segunda-feira, 16 de junho de 2025

 TEXTO: SL 3

TEMA: A CONFIANÇA DE DAVI EM DEUS NAS SUAS ADVERSIDADES

 Este salmo foi escrito por Davi, quando fugia de seu filho, Absalão. Ele expressa o momento que Davi vivia. Enfrentava uma situação de preocupação, angústia e tristeza, e necessitava de ajuda, auxílio, socorro, pois encontrava-se sob ameaças de Absalão, que tentava usurpar seu trono. Foi, sem dúvida, um dos piores dias da vida de Davi. O seu filho o acusava, os seus oficiais o repreendiam, o profeta Natã o censurou e o povo falava mal dele. Estava condenado à morte. E ,certamente, não escaparia. Foi justamente nessa ocasião difícil e marcante em sua vida, que ele compôs esse salmo.

Constantemente, também passamos por grandes tribulações, sofrimentos e adversidades, dos quais ficamos muito abalados. São sofrimentos oriundos das crises financeiras e conjugais, enfermidades, frustrações, ameaças, solidão. Além disso, temos os nossos inimigos. Alguns difamam; outros tentam fazer mal, prejudicando ao máximo. Enfim, somos injustiçadas, caluniadas e perseguidas por motivos diversos, até por confessar a nossa fé em Jesus Cristo.

Mas como sair dessa situação? Aonde buscar solução para os problemas? Em si mesmos ou em algum objeto? Na riqueza? Na filosofia? Quando nos encontramos nessa situação devemos olhar para o SENHOR, o único que pode nos salvar, e que podemos clamar por socorro, pois temos um Deus em quem podemos sempre confiar. Ele sempre está conosco. Foi justamente o que fez Davi. Ele clamou ao SENHOR! Ele sabia que podia confiar em Deus e que não seria envergonhado, não seria decepcionado. Ele procurou a ajuda do SENHOR. Pediu socorro ao Deus verdadeiro, ao Criador de todas as coisas, pois  não confiava nas suas próprias forças, no seu poder político, nas suas riquezas, mas, depositava a sua confiança em Deus. Ele sabia que pela sua bondade, suas misericórdias, sua compaixão poderia tirá-lo da situação que estava vivendo.

A nossa reflexão começa quando  Absalão, ao tentar usurpar o trono de seu pai, elaborou diversas formas de dar um golpe e tornar-se  rei sobre Israel. Ficava à porta da cidade, ouvindo os problemas do povo, e assim “furtava o coração dos homens de Israel” (2 Sm 15.6), atraindo a atenção do povo para si. Pediu a Davi autorização para ir a Hebrom pagar um voto, mas quando estava distante de Jerusalém, elaborou uma conspiração contra Davi. Para que o plano se concretiza-se, contou com o apoio de um dos principais conselheiros de Davi, Aitofel. E assim a conspiração tornou-se poderosa, e crescia em número de pessoas que tomava o partido de Absalão. Davi, ao saber da conspiração, imediatamente, reuniu os seus aliados e abandonou Jerusalém.

 Diante dessa situação, Davi exclama ao SENHOR: “Como têm se multiplicado os meus inimigos; são muitos os que se levantam contra mim!” (v.1). Davi tinha um histórico glorioso como guerreiro e como general. Venceu, muitas vezes, tropas numerosas. Já tinha travado lutas terríveis com os filisteus e o gigante Golias. Mas, dessa vez, a situação era desesperadora. Ele usa a expressão צַר , que significa um lugar estreito, apertado, adversário, inimigo. Esta expressão reflete como estivesse em um lugar estreito, apertado. Eram seus problemas que estavam aumentando. Eram os inimigos que estavam se levantado contra ele. Foi perseguido e atacado por inimigos dentre as nações e na família.  Tratava-se de um grupo violento e agressor contra Davi. Suas aflições são agravadas pelo fato de que nessa ocasião o adversário principal é o seu próprio filho, Absalão. Ele, por meio de suas mentiras, queria passar uma imagem de um homem justo e bondoso.

 Você possui inimigos? Quais são os inimigos (adversários) que você tem enfrentado? Temos muitos inimigos! À medida que crescemos, podemos dizer com o salmista: “SENHOR, como tem crescido o número dos meus adversários!” Um inimigo é aquela pessoa contrária a você, que se mostra hostil e intolerante aos seus pensamentos e sentimentos. Ele surge por um desacordo extremo e intolerante entre pessoas, e causam estragos tão estrondosos em nossa vida. Muitos difamam; outros tentam fazer mal, prejudicando ao máximo. Enfim, somos injustiçadas, caluniadas e perseguidas por motivos diversos, até por confessar nossa fé em Jesus Cristo, pelos nossos inimigos. É impossível não ter inimigos! 

