segunda-feira, 27 de novembro de 2023

TEXTO: MC 11.1-1O

TEMA: SAUDEMOS A CHEGADA DO REI JESUS!

 Como o tempo passa!Já estamos novamente na época de Advento, que assinala também o início de um novo Ano litúrgico. Advento é um termo que vem do latim – adventus , que quer dizer chegar, vinda. De acordo com os relatos da história, o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII, em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. Mas somente no final do século VII, em Roma, é que foi acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor. Mais tarde, o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas.Advento se divide em duas partes, nas duas primeiras semanas os textos refletem sobre a segunda vinda de Cristo. E nas últimas semanas somos chamados a meditar sobre a primeira vinda de Cristo.

O nosso texto para este, Primeiro Domingo no Advento, encontramos em Marcos  11.1-1O, que tem como tema: “SAUDEMOS A CHEGADA DO REI JESUS!”Apresento aqui dois motivos: Primeiro, porque  Ele é o nosso verdadeiro Rei.Ele não é um rei deste mundo ( Jo 18. 36). É um Rei que entrou em Jerusalém de forma humilde em um jumento, não em um cavalo empinado, não em vestes reais. Ele não vem para conquistar pela força como os reis terrenos, mas pelo amor, graça, misericórdia e seu próprio sacrifício pelo seu povo. Ele é Rei de um reino muito maior que todos os impérios que já existiram, existem e os que ainda estão por vir. Desse modo, confessamos que o Senhor Jesus é o nosso verdadeiro  Rei, o Senhor de nossas vidas, pois Ele merece toda a nossa honra, glória e louvor.  

Segundo, porque é tempo de aguardar a vinda do nosso Rei Jesus e preparar uma grande recepção,conforme o povo de Jerusalém, recebendo-o com o mesmo ardor e entusiasmo, juntando as nossas vozes: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas”! É tempo de preparação,pois Jesus virá e  reunirá todos os povos da terra diante Dele e separará os bons dos maus, as ovelhas dos cabritos.

                                                                 I

O texto afirma que Jesus estava a caminho rumo à grande cidade de Jerusalém. Não era a primeira vez que Ele ia à esta cidade. As Escrituras registram seis visitas que Jesus fizera antes de sua entrada em Jerusalém, pela última vez. Entretanto, esta entrada em Jerusalém, era uma ocasião especial. Entraria para salvar a cidade e seus moradores, chamando-os ao arrependimento. Por esta razão, Jesus faz sua entrada publicamente, fazendo com que o povo aclamasse e falasse da grande missão que o levava até ali. E de acordo com a finalidade e a importância de sua presença em Jerusalém, ao contrário das vezes anteriores, cogita de preparativos especiais para sua entrada.

Antes de chegar a Jerusalém, Ele escolhe dois discípulos para enviá-los a Betfage. Neste lugar os discípulos encontrariam um jumentinho. E a ordem de Jesus era muito simples: “desprendei-o e trazei-o” (v.2). Jesus dá uma demonstração de Seu poder. Não hesita em mostrar aos discípulos quem Ele era. Mostra através de Suas palavras grande autoridade, pois é o Senhor quem fala e autoriza. Por isso, não há qualquer questionamento da parte dos discípulos. Simplesmente,Jesus diz: “Se alguém vos perguntar: Por que fazeis isso? Respondei: O Senhor precisa dele e logo o mandará de volta para aqui.” (v.3). Literalmente: “O Senhor necessita dele”. E de fato, tudo ocorreu como Jesus tinha dito.  Eles simplesmente obedecem à ordem do Senhor.

Os discípulos encontraram o animal e, sem problemas o trouxeram.(v.4). Colocaram em cima dele as suas vestes e Jesus o montou.(v.7), Jesus se prepara para entrar em Jerusalém de forma humilde, manso, brando, pacifico. Esta foi a maneira como Jesus entrou em Jerusalém.  Não como os grandes reis e conquistadores triunfantes depois de uma batalha, ou de um cortejo real cheio de luxo, mostrando seus escravos e conquistas. Não como um conquistador militar ou libertador político. Ele não vem para conquistar pela força como os reis terrenos, mas pelo amor, graça, misericórdia e seu próprio sacrifício pelo seu povo.

A entrada triunfal de Jesus, como verdadeiro rei, causou um momento de jubilo, alegria e de louvor. Os discípulos e numerosa multidão rendiam homenagens espontâneas a Jesus, que se encaminhavam triunfalmente à Jerusalém, preparando-lhe uma passagem ou caminho com as próprias vestes e com ramos que cortavam de árvores e espalhavam pelo caminho.(v.8). Era o delírio do povo gritando, clamando em alta voz: “ Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana, nas maiores alturas!” (vv.9 e 10). Significa salve-nos, por favor, te imploramos. Era um grito de exaltação, exclamação de louvor a Deu, entoado em reconhecimento ao messianismo de Jesus em sua entrada em Jerusalém.

Jesus entra  em Jerusalé,de forma triunfal como um Rei e é aclamado pelo povo como tal, de acordo com os costumes da época. Mas quem é este que entra em Jerusalém em marcha triunfal, aclamado pelo povo numa exaltação, como a história da cidade não registra há tempos? Quem é este rei que devemos prestar honra e louvor neste período de Advento? Este é o Reis dos reis, o Senhor dos senhores. O verdadeiro Rei que desce de seu trono e veio ao mundo. Nasceu na humilde estrabaria e morreu por nós. Entregou-se humildemente naquela cruz, suportou toda ignomínia, toda humilhação, todas as chicotadas, blasfêmias, acusações, provocações, traições, abandono, os pregos, a coroa de espinhos, a cruz, tudo para nos salvar. Todos estes aspectos demonstram que o seu reino não é terreno. Ele não é um Rei deste mundo (Jo 18. 36).Desse modo, confessamos que o Senhor Jesus é o nosso verdadeiro  Rei, o Senhor de nossas vidas,pois Ele merece toda a nossa honra, glória e louvor.

                                                                  II

Já estamos no tempo do Advento. Ele é marcado por um momento de expectativa: o Senhor que vem! Jesus que veio e que vem. Portanto, são dois momentos fortes de reflexão, dos quais devemos nos preparar.Quem nunca se preparou para alguma ocasião importante? Penso que a maioria das pessoas já se dedicaram a um determinado tempo de preparação. Aliás, a preparação do ser humano é algo fundamental e necessário em todos os setores da sociedade. As pessoas se preparam para uma determinada viagem. Os alunos se preparam para ter um bom desempenho no Enem. O atleta se prepara para que possa ter o melhor rendimento possível. O professor se prepara ao planejar as suas aulas para que possa atingir os seus objetivos. Na política, uma determinada cidade se prepara para receber uma autoridade. Muitas honras são atribuídas. A cidade passa por uma limpeza geral. O povo sai às ruas para saudá-lo e dar um aperto de mão

Na vida espiritual também ocorre a mesma coisa. Há necessidade de nos preparmos.Abrir as portas dos nossos corações para que Cristo possa entrar! De nada adianta receber Jesus com ramos de árvores e túnicas, e não compreender a que veio. Sabemos que em muitos lares, as pessoas estão se preparando com decorações, publicidades, ensaios de teatro, arrumação do presépio e a compra de presentes. São ações que nos lembram que o Natal está chegando.No entanto, a principal preparação neste período de Advento é a espera da vinda de Jesus, quando a Igreja se prepara para o nascimento de Jesus Cristo, partilhando a fé e a esperança do povo nas promessas de Deus,e da mesma forma a segunda vinda de Cristo.

