quinta-feira, 31 de março de 2022

 

TEMA: NÃO REJEITEMOS A CRISTO E NEM OS MENSAGEIROS DE DEUS!

TEXTO: LC 20.9-20

Uma analogia muito utilizada por Jesus em seus discursos é a que se refere à vida no campo e plantação. Essas figuras eram muito próprias para ilustrar e tornar claro seu ensino em uma cultura predominantemente agrária. Aqui, nesta parábola, não é diferente. Usando o simbolismo de uma vinha e seus agricultores, Jesus narrou, nesta parábola, a história do relacionamento de Deus com seu povo e sua comunhão. Narra ainda os mensageiros que foram rejeitados espancados, apedrejados e mortos. Fala que Deus enviou o Seu Filho amado. Mas os lavradores maus rejeitaram aquele que é o dono da vinha. Isto significa que os conhecedores da Lei e os fariseus não aceitaram os ensinamentos de Jesus. Ele foi também rejeitado pelas multidões que ouviram suas pregações e presenciaram suas obras. Mas o que fizeram com Jesus? Além de rejeitarem a Sua mensagem, foi açoitado, desprezado, ridicularizado e o mataram.

Essa atitude revelou que a nação de Israel precisava ouvir uma mensagem, de um compromisso permanente com Deus. Também precisamos manter comunhão permanente com o nosso Deus. Afinal, vivemos em um mundo onde são enviados pregadores, arautos e mensageiros para anunciarem a mensagem salvadora em todos os tempos e em todos os lugares. No entanto, o Evangelho de Jesus Cristo continua sendo rejeitado. Além de ser rejeitada a Palavra de Deus, as pessoas zombam, desprezam, ridicularizam os mensageiros de Deus. Na verdade, a maioria dos homens, hoje, tem rejeitado os ensinamentos de Jesus, e resiste ao poder operador do Espírito Santo. Pensam que não precisam de um Salvador.

Qualquer que seja o motivo pelo qual as pessoas rejeitam a Jesus Cristo, sua rejeição tem consequências eternas e desastrosas. Estas pessoas vão ter que enfrentar a eternidade das “trevas” do inferno onde haverá “pranto e ranger de dentes” Ele dirá: “Lançai-o para fora nas trevas. Ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 25.30). Jesus é enfático ao afirmar: “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.” (João 12.4). Portanto, não rejeitemos a Cristo e nem os mensageiros de Deus!

Estimados irmãos! O texto é enfático ao afirmar que “certo homem” (v.9), proprietário de muitas terras, plantou uma vinha e arrendou a lavradores, depois se ausentou do país. Na hora da colheita enviou seus servos aos lavradores, para receber os frutos que lhes tocava. Mas os lavradores que haviam arrendado a terra espancaram esses servos enviados pelo dono. Isso ocorreu sucessivamente, até que o dono das terras enviou seu próprio filho com a esperança de ser aceito. Na intenção de convencer aqueles maus lavradores, de que Ele é o dono legítimo da vinha e que lhe devem respeito, devoção ao seu próprio filho, o legítimo herdeiro da vinha. Esse filho também foi morto.

 O homem aqui mencionado é Deus. Os lavradores representam o povo judeu, em especial os principais sacerdotes, os líderes religiosos. A "vinha" é comumente usada para descrever a nação de Israel (Is 5.2), a casa de Israel, a terra da Judéia, a nação judaica. O filho amado é Jesus. Mateus traz mais detalhes acerca desta parábola: A cerca (sebe) é a Lei que Deus deu ao povo, pela qual separou Israel de todos os outros povos. O tanque (lagar) é a fonte da vida, a promessa da graça de Cristo. A torre de vigia é a dinastia de Davi. Os servos do rei são os profetas que Deus enviou a Israel para recolherem os frutos da fé, mas eles foram espancados e mortos. (21-33-46).

 Esta parábola foi contada para os judeus, e faz lembrar a história do povo de Israel. Um povo que Deus formou através de Abraão. Que ao longo dos anos, Deus sempre ajudou este povo. Desde a saída do Egito, Deus demonstrou a sua bondade. Colocou-o em uma terra excelente chamada Canaã. Expulsou as nações que ali viviam. Deu-lhe leis e ordenanças. Concedeu-lhe privilégios especiais. Entretanto, o povo de Israel rejeitou esta bondade de Deus, estes privilégios. E, muitas vezes, se esqueceu de Deus. Não via o compromisso de servir ao SENHOR e outros povos. Mas Deus sempre teve paciência. Enviou os profetas, a fim de advertir Israel da sua iniquidade, para lhe oferecer perdão, para levar o povo ao arrependimento, para chamar atenção à obrigação assumida. Mas não aceitou a mensagem dos profetas. O que fizeram? Os israelitas perseguiram e mataram a muitos deles. Tal tratamento é ilustrado nas vidas de Isaías, Jeremias e Zacarias.  

Jesus teve o mesmo destino que os profetas. Quando, porém, o tempo se cumpriu, Deus enviou o seu filho. O Filho foi a última oportunidade de Deus: “Enviarei o meu filho amado, talvez o respeitem” (v.13). O evangelista Marcos assinala ainda mais a natureza da ação do proprietário: “Restava-lhe ainda o seu filho amado”. (12.6) Jesus era o Filho único e amado. Deus em seu amor enviou seu Filho unigênito. Talvez aceitassem a sua mensagem. Mas Jesus veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Foi abandonado pelos que se chamavam os notáveis conhecedores da Lei. Sendo assim, eles rejeitaram o Messias, o Salvador prometido. Rejeitaram a pedra angular, que é Cristo Jesus e o mataram.

Embora houvesse fortes evidências de pessoas que apoiavam a identidade de Jesus como o Messias, a maioria dos que o viram e ouviram, não acreditou nele. Jesus ficou marcado pelo sinal da rejeição. Em várias situações, Jesus foi rejeitado pelas multidões que ouviram suas pregações e presenciaram suas grandes obras. Foi rejeitado desde o início do seu ministério. Encontrou a oposição das autoridades do seu povo, que quiseram matá-lo (Mc 3.6). Quando Jesus não correspondeu às expectativas materialistas da multidão, o povo o abandonou (João 6.66). Em Nazaré foi rejeitado pelo povo, lugar onde cresceu. (Lc 4-29). Esta rejeição, o salmista já havia predito: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos” (Salmo 118.22-23).

