TEXTO: SL 50.1-15
TEMA: SEJAMOS VERDADEIROS ADORADORES AO SENHROR!
Hoje, em muitas igrejas a adoração transformou-se em
show, em ativismo piedoso sem ligação com o próprio Senhor. Na verdade, a pregação das Escrituras não encontra mais
espaço dentro de algumas igrejas de nossos dias. Elas
perderam a essência do Evangelho para vender uma imagem de relevância à
sociedade. Por isso, refletir sobre estas questões torna-se relevante, pois vivemos diante de
uma situação em que a adoração a Deus tem sido um mero ritualismo vazio. Um
conjunto de atos mecânicos que nada contribui para a edificação e nem para a
glória do nosso Deus. Esta adoração Deus não se agrada.
Será que Deus está satisfeito com adoração que
realizemos? Será que, muitas vezes, a nossa adoração não é um mero
formalismo? Este salmo contém todas as
respostas para esses questionamentos. O salmista chama atenção do povo de
Israel sobre a situação espiritual que estava vivendo. O próprio Senhor é quem,
no salmo, os distingue e se manifesta diante da falsidade dos seguidores. Sendo
assim, Deus coloca na boca do salmista as palavras de repreensão ao povo, que
dava valor ao ritual do culto, mas desprezava a vida diária de louvor de todo
coração. Ele toma a prática da adoração vigente e contrasta com os critérios do
culto que Deus se agrada. Ele mostra quais são os critérios de Deus.
Não importa o quanto o homem
tente inovar, imaginar ou criar supostas “adorações”, pois todas elas serão
vistas por Deus como falsas e reprováveis. Sendo assim, Deus nos convida para
sermos verdadeiros adoradores de uma maneira tão profunda, envolvendo todo nosso ser. Ele almeja que a nossa adoração seja genuína
sempre fundamentada nos ensinamentos de Deus, conforme revelada nas Escrituras,
e que esteja em conformidade com a sua vontade, pois não podemos adorar a Deus
de qualquer maneira, mas em “espirito e verdade”. (João 4.23). Este deve ser o
nosso procedimento.
Salmo 50 inicia com a descrição do Senhor Deus,
Criador dos céus e da terra, todo-poderoso, supremo e glorioso. É Ele quem
fala. Não são homens nem anjos, mas é o próprio
Senhor que tem o direito de convocar todos os habitantes da terra, desde o
nascer do sol até onde ele se põe, para
participar do tribunal de Deus, Isto significa que a convocação é para
todo mundo, ou seja, para todas as terras, raça humana e classes sociais, bem
como desde Sião, que é a excelência em formosura, cidade do grande Rei, o lugar
e fonte da autoridade de Deus. (v.2).
Todos são convocados! Então, o Senhor virá para o julgamento. (v.3a). O Novo Testamento declara o fato de que isso
será feito pela vinda de seu Filho Jesus Cristo, para reunir as nações diante
dele e pronunciar a sentença final sobre a humanidade. (Mateus 25.31; João
5.22).
Ele vem! E, certamente, não ficará calado! À sua
frente vai um fogo devorador, e, ao seu redor, uma violenta tempestade. Assim
afirma o salmista: “perante ele arde fogo devorador, ao seu redor esbraveja
grande tormenta”. (v.3b). É uma convocação que nos faz tremer, pois o Senhor
age como um juízo e manifesta a sua ira no julgamento dos homens. O fogo e a
tormenta são figuras utilizadas para fazer referência à majestade e ao poderio
de Deus quando se manifestar. Esta expressão foi tirada da representação de
Deus quando ele se manifestou no Monte Sinai. (Êxodo 19.16-18). Naquela
ocasião, o ar ressoou com trovões e o som de trombetas, os céus foram
iluminados por raios, e a montanha estava em chamas. Agora, Deus faria uma
exibição igualmente de seu poder, para que o povo aprendesse a tremer diante do
julgamento de Deus, uma vez que se considerava indiferente e desprezava a
terrível manifestação de Deus, da mesma forma como ocorreu no Sinai.
É justamente a falta de uma vida adequada do Seu povo
que leva o Senhor a lamentar profundamente. Ele lembra ao Seu povo da aliança
que firmou com ele, mas vê-se obrigado a acusar Israel, falando em julgamento.
É uma acusação contra os rituais exteriores e vazios, ao culto sem conteúdo. É
diante desta situação, o Senhor intima, chama, grita, emite som alto, reúne os céus e a terra. Ele toma como testemunha os céus e
a terra para emitir juízo acerca do seu povo: “Intima os céus lá em cima
e a terra para julgar seu povo.” (v.4). Os próprios céus, os habitantes
celestiais testemunharão a justiça da sentença. Atestarão a perfídia, as
maldades, desonras e invenções perversas que os judeus estavam praticando. Na
verdade, estavam desprezando a verdadeira santidade e corrompendo a pura
adoração a Deus. Mas também, neste dia, o Senhor emitirá uma ordem do seu
trono: “Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um concerto com
sacrifícios. (v.5). O Senhor solicita aos mensageiros que tragam ao tribunal os
santos. A palavra “santos” aqui se refere àqueles que são verdadeiramente seu
povo. Os israelitas, a quem Deus os escolheu e os separou de todas as nações da
terra, para serem um povo santo e peculiar para si, e também se dedicaram
solenemente a Deus. Mas somente aqueles fizeram aliança com Deus e ratificaram essa aliança com sacrifício.
