terça-feira, 5 de agosto de 2025

TEXTO: LC 12.22-34(35-40)

TEMA: CONFIEMOS EM DEUS DIANTE DAS NOSSAS ANSIEDADES!

 Estimados irmãos! Que a paz do nosso Senhor Jesus Cristo nos acompanhe neste dia. Convido-os a abrir suas Bíblias em Lc12.22-34(35-40) e refletirmos sobre a nossa mensagem. O nosso tema é: “Confiemos em Deus diante das nossas ansiedades!”

 Você é uma pessoa ansiosa? A ansiedade tem tomado conta da sua vida nos últimos dias? Você vive preocupada, com medo de que as coisas não saiam como gostaria? Talvez você não seja uma pessoa ansiosa, mas provavelmente já tenha passado por momentos de ansiedade. A ansiedade é o mal deste século. Mas o que é a ansiedade? É um estado emocional caracterizado por sentimentos de tensão, preocupação  do ser humano  ao  enfrentar algum problema no trabalho, antes de uma prova ou diante de decisões difíceis do dia a dia. Ela atinge a todas as pessoas. De crianças a adultos é notório a presença de preocupações, seja no âmbito escolar, familiar, sentimental, espiritual,  profissional. Ela abala a nossa felicidade, nossa saúde, nossa fé.

Diante desta constatação sobre a ansiedade,vamos refletir sobre três motivos que nos leva a confiar em Deus: primeiro,  devemos lembrar do valor que temos para Deus.  Essa verdade é  fundamental  contra a inquietação e o desânimo. Jesus reitera esse valor inestimável. Ele nos lembra que, se Deus cuida das aves do céu e veste os lírios do campo com tamanha beleza, quanto mais Ele cuidará de nós? Não somos meros elementos insignificantes na criação. Somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Isto significa que fomos criados com a capacidade de refletir Seus atributos, exercer domínio sobre a criação em Seu nome, e ter um relacionamento profundo com Ele. Por isso,somos preciosos aos olhos de Deus. Isto nos impulsiona a confiar plenamente em Seu cuidado e provisão.

Segundo devemos reconhecer a limitação da ansiedade.É fundamental que reconheçamos a limitação da ansiedade. Por mais que nos preocupemos, a ansiedade não tem poder para alterar o futuro. Ela não paga contas, não resolve problemas e não muda situações. O que ela realmente faz é consumir  nossa paz e nosso tempo, sem entregar resultados concretos. Ao invés de nos impulsionar para a ação eficaz, a ansiedade nos esgota, nos deixando menos preparados para lidar com os desafios reais. Por isso, é  importante entender que, embora a preocupação possa surgir, não devemos permitir que ela dite nossas ações ou nos domine. Aceitar essa limitação é o primeiro passo para encontrar a verdadeira paz e eficácia.

 Terceiro, troquemos a ansiedade pela busca do Reino. É natural nos preocuparmos com o que comer, o que vestir, ou como vamos resolver os desafios do dia a dia. No entanto, Jesus nos convida a mudar o foco. Ele nos oferece um caminho para aliviar a ansiedade: trocar a ansiedade pela busca diligente do reino de Deus.Buscar o reino de Deus significa alinhar nossa vida com os valores divinos: justiça, paz, amor e serviço. Significa confiar na provisão de Deus e em Sua soberania sobre todas as coisas. Quando nosso principal objetivo é viver de acordo com a vontade de Deus e estender Seu Reino aqui na terra, todas as outras coisas — as mesmas que nos causam ansiedade — começam a se encaixar.Confie que, ao buscar o Reino, o essencial será acrescentado à sua vida.

 Jesus conhecendo as preocupações, os  conflitos, as limitações dos discípulos, ensina a meditar sobre  a ansiedade. Ensina a necessidade de uma vida isenta de preocupações.  Ensina  não  ficar, o tempo todo, ansioso sobre as coisas desta vida, mesmo que sejam as necessidades básicas como comer e vestir. Por isso, a ordem de Jesus é não se preocupar ou andar ansiosos.  Ele afirma: “eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vida ,quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quando ao que haveis de vestir”.(v.22).

 No entanto, seria errado concluir que Jesus estaria proibindo a busca ou a preocupação daquilo que é necessário para o ser humano: alimentação e vestiários. Afinal, precisamos de alimentação e vestiários para sobreviver. Esta preocupação é normal. É a necessidade primária do ser humano. A preocupação que Jesus  proíbe é o cuidado excessivo que paralisa e priva a alegria de toda vida, a preocupação que tira o sono e a paz. Aquela preocupação presa exclusivamente às solicitudes e demandas da vida, ou seja, o cuidado pelo o bem-estar pessoal. O medo de perder aquilo que dá segurança e o temor de não ter acumulado suficientemente para a vida .Enfim, aquela preocupação excessiva que  não produz nenhum fruto proveitoso na edificação espiritual, pelo contrário, manifesta-se como resultado de uma vida desprovida de fé na providência divina.

