TEXTO: MT 25.1-13
TEMA: VIGIAI, POIS NÃO SABEIS QUANDO VIRÁ O SENHOR!
O fim do ano se aproxima. Um período de celebrações, reuniões e planejamento, mas também uma época de fazer balanços – tanto da vida pessoal como profissional. Da mesma forma, o fim do ano eclesiástico também se aproxima e nos lembra o fim do mundo e a volta do Senhor para levar os seus. Este período nos convida à vigilância, isto é, a andar com as nossas lâmpadas acesas, a fim de não sermos surpreendidos quando o Senhor chegar para nos chamar. Mas quem pensa desta forma? Quem conta com a vinda de Cristo? Infelizmente, a vinda de Cristo tornou-se para muitas pessoas, um assunto sem importância e sem valor. Muitos falsos mestres negam que Jesus voltará. Outros tentam enganar as pessoas marcando datas da vinda de Cristo. E têm aqueles que dizem crer na segunda vinda de Cristo, mas vivem como se Ele jamais fosse voltar.
A vinda de Cristo é certa, mas não sabemos o dia nem a hora. Pode ser a qualquer momento, quando soar o grito: “o noivo está chegando!” Como cristãos, devemos ser lembrados disso diariamente, para não acontecer que durmamos por causa da sua demora, ou venham nossos corações a ficar sobrecarregados com as coisas desse mundo. E a melhor maneira de nos prepararmos para este glorioso evento é vigiando e orando. A vigilância e a oração são essenciais para permanecermos firmes na fé e perseverarmos até o final. Isto só pode acontecer no momento em que vivermos em comunhão com Deus diariamente através de sua palavra e pelos sacramentos.
É bom ter isso em mente, quando estudamos a história das dez virgens. Mas o que significa o número dez? Dez é um número que denota plenitude, totalidade, o conjunto, a soma de tudo o que existe de alguma coisa. O contexto da parábola mostra que é uma história sobre a segunda vinda de Jesus. Nela encontramos o noivo que é Jesus. A noiva é a Igreja de Cristo. A lâmpada é símbolo da esperança. O azeite é símbolo da caridade e a chama é símbolo da fé. Mas quem eram as néscias e as prudentes? Qual o critério para distinguir umas das outras? Por que somente as prudentes participaram do casamento? O que elas representam? Por que havia a necessidade de se preparar para receber o noivo?
Essa parábola contada por Jesus está inserida em um contexto importante a ser considerado. Jesus está respondendo um dúvida dos discípulos, quando se encontravam no monte das Oliveiras. Eles se aproximaram de Jesus, e lhe pediram: “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”. (Mateus 24.3). Esta dúvida estava relacionado com as palavras que Jesus havia proferido anteriormente: “Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada”. (Mateus 24.2). Jesus não deu uma resposta diretamente. Mas respondeu através algumas parábolas, nas quais Ele fala a respeito da sua segunda vinda. Fala sobre o princípio das dores, sobre a grande tribulação e sobre como acontecerá a sua segunda vinda propriamente dita.
Jesus exemplificou a respeito de sua vinda, ao contar a parábola das dez virgens. Assim, como em todas as parábolas, Jesus também ilustra nesta parábola algo relacionado com o cotidiano. Ele usa o exemplo de um casamento para falar de sua volta. Em sua época, entre o povo judeu, o casamento era um momento muito especial, todos os rituais eram bem ensaiados preparados com antecedência. Existia um ritual muito interessante e alegre para o acompanhamento que conduzia a noiva. O noivo buscava a noiva na casa dela, antes de ir para a festa de casamento propriamente dito, que acontecia na casa dele. Eles se encontravam na rua. Depois, a noiva acompanhava o noivo até a casa dele. Ela não precisava trazer presentes, mas trazer uma lâmpada, porque isso era muito importante para a festa. Especialmente naquela época. Não havia eletricidade, iluminação.
Jesus apresenta estes detalhes sobre o casamento, quando afirma que “as dez virgens, tomando suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo” (v.1). Providas de lâmpadas, todas saíram para se encontrar com o noivo. Mas é importante destacar que havia uma diferença entre elas, cinco eram prudentes e cinco eram néscias. (v.2). Mas qual o critério para distinguir umas das outras? Inicialmente é difícil perceber quem são as prudentes e quem são as néscias, mas há um momento em que essa diferença se torna duramente visível: as néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite reserva consigo (v.3). O azeite a mais para deixar as lâmpadas acesas era fundamental. Não levar azeite foi uma atitude pessoal das virgens imprudentes. Talvez, entenderam que não havida necessidade, mas trouxe sérias consequências: o noivo se atrasou e todas caíram no sono, e consequentemente, as tochas começaram a se apagar, e ainda havia outro problema: não havia óleo reserva. Era preciso estar preparadas para receber o noivo.
