terça-feira, 6 de maio de 2025


TEXTO: JO 10.22-30

TEMA:  O  RELACIONAMENTO DO BOM PASTOR, JESUS COM AS SUAS OVELHAS!

No contexto anterior, Jesus cura uma cego de nascença. E alguns líderes religiosos estavam presentes naquele momento. Eles não mostraram nenhum amor pelo cego, mas o desprezaram. É. justamente, neste contexto que Jesus se revela como o bom pastor em contraste com os fariseus  que eram mercenários, salteadores e ladrões. Pessoas que sempre estavam propensos a criticar a Jesus e não seguir o seu caminho. Esta atitude demonstrava que não conseguiam entender o verdadeiro sentido da vinda de Cristo.Tinham ignorado os sinais evidentes que revelavam o poder e a glória do Filho de Deus. Portanto, estes líderes religiosos eram personagens que causavam abarrecimento constrangimento, e chegaram ao extremo de querem acabar com Jesus. Por isso, procuraram  apedrejá-lo.

No entanto,  Jesus demonstra que é diferente. Não é um mercenário que não tem cuidado com as ovelhas. Mas é o bom Pastor.  Ele mesmo afirmou: “Eu sou o bom pastor.” (v.11). Sendo o bom Pastor, Ele conhece  reúne, guia, protege e concede vida abundante às suas ovelhas. Ele dá especial atenção às ovelhas feridas, doentes ou desviadas. Isto demonstra que Jesus tem um bom relacionamento com suas ovelhas. Cuida do seu rebanho, com amor e  as protege; guia, protege e fornece tudo o que elas precisam, oferecendo salvação, abrigo. Demonstrada  disposição de dar a vida pelas ovelhas. Quanta diferença entre aqueles mercenários e Jesus.Como tem sido o seu relacionamento com o bom Pastor? Você tem vivido distante do rebanho? É uma ovelha

Havia uma festa  naqueles dias em Jerusalém. Era a Festa da Dedicação. Embora não seja uma das festas bíblicas ordenadas pelo Senhor através de Moisés, é uma celebração nacional que comemora a recuperação da cidade e a reconsagração do segundo templo em Jerusalém, antes de Cristo. Sendo assim, havia motivos para celebrar a restauração do lugar santo, adoração ao nome do Senhor. Era uma ocasião de muita alegria e festividade. Desde, então, a Festa da Dedicação é celebrada para comemorar esse evento significativo na história judaica. Ela durava oito dias e reunia muitos judeus em Jerusalém. 

Era inverno e Jesus estava presente nesta festa. (v.22). Ele  se encontrava na parte interna do templo, no Pórtico de Salomão. (v.23). Naquele momento, alguns judeus questionaram a Cristo: “ Até quando nos deixarás a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente,” (v.24). Este questionamento dos judeus não era um desejo sincero de saber a respeito de Jesus. Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Na verdade, as palavras dos judeus mostram às suas dúvidas e a falta de  clareza a respeito de Jesus, especialmente, em relação à sua identidade e ao Seu papel como o Messias. Ocorre que Jesus já havia afirmado ,claramente, através de seu ministério, várias vezes, que Ele era o Messias prometido. Neste texto, deixou isso muito claro ao dizer: “As obras que estou fazendo em nome de meu Pai testificam a meu respeito” (v.25). Isso significa que Jesus não apenas havia afirmado ser o Cristo, mas também prova  que fato o era. As obras que  realizava “em nome do Pai”, como curar enfermos, ressuscitar mortos e multiplicar pães, são consideradas  evidências de sua divindade e messianismo. Todavia, pela falta de fé, os judeus não conseguiram entender o sentido espiritual de seu reino. Tinham ignorado os sinais evidentes que revelavam o poder e a glória do Filho de Deus.

Hoje, esta mesma atitude dos judeus a repeito de Jesus, continua presente na vida de muitas pessoas. Há muitas dúvidas na mente das pessoas sobre a Sua identidade. Muitos pedem provas a respeito de Jesus. Pedro nos dá um grande exemplo sobre  Jesus. Ele responde: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo! A confissão de Pedro contraria a todas as opiniões dadas acerca de Jesus, porque não é uma conclusão ou resultado de uma análise minuciosa da pessoa de Jesus. Mas, sim, uma confissão de fé, reconhecendo em Cristo, o Messias, o ungido de Deus. "Tu és o Cristo”. Foi uma resposta sem hesitação, cheia de convicção. Uma resposta que se tornou uma declaração fundamental de fé cristã. Resposta simples, mas profunda. Somente uma fé firme e forte, poderia fazer tal confissão que Simão Pedro fez. Qual é a nossa resposta a respeito de Jesus?  Esta também é a nossa confissão? “Tu és o Cristo de Deus” ou temos outra resposta? Será que as opiniões mudaram a respeito de Jesus?