Diante do exposto, conclui-se que a nação judaica havia rejeitado o mais importante elemento na construção do templo espiritual: Jesus Cristo, o Messias. Sobre esta questão, Pedro também fez a aplicação direta quando repreendeu os líderes em Jerusalém: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular” (Atos 4.11). O próprio Senhor Jesus, na parábola, se identificou como sendo a pedra rejeitada pelo seu povo. Nesse caso, os líderes judaicos são retratados como construtores da nação que acabaram por rejeitar a pedra angular.  Ele foi rejeitado pelos governantes de sua época, bem como os construtores de Israel que julgavam Jesus, como uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam.

Jesus deixa claro, qual seria o castigo para aqueles que rejeitaram a pedra angular. Ele se dirige aos principais sacerdote e escribas e pergunta: “Que lhes fará, pois, o dono da vinha?” (v.15). Diz o texto: “Virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros”. (v.16a). Marcos: “Ele exterminará aqueles lavradores”. (12.9). Mateus traz mais detalhes: “Fará perecer horrivelmente a estes malvados e arrendará a vinha a outros lavradores, o reino de Deus será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos”. (21.41). Deus tinha sido longânimo com a nação judaica em sua constante rejeição, mas sua paciência, agora, tinha-se acabado. E, ainda, lemos no versículo 18 de Lucas, que todos aqueles que se opõem a pedra angular, que rejeitam e que continuam impenitentes serão “esmagados” por Jesus no dia do julgamento e perecerão para sempre: “Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.” Como resultado desta rejeição, o reino de Deus e seu poder são dados a outros. Àqueles que aceitarem o Evangelho, ou seja, judeus ou gentios. Assim, pois, Jesus estabeleceria um novo reino, e desenvolveria plenamente a sua vinha, teria uma grande colheita. Enviaria novos servos, mestres, profetas, pastores e ministros que produzirão frutos abundantes.

A rejeição continua na atualidade. Deus designou pregadores, arautos e mensageiros a anunciarem a mensagem salvadora em todos os tempos e em todos os lugares. Mas o que faz o homem, quando tem a oportunidade de ouvir a Palavra de Deus? Além de rejeitar a Palavra de Deus, zombam, desprezam, ridicularizam os mensageiros de Deus. Na verdade, a maioria dos homens, hoje, tem rejeitado os ensinamentos de Jesus, e resiste ao poder operador do Espírito Santo. Pensam que não precisam de um Salvador.  Mas Jesus é enfático ao afirmar: “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia.” (João 12.4).  Para outras pessoas, as coisas que o mundo tem, e oferece são mais importantes e atraentes do que as coisas eternas. A história do jovem rico é um exemplo. Esse jovem não estava disposto a perder seus bens terrenos. (Mateus 19.16-23). Qualquer que seja o motivo pelo qual as pessoas rejeitam a Jesus Cristo, sua rejeição tem consequências eternas e desastrosas. Estas pessoas vão ter que enfrentar a eternidade das “trevas” do inferno onde haverá “pranto e ranger de dentes” Ele dirá: “Lançai-o para fora nas trevas. Ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 25.30).

Como está a sua vida espiritual? Você tem aceitado o Filho amado? Tem aceitado a Sua mensagem? Lembrando que Deus nos chamou para sermos o seu povo amado e eleito que assumiu o compromisso de entregar os frutos a seu tempo. Como afirma Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”  (1 Pedro 2.9). Por isso, temos o grande privilégio de sermos os servos do SENHOR, de sermos o povo de Deus que trabalha na vinha. E por termos uma relação especial com a pedra angular, devemos viver de maneira distinta do mundo: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmas, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2.4-5).

Estimados irmãos” Não rejeitemos o que a Escritura Sagrada nos diz de Cristo. Não rejeitemos os servos que são enviados para anunciar a Palavra de Deus, para não acontecer que venhamos a rejeitar o amado Filho Deus. E em consequência disso, sermos exterminados e a vinha, ser passada a outros. Mas prosperemos sua vinha, fazendo isto através da Sua Palavra e dos sacramentos. Agradeçamos a Deus e mostremos gratidão a ele pela salvação concedida, através do seu Filho. Amém.


domingo, 27 de março de 2022

 

TEXTO: SL 126

TEMA: RESTAURA, SENHOR, A NOSSA VIDA!

O salmo 126 faz referência ao retorno dos cativos, depois de muitos anos de escravidão no exílio na BabilôniaQuando receberam a notícia de que poderiam retornar, parecia um sonho. E diante das dificuldades que enfrentariam, esta eram uma mensagem de esperança.  Sabiam que teriam que recomeçar tudo de novo e, por isso, pediram a Deus: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe.” É a suplica para que Deus tirasse daquela situação de cativeiro, e que desse uma nova oportunidade para que pudessem ser restaurados e que prosperassem novamente. Era Deus restaurando o Seu povo novamente.

Este mesmo salmo se tornou um cântico de romagem, para cantar nas peregrinações a Jerusalém. Sendo que a temática e a importância desse salmo, na história do povo de Deus, refletem o sofrimento, as dores, as decepções, as provações que o povo de Deus em sua história de vida, vivenciou. Também retrata o triunfo, a conquista, o cumprimento das promessas de Deus, a fidelidade. Enfim, o agir de Deus em favor dos cativos ao libertá-los do cativeiro. 

Estimados irmãos! Há momentos em nossas vidas que tudo parece estar fora de controle. Não há solução e tudo se torna mais distante ou confuso. Assim é com nossa vida, estamos como o deserto, sem esperança, sem saber o que fazer, vendo que nossos planos e sonhos não se concretizam, mas nosso Deus vem restaurar a nossa vida! O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Diante desta situação, Deus quer restaurar a nossa vida, os nossos sonhos, projetos, o nosso amor por Cristo, a nossa vida espiritual, os nossos talentos e dons. Só ele pode restaurar. A Sua restauração é total, abrangente, completa, perene, duradoura. Apresenta-te como o salmista e diga: “Restaura-nos como as torrentes de Neguebe”. É maravilhoso saber que Ele continua com o mesmo poder, com a mesma disposição de quando restaurou seu povo no passado. É confortante saber que o SENHOR restaura também no presente e no futuro.

