TEXTO: LC 12.22-34(35-40)
TEMA: CONFIEMOS EM DEUS DIANTE DAS NOSSAS ANSIEDADES!
Diante desta constatação sobre a ansiedade,vamos refletir sobre três motivos que nos leva a confiar em Deus: primeiro, devemos lembrar do valor que temos para Deus. Essa verdade é fundamental contra a inquietação e o desânimo. Jesus reitera esse valor inestimável. Ele nos lembra que, se Deus cuida das aves do céu e veste os lírios do campo com tamanha beleza, quanto mais Ele cuidará de nós? Não somos meros elementos insignificantes na criação. Somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Isto significa que fomos criados com a capacidade de refletir Seus atributos, exercer domínio sobre a criação em Seu nome, e ter um relacionamento profundo com Ele. Por isso,somos preciosos aos olhos de Deus. Isto nos impulsiona a confiar plenamente em Seu cuidado e provisão.
Segundo devemos reconhecer a limitação da ansiedade.É fundamental que reconheçamos a limitação da ansiedade. Por mais que nos preocupemos, a ansiedade não tem poder para alterar o futuro. Ela não paga contas, não resolve problemas e não muda situações. O que ela realmente faz é consumir nossa paz e nosso tempo, sem entregar resultados concretos. Ao invés de nos impulsionar para a ação eficaz, a ansiedade nos esgota, nos deixando menos preparados para lidar com os desafios reais. Por isso, é importante entender que, embora a preocupação possa surgir, não devemos permitir que ela dite nossas ações ou nos domine. Aceitar essa limitação é o primeiro passo para encontrar a verdadeira paz e eficácia.
Jesus conhecendo as preocupações, os conflitos, as limitações dos discípulos, ensina a meditar sobre a ansiedade. Ensina a necessidade de uma vida isenta de preocupações. Ensina não ficar, o tempo todo, ansioso sobre as coisas desta vida, mesmo que sejam as necessidades básicas como comer e vestir. Por isso, a ordem de Jesus é não se preocupar ou andar ansiosos. Ele afirma: “eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vida ,quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quando ao que haveis de vestir”.(v.22).
O segundo motivo: “observem os corvos: não semeiam, nem colhem, não tem despensa nem celeiros; contudo, Deus os alimenta”.(v.24). As aves não produzem seu alimento nem cuidam da terra. Elas obtêm o alimento de que necessitam. Deus cuida de todos os corvos (e aves) todos os dias. Ele se preocupa até mesmo com estas pequenas aves que são criaturas de pouco valor que eram vendidas no mercado como alimentação dos pobres, mas ainda assim Deus cuidava delas. Porventura, esse Deus, não cuidaria de seus próprios filhos? Por isso, não há motivos de estarmos preocupados, porque o Pai celeste sabe tudo quanto seus filhos precisam receber nesta vida. Lemos em 1 Pedro 5.7: “Lançai sobre ela a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. O Pai celeste tem conhecimento das necessidades que cada um de nós necessita e de toda nossa vida. O profeta Isaías nos diz: “Não temas porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo” (Isaías 41.10).O salmista nos diz: “Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem”. ( 33.18).Assim sendo, podemos esperar confiantemente o fornecimento de todas as necessidades que temos da parte do Pai. Quem é filho do Pai celeste, tem razão em esperar o fornecimento do tudo, porque Deus é o doador de tudo aquilo que se precisa na vida.
O terceiro motivo: “quem de vocês, por mais que se preocupe pode acrescentar um côvado à sua estatura?”( v.25). A palavra "côvado" era uma antiga medida de comprimento utilizada por diversas culturas, incluindo a hebraica, correspondendo aproximadamente à distância do cotovelo até a ponta do dedo médio de um homem adulto. O seu valor variava entre 45 e 52 cm. A expressão "acrescentar um côvado à sua estatura", mostra não temos poder de aumentar nossa altura.A nossa altura é determinada por fatores genéticos e biológicos, totalmente fora do nosso controle. Isto significa que por mais que nos preocupemos não podemos acrescentar nem um dia à nossa vida. Neste caso, a pergunta de Jesus seria: "quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar um único dia à sua vida?" Portanto, Jesus procura mostrar que a preocupação é inútil. Ele nos lembra que, em vez de nos preocuparmos com o futuro, devemos confiar e focar no que podemos controlar no presente.