Será que estamos preparados para  a segunda vinda de Jesus, a parúsia? Estamos aproveitando a oportunidade que Deus nos concede? Infelizmente, há muitos que não se preparam para receber Cristo, pois com a demora de sua vinda, se entregam ao sono espiritual, tornam-se indiferentes e incrédulos. Os escarnecedores dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?” (2 Pedro 3.4). A resposta para essa pergunta se encontra no versículo 8 e 9:  " Há, todavia, uma coisa, amados, que não devemos esquecer: que para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânime para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro).

Enquanto aguardamos a vinda de Cristo, vamos pensar no significado do Advento, uma vez que muitas pessoas desconhecem o significado deste maravilhoso período que estamos vivendo. Muitos comemoram este período com muitas bebedeiras e comilanças. Quando na verdade é um período de esperança. Tempo de crer e confiar que o Senhor irá realizar suas promessas para nossas vidas. Tempo de iniciar uma nova caminhada, andando nos caminhos do Senhor. Tempo de aguardar a vinda do Senhor. Precisamos resgatar este verdadeiro sentido. Por isso, vamos nos preparar para receber o Senhor, a fim de escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem. De forma? vigiando e vivendo uma vida santificada neste mundo.  Jesus virá e não tardará!

Estimados irmãos! O momento que antecede o Natal deverá ser para nós, cristãos, um tempo de preparação para recebermos o Salvador.É a Ele que devemos dar a nossa honra, glória e louvor. Ele virá! Deus é fiel as Suas promessas! O que se espera acontecerá ! Lembre-se: Deus vem para nos julgar. Enquanto, aguardamos a sua vinda, o preparo deve ser constante: vigiando constantemente e vivendo uma vida santificada com Deus. Portanto,Jesus nos convida para acompanharmos todos os seus passos no decorrer do período do Advento.Preparemos-nos para recebê-lo em nossos corações. Como tem sido  a sua preparação neste periodo de Advento? Amém

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

 TEXTO: MT 1.18-24

TEMA: DEUS ESTÁ CONOSCO!

Hoje, estamos comemorando o quarto Domingo no Advento. Foram quatro semanas de preparação para celebrarmos a vinda do Messias, ou seja, é o momento quando a Igreja se prepara para o nascimento de Jesus Cristo, partilhando a fé e a esperança nas promessas de Deus, e ao mesmo tempo aguardando o Seu retorno. Logo mais, vamos celebrar o Natal. E a mensagem para este quarto Domingo no Advento são as palavras do evangelho de Mateus 1.18-24, que nos assegura que a promessa fora cumprida.

O natal está se aproximando e certamente concordamos que estamos vivendo numa época de cidades enfeitadas com luzinhas de todas as cores. De lojas enfeitadas, de propagandas de produtos nos jornais, nos rádios e nas televisões, de intenso comércio, de bebedeiras e comilanças. Mas alguém pergunta: isso tudo por um acaso não representa, não recorda, não lembra o natal? Sim, lembra e pode até representar, mas não é o natal! E por quê? Porque o verdadeiro Natal é uma algo bem diferente, mais bonito, mais sublime e importante. O verdadeiro Natal significa e deve significar que Deus está conosco: no seu Filho que Ele nos deu e no seu Filho que nos leva a Ele.

Ao relatar o nascimento de Jesus, Mateus conta que José esteve preocupado com sua esposa quando percebeu que ela estava grávida e que o filho esperado não era seu. Foi um momento dramático em sua vida. Respaldado pela lei judaica, conforme Deuteronômio 24.1, ele poderia divorciar-se formalmente de Maria, alegando a infidelidade dela, uma vez que eles já tinham feito uma aliança matrimonial. Embora, ainda não tivessem consumado o casamento, ele poderia tornar público o divórcio, ou ter feito isso de uma forma mais discreta na presença de testemunhas.

No entanto, José não teve este procedimento. Ele era justo e piedoso. Em toda a narração bíblica, ele é visto como alguém submisso, tranquilo, diligente em silêncio, fazendo a sua parte com dedicação e eficiência.  Esta sua característica humilde e discreta está registrada, conforme lemos no versículo 19: “E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. “Ele não quis expor ou prejudicar Maria, por isso, preferiu deixá-la.  Resolveu deixá-la para que não fosse acusada de adultério. Ele entendia que aquela mulher era muito especial. Portanto, soube discernir a situação e a tomou como esposa.

Enquanto refletia sobres estas questões, José foi avisado em sonho, sobre o que estava lhe perturbando. Assim diz o anjo do Senhor: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (vv. 20 e 21). A ordem do anjo do Senhor é para que ele entendesse que a profecia do Messias se cumpria na sua vida e na vida de sua esposa: “Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).” (vv.22 e 23).

Esta profecia fora dita pelo profeta Isaías cerca de 700 anos. E Deus prometera e a promessa se cumpriu no dia de Natal. Ele nos amou tanto que nos deu Seu único Filho! Mas por que veio? Para que veio?  Antes de Deus nos visitar, entrar e ficar conosco, nós não podíamos chegar até Deus e estar com Ele. Havia uma barreira intransponível. Uma ponte quebrada. O homem pecou e se afastou de Deus. Separou-se de Deus. Andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos (Is. 53.6). Estávamos trilhando o caminho errado. O caminho da perdição. Se não fosse o próprio Deus intervir em sua graciosa obra redentora em Cristo, jamais poderíamos qualquer dia de nossa vida, chegar a Deus. Não existiria o natal. Não estaríamos hoje aqui reunidos para orar, louvar e cantar ao nosso Deus.

As Escrituras nos revelam o motivo da sua vinda. O evangelista João responde com incrível clareza: “porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para o mundo fosse salvo por Ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado...” (Jo 3.16-18). Eis a resposta: Ele veio para nos salvar, para nos redimir, para nos libertar dos nossos pecados. Ele veio para nos reconciliar com Deus e nos dar a vida eterna. Portanto, na presença de Jesus, as cadeias que nos prendem são despedaçadas, os grilhões quebrados, toda dominação das trevas cai por terra, toda arma forjada contra nós não prospera. Na presença de Jesus nossa iniquidade é arrancada de dentro e nossas transgressões são transformadas em novas bênçãos. Quem está em Cristo é definitivamente uma nova criação.

Esta é a grande mensagem do Natal. Mas uma visita que o homem não valorizou e nem valoriza hoje. Os homens procuram por todos os meios esquecer, negligenciar, deturpar a visita de Deus e o seu profundo significado.  Procuram esquecer em festejos materiais. Em afirmar que Deus “morreu”. Em construir o céu aqui na terra. Aonde chegará o homem com tudo isso? Por isso, hoje somente há Natal nos corações de quem totalmente creem que Deus está conosco, pois o “verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.

 De fato, o Deus conosco habitou entre nós. Ele chegou a este mundo. Neste mesmo lugar em que moramos, plantamos, construímos nossas casas e esta Igreja. Ele esteve presente entre nós, encarnado na natureza humana através de seu Filho. Nele Deus se revelou como aquele mesmo Deus fiel que acompanhou Abraão, Isaque e Jacó: um Deus solidário, que foi ao encontro das necessidades dos seus para lhes tirar as amarras do medo, da opressão, da escravidão e para conduzi-los nos caminhos da liberdade. Ele veio e cumpriu com sua missão. Agora, por meio de Jesus temos acesso a Deus.

Bíblia nos ensina que não há outro caminho que nos leva ao Pai, a não ser através de Cristo. Jesus diz em João 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Jesus é o único caminho para se chegar a Deus. Somente através de Jesus Cristo alguém consegue ter um encontro com o Pai. Portanto, Cristo é o caminho para Deus. Não nasceu nem nascerá outro Redentor. Ele é a única esperança. Ele mesmo diz: Sem mim nada podeis fazer. (João 15.5). E é o próprio Cristo que testificou esta verdade em João 12.44-50: E Jesus chamou dizendo: “Quem crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou. Eu vim como luz para todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.”