O salmista inicia o salmo, afirmando que o resgate dos cativos de volta a Sião foi como um sonho! (v.1). Parecia um sonho, mas era realidade. O Senhor os tinha libertado do cativeiro. A situação foi revertida. A restauração causou júbilo. Não choravam, pelo contrário, só havia alegria e gratidão. Deus havia transformado aquele momento em realidade. O fato de voltar à sua terra, de estar livre do cativeiro, de poder cultuar ao Senhor eram motivos suficientes para "ficar como quem sonha”. E o salmista está vendo isso acontecer diante de seus olhos. Aqueles cativos anteriormente “machucado” estava cantando e rindo; que antes era tido como “derrotado e envergonhado”, passou a usufruírem das grandes coisas que Deus havia realizado. O Senhor manifestou-se salvador, e as lágrimas converteram-se em sorrisos de enorme alegria: “Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de júbilo”. (v.2a). 

Os risos de alegria e os gritos de júbilo que acompanhavam os exilados que saiam do cativeiro na Babilônia, e que ecoavam nos desertos que atravessavam, provocou também testemunho diante das nações pagãs. O povo deveria manifestar os feitos do Senhor entre as nações. As coisas que Deus fizera em prol do seu povo, de modo que o mundo inteiro saiba, que o Senhor fez coisas grandiosas na vida do povo. (v.2b).  Toda a história de Israel no AT mostra-nos os grandes atos de salvação realizados por Deus em favor do seu povo no passado. Há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa. Ele devastou o Egito com as dez pragas para libertar o seu povo; abriu o Mar Vermelho para o seu povo passar e fechou o para destruir o exército de Faraó.  Mandou o maná para alimentar o seu povo no deserto e fez sair água da rocha para saciá-lo. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre lembrar o que Deus fez. Deus sempre foi fiel e bondoso para Israel. Esta é a razão de “estarem alegres”. (v.2c).

Deus também tem realizado coisas grandiosas em nossa vida. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. O seu amor e cuidado em todas as situações dramáticas das nossas vidas, situações que tiraram noites de sono e, muitas vezes, nos deixaram sem esperança para continuar com nossos sonhos e projetos, ou seja, no casamento em crise, nas crises financeiras sem fim, crises na saúde, e o Senhor sempre nos ajudou em todos momentos. Temos um Deus maravilhoso, que não mede esforços para nos ajudar. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Mas que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Na volta à Jerusalém, aquele povo reencontraria as suas tragédias e desolações passadas. O templo em escombros, Jerusalém demolida. Pessoas doentes, miseráveis e com sonhos perdidos. Esta era a verdade da existência daquele povo. De uma alegria ímpar, com preocupação, o povo passa a suplicar uma mudança de sorte desoladora: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”. (v.4). Restaurar significa voltar, retornar, começar mais uma vez. Este foi o pedido do povo. É uma súplica para que Deus lhe torne a dar uma nova perspectiva de vida, porque a vida do povo estava árida como o deserto do Neguebe. Neguebe ou Negev (נֶ֫גֶב) significa lugar seco ou ressecado. É uma região desértica, com vários leitos de rios secos, que fica no Sul da Palestina. Quando chovia estes leitos se enchiam de água e a vegetação novamente florescia. Tudo era restaurado!

Ao fazer referência as torrentes do Neguebe, o salmista estava suplicando que a aridez dos tempos de cativeiro, desse lugar à abundância de bênçãos de Deus derramadas sobre o povo. Também suplicamos ao Senhor: “Restaura-nos!”. O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Há uma aridez e tudo parece estar perdido. Surgem o desânimo, a vontade de ficar parado, de não mais caminhar. São tribulações em algum momento de nossa vida. Temos problemas dos mais diversos, lutamos contra adversidades, somos provados e experimentados. Precisamos também clamar por restauração ao Senhor. A sequidão de hoje não pode ser motivo de desânimo, mas sim motivo de clamor. Lembrando que o Deus que nos salvou é poderoso para mudar qualquer situação da nossa vida, mas isto no seu devido tempo.

O salmista, agora, olha para o futuro na esperança que a restauração virá, mas no tempo de Deus. Será longo e árduo. Enquanto não ocorre a restauração é preciso continuar semeando, mesmo quando parece que não haverá retorno. É precisa ter paciência, perseverança, saber esperar. O salmista nos ensina a persistir, mesmo diante dos problemas que enfrentamos e nos garante que o Senhor estará a nossa frente, enxugando nossas lágrimas enquanto semeamos: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão”. (v. 5). Semear é algo trabalhoso e muito cansativo. Não é um trabalho fácil. Quem já fez algum plantio, sabe bem das dificuldades. A terra deve ser preparada e o lugar de plantio deve ser escolhido corretamente. Enquanto faz isso, o semeador, soa, suspira e se esforça grandemente.

No entanto, quando o salmista fala sobre “semear com lágrimas”, alguém que “sai andando e chorando, enquanto semeia”, não é porque a semeadura seja triste, ou porque semear seja difícil. Semear é simplesmente levar a preciosa semente, que é a Palavra de Deus. Ao sair a semear a semente da Palavra de Deus, defrontamos com muitos fatores desconhecidos, o que poderá nos levar as lágrimas. Passamos por muitas aflições. De qualquer forma, somos convidados a semear. Somos semeadores. Temos a boa semente, que é a Palavra e o campo já está preparado para recebê-la. Lancemos essa semente nos corações e preparemo-nos para uma colheita abundante e jubilosa! Mas não os esquecemos que o nosso semear também é feito de lágrimas, frustrações e derrotas. Não sabemos se vamos colher. Mas precisamos acredita nas promessas de Deus que diz: Os que semeiam em lágrimas ceifarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, “andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”.  (v.6).

Estimados irmãos! O Senhor restaurou a sorte dos cativos. Agora, estavam alegres pelas vitórias. Você está precisando de restauração? Você precisa clamar! Você precisa olhar para os céus e dizer: “Restaura-me, ó Deus”. Amém

terça-feira, 22 de março de 2022

 

TEXTO: EZ 33.7-20

TEMA: O VERDADEIRO ATALAIA DE DESU!

