terça-feira, 23 de agosto de 2022

 

TEXTO: LC 14.1-14

TEMA: O ORGULHO DESTRÓI O RELACIONAMENTO COM DEUS E COM O PRÓXIMO

O Evangelho de hoje traz mais um episódio de discussão, entre Jesus e os fariseus, acontecido durante a longa viagem de Jesus desde a Galiléia até Jerusalém. Ele foi convidado para uma festa, ocorrida no sábado. Era costume realizar refeições com pessoas convidadas após o serviço religioso do sábado nas sinagogas. Esta informação inicial sobre refeição na casa de um fariseu é momento para Lucas contar vários episódios que falam da refeição: cura do homem hidrópico, escolha dos lugares à mesa, escolha dos convidados que recusam o convite.

Mas, afinal, o que Jesus nos ensina neste texto?  Jesus nos ensina que os fariseus estavam vivendo um estilo de vida, contrário à sua vontade. Ele critica a falta de humildade daqueles homens, uma vez que eram pessoas que se consideravam superiores às outras. Faziam de tudo para serem vistos, preferiam os melhores lugares na festa e também os lugares de honra. Enfim, realizavam as suas obras com o intuito de serem vistos e elogiados. Na verdade, o orgulho os dominava, impedindo-os de se humilharem o suficiente para permitir que o Senhor abrisse seus olhos. Eram homens vaidosos e orgulhosos.

O orgulho tem levado muitas pessoas à destruição. Ele sufoca, destrói, mata, cega o entendimento. Causa confusão, contenda, mágoa, brigas, discussões, divisões. Os orgulhosos têm a tendência e a carência de sobressair sobre os demais! São capazes de qualquer coisa para impor as suas próprias regras ou interesses individuais. Este orgulho está fadado ao fracasso e a tragédia, pois quando entra na vida das pessoas destrói o relacionamento com Deus e com o próximo.

O que Deus quer é a humildade e não o orgulho. Jesus exigiu radicalmente dos Seus seguidores uma vida de extrema humildade. Tudo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado (v. 11). O caminho da humildade é o caminho da renúncia, do último lugar, do silêncio, do menosprezo, do abandono nas mãos de Deus, da fraqueza, da pobreza espiritual – a morte do próprio eu. Como está sua vida? Você prefere continuar em seu orgulho? Sejamos humildes! Jesus é o exemplo!

                                                                     I

 Jesus foi convidado por um dos principais fariseu para comer no sábado na sua casa. No entanto, o fariseu e seus amigos não estavam interessados na companhia de Jesus ao redor da mesa com eles, mas, na verdade, eles queriam observar Jesus, e encontrar um motivo de acusação, provavelmente na observância do sábado.

O texto afirma que naquele lugar “se encontrava um homem hidrópico.” (v.2). Hidrópico é pessoa que sofre de hidropisia, doença que consiste no acúmulo de líquido e inchaço no corpo todo, ou numa de suas partes, como, por exemplo, no ventre. Aquele homem certamente não foi convidado. Mas queria ser curado de sua doença. Sendo assim, entra na casa do fariseu e coloca-se diante de Cristo. Mas antes de cura-lo, Jesus, tomou a palavra, perguntou aos doutores da lei, e aos fariseus, se era permitido curar nos dias de sábado ou não, porque, segundo a lei de Moisés, não se podia fazer nada nos dias de sábado. Ele afirma: “É ou não é licito curar no sábado? (v.3). Mas eles nada disseram. Não responderam o questionamento de Jesus. Se respondessem positivamente, eles estariam contrariando a tradição dos judeus. Se respondessem negativamente, estariam negando o amor e a misericórdia de Deus. Mas Jesus não esperava uma resposta de seus observadores, ele simplesmente realiza a cura: Então, Jesus tomou o homem e o curou de sua enfermidade (v.4).