Deus está conosco. Em sua companhia podemos caminhar confiantes e esperançosos, ainda que as muitas circunstâncias da vida queiram nos obrigar a desanimar e desistir do caminho que nos conduz à sua presença. Ele está conosco no seu Filho que nos leva a Ele. Esta é a verdadeira mensagem que devemos proclamar. Deve ser o nosso Natal. O Natal não deve apenas representar para nós uma bela história, mas também um momento para refletirmos acerca da nossa comunhão com o Deus conosco, pois Deus é o centro de toda a nossa vida. Sendo assim, celebrar o Natal é celebrar que Deus está conosco, na pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta deve ser a nossa verdadeira alegria, pois o anjo disse aos pastores em Belém: Não temais: “Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo.” (Lc 2.10).

Portanto, deixemos de lado as celebrações materiais e louvemos neste Natal e em todos os momentos da nossa vida, o Emanuel, o Deus conosco, o Deus Salvador. Que possamos nos alegrar mais uma vez com o nascimento de Jesus e a salvação que ele trouxe e oferece ao mundo para todas as pessoas. Que possamos recebê-lo em nossas vidas, aceitando a proximidade do Deus Conosco que virá com todo esplendor. Amém

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

 TEXTO: SL 126

TEMA: RESTAURA, SENHOR, A NOSSA VIDA!

O salmo 126 faz referência ao retorno dos cativos, depois de muitos anos de escravidão no exílio na BabilôniaQuando receberam a notícia de que poderiam retornar, parecia um sonho. E diante das dificuldades que enfrentariam, esta eram uma mensagem de esperança.  Sabiam que teriam que recomeçar tudo de novo e, por isso, pediram a Deus: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe.” É a suplica para que Deus tirasse daquela situação de cativeiro, e que desse uma nova oportunidade para que pudessem ser restaurados e que prosperassem novamente. Era Deus restaurando o Seu povo novamente.

Este mesmo salmo se tornou um cântico de romagem, para cantar nas peregrinações a Jerusalém. Sendo que a temática e a importância desse salmo, na história do povo de Deus, refletem o sofrimento, as dores, as decepções, as provações que o povo de Deus em sua história de vida, vivenciou. Também retrata o triunfo, a conquista, o cumprimento das promessas de Deus, a fidelidade. Enfim, o agir de Deus em favor dos cativos ao libertá-los do cativeiro. 

Estimados irmãos! Há momentos em nossas vidas que tudo parece estar fora de controle. Não há solução e tudo se torna mais distante ou confuso. Assim é com nossa vida, estamos como o deserto, sem esperança, sem saber o que fazer, vendo que nossos planos e sonhos não se concretizam, mas nosso Deus vem restaurar a nossa vida! O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Diante desta situação, Deus quer restaurar a nossa vida, os nossos sonhos, projetos, o nosso amor por Cristo, a nossa vida espiritual, os nossos talentos e dons. Só ele pode restaurar. A Sua restauração é total, abrangente, completa, perene, duradoura. Apresenta-te como o salmista e diga: “Restaura-nos como as torrentes de Neguebe”. É maravilhoso saber que Ele continua com o mesmo poder, com a mesma disposição de quando restaurou seu povo no passado. É confortante saber que o SENHOR restaura também no presente e no futuro.

O salmista inicia o salmo, afirmando que o resgate dos cativos de volta a Sião foi como um sonho! (v.1). Parecia um sonho, mas era realidade. O Senhor os tinha libertado do cativeiro. A situação foi revertida. A restauração causou júbilo. Não choravam, pelo contrário, só havia alegria e gratidão. Deus havia transformado aquele momento em realidade. O fato de voltar à sua terra, de estar livre do cativeiro, de poder cultuar ao Senhor eram motivos suficientes para "ficar como quem sonha”. E o salmista está vendo isso acontecer diante de seus olhos. Aqueles cativos anteriormente “machucado” estava cantando e rindo; que antes era tido como “derrotado e envergonhado”, passou a usufruírem das grandes coisas que Deus havia realizado. O Senhor manifestou-se salvador, e as lágrimas converteram-se em sorrisos de enorme alegria: “Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de júbilo”. (v.2a). 

Os risos de alegria e os gritos de júbilo que acompanhavam os exilados que saiam do cativeiro na Babilônia, e que ecoavam nos desertos que atravessavam, provocou também testemunho diante das nações pagãs. O povo deveria manifestar os feitos do Senhor entre as nações. As coisas que Deus fizera em prol do seu povo, de modo que o mundo inteiro saiba, que o Senhor fez coisas grandiosas na vida do povo. (v.2b).  Toda a história de Israel no AT mostra-nos os grandes atos de salvação realizados por Deus em favor do seu povo no passado. Há diversas narrativas de como Deus agiu de forma maravilhosa. Ele devastou o Egito com as dez pragas para libertar o seu povo; abriu o Mar Vermelho para o seu povo passar e fechou o para destruir o exército de Faraó.  Mandou o maná para alimentar o seu povo no deserto e fez sair água da rocha para saciá-lo. Tudo foi registrado para que o povo pudesse sempre lembrar o que Deus fez. Deus sempre foi fiel e bondoso para Israel. Esta é a razão de “estarem alegres”. (v.2c).

Deus também tem realizado coisas grandiosas em nossa vida. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. O seu amor e cuidado em todas as situações dramáticas das nossas vidas, situações que tiraram noites de sono e, muitas vezes, nos deixaram sem esperança para continuar com nossos sonhos e projetos, ou seja, no casamento em crise, nas crises financeiras sem fim, crises na saúde, e o Senhor sempre nos ajudou em todos momentos. Temos um Deus maravilhoso, que não mede esforços para nos ajudar. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Mas que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Na volta à Jerusalém, aquele povo reencontraria as suas tragédias e desolações passadas. O templo em escombros, Jerusalém demolida. Pessoas doentes, miseráveis e com sonhos perdidos. Esta era a verdade da existência daquele povo. De uma alegria ímpar, com preocupação, o povo passa a suplicar uma mudança de sorte desoladora: “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”. (v.4). Restaurar significa voltar, retornar, começar mais uma vez. Este foi o pedido do povo. É uma súplica para que Deus lhe torne a dar uma nova perspectiva de vida, porque a vida do povo estava árida como o deserto do Neguebe. Neguebe ou Negev (נֶ֫גֶב) significa lugar seco ou ressecado. É uma região desértica, com vários leitos de rios secos, que fica no Sul da Palestina. Quando chovia estes leitos se enchiam de água e a vegetação novamente florescia. Tudo era restaurado!

Ao fazer referência as torrentes do Neguebe, o salmista estava suplicando que a aridez dos tempos de cativeiro, desse lugar à abundância de bênçãos de Deus derramadas sobre o povo. Também suplicamos ao Senhor: “Restaura-nos!”. O clamor “restaura-nos” é uma postura que devemos adquirir quando não vemos mais aquele vigor e esperança que sentíamos anteriormente. Há uma aridez e tudo parece estar perdido. Surgem o desânimo, a vontade de ficar parado, de não mais caminhar. São tribulações em algum momento de nossa vida. Temos problemas dos mais diversos, lutamos contra adversidades, somos provados e experimentados. Precisamos também clamar por restauração ao Senhor. A sequidão de hoje não pode ser motivo de desânimo, mas sim motivo de clamor. Lembrando que o Deus que nos salvou é poderoso para mudar qualquer situação da nossa vida, mas isto no seu devido tempo.