 Em toda a história do mundo, muitos povos tiveram que se proteger de tribos e nações vizinhas. Como parte de seu plano de proteção, eles construíam torres nas muralhas das cidades e colocavam atalaias (vigias, sentinelas) nas torres, ou nos portões da entrada da cidade, cuja a função era vigiar dia e noite. Assim que percebiam, aproximação do inimigo, tocavam a trombeta e anunciavam o perigo. Era uma função árdua e cansativa, pois exigia fidelidade, entrega ao serviço e vigilância incansável dia e noite.

O termo atalaia é bem peculiar nas páginas da Bíblia Sagrada e aparece com muita frequência no livro do profeta Ezequiel.  Neste livro, ele é chamado de atalaia. Deus o havia chamado para ser atalaia sobre a casa de Israel: “A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel.” (v.7a). Como atalaia, tinha a tarefa de "tocar a trombeta" para alertar o povo sobre os perigos do pecado, alertar para que o povo buscasse o arrependimento e a necessidade da fidelidade a Deus, para conseguir a restauração da comunhão com o SENHOR.A missão do profeta não foi fácil. Era uma missão crucial para o profeta, mas deveria cumprir a sua missão como atalaia. Se não cumprisse, teria de prestar contas diante de Deus e pagaria com sua própria vida pela vida do perverso. (v.8). Porém, se ele executasse suas funções corretamente e advertisse o perverso, e o perverso ainda escolheria a maldade, o profeta estaria livre de ser culpado. (v.9).

Diante desta missão, Ezequiel se manteve fiel a Deus e não deixou de anunciar a mensagem ao povo. Tornou-se um servo totalmente engajado nos planos de Deus. Hoje, a nossa missão também não é fácil. Mesmo que as dificuldades e problemas que a vida cristã nos apresenta, não podemos deixar de anunciar a Sua Palavra. Deus nos chamou para tocar a trombeta como verdadeiro atalaia e anunciar o caminho da verdade aos que estão andando na perversidade. Temos o dever de anunciar em qualquer circunstância, mesmo quando essa Palavra não é exatamente o que as pessoas querem ouvir. Temos que vigiar em favor do rebanho, para que os perigos que rodam este mundo, não venham atingir as ovelhas e a igreja. Temos o dever de denunciar às pessoas sobre o pecado e chama-las ao arrependimento. Temos o dever de falar sobre a salvação, pois Deus deseja que voltemos a Ele em arrependimento sincero, a fim de que recebemos seu gracioso perdão, que providenciou ao mundo inteiro através de Seus Filho que morreu na cruz e ressuscitar por nós.

Infelizmente, hoje, encontramos vário atalaias que fazem parte das igrejas, mas muitos não são verdadeiros, pois não agem em conformidade com seu chamado. Alguns conduzem as suas ovelhas para o abismo, e que não tem nada para agregar em relação ao verdadeiro conhecimento de Cristo, descrito nas Escrituras Sagradas. Outros trabalham para si e em função dos seus próprios interesses. E não pensam em duas vezes em querer abandonar o rebanho. Por isso, precisamos refletir sobre a grande responsabilidade que o verdadeiro atalaia deve possuir no cuidado do rebanho do SENHOR. Ser atalaia exige, senso de responsabilidade, amor e paciência, alegria, abnegação e humildade ao conduzir as ovelhas. Ao apascentar o povo de Deus, devemos garantir o suprimento de alimento, conduzindo as Suas ovelhas em direção de bons pastos e de água fresca. Quando deixamos de cumprir esta missão, de se portar como verdadeiros atalaias, então. virá o juízo do SENHOR, conforme foi descrito em Ezequiel 33.6. Ezequiel mostra o dever da atalaia espiritual, como aquele cuja responsabilidade é de avisar quando chegar “a espada”, ou seja, o juízo de Deus. Tenhamos cuidado com esses falsos atalaias!

O profeta Ezequiel era uma atalaia verdadeiro. Ele ouve as palavras do SENHOR: “Tu, pois, filho do homem, dize à casa de Israel,” (v.10a). Ao ser chamado de “filho do homem”, foi uma forma como Deus conversava com Ezequiel. Esta forma, retrata a sua posição de criatura diante do Criador, de sua missão de porta-voz, que não fala por si próprio, mas da parte daquele que o envia. Neste momento, o profeta tinha que ouvir a Palavra do SENHOR “Assim falais vós: Visto que as nossas transgressões e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como, pois, viveremos?” (v.10b). O povo argumentava que estava desfalecendo por causa do pecado. Sentia-se profundamente culpado por viver tantos anos em rebelião contra Deus. O que chama a atenção aqui é a ocorrência de dois termos bíblicos (“transgressão” e “pecado”), que juntamente com o termo “iniquidade” do v. 8, refletem a profundidade desastrosa que o povo vivia diante de Deus. Transgrediram e se rebelaram contra as leis de Deus. Erraram o alvo e se afastaram de Deus. Assim, o povo rompeu a comunhão com o Senhor, deixando de fazer o que lhe era agradável. Diante desta situação o povo, pergunta: Como, pois, viveremos? 

Deus responde. Ele fala do perverso, e a mensagem que o profeta deveria dizer   ao perverso (ímpio), dos desvios comportamentais que trariam sobre eles e as consequências devidas de seus atos, e, por isso, deveriam se arrepender: “Assim diz o SENHOR: não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva.” (v.11a). Primeiro que Deus não tem prazer na morte do perverso, desde que o perverso se arrependa e mude a sua atitude diante do Senhor. Segundo o perverso deveria se converter: “Convertei-vos dos vossos caminhos, por que haveis de morrer, ó casa de Israel?” (v.11b). Se converter da sua “perversidade” (v12a). “não morrerás; se ele se converter do seu pecado, e fizer juízo e justiça.” (v.14). Enfim, se houver arrependimento viverá: “se pagar o furtado, e andar nos estatutos da vida, e não praticar iniquidade, certamente, viverá; não morrerá. (v.15). Portanto, Deus deixa claro, que aqueles que são perversos, e que não se convertem dos seus maus caminhos, o juízo de Deus é devastador   Eles jamais ficarão impunes.

No entanto, o que Deus queria de seu povo era o arrependimento, abandono do pecado e a necessidade da fidelidade a Deus, para conseguir a restauração da comunhão com o SENHOR. O que se conclui é que o SENHOR dá ao seu povo a oportunidade de se arrepender e receber o perdão, pois Deus não deseja a condenação de ninguém, mas tão somente a salvação de todos. “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2.4). Quanta compaixão e misericórdia do SENHOR com seu povo! Ele sempre tratou seu povo em conformidade com a Sua Justiça.

