segunda-feira, 26 de maio de 2025

TEXTO: Sl 133

TEMA: VIVAMOS UNIDOS COM OS IRMÃOS!

 O Salmo 133 é um dos quinze Cânticos de Romagem (Salmos 120 a 134). Ele também é conhecido como cântico de peregrinação, ou da subida. Na época das grandes festas, os judeus se reuniam em caravanas que seguiam para Jerusalém para adorar a Deus no templo. Pelo menos três vezes por ano  tinham que se apresentar na presença do Senhor nas três grandes festas. Em família, levavam suas ofertas e animais que seriam sacrificados, e durante a caminhada cantavam cânticos ao Senhor.

Percebe-se o quanto Davi deu grande importância  ao falar sobre os peregrinos que iam a  Jerusalém, onde  eram acolhidos como irmãos. Ele discorre sobre a união entre os irmãos e a excelência do amor fraternal. Ele também faz algumas comparações para exemplificar o amor fraternal que deve existir entre os irmãos. Tal princípio deveria ser cultivado em todos os segmentos sociais, seja na família, na política, na religião, e, principalmente, na Casa de Deus. Também precisamos  aprender a viver unidos, pois sabemos da grande importância que as pessoas, famílias, igreja precisam deste relacionamento com os irmãos.

Mas, Infelizmente, o comportamento das pessoas se transformou. O contato pessoal e os relacionamentos tornaram-se frios e distantes. Hoje, ao contemplar o panorama humano de nossos dias, atormentados por divergências e alimentados por um ódio profundo, percebemos que as pessoas estão cada vez mais afastadas umas das outras. Elas parecem estar constantemente apressadas ou preocupadas com alguma questão. Acredito que a conscientização dessa realidade é o primeiro passo para buscarmos uma mudança significativa. Valorizar os momentos de encontro, procurar pontos em comum em vez de nos concentrarmos nas diferenças – essas são atitudes que podem contribuir para a reconstrução de pontes e o aquecimento dos relacionamentos, e, consequentemente, para vivermos unidos como irmãos. Como você tem convivido com seus amigos, colegas de trabalho, da faculdade, da igreja ou mesmo aqueles que conheceu ao longo de sua vida?

                                                               I

 O salmista inicia este salmo com uma exclamação vigorosa, convincente e enfática: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (v.1). O primeiro termo refere-se ao adjetivo “bom.” Estar na companhia dos irmãos é algo valioso e precioso. Isso implica que existem benefícios tanto coletivos quanto individuais no vínculo fraternal. Em outras palavras, há um valor prático positivo nessa unidade entre os irmãos. O segundo adjetivo que qualifica a união entre eles é “agradável.” Diante dessas considerações, é importante que cultivemos o prazer de vivermos em harmonia uns com os outros, bem como a disposição de nos entregarmos sem qualquer tipo de interesse pessoal. Isso evidencia que a união nos capacita a superar as lutas e nos torna mais resilientes diante das adversidades. Os irmãos da igreja primitiva são um testemunho disso. Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos, demonstrando submissão à autoridade deles. Isso, sem dúvida, contribuía significativamente para o fortalecimento da unidade entre eles. Esta comunhão entre os irmãos na Igreja era o resultado de uma dedicação sincera (Atos 2.42).

Mas o que torna essa união "boa e agradável"? Vamos analisar: em primeiro lugar, a união fraterna dissipa conflitos e fomenta um ambiente de paz e serenidade. Isso implica que viver em harmonia com aqueles que compartilham laços familiares ou congregacionais proporciona um bem-estar inestimável. Em segundo lugar, em momentos de adversidade, contar com irmãos solidários ao nosso lado oferece um suporte emocional e espiritual inestimável. Essa união não apenas fortalece, mas também proporciona um senso de segurança. Por último, a união permite a partilha de momentos felizes, tornando-os ainda mais significativos, pois nos oferece conforto e amparo nas horas de tristeza, aliviando o peso da dor. Em síntese, a união entre irmãos reflete o amor e a unidade que devem prevalecer em uma comunidade de fé e, em última análise, o próprio amor divino.

Este é o caminho pelo qual Deus desejou que Seu povo percorresse, pois o Senhor sempre almejou que vivesse em harmonia com os irmãos. É evidente que o salmista não se refere a uma união superficial, como um mero encontro social durante uma festividade. O que ele realmente tem em mente é que os irmãos (os peregrinos) “vivam em unidade”. Isso implica que a vida em comunhão está no cerne do desejo divino para Seu povo. É o próprio Deus quem convoca Sua povo a abraçar a unidade. Na verdade, o salmista associa essa união à bênção divina e à promissora vida eterna, evidenciando a relevância espiritual e a fraternidade.

                                                                        II

Davi, após a declaração inequívoca acerca do valor da união entre os irmãos, introduz duas figuras. Ele utiliza essas ilustrações para nos ensinar como o amor fraternal traz vida ao povo de Deus, proporcionando refrigério e ânimo! São duas comparações que aprofundam a compreensão da união entre os irmãos: a figura do óleo de unção de Arão e o orvalho de Hermom. Nos dois casos, os benefícios vêm de cima e descem.Vejamos a primeira figura: “É como o óleo precioso sobre a cabeça,o qual desce para a barba,a barba de Arão e desce para a gola de suas vestes.” (v.2). Este óleo era valioso e usado como medicamente, produto fino de beleza, remédio para ferimento, elemento para a consagração de sacerdotes e reis que eram ungidos com óleo. Ele era derramado sobre suas cabeças, e dessa forma, eram considerados consagrados ou separados por Deus para esse trabalho especial. A ideia é que o óleo da unção fosse suficientemente abundante para escorrer sobre toda a túnica, difundindo uma fragrância agradável por toda parte, desde a “cabeça, descendo sobre a barba de Arão até a gola de suas vestes.” 