Analisando atitude das néscias, como seria o comportamento dessas delas na atualidade? As cinco virgens néscias representam aquela categoria de pessoas que possuem uma forma cristã ou religiosa, nas quais falta a graça de Deus e a presença do Espírito Santo. As néscias dos dias de hoje são aquelas que sempre apresentam desculpas, quando faltam aos cultos. São aquelas que, mesmo participando do cultos, não se envolvem com as atividades da igreja para não se comprometerem. São aqueles que não mantém uma vida de oração constante a Deus. São aquelas abandonam a comunhão com os irmãos, e vivem no individualismo. São aquelas que são convocadas para ajudar, mas não ajudam e, muitas vezes, atrapalham quem quer trabalhar. Enfim, gostam de culpar o outros, mas são incapazes de reconhecer seus
Ao contrário das néscias, as virgens prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite de reserva para não correrem riscos de suas lâmpadas apagarem e perderem o casamento, pois, o Senhor nos afirmou que ninguém sabe quando é chegada a sua hora (v.4). Na verdade, demonstraram vigilância e souberam esperar pela vinda do noivo. Elas simbolizam aqueles que amam ao Senhor Jesus, guardando sua Palavra, e amando ao seu próxima também. Aqueles que não se envergonha do evangelho. Aqueles que vivem neste mundo de forma vivendo neste mundo de forma “sensata, justa e piedosamente.” (Tito 2.12-13). Aqueles que levam a cruz de Cristo e o segue. Aqueles que não se satisfaz com os costumes, erros e maneiras de pensar e viver deste mundo. É desta forma que o cristão deve viver em constante vigilância e aguardando a vida de Cristo. Vivendo desta maneira não permite que as coisas deste mundo e desta vida o desvie do seu alvo.
No entanto, “à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo!” (v.6). Naquele momento tanto as néscias como as prudentes, foram tomados de surpresa. Estavam dormindo. Apesar de ser um horário pouco usual (à meia-noite), todas prepararam as suas lâmpadas e saíram ao encontro do noivo. Mas somente as cinco prudentes, com suas lâmpadas acesas, acompanham o noivo para a festa de casamento. As outras cinco imprudentes não são recebidas pelo noivo, pois não conseguiram manter suas lâmpadas acessas. Não tinham mais óleo. Na verdade, as néscias não se prepararam para manter um encontro com o noivo. Não permaneceram vigilantes. Adormeceram. Faltou óleo. As lâmpadas apagaram. E, por isso, não puderam participar do casamento. Não tendo outra alternativa, as néscias suplicam às prudentes: “Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão apagadas.” (v.8).Mas as prudentes responderam: “Não podemos, pois assim faltará tanto para nós quanto para vós outras! Ide, portanto, aos que o vendem e comprai-o”. (v.9).Eles, então, saíram à pressas à procura do um vendedor de óleo.
Nesse meio tempo, veio o noivo e entrou com as cinco prudentes no salão de festas, e a porta foi fechada. Quando as néscias retornam, batem à porta e pedem para entrar: “Senhor, senhor, abre-nos a porta!” (v.11).A porta foi fechada para aquelas mulheres que não se prepararam para receber o noivo. A porta fechou e não abriu mais. Porta fechada nos causa desespero, nos dá insegurança, medo. Gostamos de portas abertas. Jesus é a porta. A porta através da qual nós temos que entrar para sermos salvos. É Ele mesmo quem diz: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á.” O que nos garante uma feliz entrada pela porta é a fé, este maravilhoso presente de Deus dado a cada um pelos meios da graça.
Portanto a porta da salvação está aberta. Mas chegará o tempo quando ela será fechada para sempre. Quem estiver do lado de fora vai bater e terá a resposta: “Em verdade vos digo que não vos conheço”. (v.12). Quando o Senhor Jesus disse que não conhecia aquelas virgens néscias, será que Ele estava dizendo que não sabia quem eram elas? Claro que não, porque Deus conhece todo mundo. Ele é Onisciente, conhecedor de todas as coisas. O conhecer deste contexto é diferente de um simples conhecer; é algo mais intenso, mais profundo, mais íntimo. E ainda Lucas traz mais detalhes: “Não sei donde vós sois; apartai-vos de mim todos os que praticais iniquidades” (13.27).
Jesus finaliza a parábola das dez virgens não respondendo de forma precisa ao que os discípulos queriam saber. Os discípulos queriam saber o “quando” seria a vinda de Cristo e o final dos tempos. Jesus preferiu mostrar que Ele viria, que Sua vinda era certa, e. por isso. havia a necessidade de se preparar. Jesus deixou muito claro que o dia e a hora de seu retorno são desconhecidos. Por esse motivo Ele exige que seus seguidores estejam sempre preparados. Sendo assim, alertou: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. (v13). Vigiai é uma ordem que significa que o povo de Deus deve estar sempre atento. Preparado para o grande dia da volta do Senhor Jesus. Isto é possível, vivendo uma vida devota no presente e esperar ansiosamente a vinda de Cristo. Paulo afirma: “Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”, “vivendo neste mundo de forma “sensata, justa e piedosamente.” (Tito 2.12-13).
Contudo, precisamos ter clareza de que, para sermos vencedores, não basta apenas que a nossa lâmpada esteja acesa. É preciso ter azeite sobrando na vasilha Precisamos escolher em que grupo queremos estar: no das néscias, que não levaram a sério sua vida religiosa, que não se prepararam para receber o noivo, e, por isso, receberão a sentença: “Lançai, pois, o servo inútil nas trevas; ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 25.30). Ou das prudentes que em todo tempo conservaram suas lâmpadas cheias e ainda proveram reservas para si. Então, o Senhor lhe dirá: “Servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.” (Mateus 25.21).
Portanto, sejamos sábios e prudentes e preparemo-nos enquanto há tempo, vigiando e orando. Amém!
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