TEMA: TENHAMOS BOM RELACIONAMENTO COM
NOSSOS FILHOS!
TEXTO: 2 SAMUEL 18.33
Dia dos pais, um dia dedicado ao pai de
família. Dedicado ao nosso amigo, exemplo, herói, parceiro e tantos
outros adjetivos que se encaixam no contexto dessa palavra tão pequena, mas que
carrega uma grande responsabilidade. Neste dia os pais recebem as
homenagens de seus filhos. Presentes, beijos e abraços fazem parte desta
homenagem. Já o comercio se aproveita da oportunidade para vender as suas
mercadorias, sob o pretexto de desejar um feliz dia dos pais.
No entanto, a nossa preocupação
não está voltada para o comercio, ou o que o mundo pensa sobre o dia dos
pais. Mas para um assunto que preocupa muitos pais: o relacionamento familiar. A
falta de relacionamento familiar tem sido um grande drama na família na
atualidade. Davi viveu este drama. Teve muitos problemas familiares que se
tornou uma verdadeira tragédia em sua vida. Foi um líder capaz de unificar um
povo, transformando-o numa grande nação, mas não se repetiu no seu desempenho
como chefe de família. Pelo contrário, foi um fracasso em muitos sentidos, teve
muitas falhas como pai.
Precisamos ter um bom
relacionamento com os nossos filhos, e para exemplificar a importância disso,
vamos refletir sobre a história de Davi, como Rei de Israel, como pai, e em
particular sobre o relacionamento com seu filho, Absalão. Creio que à medida
que formos refletindo sobre ela, vamos descobrir que o Senhor tem muito a nos
falar a respeito desse exemplo. O nosso texto para esta reflexão, encontramos
em II Samuel 18.33: “Então o rei se perturbou, e subiu à sala que estava por
cima da porta, e chorou; e andando, dizia assim: Meu filho Absalão, meu filho,
meu filho, Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu
filho!”
A história de Absalão é uma das mais
tristes e comoventes do Antigo Testamento. Mas quem era Absalão? Era um jovem
rico, famoso, tinha dinheiro, prestigio em todo o reino de Davi, seu pai. Era
muito bonito, fascinante, charmoso. Tinha um cabelo invejável (II Sm 14.25-26).
Seu nome significa "pai da paz". Era um homem astuto. Dava bons
conselhos para as pessoas que o procuravam, e tentava de uma forma muito sutil
“jogar Davi contra o povo”. Era considerado um homem ostensivo, ou seja,
gostava de demonstrar que era poderoso. Mas havia algo que lhe faltava em sua
vida: um bom relacionamento com a família. Tinha tudo, mas lhe faltava um pai,
que pudesse se relacionar e ouvir bons conselhos.
O fato é que não havia um
relacionamento que envolvesse convivência, comunicação e atitudes recíprocas na
família de Davi. Ele sempre teve momentos conturbados em sua família. Em
sua família, por um período, o pecado esteve presente de forma tão intensa. Ele
foi cobiçoso, adúltero, homicida, mentiroso, falso. Cobiçou a mulher alheia,
embora já possuísse as suas. Adúltero, por relacionar-se com uma mulher que
pertencia a outro homem. Homicida, por matar o esposo de tal mulher, sendo ele
o seu próprio soldado que o defendia nos campos de batalhas. A falta de
relacionamento na família, começou com Amnom, o filho mais velho de Davi, ele
cometeu incesto com sua meia-irmã, Tamar. Ela é estuprada, humilhada, e acaba
seus dias vivendo como uma mulher desolada na casa do seu irmão. Ao saber do
ocorrido, Davi ficou muito irado (2Sm 13.21). Absalão se conteve,
provavelmente, esperando uma ação do pai contra Amnom. Mas Davi não
puniu Amnom. Absalão, depois de dois anos,
vingou-se de Amnom, matando-o (2Sm.13.1-36).
A falta de relacionamento na família de
Davi, gerou uma tragédia. Ele não foi capaz de ouvir as súplicas do filho, os
problemas do filho. Ele errou, pois não teve coragem de confrontar, não teve
coragem de corrigir. Não foi capaz de investir na vida de seu filho. Não foi
capaz de oferecer amor e carinho ao seu filho. Era justamente o que faltava na
vida de Absalão. Mas Absalão também errou. Em vez de confrontar seu irmão,
corrigi-lo e perdoá-lo, encheu-se de mágoa e dominado pelo ódio mandou matar a
seu irmão. Que tragédia dentro de uma família onde faltou o relacionamento. Na
verdade, Davi estava sempre muito ocupado. Tinha sempre muitas reuniões, muitas
decisões, muitos compromissos, muitas mulheres e muitos filhos. (2Samuel 3,2-5;5,13-16).