Após a cura, Jesus novamente faz uma pergunta: Qual de vós, se o filho cair num poço, não o tirará logo, mesmo em dia de sábado? (v.5). Mas os fariseus não foram capazes de responder. Eles não podiam responder, porque não tinham resposta alguma que incriminasse Jesus.  É interessante a pergunta que Jesus faz aos fariseus. Mas vamos refletir sobre esta pergunta! Imaginem que uma criança cai num poço. As pessoas se comovem, e as equipes de resgate se mobilizam rapidamente para salvá-la. Agora, imaginem se este acidente ocorresse no dia de sábado. Será que poderiam resgatá-la? No raciocínio dos fariseus a resposta seria não, pois tinham um conjunto enorme de normas que regulamentava, o que era ou não permitido fazer num sábado. Infelizmente, estes religiosos estavam enxergando apenas suas regras exageradas e discrepantes.

O fato é que não encontraram nada que pudesse responder à pergunta de Jesus. A única explicação para a inconsistência deles era que o orgulho   estimulava as suas atitudes. Na verdade, os orgulhosos têm a tendência e a carência de sobressair sobre os demais! São capazes de qualquer coisa para impor as suas próprias regras ou interesses individuais.  O orgulho desafia a Deus, despreza o seu próximo e exalta a si mesmo. Ele é arrogante, o contrário do espírito de humildade que Deus requer. Ocorre que   ele está fadado ao fracasso e a tragédia, pois quando entra na vida das pessoas destrói o relacionamento com Deus e com o próximo.

No entanto, Jesus tem a resposta à pergunta feita aos fariseus. Ele retoma o verdadeiro sentido do sábado, e nos ensina que não se deve esquecer a misericórdia de Deus e as necessidades do próximo. Mostra que Deus quer a prática da misericórdia em vez de rituais e sacrifícios (Os 6.6). O que se observa que esses fariseus causavam mais preconceitos com suas doutrinas cheias de tradições humanas do que agir com misericórdia, levando a desconsiderar as necessidades dos seres humanos na época. Portanto, Jesus deixou claro que não estava transgredindo o sábado, mas cumprindo, pois, a lei não proibia ajudar o próximo.

                                                                 I

A questão do orgulho e da humildade se concretiza na Parábola da Grande Ceia que Jesus contou. Durante a festa, Ele observava o modo como se comportavam os convidados, ou seja, atitude, as ambições tolas dos fariseus pelos primeiros lugares. Para eles, era importante estar mais perto do dono da casa ou até mesmo ocupar lugares mais honrosos, posição religiosa, admirados pelas pessoas, e não com a salvação do pecador. Estas são características do ser humano. Há uma grande preocupação pelo sucesso, aparência e status. O que se observa é uma corrida em busca de “melhorias” em todos os aspectos, em todas as direções na vida em particular. O que importa é a fama, o sucesso em alcançar o objetivo. Também não importa como e por qual meio, honesto ou não. Enfim, procura-se ser “o mais”: o mais forte, o mais inteligente, o mais astuto, o mais seguro, o mais rápido, o mais eficaz.

Este era o pensamento daqueles convidados. Procuravam impressionar os homens do que servir a Deus humildemente. Por isso, Jesus diz que àqueles fariseus que gostavam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas: “Quando por alguém fores convidado para um casamento, não procures o primeiro lugar.” (v.8). É interessante   que os banquetes nupciais tinham certas regras que deveriam ser observadas. Havia certo protocolo social que exigia dos convidados, que se posicionassem de acordo com a dignidade ou a importância de cada um, em torno de uma mesa. Se alguém ocupasse um lugar superior ao que fazia jus, corria o risco de ser retirado, dando lugar ao que realmente o merecia. Esta cena resultaria em um vexame social, caso o dono da festa solicitasse aquele lugar para um convidado mais importante. É melhor escolher o lugar mais modesto, e depois ser convidado pelo anfitrião para ocupar o lugar de maior honra.

No entanto, estas regras pareciam estar sendo ignoradas pelos fariseus. Eles estavam demonstrando todo egoísmo, orgulho e preconceito na escolha dos lugares. Estavam ocupando o lugar de honra. Este era o estilo de vida que viviam os fariseus.  Jesus critica esta atitude. Jesus entende que faltava humildade aqueles homens, uma vez que eram pessoas que se consideravam superiores às outras. Faziam de tudo para serem vistos, preferiam os melhores lugares na festa e também os lugares de honra. Enfim, realizavam as suas obras com o intuito de serem vistos e elogiados. O orgulho os dominava, impedindo-os de se humilharem o suficiente para permitir que o Senhor abrisse seus olhos. Eram homens vaidosos e orgulhosos. Deus se opõe a esse tipo de orgulho que sufoca, destrói, mata, cega o entendimento. Causa confusão, contenda, mágoa, brigas, discussões, divisões.

