TEXTO: SL 4
TEMA: COLOQUEMOS
NOSSA CONFIANÇA EM DEUS
Confiança significa
depositar esperança em alguém; em alguma coisa; sentimento de segurança, de
certeza, tranquilidade, dar crédito plenamente. Mas será que podemos confiar
plenamente no que as pessoas dizem? Existem pessoas que honram a sua palavra? A
experiência diária parece indicar que a resposta a estas perguntas está sendo
cada vez mais negativa. Diminui o número de pessoas em cuja palavra se pode
confiar e diminui a credibilidade de uma forma geral. Escutamos tantos
discursos vazios e ouvimos tantas mentiras, que desconfiamos de todos, ainda
mais quando as pessoas falam e não provam o que dizem.
Num mundo
conturbado e falta de confiança entre os homens, em quem nós podemos depositar
a nossa esperança? Na filosofia, na ciência, nas leis humanas? Nas Sagradas
Escrituras, temos vários exemplos de pessoas que confiaram nas promessas de
Deus em meio às dificuldades do dia a dia. Davi é um grande exemplo. Por várias
vezes demonstrou confiança em Deus. Em nosso texto, Davi declara que Deus lhe
deu alívio em sua angústia, ou seja, Deus concedeu-lhe livramento de um perigo
iminente em sua vida, porque ele colocou a sua confiança em Deus.
É importante
afirmar que não temos outro caminho, refúgio nos momentos de angustia do que a
presença de Deus, porque somente Ele é o Deus que pode nos socorrer diante dos
nossos dilemas. Enfim, possamos dizer: Senhor, eu não tenho outro refúgio na
angústia de minha alma! Não tenho ninguém em quem confiar na vida e na morte,
senão a ti! Tu tens as palavras da vida!
Davi vivia um
momento de tristeza, preocupação e angústia. Enfrentava uma situação em que
necessitava de ajuda, auxilio, socorro, pois encontrava-se sob ameaças de
Absalão, seu filho. Além disso, ele havia sido julgado de forma temerária por
falsos amigos, que falavam mal dele, expondo a sua reputação ao ridículo.
Traidores que zombavam dele, dizendo que ele não tinha mais salvação, que
estava completamente perdido (Sl 2.2). Na verdade, os seus inimigos queriam
destruir a sua reputação. o seu bom nome, sua honra. Seria uma ótima ocasião
para demonstrar a sua ira contra os seus inimigos, mas ele não toma essa
atitude. Ao contrário, ele exorta e aconselha seus inimigos. Ele se dirige ao
Senhor chamando-o de “Deus da minha justiça”. A justiça vem de Deus.
Ocorre que todos
os dias pessoas são injustiçadas, caluniadas e perseguidas por motivos
diversos, até por confessar sua fé em Jesus Cristo. Quando tal situação ocorre,
alguns buscam a justiça através de processos judiciais; outros agem
pacificamente, ou seja, não fazem nada diante do problema. Davi diante de
tantos problemas e injustiças em sua vida, resolveu dar um basta naquela
situação. Colocou sua confiança na justiça de Deus. Numa justiça que nunca
falha, pois Deus é justo. É soberano. Como é maravilhoso, quando Davi se
dirigir a Deus como “Deus da minha justiça”, pois somente a justiça de Deus,
que é evidenciada na história de seu povo, poderia lhe trazer o consolo diante
de sua angustia. Enfim, ele reconhece a sua incapacidade e indignidade. Deixa
de confiar em seus méritos, na sua autojustiça, vangloria, e busca na justiça
do Senhor. Sente total segurança na justiça proveniente de Deus
Davi tinha essa
certeza. Sabia que Deus faria o que é certo. Confiava plenamente no Senhor. Por
isso, ele súplica. Pede, misericórdia ao Deus da justiça: “tem misericórdia de
mim e ouve a minha oração”. (v.1b). A verdade é que na angústia aprendemos a
depender totalmente da misericórdia de Deus, reconhecendo que sem ele nada
podemos fazer. Deus nos ama e não nos abandona na angústia. Ele sempre ouve
quem clama por socorro no tempo da angústia. Ele nos dá paz e vitória no meio
da angústia. As muitas dificuldades podem nos angustiar, mas quando pedimos
ajuda a Deus, ele muda a situação. Ponha a sua vida nas mãos do Senhor, confie
nele, e ele o ajudará.
Davi apresenta o
problema da sua angústia. Faz inclusive uma pergunta retórica aos homens, como
se estivessem diante deles: “Ó homens, até quando tornareis a minha glória em
vexame, e amareis a vaidade, e buscareis a mentira?” (v.2). Até quando essas pessoas
vão viver no pecado? Quanto tempo? A indignação de Davi aqui era justa, tinha a
ver com a glória de Deus e com o Seu povo escolhido. Absalão e os seus homens
estavam trazendo vergonha à cidade santa, vergonha à glória de Deus. Estavam
amando a vaidade, aquilo que é passageiro, efêmero, que não tem valor eterno.
Estavam usando de mentiras para alcançar os seus objetivos. Além disso, Davi
questiona esses perversos, uma vez que estava sendo humilhado, afrontado,
afligido por muitos que zombavam sobre a sua reputação. Eram os seus inimigos
que se baseavam na vaidade e na mentira.
