu para sempre a sua aliança; santo e tremendo é o seu nome.” (v.9). Redenção significa recuperação de algo ou alguém mediante o pagamento de um resgate.  Ele enviou Moisés para resgatar seu povo do Egito. Vários enviou juízes para libertá-lo das mãos de seus opressores. Enviou também profetas para anunciar o retorno do cativeiro na Babilônia (Dt 7. 8; Jr 31.11). Por isso, o Deus que se revelou na história de seu povo, que estabeleceu a sua aliança para sempre é “santo e tremendo”. E foi por meio da aliança que as promessas de Deus se cumpriram na vida de seu povo. Sendo assim, não temos outros deuses diante de nós, porque reconhecemos que Ele é “santo e tremendo”. Isto significa que o Senhor nos mostra que é um Ser que deve ser reverenciado. Além disso, o Seu nome, pelo qual Ele Se revela a nós, também é santo. E nós que usamos o Seu nome, devemos faze-lo com reverência para adora-lo e glorifica-lo através de nossas vidas de santidade para com o Senhor.

Concluindo seu agradecimento pelas obras de Deus, o salmista se expressa, declara que a verdadeira sabedoria começa com o temor a Deus“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam. O seu louvor permanece para sempre.” (v.10). O termo יִרְאָה traduzido por “temor” traz a conotação de medo, terror, temor, coisa temerosa. Mas quando se refere a Deus, o relacionamento do homem com Deus, significa, respeito, reverência, piedade. É um respeito sincero e profundo pelo Senhor. É a maneira correta de alguém se aproximar de Deus com reverência e respeito. Esse temor é puro e permanece eternamente (Salmos 19.9). Além disso, esse temor é a própria fonte da sabedoria, pois o termo   חׇכְמָה (sabedoria) significa a arte de viver a vida na perspectiva da Palavra de Deus. Viver no centro da vontade de Deus, é tomar decisões corretas. E a única forma de chegar a ser verdadeiramente sábio é mediante o temor (reverência) a Deus.

Os primeiros cristãos caminhavam no temor do Senhor (Atos 9.31). A vida diária e a conduta deles eram determinadas pelo temor tinham a Deus. Em suas vidas práticas. eles sempre tinham o Senhor Jesus em suas mentes e andavam com Ele em seus caminhos. Esta deve ser a atitude adequada do cristão em relação ao seu criador. Aquele que teme ao Senhor é sábio e sempre o honrará, sempre dará glória a Ele, sempre andará em seus caminhos, sempre viverá por princípios. Obedecem aos seus mandamentos e são felizes, e vencedores! Tudo prospera na sua casa, no seu trabalho, na sua família. Mesmo vivendo num mundo cheio de aflições e tribulações, os que temem ao Senhor, têm paz e vida com abundancia: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem” (Salmo 128.1,2).

Ocorre que muitas pessoas pensam que pode alcançar sabedoria só pela experiência que dá a vida e o conhecimento acadêmico. Isto significa ter conhecimento intelectual.  No entanto, a verdadeira sabedoria é aquela que vem do alto.  Ela é pacífica, moderada, cheia de misericórdia, de bons frutos e sem hipocrisia. Quem obedece aos mandamentos do Senhor, é uma pessoa feliz, e será atendida. Se temermos o Senhor, respeitando a Sua autoridade sobre todas as coisas, somos retribuídos com o princípio da sabedoria. O salmista afirma que aumenta o nosso entendimento. A palavra original – שׂכל – é traduzida como “entendimento”, denota ainda compreensão e sabedoria. Isto significa quem segue os preceitos(mandamentos) do Senhor terá maior compreensão. Enfim, faça as coisas relacionadas com temor ao Senhor, agindo com sabedoria para que possa ter bom entendimento dos seus mandamentos. Então, viva o melhor de Deus, sabendo que o louvor do Altíssimo permanece sempre. 

Portanto, somos convidados a louvar a Deus em todo tempo. Dando, glória, honra, exaltando o seu nome e adorando à sua pessoa pelo que Ele é, e em agradecimento pelas bênçãos dele recebidas. Agradecer a Deus, lembrando o que Ele fez e faz por nós, ao reconhecermos as suas obras magnificas. Eis um momento maravilhoso para louvarmos ao nosso Deus. E quando louvamos ao Senhor, estamos reconhecendo que os seus feitos em nossas vidas são maravilhosos. Amém!

 

sábado, 21 de dezembro de 2024

TEXTO: Sl 2

TEMA: O REINADO DO UNGIDO DO SENHOR

 O salmista havia profetizado sobre  a vinda do Ungindo do SENHOR. Fala de um “libertador”  que viria para reinar. Embora, o texto não mostra o ser como uma pessoa física, a convicção em torno de sua intervenção salvífica, era esperada para qualquer momento. Outro detalhe é que  muitos atribuem a Davi, como sendo o Ungido. Lutero entende que Davi fui um profeta que antevê o reinado do Messias, não diz respeito a Davi, mas aplica-se diretamente a Cristo. Agostinho identifica ,claramente, Jesus Cristo, o Messias esperado. Portanto, o Rei apresentado pelo salmista é identificado com o Ungindo do SENHOR. Deus prometeu que iria enviar seu Ungido, para salvar seu povo (Dn 9.25). Portanto, Ele foi ungido por Deus para cumprir a missão de salvar a humanidade e restaurar o relacionamento entre Deus e os homens.

No tempo de Jesus, o povo de Israel esperava ansiosamente pelo Ungido do SENHOR. Os judeus acreditavam que seria uma figura política e religiosa que iria restaurar a independência e a glória de Israel. Mas o Ungido não veio com esse propósito. Ele  veio ao mundo para salvar os homens de seus pecados. Esse salvador seria Jesus, verdadeiro Rei, que governaria neste mundo. Ele veio! Na noite em que Jesus nasceu, os anjos celebraram ! E mais: eles convidaram os pastores de ovelhas nos campos também a celebrar. O grande plano de Deus para salvar a humanidade estava entrando em ação e isso era motivo de alegria.

