quarta-feira, 22 de outubro de 2025

TEXTO:  JO 8. 31-36

TEMA:  SOMOS LIVRES QUANDO O FILHO NOS LIBERTA!

 Hoje, lembramos a Reforma  realizada pelo Dr. Martinho Lutero, iniciada no dia 31 de outubro de 1517 quando afixou às 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha. E para este dia da Reforma,vamos refletir sobre o texto de João 8.31-36. A temática da mensagem está centralizada nas palavras de Jesus no versículo 36: Somos livres quando o Filho nos liberta.

Mas libertar de quê? O Filho nos liberta da escravidão do pecado. A escravidão do pecado é uma condição que afeta toda a humanidade desde a queda de Adão e Eva,pois, como está escrito, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado (v.34).O problema é que o homem foi dominado pelo pecado de tal forma que se torna incapaz de se libertar desse domínio. E um simples assentimento mental não é suficiente para tornar o ser humano verdadeiramente livre da escravidão do pecado.

No entanto, o Filho nos liberta da escravidão do pecado, pois  tem a autoridade para nos libertar do domínio de Satanás e do pecado.  Somente Ele tem o poder de tirar o pecador do estado de morte espiritual para o estado de herdeiro da vida eterna. Por isso, a única liberdade verdadeira é a liberdade trazida por Cristo: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (v.32). É uma liberdade verdadeira que nos permite viver em comunhão com Deus. Mas essa liberdade não significa fazer o queremos. Pelo contrário,é uma liberdade para viver de acordo com o propósito de Deus para as nossas vidas.

Martinho Lutero, ao estudar as Escrituras, descobriu a verdade libertadora do evangelho: a salvação é pela graça de Deus mediante a fé em Cristo, e não pelas obras humanas (Efésios 2.8–9; Romanos 1.17). Ele viveu em um tempo em que a Igreja havia se afastado da Palavra, substituindo a verdade bíblica por tradições humanas, superstições e práticas como a venda de indulgências. Nesse contexto, Lutero percebeu que nenhum esforço próprio poderia aproximar o ser humano de Deus — apenas a fé em Jesus Cristo justifica o pecador.

Muitos anos depois da Reforma, é triste dizer  que muitas pessoas desistiram de buscar esta verdade. Hoje, estamos enfrentando a secularização, o liberalismo e o relativismo da Palavra de Deus. A idolatria, relíquias,  prosperidade, ritos e promessas idênticos do tempo de Lutero têm se propagado em muitas igrejas. O que se observa  que  as verdades essenciais do evangelho estão ausentes em  muitos púlpitos. Há extrema confusão, perda de identidade e distanciamento do que Jesus ensinou. Lutero, ficaria perflexo de ver a verdade,  algo tão precioso sendo  relativizada e desprezada neste mundo contemporâneo.

Assim como Lutero conclamou a Igreja ao retorno às Escrituras, somos chamados hoje a reavaliar nossa fé e viver em fidelidade à verdade bíblica que liberta (v. 32), reconhecendo que somente o Filho nos torna livres do pecado (v. 36). O texto nos conduz aos seguintes questionamentos:

Você se considera uma pessoa verdadeiramente livre? O que o impede de confiar totalmente na graça de Deus? Como você pode usar sua liberdade em Cristo para servir e amar melhor as pessoas? O que precisa mudar na sua rotina para viver mais próximo da Palavra que liberta? Como você pode ajudar alguém ao seu redor a conhecer essa liberdade em Jesus?

Estimados irmãos, conforme o texto, Jesus fez um discurso aos judeus. Nesse discurso, Ele falou sobre pontos fundamentais da mensagem do Evangelho, especialmente, sobre sua pessoa e ministério. E ao final do seu discurso houve certa reação. Alguns dos judeus  chegaram a crer nele (v.30). Outros se monstaram entusiasmados com os ensinamentos de Jesus, mas não creram,  não entenderam e passaram a questionar Jesus, pois sentiram-se ofendidos pela forma como Ele falava. (v. 31,33,40). Diante desta reação, Jesus mostra quem é o verdadeiro discipulo. Ele, primeiro, os convida a permanecer em sua palavra. (v.32a). Permanecer é uma palavra que significa ficar, manter-se, não sair. Ora, permanecer na palavra de Jesus tem vários aspectos: primeiro, quando ouvimos a Palavra de Deus ou lemos é preciso guardar no coração. O salmista, muitos anos antes, já vivia essa experiência e a retratou no Salmo 119.11: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti”. Segundo, ter a Palavra de Deus no coração é fundamental para aquele que segue a Jesus, mas também há necessidade de colocar em prática aquilo que é ensinado: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tiago 1.22). Em suma, um cristão genuíno que permanece na Palavra de Deus, obedece e procura entender é um verdadeiro discipulo.