O salmista, agora, olha para o futuro na esperança que a restauração virá, mas no tempo de Deus. Será longo e árduo. Enquanto não ocorre a restauração é preciso continuar semeando, mesmo quando parece que não haverá retorno. É precisa ter paciência, perseverança, saber esperar. O salmista nos ensina a persistir, mesmo diante dos problemas que enfrentamos e nos garante que o Senhor estará a nossa frente, enxugando nossas lágrimas enquanto semeamos: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão”. (v. 5). Semear é algo trabalhoso e muito cansativo. Não é um trabalho fácil. Quem já fez algum plantio, sabe bem das dificuldades. A terra deve ser preparada e o lugar de plantio deve ser escolhido corretamente. Enquanto faz isso, o semeador, soa, suspira e se esforça grandemente.

No entanto, quando o salmista fala sobre “semear com lágrimas”, alguém que “sai andando e chorando, enquanto semeia”, não é porque a semeadura seja triste, ou porque semear seja difícil. Semear é simplesmente levar a preciosa semente, que é a Palavra de Deus. Ao sair a semear a semente da Palavra de Deus, defrontamos com muitos fatores desconhecidos, o que poderá nos levar as lágrimas. Passamos por muitas aflições. De qualquer forma, somos convidados a semear. Somos semeadores. Temos a boa semente, que é a Palavra e o campo já está preparado para recebê-la. Lancemos essa semente nos corações e preparemo-nos para uma colheita abundante e jubilosa! Mas não os esquecemos que o nosso semear também é feito de lágrimas, frustrações e derrotas. Não sabemos se vamos colher. Mas precisamos acredita nas promessas de Deus que diz: Os que semeiam em lágrimas ceifarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, “andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”.  (v.6).

Estimados irmãos! O Senhor restaurou a sorte dos cativos. Agora, estavam alegres pelas vitórias. Você está precisando de restauração? Você precisa clamar! Você precisa olhar para os céus e dizer: “Restaura-me, ó Deus”. Amém

 TEXTO: SL 85

TEMA: MOSTRA-NOS SENHOR A TUA MISERICÓRDIA!

O salmo 85 é uma oração de pedido de socorro, de restauração, de livramento, súplica de retorno ao Senhor. Em sua oração, em espirito e humildade, salmista súplica às misericórdias de Deus. Ele traz à memória os grandes feitos do Senhor, realizados ao longo da história de Israel sobre as misericórdias de Deus. Foram bênçãos indizíveis que Deus concedeu ao povo arrependido. No presente, o salmista também súplica às misericórdias de Deus: “Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação”. Deus concede as misericórdias e salvação, mas a partir do momento em que houvesse contrição e arrependimento. Este pedido do salmista se concretiza. Deus abençoou ricamente seu povo. Ele exalta ao Senhor e descreve as bênçãos recebidas.

Precisamos também diariamente dizer: “Mostra-nos Senhor a tua misericórdia!” O que seria de nós se o Senhor não fosse benigno e misericordioso para conosco? Se não nos perdoássemos cada dia? Por isso, é necessário lembrarmos das inúmeras vezes que Deus manifestou as suas misericórdias por nós. A começar por ter enviado seu filho para morrer por nós. Além disso, Deus realizou muitas intervenções em nossas vidas, conduzindo cada um de nós a salvação, proporcionando livramento, suprimento, cura, bem-estar, entre muitas outras coisas. E como é maravilhoso saber que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã.

Mostra-nos Senhor a tua misericórdia! Primeiro, porque todos nós precisamos das misericórdias do Senhor. Somos dependentes em cada momento de nossa vida, sem as misericórdias, nada seriamos, nada poderíamos fazer, nada conseguiríamos realizar. Não como conseguimos vencer as batalhas que travamos diariamente contra as hostes do mal. Enfim, porque as misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã. Podemos iniciar um novo dia por causa do amor, misericórdia, compaixão e fidelidade que o Senhor renova sobre nossas vidas todas as manhãs.

O salmista percebe o quanto Deus demostrou a sua bondade ao povo. Esta bondade de Deus se manifestou na história de Israel. Foram muitas bênçãos extraordinárias concedidas ao povo, trazendo-lhe a correta direção por meio da contrição e, também, a esperança de ser perdoado e restaurado. Tal bondade se percebe nos primeiros versículos. Havia fartura na terra. (v.1). Deus havia concedido o perdão. (v.2). Deus havia concedido o livramento. (v.3). Diante desta bondade, o povo de Deus pode regozijar-se, pois a iniquidade fora perdoada e os pecados cobertos. A indignação de Deus fora removida e o ardor da sua ira afastado. Favorecimento, restauração, perdão, encobrimento dos pecados, retenção da ira divina, desvio de furor, foram ações tomadas por Deus em favor de seu povo. Sendo assim, o salmista se alegra porque Deus perdoou o Seu povo, cancelou os seus pecados, e cessou a Sua ira.

Ao mesmo tempo em que o salmista orava, agradecendo a Deus pelas ações da bondade de Deus realizadas no passado, no presente, ele pede ao Senhor que restabelecesse completamente e retirasse a Sua ira sobre o povo: “Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação e retira de sobre nós a tua ira”. (v.4). Estarás para sempre irado contra nós? Prolongarás a tua ira por todas as gerações? (v.5). Neste pedido, a sensação do salmista é que a dor do sofrimento decorrente da ira divina está durando muito. O povo já havia sentido esta ira antes da sua reconciliação. Agora, ela ainda era evidente e parecia não ter fim. Da entender que Deus continuava julgando o seu povo. Além disso, o povo não tinha forças para mudar a situação que estava vivendo, pois quando o povo voltou do exílio da Babilônia para Jerusalém, era um período de sofrimento e tribulação. Voltaram e encontraram uma cidade arruinada, sem estrutura, um desolamento total. Esta situação causou uma morte espiritual, incredulidade e falta de esperança na vida povo. E, para manter uma vida renovada, o salmista, reconhecendo o grande amor de Deus, confiando no Senhor, sabendo que será atendido pela misericórdia e fidelidade de Deus, o salmista faz um pedido: “Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação”. (v.7).

Todos nós temos recebido muitas bênçãos de Deus em nossas vidas. São as misericórdias de Deus que se renovam cada manhã. Deus tem realizado coisas grandiosas. Aliás, a nossa vida é constituída de coisas grandiosas. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo, morreu na cruz para nos salvar; as nossas lágrimas, a nossa dor, todo o sofrimento, Deus realiza coisas grandiosas.  Por isso, nosso louvor e nossa alegria são motivados por estas grandes obras que Deus realiza. Precisamos aprender na vida que Deus fez, faz e fará coisas grandiosas por nós. Que coisas você gostaria que Deus fizesse por você? Quais são as coisas grandiosas que Deus tem realizado em sua vida?

Ao mesmo tempo em que o salmista orava, agradecendo a Deus pela restauração, pelas ações da bondade de Deus realizadas no passado, ele pede a Deus que restabelecesse completamente e retirasse a Sua ira sobre o povo. (v.4). O motivo principal da ira de Deus, era que seu próprio povo, constantemente, quebrava a aliança que ele fez com eles. Eles adoravam a ídolos, misturavam falsos deuses com a adoração ao Senhor. Diante desta situação, o salmista apresenta uma pergunta retórica visto que Deus se prontificou, na aliança mosaica, a retribuir a confissão de pecados com o desvio da sua ira e com a renovação das bênçãos (Lv 26.40-45): Estarás para sempre irado contra nós? Prolongarás a tua ira por todas as gerações? (v.5). Para o salmista a dor do sofrimento é decorrente da ira divina. A ira de Deus ainda é evidente e parece não ter fim. 