O Natal é um convite para preparar os nossos corações para receber o Ungido do SENHOR. E lembrar que o nascimento de Jesus é o cumprimento de uma promessa. Antes de Jesus nascer, o profeta Isaías já havia profetizado a respeito da vinda do Messias. Era uma promessa para todos os tempos. (Isaías 9.6), que traria esperança para a humanidade, num contexto marcado pela angústia, dor, sofrimento, opressão, desesperança, escravidão e escuridão. É justamente neste contexto que ocorre o nascimento do Salvador que viria para salvar a humanidade do pecado, pois o mundo  se encomtrava nas trevas, corrompido, megulhado no caos. Por isso, é de grande importância  que  todos os cristãos se preparem  para participarem do Natal que se aproxima. Também é de suma importância que a Igreja tenha a grande tarefa de testemunhar sobre o Ungido para o mundo sobre o verdadeiro sentido do Natal.

 O autor inicia o Salmo, descrevendo uma revolta das nações. Ele afirma que as nações estavam se amotinando com o propósito de organizar uma insurreição para tramar uma ação maléfica. O próprio salmista se expressa desta forma: “enfurecem os gentios.”(v.1a). A posição do  salmista fica mais clara quando ele classifica a atitude dos adversários, isto é, nações e povos, como “coisas vãs” (v.1b). Isto demonstra que “os gentios”, “as nações”, ou povos “pagãos. “se aglomeram para tumultuar. Estão planejando algo com objetivo de causar uma revolta, procurando assumir o controle do mundo, procurando tirar a soberania do  Ungido do SENHOR, com a finalidade de assumirem o controle político e econômico do mundo. Fica evidente nas palavras do salmista no versiculo 2:  “ Os reis da terra se levantam,   e os príncipes conspiram   contra o Senhor e contra o seu Ungido.” A palavra traduzida como “Ungido” vem do hebraico מָשִׁיחַ (Messiah). Embora, o Ungido, consagrado e comissionado por Deus fosse uma referência imediata ao rei Davi, como muitos atribuem, não diz respeito a Davi, mas aplica-se diretamente a Cristo.

Enquanto os piedosos meditam na Palavra de Deus, os reis e príncipes, autoridades das nações gentílicas meditam em como conspirar, derrubar, aniquilar o Ungido. O homem expõe planeja e imagina coisas vazias, sem valor neste mundo, pois vive sua natureza caída e distante de Deus. O versículo 3 descreve muito bem a atitude dos homens rebeldes: “Rompamos os seus laços.”(3a). Ocorre que essas autoridades com suas mentes cauterizadas pelo pecado, enxergam o cuidado de Deus como um jugo. Por isso, propõem tirar, arrancar, quebrar os seus laços, ou seja, aquilo que estava preso. Para eles, os laços de amor do Senhor são algemas. E ainda afirma: “sacudamos de nós as suas algemas.”(3.b). O verbo שָׁלַךְ (sacudir) no Hebraico significa lançar, jogar fora soltar, lançar ao chão. E o termo עֲבֹת (algema) significa corda, cabo, folhagem entrelaçada, cabo, corrente. Os rebeldes estão determinados a romper as suas ataduras, a suas cordas, os ferrolhos que o prendiam. E assim poderiam dizer: "Lance fora o seu jugo.” Trata-se de um grito de liberdade e independência.

A rebelião dos reis e povos contra Deus é uma constante na História. Desde os primórdios, os homens sempre tentaram impor sua vontade contra  Deus. E ainda é uma realidade. Os homem se rebelam contra Deus. Eles se unem para tentar destronar Deus e estabelecer seu próprio governo. E ainda tornar-se senhor de suas próprias vidas, e de ter uma vida independente de Cristo quando querem outras explicações para a vida que não seja a revelação divina. A rebelião é um convite para refletirmos sobre nossa própria relação com Deus. É um convite para analisarmos se estamos vivendo de acordo com a sua vontade, ou se estamos tentando impor nossa vontade sobre  Deus. É um convite para nos submetermos a Deus e aceitarmos Jesus como nosso Senhor e Salvador.

Enquanto tais povos se uniam e conspiravam contra o salmista, aquilo que era um risco real para Israel era motivo de risos para Deus: “Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles.” (v.4). A força do homem não apresenta nenhuma ameaça para Deus. Ele ri da estupidez humana. Ri daquele que planeja de alguma forma destruir os seus eternos propósitos. Ri e zomba desses homens arrogantes e mortais que se exaltam diante do Eterno. É horrível para esses que se opõem contra Deus. Há momentos que Deus ri da nossa ignorância que insiste em rebelar-se contra aquele que é onisciente e onipotente. Diante do poder de Deus e de sua inegável vitória sobre toda oposição e conspiração contra Deus, Ele não se surpreende, nem se abala, com a revolta da criatura. Ele, sendo o Criador, sabe que a revolta da humanidade os leva à própria destruição. A forma de Deus agir, não tem significado de ridicularizar, apenas demonstra a soberana segurança do Senhor, que conhece todas as coisas, que nada foge de seu controle. Ele sabe que o dia, daqueles que não o amam, que conspiram contra Ele, está chegando ao fim. Eles serão julgados e receberão a divina ira do Rei, Senhor dos senhores.

No entanto, quando desprezamos a Deus, a sua ira será manifestada no tempo determinado contra todo homem rebelde: “Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá.” (v.5). A palavra חָרֹון (furor) no Hebraico significa ira, ardor, ardente. Sempre se refere a ira de Deus. Isto significa que qualquer tentativa, mesmo dos mais poderosos da terra, de frustrar o propósito de Deus, resulta na ira divina. Por isso, precisamos sempre lembrar que “Deus é abundante em amor e tardio em irar-se” (Êxodo 34.6), mas chegará o tempo em que Ele chamará os rebeldes para prestar contas. Ele age desta forma, porque não aprova aquilo que não esteja em conformidade com a sua vontade. Ele detesta de forma absoluta o pecado. Há um limite para sua paciência.

