sábado, 30 de agosto de 2025

 

TEXTO: DT 30.15-20

TEMA:  SEJAMOS SÁBIOS, ESCOLHEMOS UMA VIDA COM DEUS!

 Este texto foi escrito por Moisés quando o povo de Israel estava prestes a entrar na terra prometida. Mas antes que os israelitas cruzassem o Jordão e iniciassem a luta da conquista, eles precisavam estar cientes das implicações desse ato e do que se fazia necessário, não só para entrar na terra, mas para lá permanecer e receber as bênçãos duradouras. É justamente neste momento que Moisés, em fim de carreira, prestes a passar a liderança do povo de Israel a Josué, apresenta uma avaliação séria do povo na tomada de uma decisão. Sendo assim, conclama seu povo para decidir-se pela “vida e o bem, a morte e o mal, a bênção ou a maldição”.

Hoje, também precisamos fazer escolhas. Aliás, nossas vidas são feitas de escolhas. Geralmente são escolhas difíceis de serem tomadas, pois sempre temos decisões que nortearão o nosso futuro. Por isso, a escolha nem sempre é fácil. Ficamos sempre à frente do certo ou errado, do bom ou ruim, da luz ou trevas, e, muitas vezes, nos deparamos sempre diante de uma encruzilhada, onde permanecemos um bom tempo, até conseguirmos decidir para que lado devemos ir. Neste sentido, as nossas escolhas poderão trazer sobre nossas vidas muitas bênçãos ou maldições. Ocorre que. muitas vezes, nossas mentes tendem a fazer escolhas, baseadas em valores e modelos que o mundo nos oferece. Esses valores podem nos levar a decisões erradas. Daí a necessidade de fazermos a escolha certa, para não vivermos de maneira frustrada, convivendo com fracassos. Portanto, sejamos sábios, escolhemos uma vida com Deus!

                                                                 I

 Ao analisarmos o texto, Moisés coloca duas opções ao povo: escolher o caminho da vida, do bem e da bênção ou escolher o caminho da morte, do mal e da maldição. Moisés entende que a melhor opção para o povo é o caminho da vida, do bem e da bênção, porque esta opção envolve a multiplicação do povo e a longevidade na terra, que foi prometida aos pais Abraão, Isaque e Jacó. Este caminho da vida concretiza-se, guardando os mandamentos que Deus deu ao povo, os juízos e estatutos que organizam a vida. Seguir esses mandamentos e juízos de Deus significa viver numa terra abençoada: “então, viverás e te multiplicarás, e o Senhor, teu Deus te abençoará.” (v.16). Esta afirmação foi lembrada, várias vezes, ao povo e os seus reis pelos profetas, de que é o próprio Deus que garante a permanência na terra, se eles obedecessem aos seus mandamentos e juízos.

Também somos convidados a viver em comunhão com Deus. Ele nos deixou, através de sua Palavra, muitas instruções a respeito de como devemos viver para Ele. Essas instruções incluem o mandamento de amar uns aos outros, de segui-lo e negar os nossos próprios desejos, bem como a exortação e cuidado dos pobres e necessitados. Sendo assim, a vontade de Deus é que vivamos em comunhão com Ele e uns com os outros, procurando fortalecer nossa comunhão através da oração, da leitura da Palavra de Deus, da obediência, do louvor. Não podemos desprezar a comunhão com outros cristãos, porque, quando temos comunhão com outros cristãos, crescemos mais em nossa comunhão com Deus. Juntos, podemos crescer em amor, fé e esperança. E temos a oportunidade para pôr em prática tudo que Jesus nos ensina sobre o amor ao próximo. Ele resumiu da seguinte forma: “Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes" (Marcos 12.29-31).

                                                                    II

No entanto, Moisés introduz uma restrição ao que foi dito sobre o buscar pela “vida e o bem, a morte e o mal, a bênção ou a maldição”: “se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires.” (v.17). Esta não é a primeira vez que o povo é exortado. Desde a saída do Egito, os israelitas, várias vezes, se desviaram da comunhão com o Senhor, tendo consequências desastrosas por não quererem ouvir à Sua voz. Com o coração endurecido não deram ouvido ao Senhor, se inclinaram e passaram a servir a outros deuses, e consequentemente passaram a seguir outros caminhos. Temos muitos exemplos na Bíblia de homens que deixaram seu coração temente a Deus, se inclinaram aos deuses e se afastaram do Senhor. Por isso, o optar por este caminho, vivendo de forma idólatra, servindo a outros deuses, haveriam de perecer. Neste sentido Moisés, afirma: “então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais passando o Jordão, para a possuíres. (v.18).

