segunda-feira, 18 de agosto de 2025

TEXTO: IS 66.18-24

TEMA: A MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS ÀS NAÇÕES

Estimados irmãos! Que a paz do nosso Senhor Jesus Cristo nos acompanhe neste dia. Convido-os a abrir suas Bíblias em IS capítulo 66, versículos 18 - 24, e refletimos sobre a nossa mensagem. O nosso tema é:   A manifestação da glória de Deus às nações.

A história do Antigo Testamento ,muitas vezes. se concentra em Israel como o povo escolhido de Deus. E, de fato, Israel foi escolhido — não por mérito próprio, mas pela graça de Deus (Dt 7.6-8). Foi um povo separado das nações que viviam ao redor de Israel. Da mesma forma, também foram portadores da aliança, da Lei, dos profetas e, acima de tudo, da promessa messiânica. Mas o plano de Deus nunca foi de exclusividade. Ele usou um povo para, por meio dele, alcançar todos os povos. Mesmo em meio a uma aliança centrada em Israel, Deus sempre mantinha os olhos nas nações. Havia uma expectativa futura — como a que Isaías declara — de que a manifestação da glória de Deus permeia a  toda às nações. Mas de que forma? A resposta encontramos no texto. Isaías apresenta três ponto de vista sobre o assunto:

Primeiro, Deus reúne as nações para Si.  Ele não está limitado a um povo ou a uma cultura. A sua intenção  é reunir todas as nações.Sendo assim, envia mensageiros às nações mais distantes como Társis, Pul e Lude – símbolos de povos desconhecidos e distantes de Israel. Esses mensageiros anunciariam a manifestação da glória do SENHOR a todas as nações – a revelação do próprio Deus, Seu caráter, feitos e salvação. Isso aponta para a Grande Comissão, em que Jesus envia os discípulos a todas as nações (Mateus 28.19).

Segundo, adoração Deus se torna universal e eterno. A adoração que antes era centralizada em Jerusalém agora é universal e eterna. Isto significa que  o caráter universal da adoração é expresso pela participação de todas as nações, sem restrição. Não será limitada a um povo ou a um local específico, mas será uma prática contínua, global e eterna. Ela é eterna porque não tem começo nem fim. Ela não é um evento passageiro, mas uma realidade que transcende o tempo. Portanto, a manifestação da glória de Deus é uma realidade que abrange tudo e todos, desde o vasto universo até os atos mais simples de bondade. É uma promessa que se estende por toda a eternidade.

Terceiro, o contraste final: glória para uns, juízo para outros. A manifestação da glória de Deus traz salvação e adoração para os que se rendem, mas também revela o justo juízo sobre os rebeldes. O juízo é eterno e visível — apontando para realidades como o inferno e a separação definitiva de Deus.A glória de Deus é tão plena que nada pode ficar oculto diante dela — nem a fé dos justos, nem a rebelião dos ímpios. Não podemos ignorar a realidade do juízo eterno — há salvação, mas também condenação.

Somos convidados também a manifestar a glória de Deus a todas as nações. Anunciar a mensagem da salvação em Jesus Cristo é a forma mais direta de glorificar a Deus. Por isso, precisamos  olhar para além dos nossos próprios limites – sejam eles geográficos, culturais ou sociais – e a nos envolver no propósito de Deus. A pergunta que surge é se a nossa vida realmente reflete essa missão. Estamos agindo de forma que a glória de Deus se manifeste no nosso dia a dia? Diante das nossas atitudes, palavras e escolhas, estamos sendo um canal para que essa glória seja vista e conhecida por aqueles que estão ao nosso redor?

O texto começa com a declaração de que Deus conhece as obras e os pensamentos dos homens: “Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos”. (v.18a). As Escrituras hebraicas afirmam repetidamente que Deus não apenas via as ações e obras de seu povo, mas também perscrutava seus pensamentos, intenções e o estado mais íntimo de seus corações. O Salmo 139.2 é um dos exemplo: "Senhor, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces”. Demonstra que Deus estava ciente de cada movimento, escolha e momento de existência de Seu povo.Nenhuma ideia, por mais secreta ou fugaz, estava oculta de Seus olhos.