No entanto, Deus tinha outros planos contra aqueles que planejavam, meditavam em como conspirar, derrubar, aniquilar o Ungido: “Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. (v.6). É evidente que o salmista e seus herdeiros receberam uma promessa divina de que reinariam sobre os israelitas com a bênção do Senhor. Mas, agora, o plano é outro. Ele haveria de נָסַךְ (constituir), ou seja, derramar, consagrar solenemente o Messias, como Rei. É enfático ao afirmar: “eu vou consagrar o meu Rei.” As palavras “meu Rei” se referem, é claro, ao Ungido, o Messias. Mas não seria um rei político que viesse governar Jerusalém. Ele seria diferente dos reis que eram eleitos pelo povo, ou através de sucessão, mas seria pela designação especial e extraordinária do Senhor. E ainda governaria “sobre o meu santo Monte em Sião”, diz o Senhor. Sião é outro nome para Jerusalém, ou seja, o Senhor colocaria seu Rei em seu trono na “colina sagrada de Sião” (Jerusalém). Sede da teocracia, ou a residência de Deus, o lugar onde o povo deveria adorá-lo. (Jo 4.20).

O Filho agora entra em cena interagindo com o Pai e as nações.Agora, não é o poeta quem fala. Não é o salmista, nem qualquer outro rei histórico de Israel, mas é o Ungido do SENHOR: “Proclamarei o decreto do Senhor.” (v.7a). O verbo סָפַר (proclamar) significa contar, declarar, relatar. Este verbo traz uma declaração que o Ungido proclama a razão pela qual  o Senhor havia decidido estabelecer o seu Filho como rei em  Sião. O Ungido proclama o decreto do Senhor. Segundo a palavra חֹק (decreto) significa apropriadamente algo decretado, prescrito, nomeado, estatuto. Este termo carrega um significado importante na cultura hebraica. Trata-se de um dos sinônimos de Torah, o ensino por excelência. Assim, o decreto constitui que o Ungido virá ao mundo para que todos os povos e nações fossem salvos; reconciliados com Deus. E que  voltará para estabelecer seu reino por toda a eternidade.

 Nessas palavras, dois pontos merecem destaque:, primeiro, “Tu és meu Filho.” (v. 7b). O dia em que  foi ungido rei, o Senhor o declarou ser seu Filho: “Tu és o meu Filho.”  Isto traz a declaração que implica eternidade e perfeição. Representa também sua posição de autoridade e poder manifestada por sua ressureição, (At 13.30-33) e  ascensão. Em dois momentos cruciais do ministério de Jesus, o Pai afirmou seu amor e paternidade a Jesus para que ele fosse fortalecido e pudesse enfrentar o que vinha pela frente. A primeira, ocorre  antes da tentação no deserto e a segunda,  antes da cruz. Na hora mais escura da história da humanidade, o Pai garante ao Filho o seu amor e  governará o mundo a partir de Jerusalém. Segundo, “eu, hoje, te gerei.” (v.7c). Essas palavras traz a ideia é de coroação, e não de concepcão (ser gerado). Ele é gerado como esplendor da glória do Senhor. Esse “filho gerado” e “ungido” é aquele que possui a autoridade, a força, o poder e a verdadeira legitimidade para governar o mundo. Deus gerou Jesus no sentido que o Filho foi coroado rei e colocado acima de todos. Depois de sua ressurreição, Jesus disse: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mateus 28.18).

 Davi teve o privilégio de ouvir um diálogo divino em que o Pai convida o Filho a interagir, pedindo as nações como sua herança: “Pede-me e eu te darei as nações por herança.” (v.8a). A herança de Jesus é ser rei sobre todas as nações. Ele é em primeiro lugar Rei de Israel, mas também Rei de toda a terra. Todas as nações do mundo pertencem a ele, e é o único digno de governar sobre todas elas. Todas as nações irão honrar e amar Jesus com sua obediência e de maneira prática o servirão para que todos os seus planos para as nações sejam realizados.  Ele tomará posse de todas as coisas em todas as esferas da sociedade. A Ele pertencem todas as coisas, as pessoas, a terra e toda sua estrutura natural e material: “e as extremidades da terra por possessão.” (v.8b). Possessão que dizer terra, propriedade.

 O Ungindo afirma também que receberá  do Senhor a missão de governar com força: “Com vara de ferro as regerás e as despedaçaras com um vaso de oleiro.”(v.9). Ele governaria “com vara de ferro.” Esta expressão representa o cetro da realeza, o ferro simboliza a força. Evidentemente, não é o emblema do poder soberano, mas um instrumento de correção e punição. E os verbos רָעַע (reger),  que significa ser ruim, quebrar e נָפַץ (despedaçar) esmagar, quebrar em pedaços, caracterizam bem sua postura de governo. A esta tipologia, deve ser acrescentada ainda os termos usados nos versos 4: “O Senhor ri e zomba deles”. E ainda no verso 5: “A ira e o furor do Senhor.” Portanto,  aqueles que não fizerem a vontade de Deus serão destruídos, pois seu governo será absoluto. Mesmo sabendo que Jesus é o Messias, o Cristo escolhido por Deus, muitas pessoas ainda optam por se rebelar e negar sua autoridade. Isso nos desafia a estarmos sempre vigilantes, para que não caiamos na tentação de rejeitar Jesus como nosso Salvador.