No entanto, Deus sempre demostrou paciência, amor e prontidão em perdoar o seu povo. Por isso, reconhecendo o grande amor de Deus, confiando no Senhor, sabendo que será atendido pela misericórdia e fidelidade de Deus, o salmista faz um pedido.  Não orava como quem duvida, pois tinha a plena certeza de que o Senhor ouviria as orações de Seu povo e que voltaria a lhes falar de paz. Uma oração de quem confia por ter visto a libertação; uma oração de quem reconhece que precisa de Deus; uma oração de quem olha para o seu problema e vê a solução que Deus providencia como já fez no passado: Mostra-nos Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua Salvação. (v. 7). O salmista clama a Deus por restauração. Que Deus se lembre novamente de sua bondade ao povo. Este pedido lembra o poder e a soberania de Deus. Esse pedido para que Deus se lembre é uma renovação da aliança de Deus com seu povo.

 Diante de seu pedido a Deus, o salmista ouve a mensagem divina em resposta a oração do povo. (v.8a). Ele entendeu que Deus não é cruel. Ele é justo e se preocupa com a situação de seu povo. Entende que Deus tem uma mensagem de paz ao povo, pois Deus é misericordioso e perdoa as transgressões. A misericórdia divina, que Deus mostrou ao longo da história, resplandece-se na vida de Jesus. Em sua infinita bondade, Deus enviou o seu Filho e habitou entre nós. Ele morreu e perdoou os nossos pecados. O salmista vislumbra esta verdade, Ele profetisa, de forma maravilhosa, a respeito do Salvador. Esta mensagem torna-se transparente quando o salmista afirma: Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram” (v.10). Parecia haver um afastamento entre justiça e misericórdia, entre justiça e perdão, mas na cruz de Cristo é cenário onde houve esse bendito encontro da justiça e da paz Elas se beijaram, isto é, a justiça e a paz deram as mãos, selando a nossa eterna redenção. A justiça foi feita, pois Deus puniu nosso pecado em seu Filho. E, assim, podemos dizer que a paz e justiça se encontraram no amor de Deus revelado na obra de Cristo,

Todos nós precisamos das misericórdias do Senhor. Somos dependentes dessas misericórdias em todo momento da nossa vida. Nada poderíamos realizar sem as misericórdias de Deus. Imaginem, sem as misericórdias, como venceríamos o pecado? Como vencíamos as batalhas que travamos diariamente contra as hostes do mal? Contra o nosso inimigo que está ao nosso derredor rugindo como um leão, e pronto para nos atacar? Por isso, precisamos também em nossas orações, suplicar ao Senhor: Mostra-nos Senhor a tua misericórdia! O profeta Jeremias orou muitas vezes e suplicou ao Senhor por misericórdia. Lembrou que as misericórdias do Senhor são as causas de não sermos consumidos, porque elas não têm fim. Elas renovam-se cada manhã. Estas palavras nos encorajam e nos alegram, pois, o Senhor renova a Sua misericórdia sobre nossas vidas todas as manhãs. Deus nos dá diariamente, mais uma oportunidade para que possamos declarar o nosso amor, gratidão e temor a Ele.

O salmista ao encerrar a sua oração, ao descrever a circunstância maravilhosa depois da reconciliação do povo arrependido com seu Deus misericordioso, ele exalta ao Senhor. Ele lança mão das qualidades advindas da comunhão, mescla-as ao efeito físico que terão na agricultura de Israel: “Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar.”  (v.11): A fidelidade brotará da terra e a justiça dirigirá o olhar desde os céus. O salmista associa o desfrute dessas bênçãos ao retorno da comunhão pelo perdão dos pecados. Feita essa conexão de ideias, o salmista deixa claro qual será o resultado agrário, mostrando, por meio da palavra “também”, a íntima ligação que há entre o perdão e o retorno da provisão divina (v.12): “Também o Senhor dará o que é bom, de modo que a nossa terra dará sua colheita”. Esse não seria o único benefício a ser desfrutado pelos arrependidos. O Senhor restabeleceria sua caminhada junto com o povo como um desbravador que abre um caminho seguro, do mesmo modo que fez no deserto ao guiar a multidão até Canaã: “A justiça irá à sua frente e suas pegadas abrirão caminho”. (v.13). 

Estimados irmãos! Todos nós temos recebido muitas bênçãos de Deus em nossas vidas. São as misericórdias de Deus que se renovam cada manhã. São coisas grandiosas! Se vocês se sentirem fracos ou desanimados, lembrem-se das misericórdias do Senhor que duram para sempre e se renovam a cada amanhecer. Lembrem-se que Ele é aquele que estende graça e bondade. Que o Senhor nos abençoe com Sua bondade, fidelidade e misericórdia a cada manhã, a fim de que sejamos dignos de receber as bênçãos maravilhosas que Ele tem preparado para mim e para você. Amém!

TEXTO: MC 13.24-37

TEMA: PREPAREMO-NOS PARA A VINDA DO SENHOR !

A preparação do ser humano é algo fundamental e necessário em todos os setores da sociedade. As pessoas se preparam para uma determinada viagem. Os alunos se preparam para ter um bom desempenho no Enem. O atleta se prepara para que possa ter o melhor rendimento possível. O professor se prepara ao planejar as suas aulas para que possa atingir os seus objetivos. Na política, uma determinada cidade se prepara para receber uma autoridade. Muitas honras são atribuídas. A cidade passa por uma limpeza geral. O povo sai às ruas para saudá-lo e dar um aperto de mão.

Também nessa época de Advento, muitos lares estão se preparando com decorações, publicidades, ensaios de teatro, arrumação do presépio e a compra de presentes. São ações que nos lembram que o Natal está chegando. No entanto, a principal preparação neste período de Advento é a espera da vinda de Jesus, quando a Igreja se prepara para o nascimento de Jesus Cristo, partilhando a fé e a esperança do povo nas promessas de Deus. Como não sabemos quando será a sua chegada, Ele nos alerta da urgência de estarmos sempre preparados para o Seu retorno, como Senhor e Rei de todas as coisas, pois ninguém sabe o dia nem a hora, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai. (v.32). A única coisa que sabemos é que Cristo voltará: “esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu, assim virá de modo como o vistes subir” (Atos 1.11).

De fato, não sabemos quando Cristo voltará, mas ele nos deixou alguns sinais que precederão a sua vinda. São sinais que têm a finalidade de anunciar o fim dos tempos: “Nesses dias, depois da tribulação, o sol vai ficar escuro, a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu, e os poderes do espaço ficarão abalados”. (23 e 25).  Então, nessa ocasião “aparecerá no céu o Filho do homem, vindo sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos dos quatro cantos da terra, e reunirá as pessoas que Deus escolheu, do extremo da terra ao extremo do céu". (26 e 27). E para falar sobre a sua vinda, Jesus usa a imagem da figueira: “Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.” (v.28). Jesus explicou que a figueira se renovava, crescendo novas folhas, quando o verão estava próximo. “Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. (v.29).

A vinda de Cristo é absolutamente certa. Por isso, é importante nos prepararmos. E a melhor maneira de preparar-se para este glorioso evento é vigiando e orando. Vigilância e oração constitui um par inseparável na vida dos cristãos. Uma vida com Deus significa comunhão com Deus por meio da oração. Por isso, Jesus quase sempre alia ao vigiar o orar. Não é sem razão que consideramos a oração o índice da vida espiritual do crente. Vida espiritual pressupõe oração intensa. São essenciais para permanecermos firmes na fé e perseverarmos até o final. Esta afirmação fica evidente nas palavras de Jesus: Estai sobre aviso vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo”. (v.33). Jesus ilustra ainda outro exemplo sobre o vigiar. Ele afirma: É como um homem que, ausentando-se do pais, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um à sua obrigação e ao porteiro ordena que vigie. (v.34).O porteiro deve vigiar, pois tem a responsabilidade de cuidar do trabalho do senhor e orientar os demais servos. O verbo vigiar no texto tem o significado de manter os olhos abertos. O servo deveria manter os olhos abertos diante de sua tarefa, manter a responsabilidade de estar vigilante para perceber o momento do regresso do senhor.