Num segundo momento, o profeta fala do justo. Quem é o justo? O salmo 1 afirma que o justo é aquele que “não anda no conselho dos ímpios”, “que não se detém no caminho dos pecadores” e “não se assenta.” junto com o ímpio. Mas ser justo também é sobre ser íntegro, correto, piedoso, ser autêntico na fé que professa; é andar com Deus diariamente. Na Bíblia, há muitos relatos de homens que foram justos e íntegros. Certamente você se lembra da história de Noé. Ele andava com Deus. Era um homem justo, integro e humilde numa sociedade completamente corrompida.  (Gênesis 6.9). Deus deseja que nós sejamos justos, que ajamos corretamente de acordo com os Seus mandamentos, "porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade" (Efésios 5.9). Se o justo proceder desta forma, certamente viverá. Mas quando deixar de andar com Deus e praticar a iniquidade, o SENHOR não o livrará no dia da sua transgressão... nem   poderá viver no dia em que peca. Certamente, ele morrerá na sua própria justiça. (vv. 12 e 13).

Ezequiel, ao finalizar a sua mensagem de exortação ao povo, o profeta tinha que mostrar que Deus sempre age com retidão. Diferente do que o povo pensava sobre os caminhos do SENHOR, ao afirmar que os caminhos não eram retos, e que o SENHOR não estava agindo com justiça (v.17a). Mas o SENHOR sempre foi reto, digno, honrado, honesto. Sempre foi um Deus de esperança, bom, misericordioso e fiel. Ele jamais será injusto, pois age com retidão, revelando seu amor a todos nós.  Ocorre que os caminhos do povo não eram retos. Assim diz o SENHOR: “o caminho deles (os filhos do teu povo) é que não é reto.” (v.17b). Não era reto, pois o povo continuava transgredindo os mandamentos do SENHOR e persistia em cometer pecado. O que Deus desejava era que seu povo se arrependesse, buscasse o perdão e o consolo de Deus. Quando tiver ocorrido a confissão plena e sincera do pecado, Deus o perdoaria e alcançaria a liberdade.

Vamos pedir ao Senhor: que nos ensine a conhecer os seus caminhos. Os caminhos que nos conduz à presença do Senhor, pois vivemos num mundo emaranhado de caminhos bons e ruins, retos e tortos. E, muitas vezes, trilhamos caminhos equivocados, que no começo parece ser o rumo certo, conduzindo para a vitória. No entanto, ficamos desapontados quando damos conta de que aquele caminho, atraente e promissor tornou-se perigoso, confuso, prejudicial. Estes não são os caminhos que conduz à presença do Senhor. Mas para conhecer os caminhos do Senhor é preciso mudanças na nossa vida, pois o nosso coração precisa de limpeza; precisa ser trocado, pois ele é egoísta, mundano, influenciado pelo pecado.

Estimados irmãos! Como verdadeiro atalaia temos a responsabilidade tocar a trombeta é proclamar a Palavra de Deus. Exortar aqueles que vivem no pecado. Avisar os justos a não pecar e os ímpios a se converterem. Que Deus nos ajude a cumprir esta tão difícil missão! Amém.

sábado, 19 de março de 2022

 

TEXTO: SL 32

TEMA: É FELIZ AQUELE QUE CONFESSA SEUS PECADOS

O salmo 32 foi escrito após Davi ter cometido grave pecado com Bate-Seba. É um salmo de arrependimento, confissão, perdão, reconciliação. É um testemunho de Davi do perdão que recebeu mediante sua confissão de pecados e dos efeitos que o perdão divino teve sobre sua vida. Ele experimentou a alegria da reconciliação! Tornou-se um homem feliz e abençoado por Deus.

Mas quem é o homem feliz? O homem feliz é o homem que foi perdoado.  Aquele a quem Deus encobre o pecado, não querendo ver, recordar ou conhecê-lo. Ele torna-se feliz porque seus pecados foram apagados e nada mais existe para condená-lo. Ora, se não há mais transgressão, pecado, iniquidade e engano, o homem está liberto e será realmente feliz. Esta é a verdadeira felicidade de que nos fala a Bíblia.

Portanto, todos nós precisamos pedir perdão a Deus pelos nossos pecados e quando o fazemos sentimos a alegria de sermos perdoados e reconciliados! Através de Jesus, temos a certeza de que "se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar..." (I João 1.9). Por isso, a verdadeira felicidade do cristão, a sua maior alegria e consolo é receber de Deus o perdão dos seus pecados.

                                                              I

Davi ressalta que as suas transgressões e os seus pecados foram perdoados e que, portanto, poderia ser feliz. Assim, ele finalmente pôde dizer com toda confiança: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade, e em cujo espírito não há dolo”. (vv.1e2). Interessante que nestes dois versículos, o salmista apresenta quatro palavras que descrevem a sua situação: a primeira palavra é transgressão, que significa rebelião contra as leis de Deus; a outra palavra pecado, que significa uma ofensa a Deus; a terceira palavra é iniquidade, que quer dizer perversidade, injustiça. E temos a quarta palavra que é dolo, ou engano que significa traição. O estudo dessas palavras reflete a profundidade do seu pecado diante de Deus.

Ao pecar contra Deus, Davi havia cometido rebelião, pois praticou aquilo que lhe era proibido. Ele rompeu com o SENHOR.  Ele pecou, errou o alvo, se desviou do centro da vontade de Deus, deixando de fazer o que lhe era agradável. Mas, agora, ele celebra e partilha com outros a sua alegria. Ele é um homem feliz, pois a sua transgressão foi perdoada. É feliz porque, embora, tenha se rebelado, desobedecido e se afastado de Deus, o SENHOR ainda ofereceu Seu gracioso perdão. Como Deus é rico em perdoar! Aceita o pecador arrependido! Movido por Sua imensa misericórdia, Deus perdoa, apaga, esquece e cancela os nossos pecados.