No entanto, Jesus nos ensina que devemos amar os nossos inimigos. Embora seja difícil entender isso, porque, infelizmente, o homem tende a amar apenas seus amigos e desprezar seus inimigos. Ama aqueles que são sempre bondosos e agradáveis! Aqueles que nos elogiam, que nos dão prazer e não nos apresentam contrariedades! Mas o verdadeiro cristão, que anda como Jesus andou (1 Jo 2.6), não se faz inimigo de ninguém e não odeia as pessoas que se lhe opõem. Na verdade, Davi não considerava Absalão um inimigo pessoal. Ele o amava, e até mesmo deu instrução aos seus homens que não o matassem.

 De fato, os inimigos se multiplicaram na vida de Davi. Não havia possibilidade de livramento, ajuda e escapatória. Naquele momento, as pessoas olhavam para o rei e diziam: “Não há em Deus salvação para ele” (v.2). Que situação horrível estava vivendo Davi, diante dos seus opositores que se levantaram contra ele. De chegar ao extremo em afirmar que não há em Deus salvação. A afirmação não era de que Deus não existe, e, sim, de que Davi não seria acolhido por Ele, em razão de seu pecado recém cometido (o adultério – 2 Samuel 11ss).

Não é assim que, muitas vezes, nos sentimos ou pensamos? Num mundo conturbado e falta de confiança em Deus, muitas pessoas também chegam a essa situação. Isto se nota principalmente quando a realidade da vida nos atinge, diante dos problemas, tristezas e angústias. Sentimos abandonados e desprezados por Deus e até pensamos que ele está desinteressado. Ficamos desesperados e olhamos ao redor e não encontramos ajuda. Então, perguntamos: Onde está Deus neste momento? Pensamos que não há em Deus ajuda! Esta é a mais amarga de todas as aflições: temer que não haja consolo nem salvação para nós em Deus.

No entanto, Deus está bem perto de você. O grandioso e maravilhoso Deus desceu dos céus em seu Filho Jesus Cristo para dar perdão, paz e vida ao homem. É importante afirmar que não temos outro caminho, refúgio nos momentos de angústia do que a presença de Deus, porque somente Ele é o Deus que pode nos socorrer diante dos nossos dilemas. Nas Sagradas Escrituras, temos vários exemplos de pessoas que confiaram nas promessas de Deus em meio às dificuldades do dia a dia. Davi é um grande exemplo. Ele não se desesperou. Sempre demonstrou confiança em Deus. Ele, em lugar de ouvir o que as pessoas falavam, busca o SENHOR com certas atitudes que devem ser compartilhadas por todos os servos de Deus. Ele confiava, porque sabia das promessas de Deus. Sabia que foi escolhido para governar (1 Samuel 16.12-13) e que seu reinado terminaria em paz, não em derrota (2 Samuel 7.11).

Diante desta esperança, ele não desanima e afirma a sua confiança no SENHOR Deus de Israel. Não ignora os problemas, ele não está alheio às situações adversas, porém, confia que Deus irá lhe proteger, pois o SENHOR é o seu escudo. Ele diz: “Porém, tu SENHOR és o meu escudo” (v.3). Ao usar a expressão, “porém”, Davi tinha esta convicção de que apesar de todos seus pecados, o perdão de Deus era a garantia de que ele podia clamar a Deus e ser ouvido. Ele usa  um escudo que é uma arma de defesa, da mesma forma que o apóstolo Paulo usou durante às suas adversidades. Esta simbologia do escudo que era muito peculiar, quando o soldado enfrentava inimigo. Quando atacado o soldado devia se defender da espada, das flechas com o escudo. Paulo afirma que  devemos embraçar sempre o escudo da fé.  (Ef 6.16). Isto significa que a nossa proteção é o escudo da fé. Através dele apagamos “todos os dardos inflamados do maligno”. (Ef 6.14b). Paulo nos aconselha a usar “sempre o escudo da fé”. Deve ser um ato contínuo, de hora após hora, sem parar. 

