TEXTO: Sl 67
TEMA: TODOS OS POVOS LOUVEM AO SENHOR!
O Salmo 67 é cântico de agradecimento cantado pelo povo em uma celebração litúrgica festiva. Ele é importante para a missiologia do Antigo Testamento, porque há súplicas de bênçãos para a nação israelita, como sinal de que Deus está com seu povo, e porque deixa claro que o motivo dessas petições é a missão do povo de Israel perante as nações.
Neste sentido, a nação de Israel serviria de exemplo para todas as nações. Levaria às nações a reconhecerem que só o Criador pode abençoá-las e salva-las. Logo, para que as nações possam conhecer o caminho e experimentar a salvação (bem-estar, prosperidade, libertação), elas devem estar atentas às orientações que Deus, de maneira que possa aprender a viver, pois somente o Senhor tem caminhos de bênçãos (Sl 25.9,10). Isto demonstra que a bênção de Deus e Sua salvação devem ultrapassar as fronteiras de Israel, e ajudar a compreender como Deus quer que Seu povo se relacione com pessoas de outros povos e culturas.
É um salmo que constitui uma mensagem do próprio Deus, e que atinge toda humanidade em qualquer época ou lugar, pois todos os povos do presente século também são convocados a louvar ao Senhor, independente de raça, cor, língua ou nação. Quando o salmista diz “todos os povos” ele não exclui ninguém. Não há, e nunca houve, um único povo dispensado de adorar ao SENHOR. A razão é que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, e todas as coisas, para que possa refletir a glória de Deus na terra em todos os seus atos. Além disso, o Senhor nos escolheu para sermos seus filhos, mediante Jesus Cristo que morreu na cruz para nos salvar. E através de seu amor continua nos sustentando neste mundo, concedendo muitas bênçãos, como saúde, comida, vestes, lar. Eis a razão, porque todos os povos devem louvar ao SENHOR!
Estimados irmãos! No Antigo Testamento, em meio à tristeza e a dor, em meio às lembranças amargas, Deus sempre demostrou a sua bondade ao seu povo. Foram muitas bênçãos extraordinárias concedidas, como segurança, poder, riqueza, saúde, terras, bens, prosperidade. Deus o guardou e protegeu de todo mal. Os israelitas não precisavam temer os inimigos em sua caminhada para a terra prometida. O SENHOR estava no meio deles para guardá-los. Olhando todas estas bênçãos, o salmista suplica para que Deus seja gracioso, que continue abençoando o Seu povo, e que faça sua face resplandecer sobre si e seu povo. (v.1). Essas palavras expressam o modo com que Deus olha favoravelmente para o seu povo, ou seja, o rosto de Deus voltado em direção ao povo, significa sua presença no sentido de um relacionamento próximo e íntimo. Isto demonstra o quanto Deus foi gracioso. E quando buscamos a Sua presença, ouvimos a Sua palavra, e nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, é certo que algo diferente acontecerá: receberemos muitas bênçãos e teremos uma palavra de vida e de instrução para dar a todos que estiverem ao nosso redor.
No entanto, o salmista vê esse ato gracioso de Deus, como uma oportunidade de tornar o caráter do SENHOR conhecido dos homens. Ele deseja que o conhecimento de Deus não fique restrito apenas aos israelitas, mas que todos os povos, conheçam a salvação que vem de Deus. Sendo assim, ele justifica, dizendo: “Para que se conheça na terra o seu caminho, e entre as nações a tua salvação”. (v.2). Outra maneira de dizer isso seria: Deus quer que os seus caminhos sejam conhecidos em toda a terra, que a Sua salvação seja conhecida entre toda tribo, toda língua, que Sua Lei (Torá), os princípios, a maneira como Ele governa a humanidade, sejam conhecidos entre às pessoas. Logo, para que o homem possa conhecer o Seu caminho e experimentar a salvação (bem-estar, prosperidade, libertação), ele deve estar atento à orientação que Deus, de maneira que possa aprender a viver, pois somente o SENHOR tem caminhos de bênçãos (Sl 25.9,10).
Portanto, todos os povos são incentivados a louvarem a Deus, juntamente com Israel. Independente de raça, cor, língua ou nação, são convocados a louvar o nome do SENHOR. Dar a devida honra, exaltar, bendizer, glorificar ao único Ser que é digno de todo louvor e adoração, ao nosso Deus que criou os céus e a terra. Deus é merecedor deste louvor. O louvor que Deus exige deve abranger todos os aspectos de nossa vida. No culto, na casa onde moramos através do exemplo de nossa família, no trabalho através da nossa boa conduta. Na sociedade, tendo uma vida de obediência e confiança em Deus.