Mas vamos entender toda a trajetória da vida do salmista! Ela começa quando o salmista confessa a situação que vivia diante do pecado. O texto revela que ele vivia aflito: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia” (v.3). Esse silêncio significa ausência de confissão do pecado. Entretanto, se Davi guardou silêncio sobre o pecado, o próprio pecado, por sua vez, gritava em seu interior e o fazia sofrer diariamente. Ele chorava e se lamentava “todos os dias” a ponto de sentir seu corpo fraco e debilitado, diante dos efeitos do seu mau procedimento. Ele descreve, como se seus ossos sofressem um desgaste. É um preço muito alto para esconder a sua iniquidade! Na verdade, Davi estava com a consciência pesada, ele afirma: “Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim; e o meu vigor se tornou em sequidão de estio” (v.4). Sendo assim, já não suportava mais, não conseguia dormir, não conseguia se alimentar, não tinha mais alegria em seu coração.

A vida de Davi foi marcada por uma má escolha que o levou a cair em pecado. O pecado lhe trouxe tanta amargura, tristeza e agonia. Ele entrou em pânico e desespero com receio de ter sido abandonado por Deus. Era a lembrança da culpa que tanto o atormentava, mas que lhe parecia ser a mão de Deus, porque era Deus mesmo que conservava essa memória diante dele. E diante desta situação, perdeu as forças vitais, e se sentiu em sequidão. Mas diante de seu pecado, havia um caminho para Davi: o perdão. E o ponto de partida é o arrependimento. Ele sabe que só Deus pode restaurar a sua vida. Ele sabe que Deus é benigno, misericordioso e perdoador. Davi sabe que Deus não rejeita quem tem o coração quebrantado. Por isso, ele pede perdão a Deus, uma vez que a sua situação chegou ao extremo e se tornou insustentável. No salmo 51, Davi demonstra todo o seu sofrimento. Este salmo é o registro da agonia da alma de Davi, após o seu terrível crime de adultério e assassinato.

                                                                     II

Que situação horrível estava vivendo Davi. Talvez muitos estejam nesta situação neste momento. O que precisamos fazer é chorar pelos nossos pecados. Afinal, todos nós já choramos motivados por alguma coisa ou acontecimento nesta vida. Mas por que devemos chorar continuamente por nossos pecados? Porque ainda somos pecadores e, por isso, a Bíblia nos recomenda a fazê-lo. O apóstolo Tiago encoraja os crentes a chorar por seus pecados dizendo: (Tg 4.8-10).  O próprio Senhor Jesus chorou pelo pecado. Chorou diante do túmulo do seu amigo Lázaro (Jo 11.35). Não simplesmente por seu amigo ter falecido porque ele sabia que estava lá para ressuscitá-lo, mas porque estava diante da terrível consequência do pecado: a morte. Ele também chorou diante da cidade de Jerusalém por causa do sofrimento que viria sobre ela por tê-lo rejeitado como o Cristo (Lc 19.41-44). Este mesmo que chorou pelos pecados, proferiu as seguintes palavras: “Felizes os que choram". E acrescentou a promessa: “... porque eles serão consolados”! Essa é a razão da felicidade dos que choram por seus pecados.

Davi confessa a Deus seu pecado: “Confessei a ti o meu pecado” (v.5a). Diante disso, Deus poderia castigá-lo. Mas Deus demonstrou seu grande amor. Ele foi realmente perdoado. Tão logo confessou o seu pecado ao Senhor, Davi pode dizer: “… tu perdoaste a maldade do meu pecado” (v.5b). A tumultuada vida que vivia, dá lugar a bonança gerada pela certeza do perdão divino. Pelo jeito, não foi apenas a culpa que Deus levou, mas os próprios efeitos dela sobre a vida de Davi, fazendo com que, junto com o perdão, viessem também o alívio e o bem-estar.  Perdoados e justificados pela fé temos paz com Deus, (Rm 5.1). Lemos em Provérbios 28 13: “O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13).

Quantas vezes, nós não agimos assim? Falhamos, mas não queremos assumir os nossos erros! Muitos tentam encobrir os seus erros e pecados resistindo à voz da sua própria consciência, cauterizando a sua mente, entregando-se ao domínio do pecado. Riem e se divertem com o pecado. Lembrem-se aqueles que não se arrependem, não receberão o consolo de Deus, mas haverão de lamentar e chorar por toda a eternidade no inferno, um lugar de tormentos onde só haverá choro e ranger de dentes. Mas ainda há tempo! Ele nos convida, pois somente em Cristo há consolo e esperança para o pecador arrependido, que chora amargamente por seus pecados. Ele mesmo nos prometeu: “Felizes os que choram, porque serão consolados". Eis o momento oportuno da salvação. Cristo está chamando os pecadores ao arrependimento. Reconheçam seus pecados! Chorem por eles! Abandonem os e venham a mim, pois eu posso dar o perdão, o consolo e a vida eterna, disse Jesus.

Davi foi perdoado e purificado pelo sangue do Filho de Deus. Agora, pode enxergava o que jamais via antes na sua incredulidade. Agora, pode se refugiar em Deus como o seu esconderijo diante das tribulações. Agora, Deus continuava a oferecer ao salmista a graça e misericórdia nos momentos de grandes calamidades: “quando transbordarem muitas águas, não o atingirão”. (v.6) Sendo assim, o salmista estava preparado para enfrentar as anormalidades desta vida. Quantas bênçãos maravilhosas recebemos do SENHOR, decorrentes do perdão! Deus promete abrigo seguro, junto àquele que anda em retidão na sua presença. Davi disse: “Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento.” (v.7). Trata-se de uma atitude de produzir cantos alegres em louvor a Deus por uma obra de libertação. Davi passou da lamúria à exultação. Ele não se sente mais como um servo ingrato e rebelde, mas como um filho amado pelo Pai.

                                                                         III

O salmista Davi apresenta a vida feliz do homem perdoado. Então, vejamos: Primeiro, a vida feliz é uma vida de instrução. “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (v.8). Davi, agora, está pronto para receber instrução do Senhor, pois sabia da dor de estar contaminado pelo pecado e do alivio que veio de Deus, através do arrependimento. E o mais surpreendente nesse processo é que a ação de instruir e guiar, fator fundamental para a santificação da vida do pecador, é uma iniciativa do próprio Deus. Ele é quem, tomando o servo pela mão, o conduz no caminho correto, conforme as Escrituras. Deus também nos diz: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir!” Os filhos de Deus recebem instrução e orientação do caminho que devem seguir, ou nos adverte dos perigos do caminho errado.