No entanto, este “conhecer” de Deus tem um significado mais profundo, Ele que vai além de uma simples compreensão intelectual. Sugere um conhecimento que tem uma visão completa da humanidade, tanto de suas ações visíveis quanto de suas intenções ocultas. Ele conhece as nossas obras. Tudo o que fazemos, seja bom ou ruim — são manifestações externas de nossa fé e nosso caráter. Deus as conhece perfeitamente as nossas ações de amor, serviço, generosidade, mas também de egoísmo ou maldade,  que não passam despercebidas por Ele.  Mas Ele vai além disso. Ele conhece os nossos pensamentos, até mesmo aqueles que não conseguimos expressar em palavras. Conhece nossos pensamentos mais íntimos,  intenções,  medos e nossas motivações secretas.  Cada pecado, pensamento impuro, intenção egoísta, é conhecido por Ele. Isso significa que não podemos esconder nada d’Ele. Ele não pode ser  enganado por uma fé superficial ou por rituais vazios.Mas o lado bom é que, mesmo assim, Deus nos ama. Ele nos conhece por completo, com todas as nossas imperfeições, falhas e fraquezas, e ainda assim, nos amou tanto que entregou seu único filho, Jesus, para morrer por nós.Como diz Romanos 5.8, "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores."

Conhecendo as nossas obras e pensamentos, Deus vai reunir todas as nações: "e venho para ajuntar todas as nações e línguas”.(v.18b). É uma profecia notável, um tema recorrente em Isaías e em outros profetas, que aponta para um futuro em que Deus irá trazer um julgamento e, ao mesmo tempo, uma salvação que se estenderá além do povo de Israel. É um plano universal, pois indica que será uma  "reunião" de "todas as nações e línguas" .Ele mesmo estabelece: venho para ajuntar”,"vem para reunir" ou "está vindo para reunir".  A menção de "línguas" reforça essa universalidade. A diversidade cultural e linguística não é uma barreira para o plano de Deus. Todos serão convocados a comparecer diante dele. A vinda de Jesus Cristo é vista como o cumprimento dessa promessa. A ordem dada aos seus seguidores de irem "por todo o mundo e pregarem o evangelho a toda criatura" (Marcos 16.15) é a manifestação desse ajuntamento.

As profecias de Isaías  previam um tempo em que o Messias viria não apenas para o povo de Israel, mas para todas as nações. Isso era uma promessa  em uma época em que a adoração a Deus era, em grande parte, restrita a um único povo: “ elas virão e contemplarão a minha glória”.(v.18c). Por muito tempo, os israelitas acreditaram que a salvação era exclusividade deles. Mas Isaías deixa claro que Deus não quer salvar apenas os judeus. Ele quer salvar todas as nações. Ele quer alcançar pessoas de todas as línguas, de todas as culturas e de todos os povos. Ele quer que a sua glória seja vista por todos. A palavra כָּבוֹד (glória) na Bíblia hebraica frequentemente se refere à manifestação da presença, poder e majestade de Deus. Ela é frequentemente associada a fenômenos como a nuvem no deserto (Êxodo 16.10), a fumaça sobre o Monte Sinai, e o brilho que encheu o Tabernáculo e o Templo de Salomão. Esta é a forma como Deus se revela ao seu povo. Quanto  às nações e línguas”, elas "virão e verão" a glória de Deus.Não se trata de ouvir falar da glória de Deus, mas de vê-la com os próprios olhos e terá um impacto transformador nos que a veem. Isso implica um reconhecimento universal de quem Deus é, um evento que culminará em adoração e testemunho.

Deus vai mostrar esses recém-chegados um sinal de Sua glória, e enviá-los como missionários para terras pagãs. Ele afirma:“E porei/colocarei (וְשַׂמְתִּי ) entre eles ( בָהֶם ) um sinal” ( אֹות ). (v.19a). Que sinal é este? Será que esse sinal é uma marca ou um milagre?Sinal é frequentemente um evento ou objeto que serve como uma prova visível da ação divina.Alguns comentaristas acreditam tratar-se do Messias. Outros acreditam que esse sinal se refere a um ato poderoso de julgamento. Mesmo não descrito em detalhes,o seu propósito é claro: ele será uma manifestação tão poderosa da presença e autoridade de Deus. É o que faz a missão deixar de ser apenas uma ideia para se tornar uma realidade. Um segundo detalhe é que esse evento marcará o início de um movimento em que “aqueles que foram salvos por Deus serão enviados a povos distantes” (v.19b). Quem são os salvos?Os "salvos" ou "os que escaparem de entre eles" são os sobreviventes da nação de Israel que foram purificados e que permaneceram fiéis a Deus em meio aos julgamentos e à opressão.