Quando o óleo foi derramado sobre a cabeça de Arão, este escorreu por suas vestes, disseminando-se por todo o seu ser. Este ato de consagração evoca a ideia da descida do óleo sobre a totalidade do indivíduo. Não se restringia apenas à cabeça, mas abrangia a barba, as vestes,ou seja, a pessoa inteira, que se tornava participante da fragrância do óleo da unção. Para o salmista, esta imagem, além dos benefícios naturais do óleo,  ela está intimamente ligada à consagração de Arão, na qual o óleo simbolizava não apenas a separação dele e de seus filhos para o serviço do Senhor, mas também representava as bênçãos divinas. Assim, Davi transmitiu o significado profundo dessas bênçãos ao povo.  A ocorrência tripla do verbo hebraico יָרַד (descer) no derramamento do óleo da cabeça para a barba, da barba para as vestes, produz a ideia de que é do alto, que a união é promovida na forma de uma bênção. Na verdade quando a comunidade de Deus vive em união e harmonia, é agraciada por Deus com bênçãos.

A segunda figura trata do “orvalho do Hermom.” (v.3a). O que há de tão especial no monte Hermon para que seja comparado a união fraternal e abençoada por Deus? Conhecer a geografia do monte ajudará a desvendar a simbologia usada por Davi nesse cântico de peregrinos. Hermom é um monte muito importante no norte de Israel. Este monte é o ponto mais alto de Israel, ele fica localizado no extremo norte de Israel, fazendo fronteira com a Síria e o Líbano. Ele é constantemente coberto de neve, pelo orvalho que desce durante quase o ano inteiro sobre o seu cume. O seu degelo favorece uma boa fertilização, regando e dando vida ao povo, a vegetação, animais, inclusive o rio Jordão, onde nasce ao pé do monte.

O salmista usa esta sinbologia e afirma: “orvalho do Hermom que desce sobre os montes de Sião”. (v.3b). Geograficamente, o monte Hermon e os montes de Sião estão distantes.  Sião é o monte onde Jerusalém estava construída e onde se localizava o templo, o centro da vida religiosa e da unidade do povo de Israel. O orvalho que desce do Hermon sobre Sião, implica em bênção abundante e vivificante. Ela se espalha e alcança o coração do povo de Deus, o lugar do templo e da presença de Deus.A promessa à nação foi de vida renovada e contínua: “Pois ali o Senhor decretou a bênção e a vida eterna”. (v.3c). Desse modo, Jerusalém, além de alvo das bênçãos de Deus, é também o local de onde o Senhor promoveria redenção espiritual e política para Israel e para as nações. Estas bênçãos enchim os israelitas de força, alegria e coragem,de modo que tais benefícios eram manifestos diante da união fraternal.

                                                                             III

Precisamos também aprender a viver unidos, pois sabemos da grande importância que as pessoas, famílias, igreja precisam deste relacionamento com os irmãos. Mas, Infelizmente, o comportamento das pessoas se transformou. O contato pessoal e os relacionamentos tornaram-se frios e distantes. Hoje, ao contemplar o panorama humano de nossos dias, atormentados por divergências e alimentados por um ódio profundo, percebemos que as pessoas estão cada vez mais afastadas umas das outras. Elas parecem estar constantemente apressadas ou preocupadas com alguma questão.

Acredito que a conscientização dessa realidade é o primeiro passo para buscarmos uma mudança significativa. Aprender a valorizar os momentos de encontro;  procurar pontos em comum em vez de nos concentrarmos nas diferenças – essas são atitudes que podem contribuir para a reconstrução de pontes e o aquecimento dos relacionamentos, e, consequentemente, para vivermos unidos como irmãos. A  Bíblia nos ensina a nos reunirmos regularmente nos envolvermos uns com os outros (1Ts 5.11), nos alegrarmos na comunhão (Rm 15.32; 2Tm 1.4), praticarmos o amor verdadeiro (Ef 4.2; 1Ts 4.9) e  juntos, batalharmos pela edificação do corpo de Cristo (1Co 12.7; 1Pe 4.10). Paulo exortou os cristãos a buscar a manter a unidade na base do seu respeito pela vontade de Jesus: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1 Coríntios 1:10 .Como você tem vivido com seus amigos, colegas de trabalho, da faculdade, da igreja ou mesmo aqueles conhce ao longo de sua vida?

Estimados irmãos! Nossa unidade, nossa comunhão, nosso amor fraternal é fruto da obra de Jesus em nós. Ele derramou o amor de Deus em nossos corações, para nos consagrar no serviço de adoração a Deus. É impossível amar a Deus se não estamos amando o nosso irmão. Que possamos sempre buscar a união e fortalecer os laços com nossos irmãos. Viver em harmonia, apoiando uns aos outros.Que essa seja sempre a nossa busca  em todos os lugares!Amém!

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