 Depois desta visão profética, o salmista retoma à palavra   e exorta os reis da terra e seus súditos a se submeterem a Deus. E dá cinco conselhos. Primeiro: “Agora, ó reis, sede prudentes deixai-vos advertir, juízes da terra.” (v.10). Deus oferece uma oportunidade de mudança  para que voltem à sabedoria, pois seus comportamentos atuais só trarão ira e condenação. Ele ordena que todos os homens sejam sábios e compreendam que Ele é o único Deus verdadeiro e que o seu Filho é o Senhor e Salvador. Ser prudente é uma pessoa capaz de evitar perigos desnecessários agindo de modo cauteloso. Age de modo sensato, com paciência. Via de regra, é ponderado e calmo. Este deveria ser o procedimento dos reis, porque geralmente os reis não se preocupam com prudência diante dos súditos. Até mesmo aqueles que tinham cargos administrativo (juízos) deveriam ser advertidos. Davi orgulhava-se de que seu reino, ainda que despojado por uma multidão de inimigos, seu reino estava protegido pela mão e poder de Deus. Ele ainda acrescenta que seus inimigos viriam o reino do Senhor se estendendo até os confins da terra. Neste sentido, ele exorta a todos os reis, aos governantes a despirem-se de seu orgulho e a receberem, com mentes submissas, o jugo que Deus impôs.

 Segundo conselho: “servi ao Senhor, com temor” (v.11). Parece ousadia o salmista mandar aquele tipo de gente rebelde, hostil, servir a Deus. Mas independente de seu estado, Deus chama as nações para se curvar diante do seu Filho e proclamar a sua santidade. Deus também nos chama a adorá-lo com temor, reconhecendo sua majestade e santidade, um momento que deve ser realizado num clima de alegria e obediência ao Senhor.

Terceiro conselho: “Beijai o Filho, para que não se irrite e pereçais no caminho.”(v.12). Neste versículo há a necessidade de analisar alguns termos. Então, vejamos:  a expressão  נָשַׁק בַּר no Hebraico traduzida como “beijai o filho,” é uma palavra diferente   para “Filho” daquela empregada no verso 7. Aqui é usado o termo בַּר que significa filho, herdeiro. E o verbo נָשַׁק (beijar) literalmente significa “tocar levemente”. O verbo “beijai,” usado aqui refere-se ao costume antigo de beijar pés e mãos dos reis como forma de mostrar reverência, uma prestação de homenagem. Nos tempos bíblicos, o ato de beijar  alguém, tocar com seus lábios e  nos lábios de outrem (Pd 24.26), a face de outra pessoa, ou, em caso excepcional, até mesmo seus pés (Lc 7.37, 38, 44, 45), servia como sinal de afeto ou de respeito. Portanto, beijar era um gesto de afeição, respeito, amor, lealdade, lamento  entre as pessoas achegadas. Momentos que ocorrem no círculo familiar, na adoração,  na devoção religiosa, nos relacionamentos, no amor entre os cônjuges, mas também na hora da traição.

Diante do que foi exposto, entende-se que a expressão “beijai o filho,” significa prestar tributo, prestar homenagem, saudar o rei da maneira costumeira (1 Sam. 10.1). Sendo assim, todos os reis e povos são convidados a prestar homenagem ao Ungido. Mas quando havia certa omissão, isto causava  insulto ao rei, naturalmente o irritava. (Et. 3.5).Também somo convidados a prestar  tributo ao Senhor por tudo que o Ele tem feito e ainda irá realizar.Tributar por causa da sua grandeza, majestade e glória, porque Ele é o Deus Santo, Imutável, Criador dos céus e da terra e de tudo que nele há (Sl 24). 

Neste sentido, o salmista mostra que todos os reis e povos  recebem duas opções:  primeiro uma advertência: “Por que dentro em pouco se lhe inflamará a ira." (v.12a). Literalmente significa: "Porque a sua ira pode se inflamar rapidamente.” Quando reis e governantes não demonstarem lealdade a Jesus Cristo, o Filho de Deus, a ira do Senhor se acenderá. A justiça de Deus não deixará a pecaminosidade humana impune. Dentro de pouco tempo a ira do Senhor se ascenderá  para aqueles que se recusarem a prestar homenagem ao Ungido. Isto será quando o dia do juízo de Deus chegar. Então, ninguém poderá escapar (Apocalipse 6.16,17). Segundo, há uma promessa de bênção para os que optarem em obedecer e submeter ao Filho: Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.”(v.12b). Aqueles que creem no Filho são “bem-aventurados”, porque não serão consumidos  pela  ira  do  Filho,  antes,  Nele  encontrarão refúgio. Refúgio é um ‘abrigo’, um lugar de segurança e  proteção no Ungido. Ele é o  refúgio em quem o salmista confia.

Estimados ormãos! Quando falamos sobre o Ungido do SENHOR. nos lembra a amravilhosa história do nacimento de Jesus. Após muitos anos de espera, Jesus nasceu em Belém. Mas antes de Jesus nascer, o profeta Isaías já havia profetizado a respeito da sua vinda. Era uma promessa para todos os tempos. O Ungido do SENHOR prometido no Antigo Testamento, e que o salmista atesta com muita clareza, nasceu numa humilde estrebaria. Ele é o Messias tão esperado pelo seu povo. Quando nasceu foi grande a expctativa. Os anjos cantaram:“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lucas 2.14). Os pastores que viviam no campo também se alegram quando ouviram falar sobre o nascimento de Jesus atravé do anjo. Foram e viram Jesus. E quando voltaram  glorificarama e louvarama a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado.(Lucas 2.20). Simeão foi ao templo e tomou o menino nos braços  e louvou a Deus.(Lucas 2. 27 e 28). E a profetisa Ana, “dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.” (Lucas 2.38).

 Que momento maravilhoso ao vermos muitas pessoas vivendo na expctativa para conhecer o Ungido do SENHOR. Mas se parássemos para pensar um pouco, perceberíamos que não se vive mais a mesma realidade, que viveram estes personagens.  Estamos perdendo a cada ano o aspecto encantador e o significado do nascimento de Jesus. Cada vez mais propensos a apreciar  o esquema proposto pela sociedade consumista. Admiramos ao ver estradas e praças das cidades enfeitadas com luzes resplandecentes; admiramos, ao acendermos as velas nas igrejas ou a iluminação do presépio e da árvore de natal nas casas e nas igrejas. Enfim, há muita luz e progresso no campo da ciência, da arte, da técnica e da cultura, mas falta a verdadeira luz nos corações das pessoas.