Estes remanescentes, são os primeiros a testemunhar a glória de Deus e, por isso, são comissionado e enviados às nações distantes, que nunca ouviram falar do Seu poder e da Sua glória,como: “a Társis, Pul e Lude , que atiram com o arco, a Tubal e Javã, até às terras do mar mais remotas".( v.19b). O nome desses lugares foram projetados para especificar  para onde a mensagem seria enviada. Não é exaustiva, mas representa os confins do mundo conhecido. Do extremo ocidente ao mundo grego, a profecia indica que a mensagem de Deus se destina a alcançar todas as culturas e geografias, incluindo as "ilhas distantes" que nunca ouviram falar d'Ele. Isso enfatiza a natureza universal do plano de Deus para a salvação, que se estende além de Israel, abrangendo todos os povos.

O propósito final desta missão não é converter pessoas ao judaísmo, mas anunciar a glória de Deus — Seu poder, majestade e caráter — ao mundo inteiro que "jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória".(v.19c).O objetivo é: "eles anunciarão entre as nações a minha glória", (v.19d). Este é o propósito central de toda a profecia. Os mensageiros não vão apenas falar sobre um conjunto de regras ou uma história de um povo. Eles vão anunciar a glória de Deus. É justamente a manifestação dessa glória que atrairá as nações a Deus. Somos chamados também a anunciar a glória de Deus ao mundo. Este chamado reflete o conceito central do cristianismo, onde os fiéis são convocados a divulgar a mensagem de Deus e seus feitos maravilhosos para todas as pessoas.

Contudo, anunciar a glória de Deus não se limita a palavras, mas também se manifesta no serviço ao próximo e no amor ao próximo, como expressa a parábola do Bom Samaritano. É o chamado para mostrar  o poder,majestade e  caráter de Deus  para aqueles que ainda não o conhecem. Vejamos o que diz o salmista: “Anunciai entre as nações a sua glória”. (Sl 96.3). A palavra glória aqui se refere à essência, ao caráter e à majestade de Deus.  Em 1 Coríntios 10.31, Paulo nos instrui: “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.” As palavras de Paulo nos lembra que até as coisas mais simples, como comer e beber, devem ser feitas com gratidão e consideração a Deus. Isso implica em escolhas conscientes que refletem a vontade de Deus em nossas vidas.Tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus. Seja em momentos de adoração, em nossa rotina diária ou mesmo em meio ao sofrimento, nosso objetivo é exaltar a Deus. Que possamos abraçar esse chamado com alegria, vivendo cada dia para a honra do nosso Criador, sendo verdadeiros adoradores, refletindo Sua glória em tudo o que fazemos.

O profeta,agora descreve um cenário grandioso e simbólico, onde pessoas de todas as nações se juntam para adorar ao SENHOR em Jerusalém. Jeremias faz quatro comparação. Primeiro: “Trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por oferta ao Senhor”. (v.20a). A expressão "vossos irmãos" refere-se as pessoas de todas as nações que se unirão ao povo de Israel na fé. Eles não vêm como conquistadores ou visitantes, mas como uma oferta preciosa a Deus. Isso mostra que a salvação e a adoração a Deus não seriam exclusivas de um único grupo, mas se estenderiam a toda a humanidade. Segundo: virão “sobre cavalos, em liteiras e sobre mulas e dromedários”. (v.20b). A menção desses meios de transporte luxuosos e diversos simboliza a reverência, o esforço e a dignidade com que as nações trarão sua adoração. Isso contrasta com a forma como, no passado, os povos pagãos tratavam Israel, muitas vezes. com violência e desprezo. Agora, eles vêm de forma honrosa, reconhecendo a majestade do Senhor.Terceiro: “ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o Senhor”. (v.20c). Jerusalém é o local central dessa adoração. Isso representa o cumprimento das promessas de Deus e a união de todos os povos em um único centro de adoração. Em um sentido espiritual, isso aponta para a nova Jerusalém, o lugar de encontro final de toda a humanidade redimida com Deus. Quarto: “como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas de manjares, em vasos puros à Casa do Senhor”. (v.20d).Esta comparação é fundamental. A forma como as nações viriam para adorar seria tão pura e aceitável a Deus quanto as ofertas que os próprios israelitas traziam ao templo. Isso quebra a barreira entre judeus e gentios, mostrando que a adoração de todos os crentes seria igualmente válida e pura aos olhos de Deus.