Quantas vezes este orgulho tem dominado e enfraquecido a nossa humildade. Somos egoístas, pensamos somente nas nossas necessidades, colocamos em primeiro lugar o EU. Isto tem ocorrido diariamente dentro do nosso lar, no trabalho, na escola, principalmente dentro da igreja. Lembre-se que nenhum valor tem para Jesus os que buscam os primeiros lugares e praticam todas as obras que aparentemente são boas, para serem visto pelos homens. Nenhum valor possuímos quando nos colocamos numa posição de destaque, onde existe uma certa superioridade naquilo que fazemos, quando nos consideramos melhor do que realmente somos. Quando nos tornamos cada vez mais senhores de si, corações endurecidos, amantes de si mesmo. Quando a situação que nos leva a uma justiça meramente externa, pois interiormente é corrompido pelo pecado. Este tipo de orgulho destrói o relacionamento com Deus, consigo mesmo e o próximo. E quando chegar a esta situação, estamos deixando a humildade cristã para substituí-la pelo orgulho dos fariseus.

 Precisamos parar e refletir sobre o assunto, fazer uma análise introspectiva, e perguntar: Será que o orgulho não está destruindo a minha vida? Se deixarmos o orgulho tomar conta da nossa vida, ele nos destrói. Ele acaba conosco. Ele torna-se nefasto para o nosso desenvolvimento pessoal e para a nossa felicidade. Por isso, é preciso deixar o orgulho de lado, ter humildade e procurar agir com sabedoria com nossas atitudes e posicionamentos de vida. Portanto, tome o último lugar; para que, quando vier o que te convidou, te diga: "Amigo, senta-te mais para cima. Ser-te-á isto uma honra diante de todos os mais convivas." (v.10).

                                                             II

Ao contrário, o que Deus quer é a humildade e não o orgulho. Jesus exigiu radicalmente dos Seus seguidores uma vida de extrema humildade. Tudo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado (v. 11). O caminho da humildade é o caminho da renúncia, do último lugar, do silêncio, do menosprezo, do abandono nas mãos de Deus, da fraqueza, da pobreza espiritual – a morte do próprio eu. E o Senhor quem nos guia: “Se alguém me quer seguir; renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34b). É na cruz de Cristo e na cruz da nossa vida que temos de crucificar o “eu” a cada dia. Fica evidente quando Jesus diz em Mateus 5.3: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” Por pobres de espírito, Jesus não entende os tolos, mas os humildes, e diz que o Reino dos Céus é destes e não dos orgulhosos. O evangelho deve ser pregado aos pobres de espirito, e não ao espiritualmente orgulhoso, o que pretende ser rico e de nada necessita.

 Jesus usou a oportunidade para dar um conselho também ao dono da festa. Ele se dirige ao anfitrião de forma surpreendente e estabelece uma nova regra: Quando deres um jantar ou uma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas recompensado.(v.12) A recomendação de Jesus ao anfitrião é simples: Não convide estes homens   cultos e inteligentes, com elevada opinião de si mesmos e de sua própria superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de sua atenção. Não convida estes arrogantes, mas os pobres, os aleijados, os coxos e   os cegos. (v.13).  Aqueles que são rejeitados ou ignorados, considerados como gente de nível social inferior ao nível daquele importante fariseu.

Por outro lado, convidando estas pessoas, não haverá disputa pelos primeiros lugares e, pelo contrário, muitos precisarão de ajuda para ser colocados à mesa e eles sentirão honrados só pelo convite. Então, o anfitrião será duplamente recompensado. Primeiro, pela gratidão daqueles que foram abençoados pela generosa bondade demonstrada na ajuda e na alimentação que receberam; segundo porque aqueles necessitados, não tendo como recompensar a ajuda que receberam, a recompensa virá na ressurreição dos justos: a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos. (v.14).

Estimados irmãos! Peçamos a Deus que o orgulho não predomine em nossas vidas, e que jamais destrua o nosso relacionamento contigo e com o nosso próximo, mas que nos conceda humildade para refletir. Amém!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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