Não é possivel entender o Natal desta forma! Afinal, esta expectiva comsumista não representa o verdadeiro Natal.  O Natal é o momento em que Deus vem a nós, nos visita e nos ama. Esta é a mensagem do Natal: a visita do próprio Deus, o criador dos céus e da terra. O verdadeiro Natal significa e deve significar que Deus está conosco. Por isso,  Natal é um convite para preparar os nossos corações para receber o Ungido do SENHOR. Ele traz esperança para a humanidade, num contexto marcado pela angústia, dor, sofrimento, opressão, desesperança, escravidão e escuridão. Portanto, somos convidados a tributar, homenager, dar toda glória e honra ao Ungido do SENHOR, reconhecendo sua autoridade e soberania sobre nossas vidas. Amém!  

 APONTAMENTO:

 O autor deste salmo é anônimo, mas os apóstolos, no Novo Testamento, atribuem-no a Davi (At 4.24-26). Ele pertence à classe dos salmos conhecidos como "reais" ou "messiânicos", ou seja, destaca a supremacia do Ungido.Consiste em quatro estrofes de três versículos cada. Três oradores estão representados: o próprio salmista, o Senhor e o rei. Quanto o conteúdo,este salmo se divide em quatro partes principais: (1) A rebeldia dos homens (vv. 1-3); (2) A reação do Pai (vv. 4-6); (3) A resposta do Filho (vv. 7-9); (4) O apelo aos homens (vv. 10-12).

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

TEXTO: IS 52.7-10

TEMA: O NOTÍCIA DA VOLTA DO SENHOR À SIÃO

Estamos nos aproximando do dia 25 de dezembro. As pessoas estão eufóricas, agitadas, movimentando-se intensamente para a realização do Natal. Luzes em quantidades incontáveis iluminam casas, edifícios, ruas e lugares públicos. Os supermercados estão cheios de guloseimas natalinas, frutas as mais diversas e as pessoas compram freneticamente para fazerem uma boa ceia de natal. A mídia está dominada pelo “espírito do Natal” e por figuras que simbolizam a festa. Nas igrejas há preparações esmeradas, corais se preparam, crianças ensaiam peças e todos estão esperançosos de terem um “bom Natal”.

Mas há uma noticia maravilhosa para você neste Natal! Você já imaginou um mensageiro correndo o mais rápido possível para anunciar uma notícia boa para você? Essa é a imagem apresentada pelo profeta neste texto. Ele afirma que Deus enviou um mensageiro para anunciar o retorno de seu povo à Sião, que estava no exilio. Uma notícia permeada de consolo, paz, ânimo, salvação e esperança. Ela reflete a alegria dos judeus, pois o Senhor estará presente com eles outra vez. Já para a cidade de Jerusalém, que se encontra em ruínas, é uma grande alegria saber que o Senhor retornará, pois antes era uma cidade entristecida, mas. agora se acha consolada. Ele voltará e estará com eu povo no templo, que será reconstruído.A maneira como esta história é narrada mostra o quanto a mensagem de Isaías foi importante para o entendimento dos primeiros cristãos sobre o que Jesus veio fazer no mundo. O Evangelho de Lucas nos mostra esta finalidade ao lembrarmos a história do nascimento de Jesus quando o mensageiro do Senhor disse: “Não temais; hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Era uma notícia maravilhosa que fala sobre a vinda do Messias, que era algo que estava sendo esperado pelos homens durante muito tempo.

Estimados irmãos” O povo de Israel desobedeceu, pecou, não se arrependeu, e, consequentemente, abandonou o Senhor. Sendo assim, o Senhor permitiu que seu povo fosse levado pelos Babilônios, por causa de seus pecados, especialmente, o pecado da idolatria. Em uma terra distante, o povo chorava, vivia humilhado, explorado, desolado e sem esperança. É nessas condições que o profeta anuncia a libertação dos israelitas, garantindo que Deus os trará de volta do cativeiro para que possam começar uma vida nova na terra de Israel. Quando voltar, certamente, encontrará uma cidade em ruinas, muros derrubados e o templo em escombros. Este era um cenário que causou desanimo e frustração na vida daquele povo.

No entanto, neste momento de aflição, Deus não abandona seu povo. Ele anuncia o seu retorno à Sião. O profeta descreve esta imagem através de  um mensageiro, visto a princípio, saltando ou correndo em uma colina distante. Uma indicação de que ele carrega uma mensagem de alegria, e que a nação está prestes a ser restaurada. Ele faz uma declaração que fala sobre o glorioso ministério daqueles que proclamam a verdade de Deus: “Que formosos são sobre os montes os pés.” (v.7a). É uma forma poética para indicar que são bem vindos aqueles que trazem uma boa notícia. Parece que ao escrever essas palavras, Isaías tinha em mente a figura daqueles mensageiros que traziam do campo de batalha boas notícias. Para levar esta boa notícia às cidades, os mensageiros percorriam grandes distâncias. Era um trabalho árduo e difícil. Seus pés ficavam machucados, sujos, esfolados e empoeirados pela longa viagem.

O apóstolo Paulo usou esta declaração do profeta Isaías justamente em referência àqueles que pregam o Evangelho de Cristo pelo mundo. Em Romanos 10.15, ele afirma: “Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” Em  Isaías esses mensageiros, cujos pés são formosos, se referem àquelas pessoas que anunciaram a restauração do povo de Israel do cativeiro. Era, sem dúvida, boa, animadora e maravilhosa a notícia da restauração de Israel.  Mostra que a mensagem era maravilhosa e amável daqueles que traziam o consolo de Deus.Dessa forma, Deus estava animando o povo a recomeçar uma nova vida, renovando a esperança, libertando e trazendo-o de volta para a terra que o próprio Deus havia dado ao seu povo.