Para aqueles que perseveram, permanecem firmemente nos ensinos da Palavra de Deus, Jesus diz: “ conhecereis a verdade.” (v.32a).  A palavra "conhecer” vem do grego γινώσκω que significa aprender a conhecer, vir a conhecer, obter um conhecimento, tornar-se conhecido. Fica evidente que, quem permanecer, ficar, continuar, ser perseverante, é moldado pelos ensinamentos de Jesus. E ,consquetemente, nos leva conhece-lo de maneira muito mais profunda, pois estaremos conhecendo a “verdade.” Observa-se que João apresenta um conceito de verdade diferente da concepção grega.  Para os gregos, verdade significa o que é palpável, real. Mas qual é a verdade que Jesus está falando? Como podemos conhecer esta verdade?  Deus revelou a verdade ao mundo através de Jesus. Quando Jesus veio como homem, ele nos mostrou a verdade de uma forma que podemos compreender.  Jesus  em Jo 14.6  mostra que Ele é a verdade divina. Nele os homens vivem e se libertam do pecado.

Ao longo dos séculos, muitas pessoas têm confessado esta verdade que Jesus ensinou. Lutero é um exemplo.  Ele viveu num período que caracterizou por um profundo desprezo à pregação da Palavra de Deus por parte dos clérigos da Igreja Romana. O povo acreditava em bruxarias, eram cheios de superstições e só ouviam falar de Jesus como Juiz irado e não como o amoroso Salvador. Além disso, o que mais perturbava o povo na época, era a venda das indulgências. Por outro lado, as obras desempenhavam o papel principal no ensinamento dos mestres e professores daquela época. O relacionamento entre homem e Deus, era através das boas obras. Lutero ao viver neste contexto sentiu que sua vida estava alicerçada em farsas, em mentiras, inverdades. indulgências e penitências, e nada disso o faria chegar mais perto de Deus diante destes ensinamentos.

Lutero encontrou nas Escrituras, a verdade quando vivia na angustia e no desespero. Entendeu de que bastava crer em Jesus, o caminho, a verdade e a vida, que seria liberto e teria paz em sua vida. Com certeza, lembrou das palavras de Jesus,para aqueles que creram nele  “e a verdade vos libertará”.(v.32b). Mas será todos entendemos o que é liberdade? A Bíblia explica que a verdadeira liberdade está em Jesus Cristo. Ele é a verdade que liberta. Ele veio para nos libertar do domínio de Satanás e do pecado. Somente Ele tem o poder de tirar o pecador do estado de morte espiritual para o estado de herdeiro da vida eterna. Por isso, a única liberdade verdadeira é a liberdade trazida por Cristo. Quando Ele nos liberta, então,seremos livres. Porém, ser verdadeiramente livre não significa viver uma vida sem compromisso e sem lei (1 Coríntios 9.21; Gálatas 6.2). Portanto, livre de verdade é aquele que serve a Deus e vive uma vida de acordo com sua vontade.

Quando Jesus falou sobre liberdade, deixaram os judeus atônitos e responderam: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” (v.33).Estes judeus eram opositores  e procuraram  matar Jesus ( vv.37, 39). Jesus disse que eram filhos de Satanás. (v.40). Eles se sentiram afrontados pelas palavras de Jesus, e argumentam: “somos descendentes de Abraão.” Para eles o patriarca Abraão era um homem em aliança com Deus,  e impôs toda a liberdade civil e religiosa sobre eles, e nunca foram escravizados por qualquer poder estrangeiro e governado por leis. Este foi o maior orgulho dos judeus, de que eles eram os herdeiros da aliança com Abraão.Sendo assim, afirmam: “jamais fomos escravos de alguém.” É evidente que este argumento dos opositores não era verdadeiro.Esqueceram que viveram na escravidão no Egito e na Babilônia. Esqueceram que serviram a essas nações como escravo. Também esqueceram do fato bem presente de que naquele tempo Roma dominava a terra de Israel.

Diante desta atitude dos judeus, o que se conclui é que eles não admitiam para si mesmos, que não eram livres. Então, Jesus replica com outra  declaração, tentando ampliar e esclarecer aos judeus. Ele recordou-lhes que havia outra escravidão à qual eles não davam a mínima atenção. Jesus afirma: “Em verdade, em verdade vos digo: Todo o que comete pecado é escravo do pecado.”(v.34).  Jesus usa aqui o termo δοῦλος que significa literalmente “escravo” em grego. Muitos traduzem como  “servo”. Jesus ao usar este termo marcou  a consciência inquieta de que eles não eram tão livres quanto gostariam de ser,pois eram escravo do pecado e não queriam admitir.Pensavam que sendo descendente de Abraão, eram livres.