Há um outro ato grandioso em que Deus declara que, na nova era, que Ele está inaugurando  escolherá "deles" — isto é, das nações, dos gentios — para servir como sacerdotes e levitas: “Também deles tomarei a alguns para sacerdotes e para levitas, diz o SENHOR”. (v.21). Isso tem um impacto profundo por várias razões: primeiro, as barreiras são quebradas: a profecia derruba a barreira étnica e tribal que separava o povo de Israel do resto do mundo. A salvação e o serviço a Deus não estariam mais restritos a um grupo, mas seriam estendidos a todas as nações. Segundo, estabelece-se uma inclusão total: o versículo mostra que a inclusão dos gentios na adoração a Deus não seria apenas superficial. Eles não seriam apenas participantes, mas teriam um papel ativo e fundamental no serviço religioso, ocupando as posições mais honradas e sagradas. E finalmente, um novo sacerdócio: isso aponta para o que a Nova Aliança, concretizada em Cristo, viria a estabelecer: o sacerdócio de todos os crentes. Em 1 Pedro 2.9, o apóstolo Pedro escreve: "Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus..." Essa é a realização da profecia de Isaías, onde todos os que creem em Jesus, independentemente de sua origem, são chamados a servir como sacerdotes. Portanto é uma promessa de inclusão e igualdade diante de Deus. Ele aponta para um futuro onde o serviço e a liderança religiosa não seriam determinados pela linhagem ou etnia, mas pela graça e chamado divinos, estendidos a toda a humanidade.

No contexto do livro de Isaías, o povo de Israel passou por períodos de grande instabilidade, exílio e  o medo de serem aniquilados. Mas agora Isaías fala de um promessa de segurança e esperança: “Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome”.(v.23). É uma visão de um futuro onde a identidade e a fé daqueles que pertencem a Deus serão preservadas para sempre. Deus fala sobre criar “novos céus e nova terra”,  onde a sua glória será o centro. Esta é uma imagem escatológica (relativa aos últimos tempos).A ideia é que a ordem atual, manchada pelo pecado e pela imperfeição, será substituída por uma nova realidade perfeita e eterna. Essa promessa ressoa em  2 Pedro 3.13 e Apocalipse 21.1,onde nos  mostra a esperança de uma promessa de um “novo céu e de uma nova terra”  livre do pecado e da morte. Muito nos alegra, pois o novo universo será uma realidade contínua e eterna, sob o olhar e o controle direto de Deus: “estarão diante de mim". Assim como “os novos céus e a nova terra” serão eternos, a posteridade e o nome dos fiéis também serão: “assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome”. Aqui está o ponto principal da promessa para o povo de Deus. A promessa de que a sua linhagem (posteridade) e a sua identidade (nome) serão tão duradouras e permanentes quanto a nova criação. É importante lembrar que a expressão "vosso nome" não se refere apenas a um rótulo, mas à identidade, à memória e à herança de uma vida dedicada a Deus. Em outras palavras, a presença e a identidade do povo fiel de Deus não serão apagadas, mas mantidas por toda a eternidade.