Quanto ao conteúdo da mensagem, o mensageiro anuncia quatro boas notícias. Primeiro: o mensageiro  “anuncia as boas-novas.”(v.7b). O Antigo Testamento costuma usar o termo בָּשַׂר, que significa proclamar boas novas, trazer notícias de vitória. Neste contexto, o mensageiro revela uma boa notícia ao povo. Qual é essa "boa notícia" que o mensageiro traz? Ele anuncia a chegada do Deus libertador. É uma boa notícia! Segundo: o mensageiro anuncia a paz: “que faz ouvir a paz.” (v.7c). Mas não era qualquer paz. Era uma paz que Deus estava oferecendo ao seu povo. Ele concedeu esta paz ao seu povo, não porque este a mereceu por si mesmo, mas foi uma dádiva, um dom, um presente. Ela gerou na vida do povo um momento de bem-estar, harmonia, felicidade sem fim. Sendo assim, a paz era uma bênção para este povo e esperança para Israel. Jerusalém, agora, será um centro, a partir do qual Deus manifestará a sua presença, o seu conforto, amor e misericórdia que nunca se acabam. Se hoje temos a paz, é por causa da obra redentora de Cristo. Ele morreu em nosso lugar nos reconciliando com o Pai.

Quinto: o mensageiro anuncia salvação:  “que faz ouvir a salvação.” (v.7d). O termo יְוּעָה (salvação) no Hebraico significa libertação, vitória, livramento ou salvação. Para os povos do Antigo Testamento, a salvação estava bastante ligada à discussão sobre “livramento de alguma coisa”, seja física, pessoal ou nacional. Para a cidade de Jerusalém que estava em ruínas “, ouvir a “salvação”, era um momento de grande alegria, porque antes estava entristecida, mas agora se acha consolada. Entretanto, todos estes significados estão longe de alcançar a dimensão plena e com mais profundidade, conforme nos ensina o Senhor. A palavra ‘salvação’ descreve um acontecimento futuro, ou seja, a vinda do Messias. Viria com objetivo de salvar a humanidade, libertando-a do cativeiro da morte espiritual. Quarto: o mensageiro anuncia que “o teu Deus reina.” (v.7e). É uma confirmação de que Deus ainda estava no seu trono. Quem reina não é o Egito, nem a Assíria, nem a Babilônia, nem o pecado, nem as dificuldades diárias que enfrentamos todos os dias. Mas é Deus quem reina! É do Senhor que vem a notícia de consolo, libertação e esperança! É necessário dizer e lembrar que o nosso Deus reina e reinará para sempre.

Os primeiros a ver o mensageiro e ouvir a sua mensagem são as sentinelas ou atalaias. O termo  צָפָה  (atalaia) em Hebraico, significa “tomar cuidado”, “espiar”, “olhar ao redor”, “vigiar”, “guardar” ou “prestar atenção”. “aquele que vigia”. Atalaia era uma pessoa que ficava encarregada de vigiar determinada área. Geralmente. ficava posicionado num local elevado e estratégico, com visão ampla sobre o território, do qual deveria permanecer vigilante, em especial em suas entradas e saídas, desse local. Caso algum inimigo se aproximasse, elas gritavam. (v.8a). A Bíblia fala sobre atalaias tanto no sentido literal quanto simbólico. Isso indica que esse termo é aplicado não só para se referir aos guardas da época, mas também no sentido espiritual, ou seja, alguém que avisa às pessoas que precisam deixar o pecado e obedecer a Deus. Encontramos vários exemplos na Bíblia. É o caso do profeta Ezequiel que foi designado por Deus como uma atalaia para advertir o povo de Israel sobre sua conduta pecaminosa (Ezequiel 3.17-21; 33.2-9). O profeta Habacuque também agiu como um tipo de sentinela espiritual. Ele se colocou “em torre de vigia” na espera por ouvir a mensagem de Deus sobre o juízo vindouro (Habacuque 2.1).

Após ver e ouvirem o mensageiro, as sentinelas, agora, erguem a voz, gritam de júbilo e alegria por causa do retorno do Senhor à Sião. (v.8b). Não é, no entanto, um grito de alarme, de guerra, mas de alegria contagiante, de júbilo. O verbo  שׁוּב (retorno) no Hebraico aparece com frequência no Antigo Testamento e tem uma variedade de significados – mudar, retornar ou restaurar. Nesse caso, o profeta pode estar falando da restauração de Sião – ou do retorno do Senhor à Sião – ou de ambos. E o fato de verem com seus “próprios olhos” enfatiza que elas veem “claramente” que é, de fato, o Senhor. Por isso, se alegram, respondem com gritos e com cantos de louvores. Não havia mais choro, pelo contrário, só alegria e gratidão. Deus havia transformado aquele momento em realidade. O fato de voltar à sua terra, de estar livre do cativeiro, de poder cultuar ao Senhor eram motivos suficientes para exultar e alegrar-se.

De fato, notícia era boa que até as “ruínas” de Jerusalém são convocadas para o cântico: “Rompei em júbilo, exultai à uma, ó ruínas de Jerusalém; porque o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém.” (v.9). O verbo  פָּצחַ em Hebraico, que está no imperativo, significa “levar a romper ou explodir, irromper, exclamar”. A expressão “ruínas de Jerusalém” é um simbolismo da condição que encontrava o povo Israel. Isto demostra que aqueles que estavam em ruinas, e que não conseguiam mais acreditar, deveriam explodir em alegria. As ruínas não seriam mais um marco para lamentos, pois o Senhor age. Ele vem, reina e sua ação dá-se através do consolo e do remir à Jerusalém. O Senhor assumiu a tarefa de consolar os israelitas deportados da Babilônia. Sua profecia é introduzida com o imperativo: “Consolai, consolai meu povo, diz vosso Deus” (Is 40.1). O verbo גָּאַל  (remir) no Hebraico significa redimir, reivindicar, resgatar. O termo tem a ver com a libertação da escravidão do seu povo. Ele foi redimido e   o Senhor não teve que pagar nenhum preço. Agora, ele pode se alegrar e cantar. Não será mais um povo arruinado, mas um povo redimido.