Mas  o que é ser escravo do pecado? O pecado procura uma maneira de nos escravizar, controlar,  dominar e ditar nossos atos. Tem poder sobre o homem e o torna seu senhor. Torna-se permanente  em nossa carne cujo efeito é a escravidão. E não existe escravidão semelhante a esta. Quantas pessoas, em todo o mundo, são escravas do pecado, embora não admitam! Tornaram-se cativos de suas fraquezas e corrupções, e se mostram incapazes de serem libertos. Às vezes, se orgulham de serem eminentemente livres. Em Rm  7.20-24.  Paulo nos revela a extensão da realidade do pecado. Precisamos acolher o Filho de Deus, que nos libertou do poder do pecado (Rm 6.1-5). Ele veio para nos libertar da escravidão do pecado. Quando nos aproximamos de Cristo em arrependimento e recebemos este perdão, e  somos capacitados pelo Espírito Santo que vem habitar em nós.

Diante dos argumentos dos seus opositores,Jesus,  faz uma diferença entre o escravo e filho.Assim, entenderia o que Jesus estava ensinando: “O escravo não fica para sempre em casa.”(v.35a).  Em qualquer casa havia uma diferença entre o escravo e o filho. O escravo não tinha vontade própria. Ele fazia somente a vontade do seu senhor.  Ele não é o herdeiro e pode a qualquer momento ser expulso da casa, ou ser vendido. Diferente é o filho: “filho,sim, para sempre.”(v.35b).Ele tem o direito. É o herdeiro e  não pode ser descartado ou vendido. É privilegiado com o direito de permanecer na família até a morte. Mas o que Jesus queria mostrar  com essa diferença aos judeus?Jesus  estabele uma advertência aos judeus: vocês podem ser escravos do pecado, que conduz à morte, ou podem escolher ser filho e obedecer a Deus, que conduz à vida de justiça.Se vocês não forem filhos, são considerados escravos, e não terão seus privilégios especiais como nação. Jesus,então, poderia perguntar aos seus opositores: Vocês crêem que são os filhos na casa de Deus? Creem que nada lhes pode separar da presença de Deus?  Mas a grande questão é: nós temos sido escrevo ou temos sido filhos?

Finalizando Jesus mostra aos seus opositores a natureza da verdadeira liberdade: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.(v.36).Estas palavras de Jesus, é uma expressão maravilhosa que resume a essência do Evangelho. Demonstra que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Isso significa que o homem foi dominado pelo pecado de tal modo que ele é incapaz de se libertar desse domínio. E um simples assentimento mental não é suficiente para tornar o homem verdadeiramente livre. É necessário que haja uma entrega completa a Cristo, reconhecendo-o como   Aquele nos libertou do domínio de Satanás e do pecado.  Somente Ele tem o poder de tirar o pecador do estado de morte espiritual para o estado de herdeiro da vida eterna. Por isso, a única liberdade verdadeira é a liberdade trazida por Cristo.Quando Ele nos liberta Então,seremos livres.Porém, ser verdadeiramente livre não significa viver uma vida sem compromisso com o Filho, (1 Coríntios 9.21; Gálatas 6.2) servindo e vivendo de acordo com sua vontade.

No entanto, muitos anos depois da Reforma, é triste dizer  que muitas pessoas desistiram de buscar esta verdade. Hoje, estamos enfrentando a secularização. Liberalismo e o relativismo da Palavra de Deus. A idolatria, relíquias,  prosperidade, ritos e promessas idênticos do tempo de Lutero têm se propagado em muitas igrejas. O que se observa  que  as verdades essenciais do evangelho estão ausentes em  muitos púlpitos. Há extrema confusão, perda de identidade e distanciamento do que Jesus ensinou. Lutero, ficaria perflexo de ver a verdade,  algo tão precioso sendo  relativizada e desprezada neste mundo contemporâneo.É de suma importância reavaliarmos nossa caminhada à luz da Palavra de Deus e sermos fiéis ao Filho  que nos libertou da escravidão do pecado.

Estimados irmãos! Assim como Deus agiu na História, através de Lutero, ocasionando a Reforma, Deus também quer usar a cada um de nós, para transmitir a sua mensagem ao mundo e mostrar que o Filho nos liberta da escravidão do pecado; que tem a autoridade para nos libertar do domínio de Satanás e do pecado; que tem o poder de tirar o pecador do estado de morte espiritual para o estado de herdeiro da vida eterna. Como é maravilhoso depois de 508 anos, ainda continuamos pregando, confessando e proclamando esta verdade! Por isso,cremos que Jesus Cristo nos liberta da escravidão do pecado. Amém!

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