Jesus,então, usa a metáfora do pastor e das ovelhas para ilustrar a sua relação com aqueles que o seguem e o ouvem. Sendo assim, através desta metáfora, Jesus enuncia a incredulidade dos judeus: “Mas vós não credes.” (v.26a). O termo grego ἀλλά (mas) introduz uma transição para o assunto principal ao carregar um ideia de oposição. E a razão principal era porque não tinham fé. Não acreditavam, pois eram orgulhosos e não tinha pretensão de seguiar  Jesus. Na verdade, este procedimento tem ocorrido durante todo o ministerio de Jesus. Eles tentavam Jesus com toda a sorte de provocações e não criam em suas obras, acusando-o de proferir blasfêmias. A Palavra de Deus afirma: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam(...).” (Jo 1.11). Isso deixa bem claro, que os judeus citados por Cristo, não estavam entre as suas ovelhas : “porque não sois das minhas ovelhas.” (v.26). Isto indica que a falta de fé deles era a razão pela qual eles não pertenciam ao seu rebanho. Em outras palavras, aqueles que verdadeiramente pertencem a Jesus reconhecem a sua voz e creem nele. A incredulidade deles, portanto, demonstrava que eles não eram suas ovelhas.

Em contraste com aqueles que não crêem, existem aqueles que Jesus chama de minhas ovelhas: “As minhas ovelhas.”(v.27a). Quanto consolo há nestas palavras . São palavras que expressam o amor de Cristo por aqueles que lhe pertencem.Nestas palavras de Jesus caracterizam quatro fatos sobre as suas ovelhas: primeiro, elas ouvem a sua voz,  ouvem com atenção e consideração. (v.27b).  Ouvir a voz do seu pastor é uma característica natural de uma ovelha normal. Cada rebanho tem o seu próprio pastor. E  quando este chama suas ovelhas, elas ouvem a sua voz. Como ovelhas de Cristo, precisamos abrir os ouvidos para escutar o que Jesus está dizendo em nossos dias. Mas o que significa ouvir a voz de Cristo?  Ouvir significa colocar em prática o que aprendemos, guardando os seus mandamentos e confiando nas suas promessas. Além disso, é precisa distinguir, a voz de Cristo  para não se deixar levar por falsas doutrinas. Falsos mestres, pois tem muita gente falando de Cristo e em seu nome, mas não conforme o ensino da Escritura. Você tem ouvido regularmente a voz do Senhor ? Você tem aproveitado cada oportunidade para ouvir a voz de Jesus?

Em segundo lugar, Jesus conhece as sua ovelhas. (v.27c). Literalmente significa "Eu tenho um relacionamento pessoal com elas.”(vv.14-15). Ele conhece  todos os detalhes a respeito de suas ovelhas, cuida  e apascenta-as. Quando o perigo se apresenta, e o mercenário foge, Jesus  age diferente, Ele intervém, pois não quer que nenhuma  se perca, porque Ele ama às suas ovelhas. Conhece melhor as necessidades particulares de cada ovelha. Sabe qual é mais forte e a mais fraca. Compreende que os corderinhos não podem andar tão depressa com as ovelhas mais velhas, e ,por isso, muitas vezes, as toma nos braços, porque sabe que algumas necessitam de mais atenção do que outras. Ser conhecido por Jesus é a maior vantagem que nos pode ser oferecida. Se Jesus nos conhece de fato, sendo ele e o Pai um, ele não permitirá que nos percamos nesta jornada em direção à casa do Pai. Conhecendo-nos, imediatamente, sentirá nossa falta quando nos desviarmos do rebanho. Com isto temos certeza que, por mais tropeços que esta vida nos venha oferecer, chegaremos junto ao aprisco.

Terceiro lugar, elas o seguem, (v.27d). Literalmente "elas estão me seguindo.”  Seguir o pastor é uma característica essencial das ovelhas. As ovelhas, por natureza, são animais dóceis e dependentes, que buscam a proteção e são guiadas pelo pastor para sua segurança e bem-estar. Assim que as ovelhas ouvem e reconhecem a voz do seu pastor, elas prontamente o seguem.  Quando Jesus chamou os discípulos e disse segue-me. Qual foi a decisão dos discípulos em relação ao convite de Jesus? Eles largaram imediatamente tudo e seguiram, o Mestre, Jesus. Aceitaram o convite. Deixaram para trás suas redes, os familiares, o conforto e são capacitados pelo Mestre para essa tão nobre tarefa. Então, podemos afirmar que seguir a Jesus é renunciar a si mesmo. É entregar-se com todo o coração. Na verdade, o seguir a Cristo consiste em atingir o alvo que Deus determinou para o ser humano, que é a vida espiritual, a vida do mundo vindouro, a vida eterna.  Quem ama o Bom Pastor, ouve a sua voz e o segue em amor e obediência (Jo.14.21,23).