A boa notícia do mensageiro provoca os gritos das sentinelas, o júbilo em Jerusalém e agora também chega aos olhos de todas as nações: “O Senhor desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações" (v. 10a). Neste versículo, o profeta usa a imagem de mais um elemento do corpo. Ele inicia o texto com imagem dos pés e termina com a do braço. O termo חָשַׂף   (desnudar) significa tirar, despir, deixar desnudo, esticar. E o termo זְרֹועַ   (braço) é um símbolo de força. É uma metáfora usada pelo profeta. Ele tira do contexto de uma batalha, que representa o momento em que o soldado tira a sua capa e seus braços ficam desnudos. Ele estica seu braço para golpear com a mais força, ou para exercer uma força maior.  

No contexto espiritual, o “braço do Senhor” é uma figura de linguagem que fala de seu poder absoluto sobre o mundo. E a expressão “desnudar o braço” implica que o Senhor se prepara para a batalha. Ele tira a capa e seu braço é exposto à batalha: “Então, com toda a força de meu braço vigoroso, com furor, indignação e cólera, combaterei contra vós.” (Jeremias 21.5). Mas também é uma figura de como Ele está amorosamente presente, cuidando, confortando e consolando seu povo. Não era um momento de conquista ou de opressão, mas de resgate, pois o Senhor libertou seu povo da escravidão. Isto significa que Deus veio em socorro de seu povo como guerreiro e que seus atos realizados seriam vistos, reconhecidos por todas as nações: “que todos os confins da terra verão a salvação de Deus”. Significa que a libertação do seu povo seria tão notável, visível em todo o mundo. As nações mais distantes o veriam e seriam constrangidas a reconhecer o seu poder. E a salvação que Deus oferece à sua cidade e ao seu povo será testemunhada por toda a terra, como se o mundo estivesse de olhos postos na ação vitoriosa de Deus em favor de Judá.

Como é maravilhoso ver um mensageiro correndo pelas montanhas, trazendo boas notícias de paz e de salvação! A maneira como esta história é narrada mostra o quanto Isaías 52.7-10 foi importante para o entendimento dos primeiros cristãos sobre o que Jesus veio fazer no mundo. O Evangelho de Lucas nos mostra esta finalidade ao lembrarmos a história do nascimento de Jesus quando o mensageiro do Senhor disse: “Não temais; hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Era uma notícia maravilhosa que fala sobre a vinda do Messias, que era algo que estava sendo esperado pelos homens durante muito tempo. Notícia que os pastores, homens humildes, receberam na quietude do campo, sobre o nascimento do Salvador. Eles estavam reunidos nos campos, e ficaram com medo. Mas o anjo os tranquilizou dizendo: "Não temais!”. A presença do anjo do Senhor envolveu os pastores de forma maravilhosa, de coragem e esperança que desapareceu todo o medo, mediante a presença segura e na certeza de que o Deus onipotente está conosco. Acreditaram na vinda de Cristo ao mundo, e na mais bela e emocionante notícia: “a boa-nova de grande alegria”.

No entanto, não era uma simples alegria! É a maior alegria, que enche nosso coração de júbilo. Que dissipa toda a tristeza. Que supera as tribulações, as tempestades, as lágrimas, a dor, a perda, o abandono, tudo. Qual era a boa-nova? Nasceu o Salvador! Nasceu Jesus!  O nascimento de Jesus são boas novas, boas notícias. Boas notícias de que Deus cumpre suas promessas. Ele disse que enviaria o Salvador ao mundo, e cumpriu. Por isso que celebramos com tanta gratidão e alegria o Natal. Mas a alegria não seria apenas para os pastores, mas para todo o povo. A mesma mensagem que encheu seus corações de alegria é anunciada a cada um de nós ainda hoje. Ela é para todas as raças, todas as línguas, todas as nações, pois Deus ama o mundo, e de tal maneira que mandou seu filho unigênito para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. No coração de Deus há lugar para todas as pessoas, de todos os lugares. Já recebeu esta boa-nova de grande alegria em sua vida? Está disposto a proclamar está boa nova a todo o povo?

Estimados, irmãos! O mensageiro anunciou uma mensagem maravilho da vinda do Senhor à Sião. Ele traz boas notícias. Hoje, não vivemos em cativeiros como Israel viveu, mas conhecemos bem a escravidão do pecado, a distância de Deus, o medo de sermos esquecidos em nossos sofrimentos. A mensagem de Isaías nos chama a acordarmos para uma nova realidade. Porque o Rei veio, e ele é a grande manifestação do poder de Deus e é maior do que qualquer problema. Sendo assim, podemos juntos celebrar a paz e a salvação recebidas, com uma nova roupa de pureza, e uma esperança segura. Amém!

 

TEXTO: MT 1.18-25

TEMA: DEUS ESTÁ CONOSCO!

Hoje, estamos comemorando o quarto Domingo no Advento. Foram quatro semanas de preparação para celebrarmos a vinda do Messias, ou seja, é o momento quando a Igreja se prepara para o nascimento de Jesus Cristo, partilhando a fé e a esperança nas promessas de Deus, e ao mesmo tempo aguardando o Seu retorno. Logo mais, vamos celebrar o Natal. E a mensagem para este quarto Domingo no Advento são as palavras do evangelho de Mateus 1.18-24, que nos assegura que a promessa fora cumprida.

O natal está se aproximando e certamente concordamos que estamos vivendo numa época de cidades enfeitadas com luzinhas de todas as cores. De lojas enfeitadas, de propagandas de produtos nos jornais, nos rádios e nas televisões, de intenso comércio, de bebedeiras e comilanças. Mas alguém pergunta: isso tudo por um acaso não representa, não recorda, não lembra o natal? Sim, lembra e pode até representar, mas não é o natal! E por quê? Porque o verdadeiro Natal é uma algo bem diferente, mais bonito, mais sublime e importante. O verdadeiro Natal significa e deve significar que Deus está conosco: no seu Filho que Ele nos deu e no seu Filho que nos leva a Ele.