II
Após o Senhor ter falado sobre o julgamento para o
povo, agora, ele faz um relato do processo e da sentença do juiz, e mostra
sobre a necessidade de arrependimento. Ele se
pronuncia contrário àqueles que o desagradam: “Escuta, povo
meu, e eu falarei; ó Israel, e eu testemunharei contra ti. Eu sou Deus, o teu
Deus.” (v.7). Deus deseja ser ouvido, porque “Eu sou Deus, o teu
Deus”, disse Ele. Portanto, tenho o direito de falar. O direito de declarar os
princípios que pertencem à verdadeira adoração. Não estou reclamando de nenhuma
negligência em relação a sacrifícios que eram continuamente realizados no
Templo diante de mim, pois eram oferecidos de acordo com a lei. (v.8).
Na verdade, o conceito de oferecer sacrifícios ao Senhor foi ensinado por Deus
desde o tempo da primeira família humana, pois Abel agiu por fé e foi aprovado
por Deus quando fez um sacrifício agradável (Hebreus 11.4; Gênesis 4.4).
Durante todo o tempo da vigência da Lei dada por meio de Moisés, Deus exigia
sacrifícios e ofertas. Mas esta não é a
principal questão da acusação contra povo. Não é por esse motivo que deve ser
culpado ou condenado.
No entanto, se o problema não era o sacrifício em si,
tanto nas disposições técnicas como na qualidade dos animais, qual, então, era
o motivo da repreensão? Ocorre que o povo não estava prestando favor algum a Deus,
trazendo animais para o sacrifício, pois tudo pertence ao Senhor. Ele controla
a existência de todas as coisas. Ele afirma nos versículos 9-12 a sua independência absoluta das ofertas humanas. E mostra que o sacrifício com o qual ficaria
satisfeito, era bem diferente dos novilhos, bodes , que eles tinham o hábito de
oferecer. No momento, o povo apresentava uma forma de culto com apenas rituais
exteriores, vazios e sem conteúdo. Ofereciam sacrifícios, mas se esqueciam de
seu significado. Esta adoração Deus não se agradava.
Em meio a esse formalismo no culto, praticado pelo
seu povo, O Senhor afirma: “Oferece a Deus sacrifícios de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo” (v.14).
Dois pontos importantes merecem a nossa reflexão. Primeiro: “Oferece a Deus sacrifícios de ações de
graças”. O sacrifício de ação de graças é mencionado várias vezes no Antigo Testamento,
e pela primeira vez em Levítico 7.11-15. Mas o Senhor deixa claro que este tipo
de sacrifício não era somente apresentação dos corpos e do sangue de animais
mortos, mas era uma oferta que deveria proceder de um coração genuíno, e que
expressava gratidão, fidelidade, compromisso, dependência da sua graça, louvor
a Deus, e a honra que só ele merece. O que Deus quer ressaltar, por meio do
salmista, é que a oferta exterior deve corresponder à devoção interior. Nesse
aspecto, sacrifício de ações de graças” nos lembra que nosso viver diário deve
ser tão próximo de Deus e de Sua Palavra. E, assim, faz sentido o que é uma
verdadeira adoração. O segundo ponto: “cumpre os teus votos para com o
Altíssimo”. O texto não explica que votos são esses, mas, quaisquer que fossem,
deveriam ser cumpridos com fidelidade ao Senhor. Deveria ser cumprido com todo o esforço, na
íntegra, sem justificativas para o descumprimento. Afinal, deveriam honrar a
sua palavra diante de Deus, demonstrando maturidade quanto aquilo que prometeu.
Estimados irmãos! Não há lugar
para ritualismos vazio que não reflete a verdadeira adoração a Deus. Deus
rejeita abertamente a adoração falsa, feita somente nos dias de culto, e que
não condiz com a postura de vida que levamos. Por isso, temos de trabalhar os
nossos corações para nos arrepender de nossos pecados, para dedicarmos nosso
tempo a Deus, para sermos autênticos quando declararmos nossa adoração ao nosso
Criador e Salvador. Que o Senhor tenha
misericórdia de nós, e nos perdoa, nos lava e nos purifica com o sangue do seu
Filho Jesus. Refletimos
nossas atitudes e busquemos em Deus um coração adorador, “em espírito e em
verdade. Enfim, busquemos
ajuda na maravilhosa promessa de Deus: “E invoca-me no dia da angústia; eu te
livrarei, e tu me glorificarás” (v.15). Ela repousará sobre os que adoram a
Deus. Sejamos verdadeiros adoradores! Amém
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