Ao finalizar o texto e o livro, Isaías traz uma mensagem:  o povo de Deus O adorará por toda a eternidade : E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro”. (v.23a). Ele aponta para um tempo futuro em que a adoração a Deus não será limitada a um povo ou a um local específico, mas será uma prática contínua e global. Ele  usa aqui o ciclo das "Festas da Lua Nova" e dos "sábados" como símbolos de uma adoração  constante. As "festas da lua nova" eram momentos importantes no calendário litúrgico de Israel. A repetição "de um sábado para o seu sábado" ou “de um mês para o seu mês" (literalmente) reforça a ideia de que a adoração será  contínua. Juntas, as duas expressões  (חֹדֶשׁ e שַׁבָּת)) sugerem um padrão de adoração que cobre todo o tempo, do mensal ao semanal. Ele afirma ainda: “virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor”.(v.23b). O verbo “virá” (יָבֹא)  indica uma ação futura e certa que “ toda a carne” (כָל־בָּשָׂר) de todas as nações, virão a reconhecer e adorar ao Senhor.  No hebraico bíblico, essa expressão é uma forma comum de se referir a toda a humanidade, a todas as pessoas, sem distinção de etnia ou nação. É uma visão poderosa que transcende as fronteiras culturais e geográficas, revelando o plano divino de unir toda a humanidade em um único ato de adoração, com reverência e submissão perante o SENHOR.

 Quanta profundidade encontramos na palavras de Isaías. Isaías nos revela um Deus que ama a todos, que convida todos a se achegarem a Ele, e que tem um futuro de esperança e de renovação para a sua criação. Mas também  apresenta um forte contraste ao descrever o destino daqueles que se rebelaram contra Deus:  “ Eles sairão.” (v.24a). O pronome aqui refere-se aos servos do SENHOR, ou seja, o povo fiel que foi purificado e restaurado. No contexto dos versículos anteriores (vv.22-23), são aqueles que participarão da nova criação e adorarão a Deus de forma contínua. A cena é de um triunfo, com os justos saindo do lugar de adoração para testemunhar o destino dos ímpios: “e verão os cadáveres dos homens.” (v.24b). "Cadáveres", esta palavra, em hebraico, é a mesma usada para descrever a carcaça de um animal morto.  É um termo que denota algo sem vida, em decomposição. O uso dessa palavra enfatiza a condição final e degradada daqueles que se rebelaram. Eles não são apenas punidos, mas sua existência é completamente cessada. E o motivo é porque eles "prevaricaram contra mim".(v,24c). “Prevaricar” significa "transgredir", "rebelar-se" ou "pecar".A preposição בִּי no hebraico ("em mim" ou "contra mim") reforça que a transgressão é pessoal e direta. Então, podemos afirmar que a prevaricação implica em uma transgressão grave e deliberada, uma rebelião contra Deus.

E justamente diante desta transgressão, o SENHOR estabelece uma forma de castigo eterno ou contínuo: “o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne” (v.24d). Esta é a parte mais assustadora. O verme (provavelmente larvas) e o fogo são símbolos de completa destruição e degradação. O fato de que eles "nunca" cessarão sugere um julgamento contínuo ou uma destruição eterna, definitiva e sem reversão. Essa mesma imagem de "verme e fogo" é citada por Jesus em Marcos 9.48, indicando a seriedade do julgamento final. Já a frase "serão um horror para toda a carne" reforça a ideia de que o resultado da rebelião contra Deus será um espetáculo terrível para toda a humanidade. Interessante que  a palavra "horror" ( דֵּרָאוֹן ) carrega um sentido muito forte de repugnância, abominação e repulsa. Não se trata apenas de medo, mas de algo que é moral e visualmente nojento, um espetáculo degradante que causa vergonha.

Estimados irmãos! A manifestação da glória de Deus para as nações tem dois lados: para os que se humilham e se voltam para Ele, a glória é um convite à vida eterna e à participação em Sua nova criação. Para os que persistem na rebelião, a mesma glória se torna um julgamento irrevogável.  No fim, a glória de Deus selará o destino de cada pessoa: ou a total restauração, ou a destruição definitiva.Que tipo de vida temos levado? Temos anunciado a glória de Deus às nações?

Portanto, que possamos adorar a Deus com mais reverência, a anunciar o evangelho com mais amor e viver as nossas vidas na certeza de que, em Cristo, temos um futuro seguro e uma esperança viva. Amém!

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