quarta-feira, 22 de outubro de 2025

TEXTO: SL 50.1-15

TEMA: SEJAMOS VERDADEIROS ADORADORES AO SENHOR!

Hoje, em muitas igrejas a adoração transformou-se em show, em ativismo piedoso sem ligação com o próprio Senhor. Na verdade, a pregação das Escrituras não encontra mais espaço dentro de algumas igrejas de nossos dias. Elas perderam a essência do Evangelho para vender uma imagem de relevância à sociedade. Por isso, refletir sobre estas questões torna-se relevante, pois vivemos diante de uma situação em que a adoração a Deus tem sido um mero ritualismo vazio. Um conjunto de atos mecânicos que nada contribui para a edificação e nem para a glória do nosso Deus. Esta adoração Deus não se agrada.

Será que Deus está satisfeito com adoração que realizemos? Será que, muitas vezes, a nossa adoração não é um mero formalismo?  Este salmo contém todas as respostas para esses questionamentos. O salmista chama atenção do povo de Israel sobre a situação espiritual que estava vivendo. O próprio Senhor é quem, no salmo, os distingue e se manifesta diante da falsidade dos seguidores. Sendo assim, Deus coloca na boca do salmista as palavras de repreensão ao povo, que dava valor ao ritual do culto, mas desprezava a vida diária de louvor de todo coração. Ele toma a prática da adoração vigente e contrasta com os critérios do culto que Deus se agrada. Ele mostra quais são os critérios de Deus.

Não importa o quanto o homem tente inovar, imaginar ou criar supostas “adorações”, pois todas elas serão vistas por Deus como falsas e reprováveis. Sendo assim, Deus nos convida para sermos verdadeiros adoradores de uma maneira tão profunda, envolvendo todo nosso ser. Ele almeja que a nossa adoração seja genuína sempre fundamentada nos ensinamentos de Deus, conforme revelada nas Escrituras, e que esteja em conformidade com a sua vontade, pois não podemos adorar a Deus de qualquer maneira, mas em “espirito e verdade”. (João 4.23). Este deve ser o nosso procedimento.

                                                                   I

Salmo 50 inicia com a descrição do Senhor Deus, Criador dos céus e da terra, todo-poderoso, supremo e glorioso. É Ele quem fala. Não são homens nem anjos, mas é o próprio Senhor que tem o direito de convocar todos os habitantes da terra, desde o nascer do sol até onde ele se põe, para participar do tribunal de Deus, Isto significa que a convocação é para todo mundo, ou seja, para todas as terras, raça humana e classes sociais, bem como desde Sião, que é a excelência em formosura, cidade do grande Rei, o lugar e fonte da autoridade de Deus.  (v.2). Todos são convocados! Então, o Senhor virá para o julgamento. (v.3a).  O Novo Testamento declara o fato de que isso será feito pela vinda de seu Filho Jesus Cristo, para reunir as nações diante dele e pronunciar a sentença final sobre a humanidade. (Mateus 25.31; João 5.22).

Ele vem! E, certamente, não ficará calado! À sua frente vai um fogo devorador, e, ao seu redor, uma violenta tempestade. Assim afirma o salmista: “perante ele arde fogo devorador, ao seu redor esbraveja grande tormenta”. (v.3b). É uma convocação que nos faz tremer, pois o Senhor age como um juízo e manifesta a sua ira no julgamento dos homens. O fogo e a tormenta são figuras utilizadas para fazer referência à majestade e ao poderio de Deus quando se manifestar. Esta expressão foi tirada da representação de Deus quando ele se manifestou no Monte Sinai. (Êxodo 19.16-18). Naquela ocasião, o ar ressoou com trovões e o som de trombetas, os céus foram iluminados por raios, e a montanha estava em chamas. Agora, Deus faria uma exibição igualmente de seu poder, para que o povo aprendesse a tremer diante do julgamento de Deus, uma vez que se considerava indiferente e desprezava a terrível manifestação de Deus, da mesma forma como ocorreu no Sinai.

É justamente a falta de uma vida adequada do Seu povo que leva o Senhor a lamentar profundamente. Ele lembra ao Seu povo da aliança que firmou com ele, mas vê-se obrigado a acusar Israel, falando em julgamento. É uma acusação contra os rituais exteriores e vazios, ao culto sem conteúdo. É diante desta situação, o Senhor intima, chama, grita, emite som alto, reúne os céus e a terra. Ele toma como testemunha os céus e a terra para emitir juízo acerca do seu povo: “Intima os céus lá em cima e a terra para julgar seu povo.” (v.4). Os próprios céus, os habitantes celestiais testemunharão a justiça da sentença. Atestarão a perfídia, as maldades, desonras e invenções perversas que os judeus estavam praticando. Na verdade, estavam desprezando a verdadeira santidade e corrompendo a pura adoração a Deus. Mas também, neste dia, o Senhor emitirá uma ordem do seu trono: “Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um concerto com sacrifícios. (v.5). O Senhor solicita aos mensageiros que tragam ao tribunal os santos. A palavra “santos” aqui se refere àqueles que são verdadeiramente seu povo. Os israelitas, a quem Deus os escolheu e os separou de todas as nações da terra, para serem um povo santo e peculiar para si, e também se dedicaram solenemente a Deus. Mas somente aqueles fizeram aliança com Deus e ratificaram essa aliança com sacrifício.