A figura do porteiro, que espera vigilante a chegada de seu patrão, nos ensina a permanecer despertados para abrir as portas e acolher o Senhor que vem ao nosso encontro. O Senhor pode voltar à tarde.  Ele poderá voltar à meia noite, de madrugada ou pela manhã. Ninguém pode predizer quando ele voltará. Mas voltará, e cada um de nós terá de comparecer à sua presença. Para o cristão não importa o dia e a hora. O importante é estar preparado. E até foi bom que Deus não nos tenha revelado o dia e a hora de sua volta, pois do contrário não teria mais sentido orar e vigiar. Provavelmente ficaríamos abatidos e deprimidos, desconfiados e cheios de dúvidas ou até indiferentes; E com a chegada de Cristo não teríamos cumprido com as nossas obrigações de filhos da luz.

Esta deve ser a conduta do cristão que almeja encontrar-se com Cristo. São exemplos que nos mostram o quanto devemos estar vigilantes, atentos, aguardando a Sua vinda, para recebe-lo com o mesmo ardor e entusiasmo com que Jerusalém o recebeu, juntando as nossas vozes: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas. Mas será que estamos preparados para a vinda do Messias? Estamos aproveitando a oportunidade que Deus nos concede? Infelizmente, há muitos que não se preparam para receber Cristo, pois com a demora de sua vinda, se entregam ao sono espiritual, tornam-se indiferentes e incrédulos. Os escarnecedores dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?” (2 Pedro 3.4). A resposta para essa pergunta se encontra no versículo 8 e 9:''Há todavia, uma coisa, amados, que não devemos esquecer: que para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânime para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro).

Também nós cristãos devemos ser lembrados disso diariamente, para não acontecer que durmamos por causa da sua demora, ou venham nossos corações a ficar sobrecarregados com as coisas desse mundo. Por isso, devemos viver uma vida cheia de esperança da vinda do Senhor. Para que possamos viver esta vida cheia de esperança, devemos estar em prontidão e preparados. O primeiro passa é fugir de todas as tentações que nos afligem neste mundo. Paulo admoesta: “Vai alta a noite e vem chegando o dia. Deixamos, pois, as obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não, não em contendas e ciúmes”. (Rm. 13.13). Isto só pode acontecer no momento em que vivermos em comunhão com Deus diariamente através de sua palavra. Em contato com a palavra de Deus nos mantemos imunes contra as tentações do mundo e nos fortalecemos na luta contra a nossa própria carne.

Pensemos por um momento no que significa Advento, neste período que estamos aguardando a vinda de Cristo, uma vez que muitas pessoas desconhecem o significado deste maravilhoso período que estamos vivendo. Muitos comemoram este período com muita bebedeiras e comilanças. Quando na verdade é um período de esperança. Tempo de crer e confiar que o Senhor irá realizar suas promessas para nossas vidas. Tempo de iniciar uma nova caminhada, andando nos caminhos do Senhor. Tempo de aguardar a vinda do Senhor. Precisamos resgatar este verdadeiro sentido. Por isso, vamos nos preparar para receber o Senhor, a fim de escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem. De forma? vigiando e vivendo uma vida santificada neste mundo. Que Deus conceda a cada um abençoado tempo de Advento e que busquemos cada dia viver na paz que vem daquele que em meio à humildade, nasceu por todos nós! Amém!

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

 TEXTO: EZEQUIEL 34.11-24

TEMA: O SENHOR É UM BOM PASTOR PARA O SEU POVO!

No capítulo 34 de Ezequiel, o profeta anuncia o julgamento divino contra pastores infiéis de Israel, ou seja, os governantes e líderes de Israel e, também, anuncia contra os que estavam no rebanho e adotavam atitudes prejudiciais ao bem-estar coletivo. A maioria destes pastores estavam interessados somente naquilo que as ovelhas poderiam oferecer. Consequentemente, deixaram de ensinar e orientar o rebanho. Deixaram de dizer ao povo várias exortações, e, por conseguinte, as ovelhas tornaram-se desgarradas e sem pastor.  Caminhavam sem direção e tornaram-se alvos fáceis diante dos lobos.

Hoje, encontramos muitos pastores que agem da mesma forma: dispersam, afugentam e não cuidam de suas ovelhas. Há pastores que estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Há pastores que mudam a mensagem para obter lucros. Pregam prosperidade e enganam o povo com mensagens tendenciosas para beneficiar-se. Há pastores fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. Deus, certamente, tratará com firmeza aqueles que não vivem, não assumem a responsabilidade como pastor e servo a serviço do rebanho do Senhor.

No entanto, se muitos pastores não demostram o cuidado para com as suas ovelhas, o próprio Deus revela as suas ações em favor das suas ovelhas, e anuncia a mensagem de esperança futura. Ele vai resgatar as suas ovelhas que estão desgarradas e vai cuidar do rebanho ao implantar o reino do Messias. Essa profecia foi cumprida em Cristo, o grande pastor das ovelhas (Jo 10.11-14). Ele é o Bom Pastor, porque cuida de nós como um pastor cuida de suas ovelhas. Ele é o Bom Pastor, porque Ele dá a vida pelas ovelhas e as ovelhas conhecem a Sua voz

                                                           I

A palavra do Senhor veio a Ezequiel para anunciar várias exortações, especificamente, aos pastores de Israel. Ele exortou, condenou e fez duras críticas, pois em vez de apascentar o rebanho, os pastores cuidavam apenas de si mesmos: “ Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.” (vv.2-4). Ocorre que a maioria destes pastores não davam a maior importância ao cuidado das ovelhas. Eles se esquecerem das principais características de um líder temente a Deus, que deve zelar e cuidar do bem estar de suas ovelhas. Deveriam apascentar, fortalecer, buscar as ovelhas perdidas, mas não fizeram. Consequentemente, as ovelhas tornaram-se desgarradas, foram dispersas e abandonadas. Andavam desgarradas por todos os montes, e por todo alto outeiro; espalhadas por toda a face da terra.  Não tinham quem as procurasse, ou as buscasse. Eram como ovelhas sem pastor.

No entanto, o próprio Deus vai resgatar as Suas ovelhas que estão desgarradas e vai cuidar do rebanho: “Eis que eu mesmo buscarei minhas ovelhas e tomarei conta delas” (v.11). Mas o Senhor ainda olha mais longe e se apresenta como um Bom Pastor de seu povo, diferente como se apresentavam os líderes de Israel. O que Ele promete fazer pelo seu rebanho são coisas graciosas e maravilhosas. Sua forma de cuidado inclui: a busca das ovelhas e o livramento delas (v. 12); o Senhor irá introduzir as Suas ovelhas na terra onde habitavam anteriormente (v. 13); Ele irá cuidar continuamente de suas ovelhas. (v.14); e será o pastor ao oferecer um cuidado especial: “apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar” (v.15). E ainda: “A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei.” (v.16). Isso, evidentemente, refere-se aos israelitas que estavam dispersos em muitos lugares, e que viviam o dia de nuvens e de escuridão, ou seja, um tempo de incerteza e medo. Sendo assim, Deus anuncia a sua misericórdia ao buscar o pecador e o constrangendo a voltar para o rebanho. E de fato. Estas palavras se cumpriram quando o povo arrependido, retornou para casa. O Senhor o regatou e restabeleceu na Terra Prometida.