Toda essa agenda fez com que Davi se tornasse um pai ausente demais. Esta é a
grande realidade que vivemos em nossa sociedade. Os pais veem-se submetidos a
um ritmo alucinante, trabalhando todo o dia, com exigências profissionais cada
vez maiores, deixando pouco tempo e disponibilidade para estarem com os filhos.
Não tem tempo para conversar com seus filhos, não tem tempo para oferecer amor,
carinho, afeto. A maioria dos pais se preocupam com tantas coisas e deixam as
mais importantes em segundo plano.
Precisamos aprender que o
relacionamento familiar é um dos principais e mais importantes círculos sociais
que uma pessoa tem desde sua infância até sua velhice. Sendo assim, é essencial
cuidar bem do relacionamento familiar da forma como ele é: com seus problemas,
acertos e erros. Se não existe o clima propício para um bom relacionamento
familiar, acaba resultando em um distanciamento entre si. Da mesma forma,
quando não há relacionamento familiar, a família passa por problemas e
conflitos que desgastam todos os envolvidos. São irmãos que brigam, filhos que
se desentendem com os pais por divergência de opiniões, casais que não se
entendem, enfim, situações que precisam ser contornadas.
Absalão se
transformou, aos poucos, num homem astucioso, vingativo e traidor. Despertou um
sentimento de revolta em sua vida. Ele fugiu, após a morte de Amnom, para
Gesur, pequeno reinado onde sua família materna exercia o poder. Três anos
depois voltou para Jerusalém, e, decorrido algum tempo, iniciou uma conspiração
para tomar o lugar de seu pai no trono. Chegou a um ponto em que ele não queria
mais diálogo com o pai. Não queria mais o perdão do pai, mas queria mata-lo.
Não queria mais reconciliação com o pai, mas decidiu tomar o trono do pai.
Reuniu um exército para perseguir Davi. Dentro de quatro anos, Absalão já tinha
forças suficientes para tomar o poder. Com isso, o número de seus apoiadores
aumentou grandemente. Ao rei Davi nada restava, exceto a certeza e a
necessidade de fugir. Vivendo na amargura, o grande rei de Israel, tomou uma
decisão: enfrentar o seu filho. Mas antes da partida do seu exército, Davi
ordena: “Por amor a mim, tratai o jovem Absalão com brandura!” E todo o
exército recebeu a ordem que o rei deu a todos os chefes a respeito do cuidado
para com Absalão.” (2 Samuel 18.5). Era o sentimento paterno falando. Nesse
impasse, Absalão é assassinado por Joabe, comandante do exército Davi.
O rei ficou profundamente comovido,
chorou, rasgou suas vestes, caiu por terra e lamentou: “Meu filho Absalão, meu
filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu
filho, meu filho!” (2 Samuel 18.33). Davi declara seu amor pelo seu filho, mas era
tarde demais. Agora, só lhe restava chorar e lamentar. Davi errou. Não soube
amar o seu filho. Seus sonhos desmoronaram sem mais nenhuma esperança de
reconstrução. Infelizmente, Absalão também não aprendeu a amar seu pai. A
ambição de ser rei, de ocupar o trono de seu pai, falou mais alto. O pai da
paz, perdeu sua vida numa decisão infeliz de conspiração contra seu próprio
pai. Que final triste! Que palavras dramáticas de um relacionamento mal
sucedido.
Estimado pai! Você pode evitar esta
tragédia em seu lar. Você pode evitar de viver este drama em sua vida. Sente-se
ao lado de seu filho para conversar. Diga: Vem cá, fica aqui! Vamos fazer uma
oração! Como foi o seu dia? E a escola? Você pode estar muito ocupado, mas não
deixe de dar atenção aos seus filhos. Esteja pronto a ouvir o que eles têm a
dizer. Demonstre um gesto de carinho para seus filhos. Não podemos adiar a
solução dos problemas de relacionamento dentro da nossa casa. O perdão, o
diálogo e a lealdade devem reger nossos relacionamentos! O que você está
esperando?
Por isso, peçamos ao Pai Celeste que nos conceda sabedoria, orientação, para criar os nossos filhos no verdadeiro caminho. Que possamos melhorar o nosso relacionamento familiar. Amém
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