                                                                        II

Após o Senhor ter falado sobre o julgamento para o povo, agora, ele faz um relato do processo e da sentença do juiz, e mostra sobre a necessidade de arrependimento. Ele se pronuncia contrário àqueles que o desagradam: “Escuta, povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu testemunharei contra ti. Eu sou Deus, o teu Deus.” (v.7). Deus deseja ser ouvido, porque “Eu sou Deus, o teu Deus”, disse Ele. Portanto, tenho o direito de falar. O direito de declarar os princípios que pertencem à verdadeira adoração. Não estou reclamando de nenhuma negligência em relação a sacrifícios que eram continuamente realizados no Templo diante de mim, pois eram oferecidos de acordo com a lei. (v.8). Na verdade, o conceito de oferecer sacrifícios ao Senhor foi ensinado por Deus desde o tempo da primeira família humana, pois Abel agiu por fé e foi aprovado por Deus quando fez um sacrifício agradável (Hebreus 11.4; Gênesis 4.4). Durante todo o tempo da vigência da Lei dada por meio de Moisés, Deus exigia sacrifícios e ofertas. Mas esta não é a principal questão da acusação contra povo. Não é por esse motivo que deve ser culpado ou condenado.

No entanto, se o problema não era o sacrifício em si, tanto nas disposições técnicas como na qualidade dos animais, qual, então, era o motivo da repreensão? Ocorre que o povo não estava prestando favor algum a Deus, trazendo animais para o sacrifício, pois tudo pertence ao Senhor. Ele controla a existência de todas as coisas. Ele afirma nos versículos 9-12 a sua independência absoluta das ofertas humanas. E mostra que o sacrifício com o qual ficaria satisfeito, era bem diferente dos novilhos, bodes , que eles tinham o hábito de oferecer. No momento, o povo apresentava uma forma de culto com apenas rituais exteriores, vazios e sem conteúdo. Ofereciam sacrifícios, mas se esqueciam de seu significado. Esta adoração Deus não se agradava.

Em meio a esse formalismo no culto, praticado pelo seu povo, O Senhor afirma: “Oferece a Deus sacrifícios de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo” (v.14). Dois pontos importantes merecem a nossa reflexão. Primeiro: “Oferece a Deus sacrifícios de ações de graças”. O sacrifício de ação de graças é mencionado várias vezes no Antigo Testamento, e pela primeira vez em Levítico 7.11-15. Mas o Senhor deixa claro que este tipo de sacrifício não era somente apresentação dos corpos e do sangue de animais mortos, mas era uma oferta que deveria proceder de um coração genuíno, e que expressava gratidão, fidelidade, compromisso, dependência da sua graça, louvor a Deus, e a honra que só ele merece. O que Deus quer ressaltar, por meio do salmista, é que a oferta exterior deve corresponder à devoção interior. Nesse aspecto, sacrifício de ações de graças” nos lembra que nosso viver diário deve ser tão próximo de Deus e de Sua Palavra. E, assim, faz sentido o que é uma verdadeira adoração. O segundo ponto: “cumpre os teus votos para com o Altíssimo”. O texto não explica que votos são esses, mas, quaisquer que fossem, deveriam ser cumpridos com fidelidade ao Senhor.  Deveria ser cumprido com todo o esforço, na íntegra, sem justificativas para o descumprimento. Afinal, deveriam honrar a sua palavra diante de Deus, demonstrando maturidade quanto aquilo que prometeu.

Estimados irmãos! Não há lugar para ritualismos vazio que não reflete a verdadeira adoração a Deus. Deus rejeita abertamente a adoração falsa, feita somente nos dias de culto, e que não condiz com a postura de vida que levamos. Por isso, temos de trabalhar os nossos corações para nos arrepender de nossos pecados, para dedicarmos nosso tempo a Deus, para sermos autênticos quando declararmos nossa adoração ao nosso Criador e Salvador. Que o Senhor tenha misericórdia de nós, e nos perdoa, nos lava e nos purifica com o sangue do seu Filho Jesus. Refletimos nossas atitudes e busquemos em Deus um coração adorador, “em espírito e em verdade. Enfim, busquemos ajuda na maravilhosa promessa de Deus: “E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (v.15). Ela repousará sobre os que adoram a Deus. Sejamos verdadeiros adoradores! Amém

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