 Jesus enumera, então, quatro motivos para não vivermos ansiosos. O primeiro motivo: Ele diz: “a vida é mais é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes. ” (v. 23). Vivemos numa época na qual as pessoas enfrentam nos dias de hoje uma  preocupação constante com tudo o que acontece na vida. O homem se preocupa com o dia de amanhã, com o que vai comer, com o que vai vestir, com os filhos, com a família, com o dinheiro para pagar as suas contas, com o trabalho, enfim, se analisarmos bem o homem passa a maior parte do seu dia vivendo preocupado. Mas é muito difícil não se estar preocupado com alguma coisa, já que vivemos um tempo difícil sob todos os aspectos e não podemos fugir de determinadas coisas.

 No entanto, devemos nos questionar: Este é o foco de nossa vida? Quando o foco da vida for a própria subsistência, brotará a ansiedade. Quando  faço do alimento ou da roupa, uma preocupação constante, então não vivo a vida.  Por isso, Jesus nos ensina aqui um princípio muito importante para  não vivermos ansiosos: a comida e a roupa são importantes para nós, mas a vida é essencial, porque  Deus nos deu a vida, e certamente também nos dará o alimento que necessitamos para nosso sustento, nos dará também roupa para que os cubramos e abriguemos. Quando cultivamos  o valor da vida, eliminamos muitas preocupações.

O segundo motivo: “observem os corvos: não semeiam, nem colhem, não tem despensa nem celeiros; contudo, Deus os alimenta”.(v.24). As aves não produzem seu alimento nem cuidam da terra. Elas obtêm o alimento de que necessitam. Deus cuida de todos os corvos (e aves) todos os dias. Ele se preocupa até mesmo com estas pequenas aves que são criaturas de pouco valor que eram vendidas no mercado como alimentação dos pobres, mas ainda assim Deus cuidava delas. Porventura, esse Deus, não cuidaria de seus próprios filhos? Por isso, não há motivos de estarmos preocupados, porque o Pai celeste sabe tudo quanto seus filhos precisam receber nesta vida. Lemos em 1 Pedro 5.7: “Lançai sobre ela a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. O Pai celeste tem conhecimento das necessidades que cada um de nós necessita e de toda nossa vida. O profeta Isaías nos diz: “Não temas porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo” (Isaías 41.10).O salmista nos diz: “Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem”. ( 33.18).Assim sendo, podemos esperar confiantemente o fornecimento de todas as necessidades que temos da parte do Pai. Quem é filho do Pai celeste, tem razão em esperar o fornecimento do tudo, porque Deus é o doador de tudo aquilo que se precisa na vida.

O terceiro motivo: “quem de vocês, por mais que se preocupe pode acrescentar um côvado à sua estatura?”( v.25). A palavra "côvado" era uma antiga medida de comprimento utilizada por diversas culturas, incluindo a hebraica, correspondendo aproximadamente à distância do cotovelo até a ponta do dedo médio de um homem adulto. O seu valor variava entre 45 e 52 cm. A expressão "acrescentar um côvado à sua estatura", mostra não temos poder de aumentar nossa altura.A nossa altura é determinada por fatores genéticos e biológicos, totalmente fora do nosso controle. Isto significa que  por  mais que nos preocupemos não podemos acrescentar nem um dia à nossa vida.  Neste caso, a pergunta de Jesus seria: "quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar um único dia à sua vida?" Portanto, Jesus procura mostrar que a preocupação é inútil. Ele nos lembra que, em vez de nos preocuparmos com o futuro, devemos confiar  e focar no que podemos controlar no presente.

O quarto motivo: “E por que andais ansiosos quanto ao vestuário?”(v.27). Jesus fala sobre a ansiedade em relação às roupas: “observem como crescem os lírios”. Nada fazem senão crescer conforme a natureza. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no fogo, quanto mais vestirá vocês, homens de pequena fé! Jesus mostrou que as flores apesar de sua beleza, eram de pouco valor e só serviam de combustível que, por sua vez, era utilizado no fabrico do pão para os homens. Esse mesmo Deus, por conseguinte, deve ter muito mais cuidado pelo homem. Se o Deus criador tem tal interesse por uma simples flor, que para nós pouco vale, porventura não cuidaria de seus filhos providenciando-lhes as roupas necessárias? Jesus não promete dar-nos trajes mais belos que as vestes das flores, e sim, o fornecimento do que é necessário, Diz Paulo: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”(1 Tm. 6.8).