 Tudo parecia estar contribuindo para a destruição de Davi. Ele poderia desistir e morrer. Poderia perder as esperanças. Mas em vez de desistir, Davi expressa sua fé em Deus. Devido a sua confiança absoluta em Deus, Davi sabia que suas orações seriam ouvidas e respondidas. E na certeza que Deus o ouvirá do seu santo monte, ele afirma: “Com a minha voz clamo ao  SENHOR, e ele do seu santo monte me responde” (v 4).  No “santo monte” de Deus em Jerusalém, Davi levanta seus olhos para o alto e sublime trono de Deus e o busca com toda a sua força. Ele coloca sua fé e ora ao SENHOR. Ele sabe que o SENHOR o sustentará em todos os momentos de sua vida. Deus sempre esteve e não vai ser agora que Deus o deixaria desamparado.

Quando terminou de orar, Davi descansa em Deus: “Deito-me e pego no sono; acordo porque o SENHOR me mantém” (v.5a).  Mas como dormir tranquilo tendo uma turba desejosa querendo matá-lo? Como dormir diante da aflição que Davi passava? Isso só foi possível por causa do poder de Deus, que o amparava, e podia dormir e descansar sem sofrer de insônia. Além disso, ele demostrava não ter medo de seus inimigos: “Não tenho medo de milhares do povo que tomam posição contra mim de todos os lados.” (v.6). Davi sabia que o SENHOR defende a causa dos justos e afligidos. Ele protege seus filhos. Ele sabia que só o Senhor podia livrá-lo dos seus adversários. Tudo isso, é consequência de sua confiaça com Deus.

Nada melhor do que deitar a cabeça no travesseiro e poder dormir em paz e seguro. Mas o que pode tirar nossa paz e nosso sono? Por que as pessoas não conseguem dormir?  Pode ser dívidas financeiras, conflitos familiares, preocupações com o trabalho, problemas de saúde, inimigos que nos perseguem. Nesses momentos, nos lembramos das palavras de Davi: “Deito-me e pego no sono; acordo porque o SENHOR me mantém”. Ainda: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me fazes repousar seguro”. (Sl 4.8). Como é bom saber que em Deus podemos dormir tranquilamente. Podemos repousar seguros, certos de que o SENHOR nos guardará, pois quando Deus protege alguém, não há o que temer (SI 23.4; 27.3; 118.6), pois estamos seguros em seus braços poderosos. Davi entendeu esta grande verdade: Deus é maior do que todos os problemas, provações e adversários que nos perturbam.

Davi, após o sono tranquilo, faz seu pedido ao SENHOR. Ele deixa de lado a pompa, os métodos e os costumes, simplesmente, se dirige a Deus com o clamor que sua necessidade exige. Ele clama dizendo: “Levanta-se, Senhor e salva-me, Deus meu”. (v.7). Davi clama: vem ao meu socorro. Livra-me dos meus adversários. Mas há uma expressão singular na sua oração: “pois feres nos queixos a todos os meus inimigos e aos ímpios quebras os dentes.” (v.7b). Os inimigos de Davi eram também inimigos de Deus, pois são chamados de “ímpios”. O Salmo 1, diz que “o caminho dos ímpios perecerá” (v. 6); o Salmo 2, diz que o Messias regerá as nações de ímpios “com vara de ferro”, e serão despedaçadas (v. 9).

  Davi pediu que Deus agisse, que revelasse o desejo da justiça do rei contra seus perseguidores.  Ora castigar esses malfeitores não seria um ato de vingança humana, e sim uma manifestação da justiça divina. Davi está falando em termos proféticos sobre o que acontecerá, finalmente, com todos os adversários de Deus. e esta é uma profecia que se cumpre escatologicamente em Ap 19.15, onde lemos: “Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.”

 Ao encerrar o salmo, Davi, sem duvida, confirma sua fé: “Do SENHOR é a salvação, e sobre o teu povo, a tua bênção” (v.8). Esta é declaração final de Davi. Ele tem certeza da salvação e das bênçãos que o SENHOR concede. Ele tem a certeza de que a salvação é propriedade de Deus. E é muito gratificante saber disto. Deus, sempre nos salva e ainda nos concede bênçãos. Ele sempre cuida para que cada um de seus filhos persevere. Por isso, é muito importante sempre confiarmos em Deus. Ele está sempre disposto a nos ajudar. Ele nunca se aparta de seus filhos amados.

Portanto, busquemos ao SENHO, porque Ele está sempre disposto a nos socorrer. Clamemos pelo socorro do SENHOR, e ele nos ouvirá e virá ao nosso encontro, ministrando conforto, paz e alegria interior em nossa vida.Amém!

 

 

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