segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 

TEMA: TENHAMOS BOM RELACIONAMENTO COM NOSSOS FILHOS!

TEXTO: 2 SAMUEL 18.33

Dia dos pais, um dia dedicado ao pai de família. Dedicado ao nosso amigo, exemplo, herói, parceiro e tantos outros adjetivos que se encaixam no contexto dessa palavra tão pequena, mas que carrega uma grande responsabilidade. Neste dia os pais recebem as homenagens de seus filhos. Presentes, beijos e abraços fazem parte desta homenagem. Já o comercio se aproveita da oportunidade para vender as suas mercadorias, sob o pretexto de desejar um feliz dia dos pais.

No entanto, a nossa preocupação não está voltada para o comercio, ou o que o mundo pensa sobre o dia dos pais. Mas para um assunto que preocupa muitos pais: o relacionamento familiar. A falta de relacionamento familiar tem sido um grande drama na família na atualidade. Davi viveu este drama. Teve muitos problemas familiares que se tornou uma verdadeira tragédia em sua vida. Foi um líder capaz de unificar um povo, transformando-o numa grande nação, mas não se repetiu no seu desempenho como chefe de família. Pelo contrário, foi um fracasso em muitos sentidos, teve muitas falhas como pai.

 Precisamos ter um bom relacionamento com os nossos filhos, e para exemplificar a importância disso, vamos refletir sobre a história de Davi, como Rei de Israel, como pai, e em particular sobre o relacionamento com seu filho, Absalão. Creio que à medida que formos refletindo sobre ela, vamos descobrir que o Senhor tem muito a nos falar a respeito desse exemplo. O nosso texto para esta reflexão, encontramos em II Samuel 18.33: “Então o rei se perturbou, e subiu à sala que estava por cima da porta, e chorou; e andando, dizia assim: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho, Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!”

A história de Absalão é uma das mais tristes e comoventes do Antigo Testamento. Mas quem era Absalão? Era um jovem rico, famoso, tinha dinheiro, prestigio em todo o reino de Davi, seu pai. Era muito bonito, fascinante, charmoso. Tinha um cabelo invejável (II Sm 14.25-26). Seu nome significa "pai da paz". Era um homem astuto. Dava bons conselhos para as pessoas que o procuravam, e tentava de uma forma muito sutil “jogar Davi contra o povo”. Era considerado um homem ostensivo, ou seja, gostava de demonstrar que era poderoso. Mas havia algo que lhe faltava em sua vida: um bom relacionamento com a família. Tinha tudo, mas lhe faltava um pai, que pudesse se relacionar e ouvir bons conselhos.

O fato é que não havia um relacionamento que envolvesse convivência, comunicação e atitudes recíprocas na família de Davi. Ele sempre teve momentos conturbados em sua família. Em sua família, por um período, o pecado esteve presente de forma tão intensa. Ele foi cobiçoso, adúltero, homicida, mentiroso, falso. Cobiçou a mulher alheia, embora já possuísse as suas. Adúltero, por relacionar-se com uma mulher que pertencia a outro homem. Homicida, por matar o esposo de tal mulher, sendo ele o seu próprio soldado que o defendia nos campos de batalhas. A falta de relacionamento na família, começou com Amnom, o filho mais velho de Davi, ele cometeu incesto com sua meia-irmã, Tamar. Ela é estuprada, humilhada, e acaba seus dias vivendo como uma mulher desolada na casa do seu irmão. Ao saber do ocorrido, Davi ficou muito irado (2Sm 13.21). Absalão se conteve, provavelmente, esperando uma ação do pai contra Amnom.  Mas Davi não puniu Amnom. Absalão, depois de dois anos, vingou-se de Amnom, matando-o (2Sm.13.1-36).