O quarto motivo: “E por que andais ansiosos quanto ao vestuário?”(v.27). Jesus fala sobre a ansiedade em relação às roupas: “observem como crescem os lírios”. Nada fazem senão crescer conforme a natureza. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no fogo, quanto mais vestirá vocês, homens de pequena fé! Jesus mostrou que as flores apesar de sua beleza, eram de pouco valor e só serviam de combustível que, por sua vez, era utilizado no fabrico do pão para os homens. Esse mesmo Deus, por conseguinte, deve ter muito mais cuidado pelo homem. Se o Deus criador tem tal interesse por uma simples flor, que para nós pouco vale, porventura não cuidaria de seus filhos providenciando-lhes as roupas necessárias? Jesus não promete dar-nos trajes mais belos que as vestes das flores, e sim, o fornecimento do que é necessário, Diz Paulo: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”(1 Tm. 6.8).
Jesus ao apresentar os motivos para não vivermos ansiosos, concluímos que o foco da nossa vida não pode ser exclusivamente na busca pelos os bens materiais. Não podemos deixar com que os problemas e as inquietações da vida tirem de nós o nosso foco em Deus. Aqueles que se entregam às preocupações; aqueles que dizem que podem garantir a sua própria vida, o seu sustento, age como um gentio. Jesus afirma: “não vos entregueis a inquietações”.( v.29). Porque? “Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas”.( v.30). Os gentios eram os povos que não adoravam o verdadeiro Deus. Para eles, o que importava eram os bens materiais. Era o interesse principal. Eles viviam ansiosos , porque preocupavam-se em guardar seus bens, pois tinham medo do que poderia acontecer no futuro. Portanto, a meta principal consistia no comer, beber, e se vestir: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos”. (Is 22.13). Este é o pensamento filosófico dos gentios: o amanhã não existe. Vamos aproveitar a festa, vamos, comamos e bebamos, pois amanhã morreremos.
Hoje, as pessoas continuam a agir de maneira semelhante. Colocam como prioridade a alimentação, a vestimenta, a riqueza, a família e a carreira. Começam a admitir que comer, beber e se vestir tornaram-se as questões mais preponderantes em suas vidas e se questionam: De onde virá a minha próxima refeição? O que consumirei no dia seguinte? Além disso, não se satisfazem com o que possuem. Desejam incessantemente aumentar seu capital. Não estamos aqui condenando essa busca constante.Mas devemos nos questionar: Que tipo de vida queremos viver? Uma vida focada em nós mesmos, atribulada, ansiosa, preocupada com tudo? Lembrem-se: a preocupação demasiada com as coisas da vida cotidiana é reflexo da falta de confiança plena na bondade do Pai celeste que conhece todas as necessidades de seus filhos.
Enquanto os gentios andam preocupados, buscando desesperadamente coisas materiais, Jesus nos ensina que não faz sentido andar ansiosos e preocupados, quando se reconhece a soberania e a providência divina. Por isso, os seguidores de Cristo são convidados a buscar, antes de tudo, o reino de Deus. Deveriam focar suas vidas no reino de Deus, viver para que este reino se amplie cada vez mais na pregação do evangelho. Ele deu aos seus discípulos um novo objetivo na vida: buscar o reino de Deus: Ele diz: “Buscai, antes de tudo, seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas” (v.31). A expressão “buscai primeiro o reino de Deus” significa que a vontade de Deus deve estar em primeiro lugar em nossas vidas. Quando buscamos o reino de Deus acima de tudo, Deus cuida de nossas necessidades. Todo nosso sustento vem dele. Ele providencia tudo que precisamos: “estas coisas vos serão acrescentadas”. Deus sabe aquilo que precisamos para viver. Por isso, Ele deve ser nossa primeira prioridade.
Estimados irmãos! A ansiedade é uma realidade na vida de muitas pessoas, um peso que pode nos oprimir e tirar a nossa paz. Mas quando confiamos em Deus diante das nossas ansiedades, elas desaparecerão. Encontramos descanso e uma paz que transcende o entendimento humano. Essa confiança nos permite viver com alegria, sabendo que, independentemente do que o futuro nos reserva, estamos seguros e amparados pelo cuidado divino. Ele cuida de cada um de nós, e não há motivos para se preocupar com as coisas desta vida. Amém!
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