TEXTO:
SL 126
TEMA:
RESTAURA, SENHOR, A NOSSA VIDA!
O salmo 126 faz referência ao retorno dos cativos, depois de muitos anos
de escravidão no exílio na Babilônia. Quando receberam a notícia de que poderiam retornar,
parecia um sonho. E diante das dificuldades que enfrentariam, esta eram uma
mensagem de esperança. Sabiam
que teriam que recomeçar tudo de novo e, por isso, pediram a Deus: “Restaura,
Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe.” É a suplica para que Deus
tirasse daquela situação de cativeiro, e que desse uma nova oportunidade para que
pudessem ser restaurados e que prosperassem novamente. Era Deus restaurando o
Seu povo novamente.
Este mesmo salmo se tornou um cântico de romagem, para cantar nas
peregrinações a Jerusalém. Sendo que a temática e a importância desse salmo, na
história do povo de Deus, refletem o sofrimento, as dores, as decepções, as
provações que o povo de Deus em sua história de vida, vivenciou. Também retrata
o triunfo, a conquista, o cumprimento das promessas de Deus, a fidelidade.
Enfim, o agir de Deus em favor dos cativos ao libertá-los do cativeiro.
Estimados irmãos! Há momentos em nossas vidas que tudo parece estar fora
de controle. Não há solução e tudo se torna mais distante ou confuso. Assim é
com nossa vida, estamos como o deserto, sem esperança, sem saber o que fazer,
vendo que nossos planos e sonhos não se concretizam, mas nosso Deus vem
restaurar a nossa vida! O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos
adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos
anteriormente. Diante desta situação, Deus quer restaurar a nossa vida, os
nossos sonhos, projetos, o nosso amor por Cristo, a nossa vida espiritual, os
nossos talentos e dons. Só ele pode restaurar. A Sua restauração é total,
abrangente, completa, perene, duradoura. Apresenta-te como o salmista e diga:
“Restaura-nos como as torrentes de Neguebe”. É
maravilhoso saber que Ele continua com o
mesmo poder, com a mesma disposição de quando restaurou seu povo no passado. É confortante saber que o SENHOR restaura também no
presente e no futuro.
O salmista inicia o salmo, afirmando que o resgate dos cativos de volta
a Sião foi como um sonho! (v.1). Parecia um sonho, mas era realidade. O Senhor
os tinha libertado do cativeiro. A situação foi revertida. A restauração causou
júbilo. Não choravam, pelo contrário, só havia alegria e gratidão. Deus havia
transformado aquele momento em realidade. O fato de voltar à sua terra, de
estar livre do cativeiro, de poder cultuar ao Senhor eram motivos suficientes
para "ficar como quem sonha”. E o salmista está vendo isso acontecer
diante de seus olhos. Aqueles cativos anteriormente “machucado” estava cantando
e rindo; que antes era tido como “derrotado e envergonhado”, passou a
usufruírem das grandes coisas que Deus havia realizado. O Senhor manifestou-se
salvador, e as lágrimas converteram-se em sorrisos de enorme alegria: “Então a
nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de júbilo”. (v.2a).
Os risos de alegria e os gritos de júbilo que acompanhavam os exilados
que saiam do cativeiro na Babilônia, e que ecoavam nos desertos que
atravessavam, provocou também testemunho diante das nações pagãs. O povo
deveria manifestar os feitos do Senhor entre as nações. As coisas que Deus
fizera em prol do seu povo, de modo que o mundo inteiro saiba, que o Senhor fez
coisas grandiosas na vida do povo. (v.2b). Toda a história de Israel no
AT mostra-nos os grandes atos de salvação realizados por Deus em favor do seu
povo no passado. Há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa.
Ele devastou o Egito com as dez pragas para libertar o seu povo; abriu o Mar
Vermelho para o seu povo passar e fechou o para destruir o exército de
Faraó. Mandou o maná para alimentar o seu povo no deserto e fez sair
água da rocha para saciá-lo. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre
lembrar o que Deus fez. Deus sempre
foi fiel e bondoso para Israel. Esta é a razão de “estarem alegres”. (v.2c).