Os seus inimigos
queriam, na verdade, destruir a sua reputação. O seu bom nome, sua honra, mas
não podiam, por ser ele um eleito de Deus: “O Senhor distingue para si o
piedoso.” (v. 3a). O que eles deviam saber? Que Deus é justo e faz distinção
entre aquele que serve e não serve a Deus. Ele distingue para Si o “piedoso”.
Piedoso é aquele que tem piedade, respeito pelas coisas religiosas, temor e
respeito para com Deus. Além disso, Davi era protegido por Deus: “O Senhor me
ouve quando eu clamo por ele”. (v.3b). Apesar de todas as adversidades, ele
estava sob a proteção de Deus. Deus o ama e o preserva de uma forma especial.
Davi poderia
demonstrar a sua ira contra os seus inimigos, mas ele não toma essa atitude.
Ele exorta seus inimigos ao arrependimento: “Irai-vos e não pequeis; consultai
no travesseiro o coração e sossegai.” (v.4). Davi não estava aconselhando para
que os seus inimigos ficassem irados, porque isso seria um absurdo, mas que
tremessem diante da ideia de perseguir o ungido de Deus. Como tem sido a nossa
atitude diante daqueles que nos ofendem? Quando, muitas vezes, somos dominados
pelo ódio, pela vingança, pela ira? Quando temos momentos de raiva e de
indignação? Gostaríamos de demostra a nossa ira. Mas não podemos deixar a raiva
ou a ansiedade destruírem a nossa confiança no Senhor: “Não se ponha o sol
sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo”. (Ef 4.26-27). Quando a ira
aparecer pense antes de tomar uma decisão. Meditamos nas consequências que
podem nos causar. O desafio é para que ao invés de ficar olhando amargurado
para os problemas, olhe para Deus, o cultue, confie e sossegue. Siga o
conselho: “Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai”.
Consultar o
coração no travesseiro é a recomendação que temos de fazer, já na cama, antes
de pegar no sono, examinando a nossa consciência, perscrutando os nossos
caminhos, se estamos andando retamente, ou se há algum caminho mau que devemos
abandonar. Temos que fazer um exame de consciência. Temos que consultar o nosso
coração em sinceridade. Sendo assim, pergunto: Quais são os nossos planos?
Temos ajudado o próximo? Ou temos
prejudicado a alguém com nossas palavras? Temos falado bem dos outros? Qual é a
nossa influência sobre as pessoas, boa ou danosa? O que fazemos para enaltecer
a reputação dos semelhantes? Se for essa a atitude, podemos dormir e repousar
seguros, certos de que o Senhor nos guardará.
No entanto,
“muitos” percebiam os problemas existentes e davam lugar ao desespero, pois não
conseguiam ver ninguém capaz e disposto em ajuda-los. E, por isso, resolvem
questionar “Quem nos dará a conhecer o bem? (v.6a). Esse questionamento era a
base filosófica de muitos israelitas que colocavam dúvida quanto a providência
de Deus. Eram pessimistas. Hoje, quando as pessoas se deparam com todos estes
acontecimentos de forma profunda, elas expressam inquietudes e
questionamentos.: “Quem nos dará a conhecer o bem?” Em quem podemos confiar?
Quem poderá nos tirar da situação desfavorável que vivemos? São questionamentos
de pessoas que não confiam, que o Senhor possa ajudá-las, diante dos
sofrimentos, calamidades, dor, desastres
Mas Davi não
estava preocupado com questionamentos dos céticos, porque para ele o que
realmente importava era a confiança no Senhor. O Senhor era a única esperança,
a fonte de todo bem que concederia ao seu povo favor, alegria e paz. Ele
entende que a verdadeira alegria, que vem do Senhor, é superior a qualquer tipo
de alegria por coisas terrenas: “Mais alegria me puseste no coração do que a
alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho” (v.7). Enquanto que
a alegria do ser humano está condicionada ao cuidado de suas necessidades
diárias, para Davi a sua alegria não estava restrita a esses bens, (seu trigo e
o seu vinho), ainda que necessários. A alegria concedida por Deus transcende a
alegria da colheita. A produção agrícola, resultado de chuva perene sobre solo
fértil, era uma bênção de Deus para o seu povo. Mas há algo maior que celeiros
cheios e cisternas transbordando: “Senhor, levanta sobre nós a luz do teu
rosto”. (v.6b). A presença iluminadora de Deus lhe é suficiente.
Davi conclui o seu
salmo expressando mais uma vez sua profunda confiança no Senhor. Davi tinha, agora,
algo que tanto precisava: alegria da presença de Deus. Podia dizer em meio à
maior tempestade de sua vida, que havia alegria. Tinha segurança e paz: “Em paz
me deito e logo pego no sono.” (v.8a). Ele sabia que podia descansar tranquilo
tendo a certeza de que sua vida estava segura em Deus. Podia dormir e descansar
sem sofrer de insônia. Podia dizer em
meio à maior tempestade de sua vida: “Senhor, só Tu me fazes repousar seguro!”
(v.8b). Segurança é indispensável. Não podemos ter alegria sem segurança. Não
podemos ter paz sem segurança. Não podemos ser felizes sem segurança. Sendo
assim, os que confiam em Deus estão seguros em seus braços poderosos. Podemos
dormir e repousar seguros, certos de que o Senhor nos guardará.
Estimados irmãos!
Não coloquem sua confiança em homens, riquezas, fama. Depositem toda sua
confiança em Deus, pois, “melhor é buscar refúgio no Senhor que confiar no
homem” (Sl 118.8). Amém
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