A falta de relacionamento na família de Davi, gerou uma tragédia. Ele não foi capaz de ouvir as súplicas do filho, os problemas do filho. Ele errou, pois não teve coragem de confrontar, não teve coragem de corrigir. Não foi capaz de investir na vida de seu filho. Não foi capaz de oferecer amor e carinho ao seu filho. Era justamente o que faltava na vida de Absalão. Mas Absalão também errou. Em vez de confrontar seu irmão, corrigi-lo e perdoá-lo, encheu-se de mágoa e dominado pelo ódio mandou matar a seu irmão. Que tragédia dentro de uma família onde faltou o relacionamento. Na verdade, Davi estava sempre muito ocupado. Tinha sempre muitas reuniões, muitas decisões, muitos compromissos, muitas mulheres e muitos filhos. (2Samuel 3,2-5;5,13-16). Toda essa agenda fez com que Davi se tornasse um pai ausente demais. Esta é a grande realidade que vivemos em nossa sociedade. Os pais veem-se submetidos a um ritmo alucinante, trabalhando todo o dia, com exigências profissionais cada vez maiores, deixando pouco tempo e disponibilidade para estarem com os filhos. Não tem tempo para conversar com seus filhos, não tem tempo para oferecer amor, carinho, afeto. A maioria dos pais se preocupam com tantas coisas e deixam as mais importantes em segundo plano.

Precisamos aprender que o relacionamento familiar é um dos principais e mais importantes círculos sociais que uma pessoa tem desde sua infância até sua velhice. Sendo assim, é essencial cuidar bem do relacionamento familiar da forma como ele é: com seus problemas, acertos e erros. Se não existe o clima propício para um bom relacionamento familiar, acaba resultando em um distanciamento entre si. Da mesma forma, quando não há relacionamento familiar, a família passa por problemas e conflitos que desgastam todos os envolvidos. São irmãos que brigam, filhos que se desentendem com os pais por divergência de opiniões, casais que não se entendem, enfim, situações que precisam ser contornadas.

Absalão se transformou, aos poucos, num homem astucioso, vingativo e traidor. Despertou um sentimento de revolta em sua vida. Ele fugiu, após a morte de Amnom, para Gesur, pequeno reinado onde sua família materna exercia o poder. Três anos depois voltou para Jerusalém, e, decorrido algum tempo, iniciou uma conspiração para tomar o lugar de seu pai no trono. Chegou a um ponto em que ele não queria mais diálogo com o pai. Não queria mais o perdão do pai, mas queria mata-lo. Não queria mais reconciliação com o pai, mas decidiu tomar o trono do pai. Reuniu um exército para perseguir Davi. Dentro de quatro anos, Absalão já tinha forças suficientes para tomar o poder. Com isso, o número de seus apoiadores aumentou grandemente. Ao rei Davi nada restava, exceto a certeza e a necessidade de fugir. Vivendo na amargura, o grande rei de Israel, tomou uma decisão: enfrentar o seu filho. Mas antes da partida do seu exército, Davi ordena: “Por amor a mim, tratai o jovem Absalão com brandura!” E todo o exército recebeu a ordem que o rei deu a todos os chefes a respeito do cuidado para com Absalão.” (2 Samuel 18.5). Era o sentimento paterno falando. Nesse impasse, Absalão é assassinado por Joabe, comandante do exército Davi.

O rei ficou profundamente comovido, chorou, rasgou suas vestes, caiu por terra e lamentou: “Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2 Samuel 18.33). Davi declara seu amor pelo seu filho, mas era tarde demais. Agora, só lhe restava chorar e lamentar. Davi errou. Não soube amar o seu filho. Seus sonhos desmoronaram sem mais nenhuma esperança de reconstrução. Infelizmente, Absalão também não aprendeu a amar seu pai. A ambição de ser rei, de ocupar o trono de seu pai, falou mais alto. O pai da paz, perdeu sua vida numa decisão infeliz de conspiração contra seu próprio pai. Que final triste! Que palavras dramáticas de um relacionamento mal sucedido.

Estimado pai! Você pode evitar esta tragédia em seu lar. Você pode evitar de viver este drama em sua vida. Sente-se ao lado de seu filho para conversar. Diga: Vem cá, fica aqui! Vamos fazer uma oração! Como foi o seu dia? E a escola? Você pode estar muito ocupado, mas não deixe de dar atenção aos seus filhos. Esteja pronto a ouvir o que eles têm a dizer. Demonstre um gesto de carinho para seus filhos. Não podemos adiar a solução dos problemas de relacionamento dentro da nossa casa. O perdão, o diálogo e a lealdade devem reger nossos relacionamentos! O que você está esperando?

Por isso, peçamos ao Pai Celeste que nos conceda sabedoria, orientação, para criar os nossos filhos no verdadeiro caminho. Que possamos melhorar o nosso relacionamento familiar. Amém

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