Como é bom saber que o Senhor busca as suas ovelhas desgarradas, a fim de vê-las em sua presença novamente. De certa forma todos nós já fomos ovelhas perdidas. Já estivemos longe de Deus e, Ele, amorosamente, nos resgatou e nos trouxe de volta à sua presença através de seu Filho, Jesus Cristo. Ele, agora, nos oferece o verdadeiro descanso. Ele nos alivia das insuportáveis aflições e nos dá descanso, paz, e seu Espírito Santo como guia. Ele cuida de cada uma de suas ovelhas e nada nos deixa faltar. Mesmo em meio aos desertos da vida, Ele nos tira dos campos secos e nos leva em segurança para os pastos verdejantes, onde há mesa farta no deserto. Ele nos afasta das torrentes caudalosas e das corredeiras ameaçadoras e nos leva para as águas tranquilas. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o auxílio e a graça de Deus. A certeza de estarmos sob o cuidado de Deus, deve nos fazer caminhar com firmeza em nossa jornada cristã!

No exercício de nossa vocação precisamos refletir sobre a grande responsabilidade do cuidado do rebanho do Senhor. Exige amor, paciência, alegria e abnegação; ordem e humildade ao conduzir as ovelhas. Por isso, aqueles que apascentam as ovelhas, devem garantir o suprimento de alimento, conduzindo as suas ovelhas em direção de bons pastos e de água fresca. No entanto, o que se observa na atualidade são alguns pastores, conduzindo as suas ovelhas para o abismo, e que não tem nada para agregar em relação ao verdadeiro conhecimento de Cristo descrito nas Escrituras Sagradas. São mercenários pelo qual trabalham para si e em função dos seus próprios interesses. Não pensam em duas vezes em querer abandonar o rebanho. Infelizmente essa é a verdade que temos visto nas igrejas de hoje.

                                                                       II

O profeta, ao terminar a sua mensagem aos pastores, ele, agora, fala da mensagem de Deus ao seu rebanho. O Senhor o orienta a fazer diferença entre alguns e outros, separar entre o precioso e o vil; os fracos e fortes: “Quanto a vós outras, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Deus: Eis que julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes.” (v.17). Interessante as figuras que Ezequiel uso neste texto. Ele fala de bode e ovelha. São animais que possuem características bem distintas. Mas o que representa cada um? Vejamos essas diferenças: muitos bodes andam entre as ovelhas e se misturam com elas. Eles são, por natureza, briguentos, brabos, agressivos. Por isso, é preciso ter muito cuidado. As ovelhas, porém, são tranquilas, obedientes, mansas. Não conseguem viver longe do seu rebanho, e é extremamente dependente do seu pastor, pois caso se afaste é presa fácil para os lobos.

O bode é símbolo de homens desordeiros, profanos e impuros. Eles estão infiltrados no meio do rebanho. Se apresentam como cristãos genuínos, mas em seus corações não existe amor, compaixão, e qualquer senso de coletividade. Não desejam compartilhar com ninguém. Este tipo de pessoa agia como falsos líderes de Israel na época de Ezequiel. Eles, provavelmente, representavam membros das classes altas da sociedade de Jerusalém que tinham oprimido os pobres, ignorando seus direitos. Eram fortes e não davam oportunidade para os fracos, pois comiam toda a comida e nada sobrava para as ovelhas mais pequenas e frágeis. Eles também são acusados de esbanjamento e desperdício. Aquilo que não usavam, eles estragavam para que ninguém mais pudesse usar. Além disso, turvavam as águas de outros onde pisavam. (v.18). O Senhor haveria de destruir a gordura e a força destes bodes: “mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça.” (v.16c). Na verdade, Deus se apresenta como um juiz justo, que cuida, guia, protege e também julga com justiça e retidão as suas ovelhas, diferente da forma como agiam os pastores.

Somente Deus sabe quem é realmente bode ou ovelha. Quando Jesus retornar em glória todas as pessoas, de todas as nações, tanto os justos como os ímpios, os bons e os maus, sem exceção, todos estarão diante do trono do grande Rei, a saber, Cristo. Neste dia, Ele separará uma das outras: ovelhas à sua direita e bodes à sua esquerda (Mateus 25.31-33). Com isso entendemos que a separação será clara e evidente. As ovelhas e os bodes estarão de lados opostos. Como não sabemos quando será este dia. Ele nos deu a formula do discernimento: “pelos frutos vos conhecereis. Nem todo aquele que me diz: “Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do Pai”. Em que grupo você se encaixa? Saiba que caso esteja agindo como bode, essa é a hora para mudar de lado! Jesus irá levar consigo as ovelhas, ou seja, aqueles que forem obedientes e buscarem prosseguir no propósito.

As ovelhas foram injustiçadas e feridas, e Deus não mostrará misericórdia aos pastores infiéis. No entanto, aquelas ovelhas que ouve a sua voz e segue o Bom Pastor, elas receberão a grande promessa do cuidado e proteção: “eu livrarei as minhas ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas” (v. 22). Além disso, o Bom Pastor tem planos gloriosos para o seu povo: “Suscitarei para elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor.” (v.23). Que promessa maravilhosa! Deus afirma que haveria de suscitar um só pastor que irá pascentar o seu povo, que tomaria conta de Seu povo. Governaria em paz e retidão, e ultrapassaria aquilo que se conheceu durante o governo do Davi histórico. Seria um governante ideal que asseguraria a paz para o povo Essa profecia messiânica está relacionada com a vinda de Cristo da linhagem de Davi. Em Jo 10.11-14 são utilizadas palavras que refletem as ideias principais de Ezequiel.

Ele de fato, buscou as ovelhas perdidas, trouxe de volta as desgarradas, ligou e sarou as enfermas, deixando exemplo de Bom Pastor que “dá a vida pelas ovelhas”. Sem dúvida alguma, a vida que Jesus deu, foi na cruz quando se entregou à morte espontaneamente, como resgate, como sacrifício único e completo pela culpa de todos os pecadores. Ele deu a sua vida pelas ovelhas, livrando-as da morte, trazendo o pleno perdão. Agora, devemos também, amorosamente, buscar as ovelhas perdidas que estão por esse mundo afora, pois   Jesus não rejeita as ovelhas desgarradas e nem manda embora aquelas que vêm a ele. Ele recebe pecadores! O amor de Cristo acalma qualquer coração angustiado por causa do pecado. Ele está de braços abertos esperando, chamando pelo seu nome. Ele pode curar a ferida profunda que está dentro do seu coração. Ele estende os seus braços e te chama “Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. É consolador saber que Deus esquece os nossos pecados e lança-os no mais profundo mar.

Estimado irmão! Talvez, você seja uma ovelha perdida, desgarrada. Esteja fora do rebanho. Lembre-se que o Bom Pastor, Ele não lhe rejeita. Ele não desiste de lhe amar. A misericórdia de Deus é infinita. Não tem medida. Vai muito além de tudo que podemos pensar e imaginar. Ele mostra que há alegria, que há uma festa no céu, quando um pecador consegue compreender esse amor e arrependido volta para o Pai. Portanto, O SENHOR é um bom pastor para o seu povo! Amém!

 

 

 

TEXTO: Sl 67

TEMA:  TODOS OS POVOS LOUVEM AO SENHOR!

O Salmo 67 é cântico de agradecimento cantado pelo povo em uma celebração litúrgica festiva. Ele é importante para a missiologia do Antigo Testamento, porque há súplicas de bênçãos para a nação israelita, como sinal de que Deus está com seu povo, e porque deixa claro que o motivo dessas petições é a missão do povo de Israel perante as nações.

Neste sentido, a nação de Israel serviria de exemplo para todas as nações. Levaria às nações a reconhecerem que só o Criador pode abençoá-las e salva-las. Logo, para que as nações possam conhecer o caminho e experimentar a salvação (bem-estar, prosperidade, libertação), elas devem estar atentas às orientações que Deus, de maneira que possa aprender a viver, pois somente o Senhor tem caminhos de bênçãos (Sl 25.9,10). Isto demonstra que a bênção de Deus e Sua salvação devem ultrapassar as fronteiras de Israel, e ajudar a compreender como Deus quer que Seu povo se relacione com pessoas de outros povos e culturas.