Deus também
tem realizado coisas grandiosas em nossa vida. Aliás, a nossa vida é
constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo que morreu
na cruz para nos salvar. O seu amor e cuidado em todas as situações
dramáticas das nossas vidas, situações que tiraram noites de sono e, muitas
vezes, nos deixaram sem esperança para continuar com nossos sonhos e projetos,
ou seja, no casamento em crise, nas crises financeiras sem fim, crises na
saúde, e o Senhor sempre nos ajudou em todos momentos. Temos um Deus
maravilhoso, que não mede esforços para nos ajudar. Precisamos aprender na vida
que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Mas que coisas você
gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem
realizado em sua vida?
Na volta à
Jerusalém, aquele povo reencontraria as suas tragédias e desolações passadas. O
templo em escombros, Jerusalém demolida. Pessoas doentes, miseráveis e com
sonhos perdidos. Esta era a verdade da existência daquele povo. De uma alegria
ímpar, com preocupação, o povo passa a suplicar uma mudança de sorte
desoladora: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”.
(v.4). Restaurar significa voltar, retornar, começar mais uma vez. Este foi o
pedido do povo. É uma súplica para que Deus lhe torne a dar uma nova
perspectiva de vida, porque a vida do povo estava árida como o deserto do
Neguebe. Neguebe ou Negev (נֶ֫גֶב) significa lugar seco ou ressecado. É uma
região desértica, com vários leitos de rios secos, que fica no Sul da
Palestina. Quando chovia estes leitos se enchiam de água e a vegetação
novamente florescia. Tudo era restaurado!
Ao fazer referência as torrentes
do Neguebe, o salmista estava suplicando que a aridez dos tempos de cativeiro,
desse lugar à abundância de bênçãos de Deus derramadas sobre o povo. Também suplicamos ao Senhor:
“Restaura-nos!”. O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos
adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos
anteriormente. Há uma aridez e tudo parece estar perdido. Surgem o desânimo, a
vontade de ficar parado, de não mais caminhar. São tribulações em algum momento
de nossa vida. Temos problemas dos mais diversos, lutamos contra adversidades,
somos provados e experimentados. Precisamos também clamar por restauração ao
Senhor. A sequidão de hoje não pode ser motivo de desânimo, mas sim motivo de
clamor. Lembrando que o Deus que nos salvou é poderoso para mudar qualquer
situação da nossa vida, mas isto no seu devido tempo.
O salmista, agora, olha para o futuro na esperança que a restauração
virá, mas no tempo de Deus. Será longo e árduo. Enquanto não ocorre a
restauração é preciso continuar semeando, mesmo quando parece que não haverá
retorno. É precisa ter
paciência, perseverança, saber esperar. O salmista nos ensina a persistir, mesmo diante dos problemas que
enfrentamos e nos garante que o Senhor estará a nossa frente, enxugando nossas
lágrimas enquanto semeamos: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão”.
(v. 5). Semear é algo trabalhoso e
muito cansativo. Não é um trabalho
fácil. Quem já fez algum plantio, sabe bem das dificuldades. A terra deve ser
preparada e o lugar de plantio deve ser escolhido corretamente. Enquanto faz
isso, o semeador, soa, suspira e se esforça grandemente.
No entanto, quando o salmista fala sobre “semear com lágrimas”, alguém
que “sai andando e chorando, enquanto semeia”, não é porque a semeadura seja
triste, ou porque semear seja difícil. Semear é simplesmente levar a preciosa
semente, que é a Palavra de Deus. Ao sair a semear a semente da Palavra de
Deus, defrontamos com muitos fatores desconhecidos, o que poderá nos levar as
lágrimas. Passamos por muitas aflições. De qualquer forma, somos convidados a
semear. Somos semeadores. Temos a boa semente, que é a Palavra e o campo já está
preparado para recebê-la. Lancemos essa semente nos corações e preparemo-nos
para uma colheita abundante e jubilosa! Mas não os esquecemos que o nosso
semear também é feito de lágrimas, frustrações e derrotas. Não sabemos se vamos
colher. Mas precisamos acredita nas promessas de Deus que diz: Os que semeiam
em lágrimas ceifarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, “andando
e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus
molhos”. (v.6).
Estimados irmãos! O Senhor restaurou a sorte dos cativos. Agora, estavam alegres pelas vitórias. Você está precisando de restauração? Você precisa clamar! Você precisa olhar para os céus e dizer: “Restaura-me, ó Deus”. Amém
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