Segundo, a vida feliz é uma vida de obediência: “Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem. (v.9). Cavalo e mula. Duas figuras interessantes. Davi nos aconselha que não devemos imitar o comportamento dos animais, que tem muita força, mas só obedecem por causa do freio e cabresto. O cabresto é uma corda com o formato da cara da mula que se coloca na cabeça para puxá-la e o freio é uma peça de metal que vai presa na boca do animal. Só obedecem por meio de força e da dor. A palavra-chave é "obedecem". Os animais obedecem apenas quando são dominados por freios e cabrestos. Davi nos mostra que devemos ser obedientes de coração sem precisar de castigos ou ameaças. Uma pessoa que foi perdoada é feliz obedece voluntariamente, sem constrangimento, sem obrigação. Os cristãos sabem que a Lei de Deus foi dada para ser obedecida e não para ser discutida e negada. Eles obedecem aos mandamentos de Deus. São conduzidos pela voz interior da mente de Cristo que nele habita (1Co 2.13).

Terceiro, a vida feliz é uma vida de confiança. “Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá “(v.10). É extremamente confortador saber que, numa época quando as instituições seculares estão fracassando e as promessas humanas falhando cada vez mais, podemos depositar toda a nossa confiança no Deus eterno, pronto a cumprir a sua palavra fielmente. Nossa confiança será depositada no Senhor que é cheio de misericórdia. Essa será o caminho da pessoa que foi perdoada e é feliz: ela viverá sempre confiando em Deus, não importam as circunstâncias. Na alegria, na provação, na dor, sempre pode confiar que Deus o ajudará e nunca será desamparado. A vida do ímpio será de sofrimento sem escape, mas a vida do justo será de confiança, misericórdia e consequentemente gratidão.

Finalmente, a vida feliz é cheia de alegria. “Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração” (v. 11).  Há três verbos, que fecham o salmo com chave de ouro: alegrai-vos, regozijai-vos e exultai. Este é o convite, é o imperativo que nos indica como será a vida feliz da pessoa que foi perdoada. Como disse o apóstolo Paulo, repetindo estas palavras: "Alegrai-vos no Senhor, outra vez vos digo: alegrai-vos”. Depois de tudo o que se passou na vida, de como ele foi perdoado e transformado, só pode ser esta a sua vida: alegria, regozijo e felicidade.

Estimados irmãos! Busquem a Deus e confessem seus pecados. Façam como Davi! E sejam feliz! Amém!

segunda-feira, 14 de março de 2022

 

TEXTO: SL 85

TEMA: MOSTRA-NOS SENHOR A TUA MISERICÓRDIA!

O salmo 85 é uma oração de pedido de socorro, de restauração, de livramento, súplica de retorno ao Senhor. Em sua oração, em espirito e humildade, salmista súplica às misericórdias de Deus. Ele traz à memória os grandes feitos do Senhor, realizados ao longo da história de Israel sobre as misericórdias de Deus. Foram bênçãos indizíveis que Deus concedeu ao povo arrependido. No presente, o salmista também súplica às misericórdias de Deus: “Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação”. Deus concede as misericórdias e salvação, mas a partir do momento em que houvesse contrição e arrependimento. Este pedido do salmista se concretiza. Deus abençoou ricamente seu povo. Ele exalta ao Senhor e descreve as bênçãos recebidas.

Precisamos também diariamente dizer: “Mostra-nos Senhor a tua misericórdia!” O que seria de nós se o Senhor não fosse benigno e misericordioso para conosco? Se não nos perdoássemos cada dia? Por isso, é necessário lembrarmos das inúmeras vezes que Deus manifestou as suas misericórdias por nós. A começar por ter enviado seu filho para morrer por nós. Além disso, Deus realizou muitas intervenções em nossas vidas, conduzindo cada um de nós a salvação, proporcionando livramento, suprimento, cura, bem-estar, entre muitas outras coisas. E como é maravilhoso saber que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã.

Mostra-nos Senhor a tua misericórdia! Primeiro, porque todos nós precisamos das misericórdias do Senhor. Somos dependentes em cada momento de nossa vida, sem as misericórdias, nada seriamos, nada poderíamos fazer, nada conseguiríamos realizar. Não como conseguimos vencer as batalhas que travamos diariamente contra as hostes do mal. Enfim, porque as misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã. Podemos iniciar um novo dia por causa do amor, misericórdia, compaixão e fidelidade que o Senhor renova sobre nossas vidas todas as manhãs.

O salmista percebe o quanto Deus demostrou a sua bondade ao povo. Esta bondade de Deus se manifestou na história de Israel. Foram muitas bênçãos extraordinárias concedidas ao povo, trazendo-lhe a correta direção por meio da contrição e, também, a esperança de ser perdoado e restaurado. Tal bondade se percebe nos primeiros versículos. Havia fartura na terra. (v.1). Deus havia concedido o perdão. (v.2). Deus havia concedido o livramento. (v.3). Diante desta bondade, o povo de Deus pode regozijar-se, pois a iniquidade fora perdoada e os pecados cobertos. A indignação de Deus fora removida e o ardor da sua ira afastado. Favorecimento, restauração, perdão, encobrimento dos pecados, retenção da ira divina, desvio de furor, foram ações tomadas por Deus em favor de seu povo. Sendo assim, o salmista se alegra porque Deus perdoou o Seu povo, cancelou os seus pecados, e cessou a Sua ira.

Ao mesmo tempo em que o salmista orava, agradecendo a Deus pelas ações da bondade de Deus realizadas no passado, no presente, ele pede ao Senhor que restabelecesse completamente e retirasse a Sua ira sobre o povo: “Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação e retira de sobre nós a tua ira”. (v.4). Estarás para sempre irado contra nós? Prolongarás a tua ira por todas as gerações? (v.5). Neste pedido, a sensação do salmista é que a dor do sofrimento decorrente da ira divina está durando muito. O povo já havia sentido esta ira antes da sua reconciliação. Agora, ela ainda era evidente e parecia não ter fim. Da entender que Deus continuava julgando o seu povo. Além disso, o povo não tinha forças para mudar a situação que estava vivendo, pois quando o povo voltou do exílio da Babilônia para Jerusalém, era um período de sofrimento e tribulação. Voltaram e encontraram uma cidade arruinada, sem estrutura, um desolamento total. Esta situação causou uma morte espiritual, incredulidade e falta de esperança na vida povo. E, para manter uma vida renovada, o salmista, reconhecendo o grande amor de Deus, confiando no Senhor, sabendo que será atendido pela misericórdia e fidelidade de Deus, o salmista faz um pedido: “Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação”. (v.7).