Jesus ao  apresentar os motivos para não vivermos ansiosos, concluímos que o foco da nossa vida não pode ser exclusivamente na busca pelos os bens materiais. Não podemos deixar com que os problemas e as inquietações da vida tirem de nós o nosso foco em Deus. Aqueles que se entregam às preocupações; aqueles que dizem que podem garantir a sua própria vida, o seu sustento, age como um gentio. Jesus afirma:  “não vos entregueis a inquietações”.( v.29). Porque? “Porque os gentios de todo o mundo é que  procuram estas coisas”.( v.30). Os gentios eram os povos que  não adoravam o verdadeiro Deus. Para eles, o que importava eram os bens materiais. Era o interesse principal. Eles viviam ansiosos , porque preocupavam-se em guardar seus bens, pois tinham medo do que poderia acontecer no futuro. Portanto, a meta principal consistia no comer, beber, e se vestir: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos”. (Is 22.13). Este é o pensamento filosófico dos gentios: o amanhã não existe. Vamos aproveitar a festa, vamos, comamos e bebamos, pois amanhã morreremos.

Hoje, as pessoas continuam a agir de maneira semelhante. Colocam como prioridade a alimentação, a vestimenta, a riqueza, a família e a carreira. Começam a admitir que comer, beber e se vestir tornaram-se as questões mais preponderantes em suas vidas e se questionam: De onde virá a minha próxima refeição? O que consumirei no dia seguinte? Além disso, não se satisfazem com o que possuem. Desejam incessantemente aumentar seu capital. Não estamos aqui  condenando essa busca constante.Mas devemos nos questionar: Que tipo de vida queremos viver? Uma vida focada em nós mesmos, atribulada, ansiosa, preocupada com tudo? Lembrem-se: a preocupação demasiada com as coisas da vida cotidiana é reflexo da falta de confiança plena na bondade do Pai celeste que conhece todas as necessidades de seus filhos.

Enquanto os gentios andam preocupados, buscando desesperadamente coisas materiais, Jesus nos ensina  que não faz sentido andar ansiosos e preocupados, quando se reconhece a soberania e a providência divina. Por isso, os seguidores de Cristo são convidados a buscar, antes de tudo, o reino de Deus. Deveriam focar suas vidas no reino de Deus, viver para que este reino se amplie cada vez mais na pregação do evangelho. Ele deu aos seus discípulos um novo objetivo na vida: buscar o reino de Deus: Ele diz: “Buscai, antes de tudo, seu reino, e  estas coisas vos serão acrescentadas” (v.31). A expressão “buscai primeiro o reino de Deus” significa que a vontade de Deus deve estar em primeiro lugar em nossas vidas. Quando buscamos o reino de Deus acima de tudo, Deus cuida de nossas necessidades. Todo nosso sustento vem dele. Ele providencia tudo que precisamos: “estas coisas vos serão acrescentadas”. Deus sabe aquilo que precisamos para viver.  Por isso, Ele deve ser nossa primeira prioridade.

 O que está subtraindo sua tranquilidade? Seria a incessante busca por segurança financeira, a ascensão no status social ou a necessidade de exercer controle? Em vez de se concentrar na ansiedade, direcione seu olhar para a busca do reino de Deus. Isso implica priorizar a justiça, a bondade, o serviço e a obediência a Cristo em nosso cotidiano. O que Deus anseia de cada um de nós é que, em primeiro lugar, nos preocupemos em acumular  tesouros que perduram por toda a eternidade. A maior riqueza que o ser humano realmente necessita, antes de tudo, é a salvação. Por meio da fé em Jesus, crendo em Sua obra e sacrifício redentor, Deus nos declara justos e santos, permitindo-nos a entrada no céu para receber a herança que nos foi preparada.

Estimados irmãos! A ansiedade é uma realidade na vida de muitas pessoas, um peso que pode nos oprimir e tirar a nossa paz. Mas quando confiamos em Deus diante das nossas ansiedades, elas desaparecerão. Encontramos descanso e uma paz que transcende o entendimento humano. Essa confiança nos permite viver com alegria, sabendo que, independentemente do que o futuro nos reserva, estamos seguros e amparados pelo cuidado divino. Ele cuida de cada um de nós, e não há motivos para se preocupar com as coisas desta vida. Amém!

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