Ao relatar o nascimento de Jesus, Mateus conta que José esteve preocupado com sua esposa, quando percebeu que ela estava grávida e que o filho esperado não era seu. Foi um momento dramático em sua vida. Respaldado pela lei judaica, conforme Deuteronômio 24.1, ele poderia divorciar-se formalmente de Maria, alegando a infidelidade dela, uma vez que eles já tinham feito uma aliança matrimonial. Embora ainda não tivessem consumado o casamento, ele poderia ter tomado público o divórcio, ou ter feito isso de uma forma mais discreta na presença de testemunhas.

No entanto, José não teve este procedimento. Ele era justo e piedoso. Em toda a narração bíblica, ele é visto como alguém submisso, tranquilo, diligente em silêncio, fazendo a sua parte com dedicação e eficiência.  Esta sua característica humilde e discreta está registrada, conforme lemos no versículo 19: “E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.” Ele não quis expor ou prejudicar Maria, por isso, preferiu deixá-la.  Resolveu deixá-la para que não fosse acusada de adultério. Ele entendia que aquela mulher era muito especial. Portanto, soube discernir a situação e a tomou como esposa.

Enquanto refletia sobres estas questões, José foi avisado em sonho, sobre o que estava lhe perturbando: Assim diz o anjo do Senhor: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (vv. 20 e 21). A ordem do anjo do Senhor é para que ele entendesse que a profecia do Messias se cumpria na sua vida e na vida de sua esposa: “Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).” (vv.22 e 23).

Esta profecia fora dita pelo profeta Isaías cerca de 700 anos. E Deus prometera e a promessa se cumpriu no dia de Natal. Ele nos amou tanto que nos deu Seu único Filho! Mas por que veio? Para que veio?  Antes de Deus nos visitar, entrar e ficar conosco, nós não podíamos chegar até Deus e estar com Ele. Havia uma barreira intransponível. Uma ponte quebrada. O homem pecou e se afastou de Deus. Separou-se de Deus. Andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos (Is. 53.6). Estávamos trilhando o caminho errado. O caminho da perdição. Se não fosse o próprio Deus intervir em sua graciosa obra redentora em Cristo, jamais poderíamos qualquer dia de nossa vida, chegar a Deus. Não existiria o natal. Não estaríamos hoje aqui reunidos para orar, louvar e cantar ao nosso Deus.

As Escrituras nos revelam o motivo da sua vinda. O evangelista João responde com incrível clareza: “porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para o mundo fosse salvo por Ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado...” (Jo 3.16-18). Eis a resposta: Ele veio para nos salvar, para nos redimir, para nos libertar dos nossos pecados. Ele veio para nos reconciliar com Deus e nos dar a vida eterna. Portanto, na presença de Jesus, as cadeias que nos prendem são despedaçadas, os grilhões quebrados, toda dominação das trevas cai por terra, toda arma forjada contra nós não prospera. Na presença de Jesus nossa iniquidade é arrancada de dentro e nossas transgressões são transformadas em novas bênçãos. Quem está em Cristo é definitivamente uma nova criação.

Esta é a grande mensagem do Natal. Mas uma visita que o homem não valorizou e nem valoriza hoje. Os homens procuram por todos os meios esquecer, negligenciar, deturpar a visita de Deus e o seu profundo significado.  Procuram esquecer em festejos materiais. Em afirmar que Deus “morreu”. Em construir o céu aqui na terra. Aonde chegará o homem com tudo isso? Por isso, hoje somente há Natal nos corações de quem totalmente creem que Deus está conosco, pois o “verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.

 De fato, o Deus conosco habitou entre nós. Ele chegou a este mundo. Neste mesmo lugar em que moramos, plantamos, construímos nossas casas e esta Igreja. Ele esteve presente entre nós, encarnado na natureza humana através de seu Filho. Nele Deus se revelou como aquele mesmo Deus fiel que acompanhou Abraão, Isaque e Jacó: um Deus solidário, que foi ao encontro das necessidades dos seus para lhes tirar as amarras do medo, da opressão, da escravidão e para conduzi-los nos caminhos da liberdade. Ele veio e cumpriu com sua missão. Agora, por meio de Jesus temos acesso a Deus.

Bíblia nos ensina que não há outro caminho que nos leva ao Pai, a não ser através de Cristo. Jesus diz em João 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Jesus é o único caminho para se chegar a Deus. Somente através de Jesus Cristo alguém consegue ter um encontro com o Pai. Portanto, Cristo é o caminho para Deus. Não nasceu nem nascerá outro redentor. Ele é a única esperança. Ele mesmo diz: Sem mim nada podeis fazer. (João 15.5). E é o próprio Cristo que testificou esta verdade em João 12.44-46: E Jesus chamou dizendo: “Quem crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou. Eu vim como luz para todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.”

Deus está conosco. Em sua companhia podemos caminhar confiantes e esperançosos, ainda que as muitas circunstâncias da vida queiram nos obrigar a desanimar e desistir do caminho que nos conduz à sua presença. Ele está conosco no seu Filho que nos leva a Ele. Esta é a verdadeira mensagem que devemos proclamar. Deve ser o nosso Natal. O Natal não deve apenas representar para nós uma bela história, mas também um momento para refletirmos acerca da nossa comunhão com o Deus conosco, pois Deus é o centro de toda a nossa vida. Sendo assim, celebrar o Natal é celebrar que Deus está conosco, na pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta deve ser a nossa verdadeira alegria, pois o anjo disse aos pastores em Belém: Não temais: “Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo.” (Lc 2.10).

Portanto, deixemos de lado as celebrações materiais e louvemos neste Natal e em todos os momentos da nossa vida, o Emanuel, o Deus conosco, o Deus Salvador. Que possamos nos alegrar mais uma vez com o nascimento de Jesus e a salvação que ele trouxe e oferece ao mundo para todas as pessoas. Que possamos recebê-lo em nossas vidas, aceitando a proximidade do Deus Conosco que virá com todo esplendor. Amém