Todos os povos devem se alegrar e exultar: “Alegrem-se e exultem as gentes, pois julgas os povos com equidade.” (v.4a). O salmista demonstra que o SENHOR será um juízo dos povos. Isto poderia gerar uma impressão negativa de um juiz distante e disposto apenas a condenar. No entanto, ele afirma que isso é motivo de alegria e não de tristeza para todos os povos, pois a ação de julgar do Deus de Israel, proporciona às nações ajuda salvífica em seus direitos. Ele não é Juiz num sentido jurídico/condenatório (do termo), mas um governante real que governa com justiça. Isto faz parte do caráter de Deus, como supremo Rei, julgar de maneira correta. Isto significa que os princípios de Deus são justos, corretos. Revela o controle soberano de Deus sobre a História e o modo justo de tratar aqueles que o temem e punir os que desprezam a Sua Palavra. Por isso, as nações podem se alegrar porque, seu governo é justo e conduz à salvação, de maneira que em todos os confins da terra deve reinar a alegria e o júbilo.
Outro detalhe importante é que todos os povos são guiados pelo Senhor: “guias na terra as nações.” (v.4b). Deus também demonstra que não exerce apenas o papel de Rei de toda a terra como juiz, mas como pastor que conduz graciosamente as nações. O Soberano conduz toda a terra, acompanhado por uma “preocupação pastoral” que evidencia uma liderança terna e graciosa. Esse termo era comumente aplicado à nação israelita como rebanho do SENHOR, como se vê no Salmo 23.3,O Salmo deixa explícito que seu pastoreio não está circunscrito ao território ou nação israelita, onde era adorado. Mas seu pastoreio era precisa ser reconhecido como SENHOR e salvador de todos os povos da terra. Sendo assim, todas as nações teriam motivos para se regozijar. Mas a maior alegria será no cumprimento final no céu, onde pessoas de todas as tribos e línguas louvarão a Deus. Naquele dia, nossa alegria será ainda maior, porque grandes multidões de todas as nações da terra louvarão a Deus conosco.
Quando alguém desfruta deste relacionamento especial com Deus, o resultado não pode ser outro, senão uma bênção: “A terra deu o seu fruto” (v.6a). Isto quer dizer que toda colheita é cumprimento da promessa divina, conforme Levítico 26.3-4: “Se andardes nos meus estatutos, guardardes os meus mandamentos e os cumprirdes, então, eu vos darei as vossas chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua messe (colheita, safra), e a árvore do campo, o seu fruto”. No entanto, mesmo que o bom resultado da colheita fosse uma realidade, a petição não visa bênçãos para o salmista ou mesmo para Israel em si, mas para que isso sinalizasse a salvação de todos os povos, onde as bênçãos advindas do SENHOR seriam dadas à descendência de Abraão com a finalidade de que todas as famílias da terra também se tornassem participantes delas. O cuidado e a bondade de Deus sobre seu povo escolhido não demonstravam um favoritismo, mas uma exortação para que Israel lembrasse: “todas as famílias da terra” (Gn 12.3) seriam abençoadas. Lembrasse que não deveria ser egoísta diante das bênçãos divinas.
Se o salmista não foi suficientemente claro anteriormente nas suas colocações, ele, agora torna mais evidente, ao afirmar que o plano de Deus é para todos os povos: “Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o temerão” (v.7). A palavra “terra” não é relacionada apenas ao solo da colheita, mas ao mundo onde vivem todos as nações, conforme o versículo 4: “e guias na terra as nações”. O "temor de Deus" não significa medo, mas sim reverência, temor a Deus pelas bênçãos derramadas.
Estimados irmãos! Que inspirados neste salmo, possamos olhar para o passado e nos lembrar da importância de agradecer a Deus por tudo o que temos e somos, reconhecendo o agir de Deus em nossa vida e na vida das pessoas a nossa volta. E que todos os dias, onde quer que estejamos, em tudo o que fizermos, sejamos uma bênção, porque Deus nos abençoou primeiro. Diante dessas bênçãos que recebemos, tenhamos um propósito missionário com todas as nações: orar e levar o Evangelho. Unimos nossa voz à do salmista, quando clamou: “Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o temerão. Amém!
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