É um salmo que constitui uma mensagem do próprio Deus, e que atinge toda humanidade em qualquer época ou lugar, pois todos os povos do presente século também são convocados a louvar ao Senhor, independente de raça, cor, língua ou nação. Quando o salmista diz “todos os povos” ele não exclui ninguém. Não há, e nunca houve, um único povo dispensado de adorar ao SENHOR. A razão é que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, e todas as coisas, para que possa refletir a glória de Deus na terra em todos os seus atos. Além disso, o Senhor nos escolheu para sermos seus filhos, mediante Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. E através de seu amor continua nos sustentando neste mundo, concedendo muitas bênçãos, como saúde, comida, vestes,  lar. Eis a razão, porque todos os povos devem louvar ao SENHOR! 

Estimados irmãos! No Antigo Testamento, em meio à tristeza e a dor, em meio às lembranças amargas, Deus sempre demostrou a sua bondade ao seu povo. Foram muitas bênçãos extraordinárias concedidas, como segurança, poder, riqueza, saúde, terras, bens, prosperidade. Deus o guardou e protegeu de todo mal. Os israelitas não precisavam temer os inimigos em sua caminhada para a terra prometida. O SENHOR estava no meio deles para guardá-los. Olhando todas estas bênçãos, o salmista suplica para que Deus seja gracioso, que continue abençoando o Seu povo, e que faça sua face resplandecer sobre si e seu povo. (v.1). Essas palavras expressam o modo com que Deus olha favoravelmente para o seu povo, ou seja, o rosto de Deus voltado em direção ao povo, significa sua presença no sentido de um relacionamento próximo e íntimo. Isto demonstra o quanto Deus foi gracioso.  E quando buscamos a Sua presença, ouvimos a Sua palavra, e nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, é certo que algo diferente acontecerá: receberemos muitas bênçãos e teremos uma palavra de vida e de instrução para dar a todos que estiverem ao nosso redor.

No entanto, o salmista vê esse ato gracioso de Deus, como uma oportunidade de tornar o caráter do SENHOR conhecido dos homens. Ele deseja que o conhecimento de Deus não fique restrito apenas aos israelitas, mas que todos os povos, conheçam a salvação que vem de Deus. Sendo assim, ele justifica, dizendo: “Para que se conheça na terra o seu caminho, e entre as nações a tua salvação”. (v.2). Outra maneira de dizer isso seria: Deus quer que os seus caminhos sejam conhecidos em toda a terra, que a Sua salvação seja conhecida entre toda tribo, toda língua, que Sua Lei (Torá), os princípios, a maneira como Ele governa a humanidade, sejam conhecidos entre às pessoas. Logo, para que o homem possa conhecer o Seu caminho e experimentar a salvação (bem-estar, prosperidade, libertação), ele deve estar atento à orientação que Deus, de maneira que possa aprender a viver, pois somente o SENHOR tem caminhos de bênçãos (Sl 25.9,10). 

Portanto, todos os povos são incentivados a louvarem a Deus, juntamente com Israel. Independente de raça, cor, língua ou nação, são convocados a louvar o nome do SENHOR. Dar a devida honra, exaltar, bendizer, glorificar ao único Ser que é digno de todo louvor e adoração, ao nosso Deus que criou os céus e a terra. Deus é merecedor deste louvor. O louvor que Deus exige deve abranger todos os aspectos de nossa vida. No culto, na casa onde moramos através do exemplo de nossa família, no trabalho através da nossa boa conduta. Na sociedade, tendo uma vida de obediência e confiança em Deus.

Todos os povos devem se alegrar e exultar: “Alegrem-se e exultem as gentes, pois julgas os povos com equidade.” (v.4a). O salmista demonstra que o SENHOR será um juízo dos povos. Isto poderia gerar uma impressão negativa de um juiz distante  e disposto apenas a condenar. No entanto, ele afirma que isso é motivo de alegria e não de tristeza para todos os povos, pois a ação de julgar do Deus de Israel, proporciona às nações ajuda salvífica em seus direitos. Ele não é Juiz num sentido jurídico/condenatório (do termo), mas um governante real que governa com justiça. Isto faz parte do caráter de Deus, como supremo Rei, julgar de maneira correta. Isto significa que os princípios de Deus são justos, corretos. Revela o controle soberano de Deus sobre a História e o modo justo de tratar aqueles que o temem e punir os que desprezam a Sua Palavra. Por isso, as nações podem se alegrar porque, seu governo é justo e conduz à salvação, de maneira que em todos os confins da terra deve reinar a alegria e o júbilo.

Outro detalhe importante é que todos os povos são guiados pelo Senhor: “guias na terra as nações.” (v.4b). Deus também demonstra que não exerce apenas o papel de Rei de toda a terra como juiz, mas como pastor que conduz graciosamente as nações. O Soberano conduz toda a terra, acompanhado por uma “preocupação pastoral” que evidencia uma liderança terna e graciosa. Esse termo era comumente aplicado à nação israelita como rebanho do SENHOR, como se vê no Salmo 23.3,O Salmo deixa explícito que seu pastoreio não está circunscrito ao território ou nação israelita, onde era adorado. Mas seu pastoreio era precisa ser reconhecido como SENHOR e salvador de todos os povos da terra. Sendo assim, todas as nações teriam motivos para se regozijar. Mas a maior alegria será no cumprimento final no céu, onde pessoas de todas as tribos e línguas louvarão a Deus. Naquele dia, nossa alegria será ainda maior, porque grandes multidões de todas as nações da terra louvarão a Deus conosco.

Quando alguém desfruta deste relacionamento especial com Deus, o resultado não pode ser outro, senão uma bênção: “A terra deu o seu fruto” (v.6a). Isto quer dizer que toda colheita é cumprimento da promessa divina,  conforme Levítico 26.3-4: “Se andardes nos meus estatutos, guardardes os meus mandamentos e os cumprirdes, então, eu vos darei as vossas chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua messe (colheita, safra), e a árvore do campo, o seu fruto”. No entanto, mesmo que o bom resultado da colheita fosse uma realidade, a petição não visa bênçãos para o salmista ou mesmo para Israel em si, mas para que isso sinalizasse a salvação de todos os povos, onde as bênçãos advindas do SENHOR seriam dadas à descendência de Abraão com a finalidade de que todas as famílias da terra também se tornassem participantes delas. O cuidado e a bondade de Deus sobre seu povo escolhido não demonstravam um favoritismo, mas uma exortação para que Israel lembrasse: “todas as famílias da terra” (Gn 12.3) seriam abençoadas. Lembrasse que não deveria ser egoísta diante das bênçãos divinas.

Se o salmista não foi suficientemente claro anteriormente nas suas colocações, ele, agora torna mais evidente, ao afirmar que o plano de Deus é para todos os povos: “Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o temerão” (v.7). A palavra “terra” não é relacionada apenas ao solo da colheita, mas ao mundo onde vivem todos as nações, conforme o versículo 4: “e guias na terra as nações”. O "temor de Deus" não significa medo, mas sim reverência, temor a Deus pelas bênçãos derramadas.

Estimados irmãos! Que inspirados neste salmo, possamos olhar para o passado e nos lembrar da importância de agradecer a Deus por tudo o que temos e somos, reconhecendo o agir de Deus em nossa vida e na vida das pessoas a nossa volta. E que todos os dias, onde quer que estejamos, em tudo o que fizermos, sejamos uma bênção, porque Deus nos abençoou primeiro. Diante dessas bênçãos que recebemos, tenhamos um propósito missionário com todas as nações: orar e levar o Evangelho. Unimos nossa voz à do salmista, quando clamou: “Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o temerão. Amém!