Todos nós temos recebido muitas bênçãos de Deus em nossas vidas. São as misericórdias de Deus que se renovam cada manhã. Deus tem realizado coisas grandiosas. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo, morreu na cruz para nos salvar; as nossas lágrimas, a nossa dor, todo o sofrimento, Deus realiza coisas grandiosas.  Por isso, nosso louvor e nossa alegria são motivados por estas grandes obras que Deus realiza. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Ao mesmo tempo em que o salmista orava, agradecendo a Deus pela restauração, pelas ações da bondade de Deus realizadas no passado, ele pede a Deus que restabelecesse completamente e retirasse a Sua ira sobre o povo. (v.4). O motivo principal da ira de Deus, era que seu próprio povo, constantemente, quebrava a aliança que ele fez com eles. Eles adoravam a ídolos, misturavam falsos deuses com a adoração ao Senhor. Diante desta situação, o salmista apresenta uma pergunta retórica visto que Deus se prontificou, na aliança mosaica, a retribuir a confissão de pecados com o desvio da sua ira e com a renovação das bênçãos (Lv 26.40-45): Estarás para sempre irado contra nós? Prolongarás a tua ira por todas as gerações? (v.5). Para o salmista a dor do sofrimento é decorrente da ira divina. A ira de Deus ainda é evidente e parece não ter fim. 

No entanto, Deus sempre demostrou paciência, amor e prontidão em perdoar o seu povo. Por isso, reconhecendo o grande amor de Deus, confiando no Senhor, sabendo que será atendido pela misericórdia e fidelidade de Deus, o salmista faz um pedido.  Não orava como quem duvida, pois tinha a plena certeza de que o Senhor ouviria as orações de Seu povo e que voltaria a lhes falar de paz. Uma oração de quem confia por ter visto a libertação; uma oração de quem reconhece que precisa de Deus; uma oração de quem olha para o seu problema e vê a solução que Deus providencia como já fez no passado: Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação. (v. 7). O salmista clama a Deus por restauração. Que Deus se lembre novamente de sua bondade ao povo. Este pedido lembra o poder e a soberania de Deus. Esse pedido para que Deus se lembre é uma renovação da aliança de Deus com seu povo.

 Diante de seu pedido a Deus, o salmista ouve a mensagem divina em resposta a oração do povo. (v.8a). Ele entendeu que Deus não é cruel. Ele é justo e se preocupa com a situação de seu povo. Entende que Deus tem uma mensagem de paz ao povo, pois Deus é misericordioso e perdoa as transgressões. A misericórdia divina, que Deus mostrou ao longo da história, resplandece-se na vida de Jesus. Em sua infinita bondade, Deus enviou o seu Filho e habitou entre nós. Ele morreu e perdoou os nossos pecados. O salmista vislumbra esta verdade, Ele profetisa, de forma maravilhosa, a respeito do Salvador. Esta mensagem torna-se transparente quando o salmista afirma: Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram” (v.10). Parecia haver um afastamento entre justiça e misericórdia, entre justiça e perdão, mas na cruz de Cristo é cenário onde houve esse bendito encontro da justiça e da paz Elas se beijaram, isto é, a justiça e a paz deram as mãos, selando a nossa eterna redenção. A justiça foi feita, pois Deus puniu nosso pecado em seu Filho. E, assim, podemos dizer que a paz e justiça se encontraram no amor de Deus revelado na obra de Cristo,

Todos nós precisamos das misericórdias do Senhor. Somos dependentes dessas misericórdias em todo momento da nossa vida. Nada poderíamos realizar sem as misericórdias de Deus. Imaginem, sem as misericórdias, como venceríamos o pecado? Como vencíamos as batalhas que travamos diariamente contra as hostes do mal? Contra o nosso inimigo que está ao nosso derredor rugindo como um leão, e pronto para nos atacar? Por isso, precisamos também em nossas orações, suplicar ao Senhor: Mostra-nos Senhor a tua misericórdia! O profeta Jeremias orou muitas vezes e suplicou ao Senhor por misericórdia. Lembrou que as misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos, porque elas não têm fim. Elas renovam-se cada manhã. Estas palavras nos encorajam e nos alegram, pois, o Senhor renova a Sua misericórdia sobre nossas vidas todas as manhãs. Deus nos dá diariamente, mais uma oportunidade para que possamos declarar o nosso amor, gratidão e temor a Ele.

O salmista ao encerrar a sua oração, ao descrever a circunstância maravilhosa depois da reconciliação do povo arrependido com seu Deus misericordioso, ele exalta ao Senhor. Ele lança mão das qualidades advindas da comunhão, mescla-as ao efeito físico que terão na agricultura de Israel: “Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar.”  (v.11): A fidelidade brotará da terra e a justiça dirigirá o olhar desde os céus. O salmista associa o desfrute dessas bênçãos ao retorno da comunhão pelo perdão dos pecados. Feita essa conexão de ideias, o salmista deixa claro qual será o resultado agrário, mostrando, por meio da palavra “também”, a íntima ligação que há entre o perdão e o retorno da provisão divina (v.12): “Também o Senhor dará o que é bom, de modo que a nossa terra dará sua colheita”. Esse não seria o único benefício a ser desfrutado pelos arrependidos. O Senhor restabeleceria sua caminhada junto com o povo como um desbravador que abre um caminho seguro, do mesmo modo que fez no deserto ao guiar a multidão até Canaã: “A justiça irá à sua frente e suas pegadas abrirão caminho”. (v.13). 

Estimados irmãos! Todos nós temos recebido muitas bênçãos de Deus em nossas vidas. São as misericórdias de Deus que se renovam cada manhã. São coisas grandiosas! Se vocês se sentirem fracos ou desanimados, lembrem-se das misericórdias do Senhor que duram para sempre e se renovam a cada amanhecer. Lembrem-se que Ele é aquele que estende graça e bondade. Que o Senhor nos abençoe com Sua bondade, fidelidade e misericórdia a cada manhã, a fim de que sejamos dignos de receber as bênçãos maravilhosas que Ele tem preparado para mim e para você. Amém!