Moisés vai além desta exortação. Ele afirma que os céus e a terra depõem contra os israelitas diante de sua desobediência: “O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” (v.19). O Senhor invoca céus e terra como testemunhas. Como se a história e a própria criação fossem testemunhas dessa decisão crucial na vida do povo. Neste tribunal da história, o povo precisava escolher entre vida ou morte, bênção ou maldição. A expressão céus e a terra como testemunhas serve para acentuar ainda mais a exortação: Israel deve escolher a vida! Sendo assim, Moisés exorta com todo o amor: “escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência”. Escolher hoje o caminho da vida repercutirá nas gerações futuras. A escolha é, portanto, vital e tem dimensões de futuro para o povo.

No entanto, depois que entraram na Terra Prometida, os filhos de Israel logo se esqueceram da comunhão com Deus e das bênçãos derramadas. Eles se esqueceram da aliança com Deus e deixaram de andar em obediência a Ele. A História narra os fatos da situação do povo de Israel depois da morte de Josué. Naquele tempo, não havia mais um líder. Cada um vivia e fazia o que era da sua vontade. Assim, na maioria das vezes, o povo se desviava dos caminhos de Deus. Consequentemente, Deus o entregava nas mãos de seus inimigos. Esta era a vida do povo de Israel. Este ciclo repetitivo mostra a sua realidade naquela época. O povo preferiu morte, mal e maldição.

Se os filhos de Israel, ao avaliar a proposta de Moisés, tivessem optado pela vida ao invés da morte, jamais teriam sido presas de seus inimigos! Não teriam sido escravizados, castigados, envergonhados e mortos pelos babilônicos, assírios, etc. Teriam sido vitoriosos em todas as batalhas ao rejeitar o Senhor e Seus caminhos, mas escolheram a trajetória da morte. Em outra oportunidade, Moisés já havia advertido de que, se desobedecessem a aliança que fizera com o Senhor, seriam alvo de maldições: “Se, porém, não ouvires a voz do Senhor teu Deus, se não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno, virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão.” (Deuteronômio 28.15). E ainda: os "céus seriam fechados sobre eles” (v.23), em vez de chuva abundante sobre as colheitas, teriam chuva de cinza e pó (v. 24), teriam as plantações destruídas (vv. 38 e 39).

Quantas pessoas se perdem, na hora das escolhas. Quantas já se foram, porque fizeram a escolha errada, propósitos errados e sem objetivos concretos. Quantas pessoas estão sofrendo e vivendo sem direção espiritual, pois confiaram em sua inteligência e capacidade, e optaram em escolher morte, mal e maldição. E, assim, nos devíamos dos caminhos do Senhor. Não damos atenção e, quando percebemos, o nosso coração não pertence mais a Deus. Mas o que tem roubado, aos poucos, o nosso coração da presença do Senhor? São tantas coisas que nos impedem de manter uma comunhão com Deus. São as tentações, os atrativos que existem neste mundo, sedução pelas riquezas, acumulação de bens.

Nossos próprios entendimentos e sentimentos podem nos levar a desviar daquilo que Deus quer para nós quando escolhemos o caminho da morte, maldição, mal. É um caminho tão distante do Senhor. Por isso, precisamos nos reconciliar com Deus. É imprescindível um coração arrependido que deseje, acima de tudo, estar  sempre em comunhão com o Senhor. Mas o desejo do coração precisa ser também demonstrado. É necessário agir para nos manter em comunhão com o Senhor. Lemos em Proverbio: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (3.5). A melhor coisa a fazer com o nosso coração, é motivá-lo a confiar em Deus em todo o tempo. Sendo assim, Moisés nos ensina que a escolha do caminho da vida se dá “amando o Senhor nosso Deus, dando ouvidos à sua voz, apegando-se a ele.” (v.20).Disto dependia a vida dos filhos de Israel para que pudessem na terra que o Senhor,  ter uma vida abençoada.

Portanto, se fizermos a escolha errada, colheremos maus frutos. Mas se fizermos a escolha certa, colheremos bons frutos. Se desejarmos viver melhor, prósperos, abençoados, não andando nos caminhos da morte, teremos uma vida abençoada. Sejamos sábios e escolhemos uma vida com Deus para gozarmos dos privilégios que Ele nos concede quando fazemos a sua vontade. Amém!

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