Quarto lugar, Ele lhes dá a vida eterna.” (v. 28). Que privilégio grandioso pertencer a Cristo e ser uma ovelha dele! Desfrutamos dos seus cuidados neste mundo. Mas também temos um futuro certo e glorioso pela frente. Sabemos para onde estamos indo. Nosso destino é herdar a vida eterna com Cristo. E não existe lugar mais seguro para estarmos,  senão nas mãos bondosas e poderosas do nosso Bom Pastor, Jesus Cristo. E a certeza de que vamos herdar a vida eterna não depende de nossas próprias forças, mas do poder de Cristo que nos prometeu, que aqueles que ouvem, aquelas que o seguem, Ele dá a vida eterna, nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das suas mãos. Console-se no cuidado do seu Bom Pastor, Jesus Cristo! Ouça a voz dele e o siga para vida eterna! A leitura do Apocalipse apresenta a visão do autor que contempla Jesus ressuscitado com todo o seu rebanho de “gente de todas as nações” que formava “uma multidão imensa”.  Aí aparece mais uma vez a imagem do pastor que conduz suas ovelhas às “fontes de água viva”, que indica a vida eterna.(Ap 7.9-17).

Quão seguros estão aqueles que recebem a vida eterna por meio de Jesus. Ninguém pode arrebatá-los  do Pai. (v.29). Diante disso, surge naturalmente a declaração de Jesus: “Eu e o Pai somos um.” (v.31). Essa declaração de Jesus é central para a compreensão de sua identidade e sua relação com Deus Pai no cristianismo. Ele afirma que ele e o Pai são um, revelando ,incontestavelmente,  a unidade entre o Pai e o Filho.  Jesus não diz: “Eu e o Pai somos uma pessoa”, mas diz: “nós somos um”, no sentido de essência. Quando pensamos na "essência na Trindade", estamos nos referindo à natureza fundamental e indivisível de Deus, que subsiste em três Pessoas distintas: o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo.   Estas palavras de Jesus, elas causaram um mal-estar aos judeus, pois Jesus deixa claro a relação de unidade com o Pai. Mas há uma reação da parte dos judeus quando Jesus se manifesta quem Ele é. Diz o texto que Eles pegaram pedras para apedrejar a Jesus, não pelas obras que Ele fazia, mas por ter se colocado como igual a Deus: “[…] sendo um homem, te fazes Deus”. (João 10.33).

Que possamos ter um bom relacionamento com o Bom Pastor, Jesus. Ele é um pastor paciente e misericordioso para perdoá-lo e restaurar a nossa vida. Tem cuidado de nós e não nos deixou órfãos, mas nos enviou o Consolador para nos dar força em nossas aflições.  Ele sempre está conosco no vale da sombra da morte (Sl.23.4). Podemos contar com Sua força também nos dias maus! Lancemos sobre ele nossas preocupações, pois ele tem cuidado de nós (I Pe.5.7). Amém!


APONTAMENTOS:

O pórtico do Salomão era uma galeria coberta sustentada por grandes colunas de pedra a qual se encontrava no pátio do templo apenas transpostos os muros.

A Festa da Dedicação ou Festa das Luzes. Era uma festa de oito dias, que ocorria em meados de dezembro. Ela celebra a reinauguração do Templo, em Jerusalém, após a vitória militar de Judas Macabeu em 164 A.C.. Em 168 A.C., Antíoco IV Epifânio, que era um líder selêucida, tentou forçar os judeus em práticas helenísticas ( Daniel 8.9 - 14). Ele transformou o Templo de Jerusalém em um santuário pagão, até mesmo  um altar para Zeus no lugar do santo dos santos. Judas Macabeu, um dos vários filhos do sacerdote de Modin, derrotou este suserano sírio, purificou e reinaugurou o Templo ( I Macabeus 4.36-59; II Macabeus 1.18).  Uma característica proeminente dessa festa era a iluminação gerada pelas lâmpadas que eram acesas no templo e nas casas em torno dele. A festa da Dedicação, Josefo chama isso de "Festival das Luzes". Ela é conhecido em nossos dias como " hanukkah" em Hebraico significa dedicação. 

 




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